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DEPARTAMENTO DE EPIDEMIOLOGIA

No documento Relatório de atividades 2017 (páginas 139-142)

17. DESEMPENHO DAS AÇÕES MAIS RELEVANTES REALIZADAS PELOS DEPARTAMENTOS TÉCNICO

17.3. DEPARTAMENTO DE EPIDEMIOLOGIA

Dos factos/ações mais relevantes desenvolvidos pelo Departamento de Epidemiologia podem ser salientados os que se encontram abaixo descritos.

Avaliação e monitorização dos efeitos dos incêndios na saúde da população

O Instituto Ricardo Jorge participa no projeto de avaliação e monitorização dos efeitos dos incêndios na saúde da população, que será coordenado internamente pelo departamento de epidemiologia, contando com a colaboração de diversos outros departamentos. O objetivo deste projeto, passa por avaliar os efeitos na saúde da população exposta a incêndios e respetivos produtos de combustão, ocorridos no médio e longo prazo, de forma a produzir informação pertinente para a tomada de decisão nos vários níveis das estruturas intervenientes, organização da prestação de cuidados e facilitar a intervenção dos agentes comunitários envolvidos na resolução do problema. Esta iniciativa visa ainda minimizar os riscos de exposição durante a fase de limpeza, reconstrução e recuperação do meio ambiente.

Devido às características deste tipo de eventos, a população-alvo abrangida pelo projeto, não se resume à população que esteve diretamente exposta ao fogo, mas deverá incluir também a população da área geográfica que sofreu a influência da propagação da massa de ar contaminada com os produtos da emissão. A 4 de julho de 2017, na Câmara Municipal de Pedrógão Grande, estiveram reunidos catorze organismos públicos ligados ao Ministério da Saúde, para ajudar a definir uma resposta a longo prazo para a zona afetada pelo incêndio de 17 de junho nas vertentes da doença orgânica, saúde mental e saúde pública. Nesta ocasião, o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Dr. Fernando Araújo, referiu que as várias etapas previstas no plano de ação estão “programadas, articuladas e coordenadas” e vão estender-se durante pelo menos dois anos, junto das populações dos concelhos afetados, sendo que, em algumas áreas, como a saúde mental, podem estender-se no tempo. “O programa pode durar mais de dois anos. Temos o exemplo da tragédia de Entre-os-Rios, em que na saúde mental foram precisos mais anos de apoio e, portanto, temos de ter a capacidade de ao longo do tempo ir reconhecendo as necessidades e lhes responder”, salientou.

Colaboração em plano de contingência para Comemorações do Centenário das Aparições de Fátima

O plano de contingência do Ministério da Saúde para as Comemorações do Centenário das Aparições de Fátima, decorridas dias 12 e 13 de maio, visou garantir uma resposta atempada, estruturada e eficaz no âmbito da saúde e da gestão dos seus recursos. Este plano exigiu a cooperação entre os diversos organismos, entre os quais o Instituto Ricardo Jorge, através do seu departamento de epidemiologia. Além dos cuidados de saúde primários, dos hospitais que participaram nas respostas a vários níveis e dos hospitais de campanha que foram montados no local, este plano contemplou ainda respostas para situações muito específicas, passando pela valorização da doença médica, do trauma e de outro tipo de incidentes: desde biológicos e químicos à saúde mental.

Foi também implementado um sistema de vigilância epidemiológica que permitiu a deteção precoce de doenças antes, durante e na fase imediata após o evento, bem como a promoção da acessibilidade a cuidados de saúde primários no caso de patologia aguda não urgente e a cuidados pré-hospitalares e hospitalares nos casos urgentes e emergentes.

