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2.2 – Depois do mar tenebroso

Ainda no século XVI, acreditava-se que dentre os maiores perigos enfrentados por um ser humano durante sua passagem pela terra, nada seria comparado aos suplícios vividos no mar. Os oceanos bravios evocavam imagens diabólicas e monstruosas no imaginário renascentista, onde o ricochetear das ondas era associado à dança ou à fúria de um número incontável de diabos e de monstros marinhos. Assim, até se solidificarem as vitórias das técnicas modernas de navegação, o mar era associado às piores imagens de aflição, à morte, à noite, ao abismo sem fim.160

Iza Chain

Em uma entrevista publicada no Caderno Idéias, do Jornal do Brasil,161 logo após o lançamento de Desmundo, Ana Miranda afirma que seu maior desafio na execução do romance foi “romper a barreira que separa uma escritora de hoje de uma personagem nascida há quatro séculos” e confessa: “Este livro foi minha aventura mais arriscada”. Referindo-se ao processo de elaboração da narrativa, nomeia seus mais importantes intertextos, destacando que, além de ter se debruçado um ano e meio sobre as cartas do Padre Manoel da Nóbrega, serviu-se de “A peregrinação, de Fernão Mendes Pinto, os relatos dos primeiros viajantes, os cinco volumes da História trágico-marítima, os capítulos de A história das mulheres dedicados ao século 16, a obra de Gil Vicente, Guimarães Rosa, Manoel de Barros e Os desvalidos, de Francisco Dantas”.

160 CHAIN, op. cit., p. 17.

161 COSTA, Cristiane. Bordado da língua arcaica. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 15 jun. 1996.

Conforme mencionado, anteriormente, Ana Miranda costuma revelar a cada novo romance – seja por meio de entrevistas ou de um pós-escrito – suas fontes bibliográficas, porém, ainda que mencione autores e textos, ela não oferece qualquer detalhe a respeito do uso que faz deles. No caso de Desmundo, é possível perceber, por exemplo, que a autora se apropria de diversos topoi peculiares aos relatos de viagem do século XVI. Nesta narrativa, sobretudo nas cenas inicias, encontram-se aqueles eixos temáticos que comumente servem de sustentação à tradicional “literatura de sobrevivência”, entre os quais, destacam-se os perigos a bordo, as procelas: “Todos aos camarotes. Que adentrar uma baía, chegar a uma costa é o maior risco da viagem, mais que as ventanias e as tempestades”;162 as doenças, o sofrimento físico: “Deparara eu na viagem a vida, a morte (...) Mostrara medo meu rosto e minha cor pálida se tornava ruiva, meus cabelos grudavam e o sal na pele entranhava, o vento açoitava, minhas unhas quebravam, minhas gengivas ficaram azuis, meus dentes moles, os biscoitos murchos. Tudo era flutuar”.163 E, para completar, a morte trágica, condensada no fim inexorável de uma das órfãs, Isobel, que é tragada pelo tenebroso mar:

Caíra ao mar, moça de uns catorze anos na sua flor muito suave, que foram todos numa agonia olhar sem nada poder fazer, em joelhos se puseram a rezar. Disseram tinha sido caída ao mar por bondade, que havia o temor de sermos sete, dízimo do diabo, número de filho asinino, sete adros, sete pedras, desacerto, sangre, que sete órfãs eram sete cadelas ladrando à lua feito primo d'Isac Nafú, sete cabras que às almas más das sepulturas demoviam, que vinha o pecado lamber de noite.164

No que se refere à viagem propriamente dita, observa-se também que, nos períodos de calmaria durante a travessia do Atlântico, enquanto as mulheres rezam, os homens

162 MIRANDA, op. cit., 1996. p. 13. 163 Ibid., p. 16.

consomem o tempo com jogos de baralhos e de dados, bebidas e conversas relacionadas à navegação. Entre os marinheiros portugueses surgem, por exemplo, certas questões que, longe de serem resolvidas na época das grandes viagens marítimas, servem de motivação para acirradas polêmicas entre eles. Sem participar diretamente dos debates, locus de interação masculina vetado às mulheres, mas mantendo-se próxima o suficiente para ouvir os distintos argumentos sobre a forma exata da Terra, a viajante protagonista reproduz as controvertidas opiniões daqueles homens e – valendo-se de um tipo de estratégia semelhante às utilizadas por determinados viajantes quinhentistas165 – de modo inconcluso, não deixa de registrar

que se trocavam grandes falas opostas entre os oficiais, uns dizendo ser redonda a Terra coisa já provada, do que dava mostras a redondeza da Lua e a do Sol. (...) Que se via do alto de um monte o fim da Terra e era liso e reto. E acabava no mar oceano. Mas sendo redonda ou quadrada, do mesmo modo se podia cair no abismo, em se passando ao lado de baixo. (...) Não está o Sol a surgir e ressurgir? Não faz a Lua vigília noturna e repouso de dia? Isso é prova de que a Terra termina no fim do liso, do comprido, do reto, nunca redonda. E um oficial que viajara o oceano disse, o mundo era feito uma pêra que numa parte dela houvera Deus ali posto uma teta de mulher. (...) Mas o piloto da nau disse poder provar que a Terra era redonda, sabia medir seu âmbito e circunferência, tomando um astrolábio em noite clara e estrelada e a Terra jazia entre as alturas. Muito se falou em ursas, em pautas do Sol, em tábuas e reportórios, toleta de marteloio, no que se dava prova tanto da quadradeza como da redondeza do mundo.166

