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“... O tempo é escasso: mãos à obra! Primeiro é preciso transformar a vida, para cantá-la, em seguida”. Maiakovski, poeta russo.

De 19 a 23 de março de 2013 realizamos na Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema/ SP, o “Seminário Nacional Juventude e Ensino Médio nos Assentamentos de Reforma Agrária”. A ati- vidade foi coordenada pelos coletivos nacionais de educação e de juventude do MST e teve como par- ticipantes educadores de escolas de educação básica de assentamentos, membros do setor de produção, cooperação e meio ambiente e dos coletivos de educação, cultura e juventude dos Estados, do coletivo político-pedagógico do Instituto de Educação Josué de Castro e da ENFF, além de contar com uma representação de jovens estudantes do ensino médio de escolas de assentamento e alguns convidados de instituições parceiras. Foram 90 participantes de 14 estados e do DF.

Um dos objetivos principais do seminário foi socializar e discutir resultados de uma pesquisa realiza- da com um grupo (amostra) de jovens de 14 a 21 anos das áreas de reforma agrária dos estados do RS, MS, PA, MA, CE e PE1. Outro objetivo central foi de identificar, pela agenda de interesses e problemas

levantados pelos jovens, questões prioritárias para qualificação do projeto educativo da juventude, in- cluindo o projeto político-pedagógico das escolas de educação básica e particularmente de ensino médio. O foco dos debates esteve em torno dos desafios que temos como organização social em relação à formação de nossa juventude, não apenas na escola, mas no conjunto das vivências formativas que po- dem ser intencionalizadas pela nossa atuação. As discussões foram organizadas em torno dos eixos que orientaram a pesquisa realizada com os jovens dos assentamentos: trabalho, organização coletiva e luta

social, cultura e escola.

Neste texto buscamos sistematizar algumas questões centrais dos debates, sem pretender esgotar to- dos os elementos trabalhados no seminário2. O objetivo desta síntese é de orientar a continuidade da

discussão de uma agenda político-formativa do MST com a juventude, de modo que os desafios identi- ficados possam ser convertidos em linhas de ação dos diferentes setores de trabalho da organização, cada um desde a especificidade de sua atuação. No final desse documento apresentamos algumas proposições já nessa perspectiva.

Discutimos no seminário e definimos trabalhar internamente com um conceito de juventude que a compreende na faixa etária alargada de 12 aos 29 anos, considerando-se então que há características di- ferenciadas de cada ciclo de idade que precisam ser respeitadas no trabalho formativo. Nossos coletivos de juventude costumam envolver jovens a partir de 15 ou 16 anos, sendo um desafio específico pensar

1 Foram objetivos principais da pesquisa feita com apoio do Unicef, que também apoiou a realização deste seminário: – ter uma amos-

tra de dados sobre quem são e o que pensam os jovens da faixa etária de 14 a 21 anos das áreas de assentamento de reforma agrária vinculadas ao MST; – fazer um diálogo com a juventude dos assentamentos identificando sua agenda de interesses e questões, visan- do especialmente à qualificação do projeto educativo do ensino médio em escolas do campo.

2 Há um relatório descritivo dos diferentes momentos do seminário, incluindo o resumo dos dados levantados na pesquisa, que está

uma atuação na faixa de 12 aos 15 anos (que costuma ser classificada como fase da adolescência), talvez hoje a faixa etária menos atendida pela intencionalidade formativa mais ampla do Movimento.

Considerando o percurso dos quase 30 anos do MST, a análise da conjuntura atual e o projeto de classe assumido pela nossa organização no modo de conduzir e de resistir na luta pela Reforma Agrária no Brasil, há alguns grandes desafios em que estamos envolvidos. Eles não dizem respeito somente aos jovens, mas precisam ser assumidos como objetivos da formação da juventude se pretendemos que essa luta efetivamente continue.