A Comissão de Gestão do referido Plano de Contingência recebeu posteriormente um louvor do Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, “pelas elevadas qualidades pessoais e profissionais demonstradas” pelo seu coordenador e restantes elementos. Refere o Louvor n.º 214/2017, publicado no Diário da República, 2.ª série — n.º 141 — de 24 julho de 2017:

A comissão prestou um valioso contributo para um planeamento cuidado, uma eficiente gestão e correta decisão no âmbito do processo de desenho e implementação do Plano de Contingência do Ministério da Saúde para as Comemorações do Centenário de Fátima, tendo os resultados alcançados sido de elevada qualidade e servirão de suporte a processos semelhantes no futuro. Pela disponibilidade e empenho demonstrados, pelo elevado compromisso com o interesse público e pela excelência dos resultados alcançados é de inteira justiça deixar à Comissão este público louvor.

Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico

Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), realizado em 2015, com vários parceiros nacionais e internacionais foi delineado para ser representativo a nível regional e nacional (4910 participantes), da população com idade entre os 25 e os 74 anos. No âmbito deste inquérito foi recolhida informação por entrevista e por medição direta de parâmetros biométricos, por exame físico, e bioquímicos, através de análise laboratorial, e constituída uma coleção de amostras biológicas.

Já em 2017, com o objetivo principal de discutir os resultados obtidos relativamente à diabetes e à obesidade, foi promovida a 2ª Conferência do INSEF sob o tema “Desigualdades na distribuição da obesidade e diabetes – reflexões e perspetivas futuras”, realizada dia 21 de abril, no auditório do Instituto em Lisboa.

Esta iniciativa contou com a presença dos diretores dos programas prioritários do Plano Nacional de Saúde para estas áreas, que destacaram a importância dos dados apresentados. Maria Cristina Valadas, diretora do Programa Prioritário para o Controlo da Diabetes, considera fundamentais os dados obtidos para a tomada de decisões em Saúde Pública e destaca também o facto de os resultados terem sido apresentados por idade, sexo e região, uma vez que existem, a este nível, diferenças regionais significativas. “Quem tem que tomar decisões de saúde pública, só o pode fazer conscientemente sabendo os dados do terreno”, sublinha.

Já Pedro Graça, diretor do Programa Prioritário para a Promoção da Alimentação Saudável, refere: “Observamos neste trabalho que esta alimentação inadequada transformada em obesidade atinge mais as populações com menor escolaridade e economicamente mais desfavorecidas. Esta informação é central para que a intervenção possa ter essa população como centros da nossa intervenção e assim encontrarmos as estratégias que melhor se adaptam a conseguir promover a alimentação saudável”.

Algumas outras atividades:

 Participação na Comissão para a Reforma da Saúde Pública Nacional, criada através do Despacho n.º 11232/2016, publicado no Diário da República, n.º 180, 2.ª Série, de 19 de setembro.

 No âmbito das atividades de avaliação externa da qualidade laboratorial, refiram-se, entre outras atividades, a realização de duas ofertas formativas, com o objetivo de promover a capacitação dos profissionais e a melhoria do desempenho dos laboratórios: (1) Pré analítica e (2) Ferramenta de Avaliação Externa da Qualidade. É ainda de destacar a promoção, entre os dias 2 e 14 de outubro, do 2.º Congresso de Controlo da Qualidade Laboratorial para Países de Língua Portuguesa (CCQL-PLP) e a visita a dois laboratórios a São Tomé e Príncipe.

Pesquisa de soluções para o Software de apoio ao Programa Nacional de Avaliação Externa da Qualidade Laboratorial, de forma a otimizar os relatórios avaliação emitidos.

Participação no advisory forum do ECDC, que visa disponibilizar informação, à direção do centro, sobre a qualidade do trabalho científico desenvolvido pelo ECDC. Este órgão é constituído por representantes dos institutos e agências nacionais de saúde pública, nomeados pelos estados membros, com base na sua competência científica, e especialistas em saúde pública da Comissão Europeia.

 Implementação do projeto IMOVE+, com o objetivo de avaliar a efetividade e impacto da vacina antigripal e antipneumocócica e reativação do sistema EVITA que visa promover a vigilância dos acidentes domésticos e de lazer.

 Participação na análise dos resultados e revisão dos relatórios do Inquérito Serológico Nacional (ISN), na componente Doenças Evitáveis pela Vacinação e Infeções Sexualmente Transmissíveis.

No documento Relatório de atividades 2017 (páginas 139-142)