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DERRAMAMENTOS DE PETRÓLEO

No documento Perdas de Energia em um Carro 38 (páginas 166-169)

0 maior derramamento de petróleo dos Estados Unidos ocorreu em 24 de março de 1989, quando o navio-tanque Exxon Valdez saiu de seu curso no Estreito Prince William, próximo à costa Sul do Alasca, atingindo rochas submersas.

Aproximadamente 11 milhões de galões de petróleo foram derramados na água. A mancha de óleo se espalhou por milhares de quilômetros quadrados, matou centenas de milhares de pássaros, e prejudicou a indústria da pesca local. Centenas de quilômetros de praias ficaram cobertos por uma substância viscosa negra.5

Quarenta e cinco milhões de dólares foram gastos no resgate e recuperação da vida selvagem, mais de 10.000 trabalhadores utilizaram vapor, retalhos de pano e baldes para limpar a costa atingida. Em 1992, a Guarda Costeira dos EUA e o Estado do Alasca declararam que a limpeza estava completa. Desde 1989, houve cinco temporadas com recordes de pesca de salmão no Estreito Prince William. Há sinais de que as águias também vêm se recuperando.

5 N.T.: No original: "thick, black goo". O autor se utiliza de uma expressão coloquial (goo) que expressa melhor a aparência do petróleo derramado.

O maior derramamento de petróleo da história ocorreu em 1991 durante a Guerra do Golfo Pérsico, quando aproximadamente 250 milhões de galões de petróleo bruto foram deliberadamente derramados no Golfo, o equivalente a toda uma frota de navios superpetroleiros. Os poços incendiados no Kuwait consumiram cerca de 4,6 MBPD. Foi necessário mais de um ano para que se apagassem os incêndios que enegreceram o céu e contribuíram diariamente com a emissão de 20.000 toneladas de SO2 para a atmosfera — aproximadamente metade da emissão

de todas as unidades nos EUA.

A procura por petróleo tem se concentrado na busca de tais domos de sal ou anticli- nos. Os primeiros geólogos se concentravam na observação de feições de superfície e na anotação, em um mapa, da inclinação de camadas ou bacias sedimentares. Tais estudos da superfície têm sido expandidos mais recentemente pelo uso da sismologia para se "ver" a estrutura da Terra sob a superfície. (Isto será discutido mais detalhadamente ao final deste capítulo, em um Tópico Especial sobre a Física da Exploração de Gás e Petróleo.)

Enquanto a busca por novos depósitos de petróleo continua, torna-se cada vez mais difícil obter sucesso com as técnicas convencionais de perfuração. Uma vez que o petróleo e o gás natural são freqüentemente encontrados juntos, seus métodos de recuperação são semelhantes. Ambos estão geralmente presos na rocha porosa que atua como reservatório. O reservatório tem um teto de rocha impermeável, que impede a migração dos com- bustíveis rumo à superfície. A água é mais densa do que o petróleo, portanto, encontra-se no fundo da barreira, abaixo do petróleo e do gás natural. Um poço que atinge um reser- vatório inicialmente produz resultados devido ao escoamento natural, já que as pressões no subsolo forçam o petróleo para cima — resultando, em alguns casos, em um poço jor- rante. Para aumentar e sustentar a remoção, uma unidade de bombeamento é normal- mente empregada, mantendo uma pressão mais baixa no topo do poço, como um canudo em um copo de refrigerante. Uma recuperação adicional (secundária) é feita por meio da in- jeção de água no reservatório, aumentando, assim, a sua pressão. Mesmo com a recupe- ração secundária, menos de um terço do petróleo é extraído (Figura 6.9). Para aumentar ainda mais a recuperação do petróleo, métodos aperfeiçoados ou terciários são utilizados. O método mais comum é a injeção de vapor no solo. O calor do vapor torna o petróleo menos viscoso, e permite que ele escoe mais facilmente para fora da rocha porosa e do poço, para que possa ser bombeado para a superfície. Outro método envolve a injeção de CO2 ou ni-

trogênio diretamente no petróleo, para aumentar a pressão no reservatório, e liberar o petróleo da rocha. Um terceiro método utiliza produtos químicos, tais como polímeros ao invés de gases, para forçar as moléculas dos componentes do petróleo6 para fora das ro-

chas do reservatório. Estima-se que o uso de métodos de recuperação aperfeiçoados pode aumentar a produção de petróleo de um reservatório em 10% a 20%.

Os Estados Unidos possuem mais poços perfurados por milha quadrada do que qual- quer outro país do mundo. A medida que a extração de petróleo se torna mais difícil, o petróleo descoberto por pé (ft) perfurado tem caído de forma quase linear desde os anos 40. A profundidade média de um poço nos Estados Unidos hoje em dia chega a 8.000 pés, e somente 30% dos poços perfurados têm sucesso. Com o avanço da tecnologia de extração de petróleo, a energia gasta por pé perfurado aumenta. Alguns analistas de recursos su- gerem que eventualmente será atingido um ponto em que a energia que pode ser obtida de um poço será igual à energia nele aplicada.

6 N.T.: No original: "molecules of oil". Aqui o autor comete um engano, já que não existem "moléculas de petróleo", uma vez que este é uma mistura de uma grande quantidade de substâncias, estas, sim, constituí- das por moléculas.

Cap. 6 Energia de Combustíveis Fósseis 157

FIGURA 6.9

Métodos aperfeiçoados de recuperação. (U N I T E D STATES D E P A R T M E N T O F E N E R G Y )

Os maiores aumentos nas reservas dos EUA são esperados na perfuração de poços de grande profundidade em alto mar. Aproximadamente 10% do petróleo bruto e 21% do gás natural dos EUA são provenientes de reservas marinhas atualmente. Exceto por uma faixa de três milhas de águas estaduais, o governo federal americano é dono dos recursos mine- rais submersos em águas internacionais, e fornece concessões para a exploração e pro- dução em uma determinada região. Algumas estimativas dão conta de que metade das reservas americanas estejam em tais águas. Entretanto, a exploração em meados dos anos 80 ao largo da costa Leste (no Baltimore Canyon, ao largo de Nova Jersey e Maryland) se mostrou bastante decepcionante. Ademais, a preocupação ambiental com derramamentos de petróleo fez com que milhões de acres de áreas marinhas fossem retiradas das áreas passíveis de concessão.

A perfuração em alto mar é muito cara (aproximadamente dez vezes mais cara do que a perfuração em terras continentais por pé perfurado), e é um monumento à engenharia do século XX. Plataformas de perfuração podem operar em águas com mais de uma milha de profundidade, embora a maioria das americanas tenham operado em águas com profundi- dade inferior a 2.000 pés. Estas plataformas geralmente são ancoradas no fundo do mar por muitas linhas, ou mantidas em posição por jatos motorizados a bordo da plataforma (Figura 6.10). O petróleo cru e o gás natural são, geralmente, levados à terra por oleodutos.

| | Quadro 6.3

PETRÓLEO DO ALASCA: PASSADO, PRESENTE

No documento Perdas de Energia em um Carro 38 (páginas 166-169)