Como foi dito durante o seminário, o momento atual de bloqueio da reforma agrária nos exige um grande esforço de superação, mas não de negação do que fizemos como MST ao longo destes 30 anos. Se a juventude negar essa história estará negando a si mesma, como fruto das lutas e projeção de futuro. A reforma agrária popular será o que os jovens se dispuserem a fazer daqui para frente e todos, de todas as gerações, estamos convocados a manter essa bandeira erguida, no rumo do horizonte da sociedade socialista.

Desafios do momento atual

1. Formar lutadores e sujeitos políticos em um período de descenso das lutas de massa e de despolitização da vida social. Este é o momento atual, em que as contradições se acirram, mas não se explicitam à

grande maioria e o ambiente social ideologicamente construído é desfavorável à participação política, referencia o isolamento e a ideia de que luta e organização coletiva são coisas ultrapassadas. O reas- censo das lutas, e mesmo da luta específica pela reforma agrária, não acontecerá apenas pela atuação do MST. Mas não podemos desconsiderar que nossos assentamentos carregam uma identidade de luta que pode ser um diferencial importante nesse reascenso, desde que cultivemos essa identidade e exercitemos a participação política de todas as gerações, cada qual com suas tarefas específicas, na resistência às iniciativas de desagregação e destruição das nossas áreas, na condução do nosso destino. Se a ofensiva está com os inimigos, quer dizer que não faltam razões para lutar e para participar, mas o momento nos exige sabedoria, porque as derrotas do último período têm pesado ideologicamente contra a classe trabalhadora. Sabedoria significa um conhecimento cada vez mais rigoroso da realidade atual, que nos permita agir nas contradições, formulando questões adequadas e proposições justas, combinado com cultivo de valores e convicções que firmem horizontes pelos quais lutar. A questão central dos debates de preparação do VI Congresso está formulada nessa perspectiva: qual o nosso projeto de reforma agrária e que argumentos temos para que essa luta continue sendo considerada necessária pela sociedade, porque projeta futuro?

Trabalhar com a juventude para inseri-la na luta no período de criação do MST parecia mais fácil. Acampar aos 16 ou 17 anos era uma opção efetiva para os filhos de trabalhadores Sem Terra e, mais adiante, para os próprios filhos de famílias assentadas. E é importante lembrar que o Movimento foi constituído por famílias inteiras e suas primeiras lideranças foram jovens. Hoje uma inserção mais vigo- rosa depende do avanço do debate sobre a reforma agrária popular e do envolvimento ativo dos jovens na construção do projeto estratégico da agricultura camponesa, começando pelos jovens dos assenta- mentos e acampamentos, e intencionalizando o trabalho que podem fazer com outros jovens, do campo e da cidade. A rebeldia, característica própria da juventude, precisa ser potencializada para lutas sociais e projetos coletivos. Isso requer hoje uma formação política que enraíze na história da luta de classes uma geração que ainda não conseguiu participar de lutas efetivamente de massa, não tendo a experiência pes- soal de vitórias ou derrotas de classe.

E do ponto de vista formativo também não podemos esquecer que para o MST a luta social é uma matriz formativa fundamental, insubstituível. O embate, as situações de conflito aceleram a formação da consciência porque escancaram as contradições que movem a realidade e nos situam na história de que fazemos parte. E compreender a historicidade do real e saber enfrentar contradições e conflitos são aprendizados humanos fundamentais para nosso projeto, de sociedade, de humanidade.