Claro está que o romance, escrito em primeira pessoa, apresenta uma perfeita identificação entre personagem principal e narradora, seu discurso, entretanto, não possui um caráter autobiográfico, aproxima-se mais do testemunho, é o relato de suas dolorosas

165

Jean de Léry, por exemplo, registra como prova de fidedignidade que aquilo que afirma foi “tudo colhido no próprio lugar”. Cf., a propósito, LÉRY, Jean de. Viagem à terra do Brasil. São Paulo: Martins Ed., 1960. p. 27.

experiências desde sua infância, quando ainda morava em Portugal, e, sobretudo, é o relato de sua viagem, de seu exílio involuntário e de sua sofrida juventude vivenciada no Brasil. Na verdade, enquanto narra sua própria trajetória, Oribela vai revelando e questionando o (des)mundo que a cerca, onde a convivência entre índios e brancos, entre mulheres e homens, entre leigos e religiosos, entre jovens e adultos, entre pobres e ricos, só para citar alguns pares que se cruzam ao longo da trama, é fortemente marcada pela sujeição dos primeiros sobre os segundos, conforme se constata nas seguintes passagens:

Diziam haver nesta terra mil homens de cavalo e oitenta padres, mas se avistava apenas um beguino muito roto, pedindo aos marinheiros, que lhe davam biscoitos mofados ou peixe salgado ou um punhado de trigo sujo, eram os pobres que davam do seu, decerto as boas coisas não foram feitas para esmolas, mas para os altares que assim se faziam revestidos de ouro. Os fidalgos se meteram nos esquifes, foram os primeiros a desembarcar, ainda noite, levando seus baús, recostados em seus caixotes de odoríferas e coisas preciosas que jaziam ao redor dos donos, hou lá hou, na confusa divisão com que Deus ordena o mundo.167

Ficara alguma mulher na nau? Ao que a Velha, que sabia dar falas às notícias, falou. Todalas mulheres estavam ali menos umas escravas que vinham no batel dos cavalos e as casadas que com seus esposos e filhos desembarcaram antes, com o alcaide, que tinham o direito de melhor sustentação.168

Situada nas margens, a narradora-viajante se mantém até o término do romance na condição de sobrevivente, entretanto, seu discurso inicial é, aos poucos, substituído por um outro que se assemelha mais com aquele que Mary Pratt classifica como “relato de viagem sentimental”, pois é na autenticidade de sua experiência que reside sua autoridade. Indo muito além, por exemplo, do relato de um Pero Vaz de Caminha que procura dar ao rei

167 Ibid., p. 20. 168 Ibid., p. 27.

“conta do que nesta Vossa terra vi[u]”, Ana Miranda dá conta – aos/às leitores/as de Desmundo – dos principais eventos que sua viajante protagonista nesta terra viveu.

Oribela tem consciência de suas inumeráveis limitações, “(...) quem seria, que inventou de haver fêmea e macho e fazer uns mais fortes e umas mais débeis”;169 mesmo assim, decide – logo após seu irremediável encontro com o futuro marido – lutar por sua liberdade sozinha. Ela prefere não recorrer ao auxílio das outras órfãs, porque entende que elas jamais se arriscariam a subverter aquilo que lhes foi estabelecido e que, embora contrariadas, todas são submissas àqueles/las que têm maior poder. No fragmento abaixo, é possível verificar – principalmente através das metáforas – a substancial diferença entre a personagem-narradora e suas companheiras.