2. Formar trabalhadores camponeses em um período de ascenso do agronegócio. O debate de construção

do projeto de reforma agrária popular coloca em questão a contradição entre modelos de agricultura, identificada na oposição entre a agricultura capitalista (agronegócio) e a agricultura camponesa, com matrizes produtivas e tecnológicas diferentes, com lógicas opostas de pensar a relação do ser humano com a natureza (agrobiodiversidade), a apropriação da terra, as relações de trabalho. Nas formulações que estão em curso, não apenas pelo MST, mas por uma grande articulação de organizações camponesas, há questões que ainda precisam de amadurecimento. Mas já há um acúmulo suficiente, de compreens ão das contradições do modelo capitalista de agricultura e de práticas de agricultura camponesa, para não titubearmos no planejamento de uma atuação mais incisiva na formação da nova geração de camponeses. O problema é que esse acúmulo está pouco apropriado pelas instâncias e pela base do Movimento e temos uma incidência forte do agronegócio em nossas áreas (enquanto lógica de produção e enquanto ideologia), além de influências externas que reforçam preconceitos em relação à opção camponesa. Ao mesmo tempo temos experiências importantes de desenvolvimento da agricultura camponesa que con- firmam a justeza das proposições políticas que estamos fazendo, algumas delas envolvendo ativamente a participação da juventude assentada. O desafio é multiplicar estas práticas, e isso também inclui luta coletiva por fundos públicos que ajudem na produção e difusão de tecnologias apropriadas ao nosso pro- jeto (volta o desafio anterior da luta e que deve envolver os jovens e também suas escolas). É preciso obter conquistas para os trabalhadores camponeses, mesmo nesse momento de hegemonia do agronegócio, até para passar a mensagem aos jovens de que vale à pena lutar pelo nosso projeto. E, principalmente é preciso uma intencionalidade mais forte na denúncia da perversidade social, ambiental, humana, do modelo do agronegócio e das falácias dos discursos de seus defensores. Ou seja, no momento atual não tem como formar trabalhadores camponeses sem formar lutadores.

Do ponto de vista da formação da juventude há desafios específicos importantes. Não podemos na- turalizar a ideia de que a única alternativa de geração de renda para a juventude, sempre colocada como fator determinante de sua permanência no assentamento, é sua saída para o assalariamento precário. Os jovens precisam ser provocados a discutir a situação dos assentamentos a partir dessa nova chave de leitura, que é o debate da reforma agrária popular. Nosso esforço deve ser para que entendam que sua participação nesse novo momento da luta é a alternativa para não serem obrigados a deixar os assenta- mentos, o campo, em busca de trabalho. E nos assentamentos onde a situação ainda é de pobreza ou de subordinação à lógica do agronegócio, que reduz drasticamente as possibilidades de trabalho, não se tra- ta de esperar que alternativas sejam construídas pelos outros. Em muitos casos pode ser o protagonismo juvenil, vinculado organicamente à estratégia do Movimento, que produza alternativas ou que reverta a lógica de pensar a produção em nossas áreas. Isso já acontece em alguns assentamentos, onde grupos de jovens passaram a produzir alimentos agroecológicos para o programa nacional de alimentação escolar, por exemplo.

Outro desafio que temos é de envolver os jovens desde cedo, 12 ou 13 anos, em práticas mais de- senvolvidas de produção agrícola camponesa, onde elas já existem e onde há possibilidades para que se criem. Isso exige, do ponto de vista de concepção educativa, a reafirmação do trabalho como base da

formação do ser humano, algo que tem sido relativizado inclusive em nossas áreas. Na lógica da agri- cultura camponesa a ideia do trabalho familiar é retomada, mas precisa ser feita em patamares de tra- tamento que elevam a qualidade da vida humana e as potencialidades de desenvolvimento da infância e da juventude e não o contrário.

3. Unificar as lutas dos trabalhadores nesse momento de descenso e de mobilizações restritas e corporativas. A construção do projeto de reforma agrária popular não pode ser (não está sendo) obra do MST apenas. O avanço no confronto real, prático, entre modelos de agricultura depende da unidade de lutas e de pro- jeto entre as organizações camponesas e, mais amplamente, do conjunto dos trabalhadores do campo, incluindo os assalariados do agronegócio, nem sempre sindicalizados e muitos ainda vítimas do trabalho escravo. Precisa também da aliança com os trabalhadores da cidade, mas tendo presente que essa aliança depende de avançarmos na proposta de reforma agrária e de agricultura que dispute a visão predominan- te na sociedade, inclusive entre os trabalhadores, que não identifica a oposição entre modelos e considera o agronegócio como a garantia de mais alimentos, por confundi-lo com o todo da produção agrícola do país. A reforma agrária não é nesse momento uma pauta comum ao conjunto dos trabalhadores.

Há muitos jovens, especialmente da faixa etária acima dos 17 anos, envolvidos no desafio de unifica- ção dos debates e das lutas. O encontro unitário de 2012 representou um avanço significativo e contou com a participação da juventude. Mas isso precisa ser desdobrado em ações específicas de articulação de jovens de diferentes organizações camponesas, inclusive para ampliar o desenvolvimento de grupos de produção. É desafio articular lutas e atividades entre jovens do campo e da cidade, para pautas comuns da juventude, mas também para que se pautem questões do campo que afetam a todos. Essa é uma dis- cussão importante: não é negando a especificidade camponesa que a juventude de nossas organizações avançará para uma articulação de classe, mas sim tratando de questões que formula desde a materialida- de de sua inserção social no bojo de uma totalidade mais ampla, discutindo os vínculos com outras ques- tões formuladas pelos jovens desde outras vivências, outros debates e que também dizem respeito a to- dos: lutas pela democratização dos meios de comunicação ou contra os leilões do petróleo, por exemplo.

4. Preservar e radicalizar o protagonismo dos camponeses na condução de suas lutas e do seu destino his- tórico. Este protagonismo é um patrimônio construído na luta pela reforma agrária em nosso país e é

ele que historicamente motivou tanto combate às organizações camponesas, mesmo quando defende- ram um tipo de reforma agrária feita nos marcos das relações capitalistas. O protagonismo coletivo dos trabalhadores assusta a burguesia. E o dos trabalhadores camponeses, em particular, assombra hoje o agronegócio, como historicamente tem assombrado os donos dos latifúndios. Protagonismo significa ser sujeito direto da análise da conjuntura, da tomada de decisões e de sua implementação. É luta feita pelos próprios trabalhadores envolvidos e não por representação. É constituição de organizações autônomas, o que não quer dizer que atuem de forma isolada, mas cujas alianças não interferem no seu rumo político.

Na formação da juventude trata-se de uma dimensão fundamental: aprender a ser protagonista pela efetiva participação em práticas sociais que exijam esse protagonismo. Não se aprende a tomar decisões sem ter que tomá-las, muitas vezes, e sem assumir a prática e os resultados das decisões tomadas. Não se aprende a ser protagonista se todos os espaços de participação são tutelados. O exercício da auto- -organização coletiva e autônoma dos jovens é fundamental no perfil de lutadores e construtores que precisamos formar. E o aprendizado da organização implica em aprender a subordinar-se ativamente a um coletivo. Por isso mesmo, para os objetivos que temos, a formação do protagonismo juvenil é questão complexa, que em alguns lugares se torna um impasse: precisamos formar a juventude como protagonis-

ta e militante de uma organização coletiva construída por diferentes gerações e comandada, de modo

geral, por adultos (ou jovens adultos). Militantes são aquelas pessoas que se colocam a serviço da orga- nização e de sua causa. O desafio é garantir nas tensões das práticas concretas o justo equilíbrio entre protagonismo e subordinação ativa a uma organização coletiva, entre os coletivos de jovens e o conjunto da organização, entre as pessoas e seus coletivos. Já aprendemos em nosso percurso sobre a importância da auto-organização dos jovens em grupos específicos, para atividades específicas, vinculadas organi- camente ao Movimento. Mas no seminário discutimos que ainda é desafio pensar as formas que essa auto-organização pode assumir, considerando as várias dimensões da vida, e sem deixar de enfrentar o desafio de participação dos jovens na construção de novas relações sociais nos assentamentos, mexendo com a dimensão fundamental do trabalho produtivo. Da mesma forma que na escola ou para atuação sobre a escola essa auto-organização é necessária e formativamente muito fecunda.