Assim eram as mancebas, fossem umas aves. (...) seria eu um açor bravo que tem que comer as coisas ruins do mundo, seria a Velha um galo que anuncia a luz e as outras órfãs umas pombas, que vão onde mandam, (...) em lugar de cantar gemem e têm a alma fiel e simples, sem amargura nem sanha nem queixume e se beijam muito amiúde, gostam de estar juntas feito pombas e se eriçam aos falcões, enquanto eu como açor bravo, dou meu coração a comer.170

É em virtude de seu modo particular de ser e de (re)agir frente a tudo aquilo que considera injusto que a personagem-narradora se percebe, bem como é percebida, como diferente das outras jovens. Ela não aceita de modo algum ser subjugada e parte para o enfrentamento de seus obstáculos com muita determinação e ousadia. O açor bravo171

169 Ibid., p. 77. 170 Ibid., p. 57.

171 O açor, uma ave de rapina com a qual se auto-identifica a protagonista na citação acima, pode ser

encontrado abundantemente em todo o território português. Símbolo de toda uma região, ocupa o lugar central no Brasão dos Açores, em cuja divisa se lê: “Antes morrer livres que em paz sujeitos”. Com uma sentença semanticamente análoga, Oribela questiona a Velha quando esta impinge uma série de conselhos às futuras esposas: “Não é melhor morrer a ferro que viver com tantas cautelas?”. Ibid., p. 67.

chega mesmo a romper – literalmente – suas amarras após seu casamento, porém sua rebeldia já havia sido revelada publicamente no momento em que ela fora, comercialmente, apresentada ao futuro marido:

Disse o padre ser eu pura e virgem donzela criada em mosteiro de freiras, à luz da absconsa, que podia passar a papinhas de pão ralado, leite fresco coado e uns alfinetinhos, de pele rosa bela e olhos madressilva, ainda a florescer o corpo, de alma que se podia amansar como se faz a um cavalo (...) E que não fazia mal ser eu tão cheia de diversas opiniões e bravezas (...) saberia ele se fazer obedecer com reverência e acatamento à sua humilde pessoa. (...) O homem me veio a mirar e no rosto lhe cuspi.172

Aqui, vale notar que as características físicas de Oribela são exaltadas pelo padre como se ela fosse uma mercadoria a ser vendida; seu caráter insurgente, ao contrário, é menosprezado. Assim, ciente do corpo e, também, da alma de Oribela, Francisco se apaixona pela jovem e, ainda que ela suplique à poderosa Brites de Albuquerque: “Peço, senhora, antes que me tomem por mulher, mandares me matar”,173 não consegue – como foi dito anteriormente – impedir o próprio matrimônio. Entretanto, logo após a cerimônia, basta um descuido do marido e ela rouba-lhe o dinheiro que julga necessário a fim de escapar em um momento oportuno. O resultado dessa fuga é extremamente desastroso, pois a jovem, depois de percorrer um extenso trajeto do interior até a costa, é enganada por um homem e estuprada por outros dois. Francisco segue a trilha de sua esposa e, enfurecido, mata os três agressores; arrasta a fugitiva para casa, onde ela passa a viver amarrada por cordas ao catre. Nada disso, porém, a faz desistir de querer fugir novamente.

172 Ibid., p. 56. 173 Ibid., p. 61.

Na seqüência destes atos violentos, surge o único encontro positivo para Oribela em solo estrangeiro, ou, como prefere Mary Pratt, na zona de contato. Trata-se da relação de amizade estabelecida com Temericô, uma indígena que sobrevive ao massacre de sua tribo e passa a exercer a função de aia da órfã exilada. A convivência entre elas, ainda que hierarquizada, possibilita um aprendizado mútuo de linguagens, de músicas, de hábitos enfim, de culturas. Todavia, é possível dizer que há, neste encontro, uma inversão do paradigma da conquista – e, em certo sentido, há, nos termos de Linda Hutcheon, uma “repetição com diferença” do que ocorre em um dos principais clássicos do Romantismo brasileiro174 – pois, em Desmundo, é a mulher de um colonizador, européia, branca e católica que, em dado momento, se converte aos costumes locais e não o contrário. Após seu contato com Temericô, Oribela declara:

Aprendi os fumos de naturais, que me deixavam pasmada e sonhadora, sem ver o correr dos dias, o parar das noites, quando na minha fantasia eu procurava o que não queria achar. (...) abá supé-pe oro-ikó-né? Muitas mais coisas ensinou a natural, de sua fala, (...). Eu pintava o rosto de urucum, comia no prato das naturais e me desnudava nos dias quentes, deixava os chicos chuparem meus peitos, dançava, de modo que dona Branca veio baixar umas regras, antes que virasse eu uma bárbara da selva e me metesse a comer de carne humana.175

Na medida em que o relato avança, percebe-se que a liberdade almejada pela personagem-narradora não se restringe ao plano físico. Ela quer se apropriar de sua vontade, quer “demandar da própria sorte”, quer ter o poder de escolha e, para alcançar seus

174 Em Iracema (1865), de José de Alencar, a relação fraterna inter-racial ocorre entre dois homens e, ainda

que o europeu Martim igualmente pinte seu corpo de acordo com os rituais indígenas, é o guerreiro Poti que terá, no final, sua identidade transformada após o batizado cristão, passando a ser chamado de Antônio Filipe Camarão, nas palavras do narrador: “Poti foi o primeiro que ajoelhou aos pés do sagrado lenho; (...) Ele recebeu com o batismo o nome do santo, cujo era o dia; e o do rei, a quem ia servir, e sobre os dous o seu, na língua dos novos irmãos”. Cf. ALENCAR, José de. Iracema. São Paulo: Moderna, 1993. p. 83.

objetivos, não mede esforços, nem para si nem para os outros. Assim é que, em sua segunda tentativa de fuga – motivada também pelo desejo de ajudar uma das órfãs, dona Bernardinha, – Oribela convence a amiga de que é preciso cortar os cabelos e usar roupas e calçados masculinos, pois, segundo argumenta, “feito homens nos vão respeitar”.176 Aqui, vê-se claramente que a personagem protagonista faz uma tentativa de deslocamento no sentido de passar da margem ao centro. Retornando à poética proposta por Linda Hutcheon e à questão do ex-cêntrico, é possível entender que, ao se travestir de homem, Oribela está de certo modo denunciando a opressão sofrida por aquelas mulheres pois, valendo-se desse recurso, ela demonstra ter consciência de que, originalmente, elas não possuem a “força centralizadora” que nutre o patriarcado e a conseqüente dominação masculina.

Esse episódio, vale lembrar, remete ao clássico de Homero, uma vez que o disfarce é o expediente utilizado por Ulisses em seu retorno ao lar.177 Ao contrário, porém, do que ocorre com o bem sucedido herói grego, o plano executado pela súdita de D. João III fracassa porque ela se sente mal e desmaia durante a fuga. Dessa vez, contudo, antes de voltar a ser atada pelas cordas do marido, ela é encontrada por Ximeno Dias (sem dúvida, o homem mais temido por ela), e prende-se a ele por laços muito mais apertados: a jovem finalmente descobre o amor e, posteriormente, a gravidez – modificando, assim, não apenas seu corpo, mas toda a sua existência.

O fato de estar “sempre alterando seu foco” caracteriza, de acordo com a posição de Linda Hutcheon, o ser ex-cêntrico. Ora, se há muito tempo Oribela já não possuía razões

176 Ibid., p. 152. 177

O rei de Ítaca, com o fim de entrar em seu palácio, sem ser reconhecido pelos “pretendentes” – homens inescrupulosos que tentam desposar Penélope e tomar seus bens – disfarça-se, por intervenção da deusa Palas Atenas, em um ancião pobre e, desse modo, consegue enganar e vencer seus adversários. Cf. HOMERO, op. cit., p. 126-127.

consistentes para regressar a sua terra natal, a partir desse encontro ela, certamente, terá ao menos dois fortes motivos para querer ficar na Colônia:

Não pude eu sair do leito sentindo as penas do meu pecado em meu ventre, num tipo de mal lunático, que vinha quando saía a lua, a ver eu candeinhas diante dos olhos, parecendo enferma, a só ter no escuro de dentro de mim a visão do Ximeno e o desejo dele, como se houvera um triste soar de sua voz em murmúrios sobre mim, nunca saía da lembrança a pele dele em seu catre toda desnuda um grande pecado, tão mau que devia eu de dar suplício ao corpo, (...) e vinha ele a bafejar, ai amor, (...) e vivia eu disso, sacramentada ao Ximeno. 178

Mas, ao contrário do que se imagina, Oribela é capturada novamente por Francisco, que fica enfurecido quando é alertado por sua mãe, Dona Branca, para a hipótese de que ele pode ter sido mais uma vez enganado e que, talvez, ele não seja o pai da criança. Oribela, por seu turno, adoece e acusa sua sogra por tentar envenená-la. Enciumado, apaixonado e instigado pela acusação da esposa, Francisco se descontrola e comete matricídio.

Depois deste trágico desfecho e do afastamento de Viliganda, a irmã (filha?) de Francisco, que é aprisionada por ele em um armazém, Oribela pode finalmente se tornar a senhora que sempre quis ser, mas ela se recusa, porque o lugar que deseja agora é outro: “De noite chorava eu pelo mouro, atentada”.179 Então, diante da impossibilidade de também amarrar a alma da esposa ao catre e desiludido de que ela jamais seria sua de fato, Francisco decide finalmente abandoná-la e regressar a Portugal. Percebe-se, assim, que toda a situação se modifica através de uma ação dele, motivada por várias (re)ações de Oribela.

178 MIRANDA, op. cit., 1996. p. 187. 179 Ibid., p. 202.

Certa de que o marido, antes de abandoná-la definitivamente, teria matado Ximeno para se vingar, conclui a jovem: “(...) haveria de me perdoar a alma de Ximeno ser eu causa de suas desgraças, como sempre fora eu assim nascida, que há dois tipos de mulheres, as que vêm para servir e as que vêm para a discórdia, assim como há mares mansos e bravios, assim como há lagartos com rabo e sem rabo sendo eu das piores serventias, mesmo às outras mulheres”.180