5. Educar para uma visão de mundo socialista em um tempo de hegemonia do neoliberalismo. Há um

embate vital de valores que fará a diferença no desenlace das lutas do momento atual. Quanto mais as contradições fundamentais do modo de produção capitalista se acirram, correndo o risco de serem percebidas por mais gente, fica ainda mais forte a investida de legitimação do sistema no plano cultu- ral, ideológico. O neoliberalismo produziu e usa como armas alguns pilares fundamentais de defesa do capitalismo: individualismo, consumismo e cultura de ganância, presenteísmo, hedonismo insensato (culto absoluto ao prazer, individual e imediato)3. Quem orienta sua vida por esses valores (para nós, antiva-

lores) não se formará como lutador social e construtor de uma sociedade fundamentada em parâmetros socialistas de relações sociais e humanas. Todas as gerações estão sendo vítimas dessa investida ideológi- ca, mas o estrago tem sido maior na juventude, exatamente por ser essa uma fase da vida de definições, de construção da identidade, de firmar uma visão de mundo.

Quem trabalha com jovens hoje sente o peso do que significa educar uma geração que é filha da he- gemonia ideológica do neoliberalismo. Em nosso caso, os desafios anteriores, se assumidos como chaves organizadoras da formação da juventude, já se colocam em uma ofensiva contra-hegemônica. Mas há desafios específicos do plano cultural que foram destacados nas discussões do nosso seminário. Um de- les se refere aos padrões de consumo, que se relaciona à questão de como se dimensiona a necessidade de renda monetária. É preciso uma intencionalidade educativa forte (e a escola também pode ajudar nisso) para tornar consciente e objeto de análise coletiva a distinção entre necessidades reais objetivas, plano do valor de uso, e falsas necessidades criadas pela ideologia de que “ser é consumir” e consumir quer dizer comprar mercadorias.

Um outro desafio formativo específico, que se desdobra desse primeiro, tem a ver com a noção de

lazer. É recorrente a ideia, que apareceu também na pesquisa feita com nossos jovens, que a falta de lazer

é um dos motivos da saída dos assentamentos. O lazer é reconhecidamente uma dimensão necessária à vida humana mais plena. Mas a ideologia neoliberal nos faz acreditar que existe uma relação necessária entre lazer e consumo, que o lazer é mercadoria a ser comprada e está sempre longe de onde estamos e do que já fazemos. Contraditoriamente (ou não, na lógica capitalista), se o lazer é algo que se compra, é preciso trabalhar mais para isso, e cada vez mais se o desejo for pelo acesso a formas mais sofisticadas (caras) de lazer, o que então não deixa tempo nem fôlego para desfrutá-lo. O lazer, como forma de ativi- dade humana criativa, demanda trabalho, mas não para comprá-lo e, sim, para sua criação, organização.

3 A expressão “hedonismo insensato” é de Terry Eagleton em Marx estava certo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012, p. 3, que iden-

tifica nesse culto ao prazer um dos ingredientes que somam no momento atual de distorção constante do significado e do sentido da existência humana.

Jovens que vão para a cidade em busca de lazer, geralmente não têm a compreensão do que poderiam realizar, no assentamento ou fora dele, no campo ou na cidade, desde essa outra lógica. Mas há muitas práticas culturais juvenis em nossas áreas em outra perspectiva: grupos de teatro, de capoeira, bandas de música, cinema da terra, saraus literários, gincanas, festas comunitárias... Essas práticas fazem o con- fronto aberto, ainda que com forças bem desiguais, à lógica da indústria cultural, que é o nome do modo como o capitalismo organiza essa investida ideológica no plano da cultura.

No mesmo plano está o desafio de enfrentar questões fortes na agenda da juventude como sexua- lidade, afetividade, relações de gênero, religiosidade, acesso a diferentes tecnologias, uso de drogas e álcool, desde os mesmos parâmetros contra-hegemônicos com que no Movimento costumamos tratar