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4 RELATO ANALÍTICO DAS TÉCNICAS LOGÍSTICAS DE

4.5 Desafios da operação logística

A operação logística trata-se, resumidamente, de uma ferramenta administrativa que busca planejar, organizar e executar atividades empresariais que envolvem armazenagem, circulação de insumos e produtos, e o processo de distribuição. Gerenciar um ciclo logístico não é atividade simples, exige integração com os setores, organização e, principalmente, recursos para operação, como já foi explanado no capítulo 2.

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os principais desafios enfrentados no decorrer do gerenciamento logístico. Com relação aos desafios foram ressaltadas as seguintes percepções:

• Ausência de softwares voltados para esta atividade;

• Trabalhar com produtos perecíveis com recursos de controle escassos; • Espaço físico insuficiente;

• Segregação de atividades;

• Não aplicação da metodologia de logística integrada.

Como já é sabido, os recursos tecnológicos usados no gerenciamento de tarefas organizacionais estão cada dia mais disseminados nas empresas, e para muitos, tornou-se algo indispensável, visto que o trabalho manual aumenta severamente os riscos de perdas, além de que podem ser vistos como desvantagem competitiva. O não uso destas ferramentas tecnológicas e softwares adequados gerou certa insatisfação por parte dos entrevistados, pois está ausência atrasa os níveis de produção, não garantem a veracidade das informações e isto implica em retrabalho.

Trabalhar com produtos perecíveis é uma das atividades de maior complexidade para comercialização, como já foi enfatizado no decorrer deste trabalho. Para que atividades possam ser executadas de forma ótima e proporcionando o crescimento empresarial é necessário que ocorram investimentos financeiros nos processos que assegurarão que o produto chegue ao cliente no tempo correto, do modo correto e com a qualidade desejada.

O espaço físico passou a ser um dos desafios devido ao crescimento produtivo da empresa, as demandas de mercado aumentaram consideravelmente, e consequentemente a produção também, contudo, o espaço físico permaneceu mesmo, e isto pode tornar-se um limitador de vendas, visto que a produção não conseguirá mais atender a expectativa e procura dos clientes, devido à ausência de espaço para produzir e armazenar.

A presença da logística integrada é um dos requisitos de maior representatividade para o bom desempenho operacional, e a partir do momento que este pilar não está alinhado começam a surgir lacunas que induzem as falhas de operação, como ruídos na comunicação e divergência de dados. A segregação das atividades que deveriam ser de responsabilidade do setor logístico aumenta ainda mais as dificuldades já existentes devido a não integração.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo buscou compreender e descrever a sistematização logística de operação inerente as atividades de transporte e controle de estoque de uma cooperativa de laticínios na cidade de Maranguape-CE.

A relevância deste estudo se confirmou por meio do aprofundamento do referencial teórico e dos resultados alcançados através das entrevistas aplicadas no contexto operacional da indústria estudada, que demonstrou o quão essencial é a correta prática da ferramenta logística para que os processos possam estar correlacionados de forma a gerar um aproveitamento máximo dos recursos.

Respondendo ao problema do estudo, “quais as práticas e técnicas de maior relevância do sistema operacional logístico de controle de estoques e transporte de uma cooperativa de produtos lácteos perecíveis? ”, os resultados evidenciam que estes processos estão intimamente ligados ao atendimento de normas e especificações técnicas e todo seu desenrolar de execuções deve ser padronizado. Os dados coletados enfatizam que as técnicas de roteirização dos veículos, acondicionamento de produtos e a contagem periódica dos estoques são as de maior relevância para o bom fluxo da cadeia logística de perecíveis lácteos.

A pesquisa esclareceu que apesar das inúmeras dificuldades e escassez de recursos é possível adaptar as ferramentas básicas que fundamentam a operação logística para que se consiga realizar as atividades bases, no entanto, apenas funções simplificadas não é o suficiente para que se tenha o setor funcionando com sua capacidade máxima de resultados e proporcionando algum tipo de diferencial no mercado atuante.

Objetivo geral deste trabalho que consistia em analisar o processo logístico de transporte de controle de estoque de uma cooperativa de laticínios de Maranguape foi atingido com êxito, bem como seus objetivos específicos, pois, conseguiu descrever todo o processo realizado na atividade de transporte e controle de estoque, elencando os principais desafios de operação relacionados a estas duas etapas.

Com relação as limitações para a realização desta pesquisa, podem-se que dificultaram um pouco o desenvolvimento deste conteúdo. As entrevistas, apesar de serem apenas com os gestores, exigiram maior flexibilidade quantos aos horários disponíveis, mas resultaram em um vasto leque de informações que

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atestaram a necessidade da realização deste estudo. Outro fator que merece destaque foi a ausência de informações documentadas, pois os processos não estavam registrados em manuais ou de forma mapeada, foi preciso que o pesquisador se empenhasse com maior intensidade para a coleta das informações e fosse construindo o fluxo de realização das tarefas para que os resultados aqui explanados fossem os mais fieis possível a realidade da empresa analisada.

Visto isto, o estudo foi de suma importância para a formação do pesquisador, pois foi fonte de conhecimento e aprendizagem de uma realidade de operação de fundamental presença para o bom desempenho de uma empresa, e que por muitas vezes não recebe a significação que merece.

Diante da realidade logística observada na empresa, confrontada com as teorias explanadas no referencial teórico a respeito do assunto, é cabível concluir que a cooperativa desvia suas operações de alguns conceitos e teorias bases, e que em alguns momentos cria métodos alternativos para operar diante das condições reduzidas.

Como sugestão, a empresa poderia implementar práticas de melhorias assistidas no setor, intencionando unificar as segregações existentes com relação as divisões de atividades originárias desta função administrativa, para que assim a logística possa operar de forma integrada. Além disto, a empresa poderia mapear seus processos e documenta-los como forma de manual de correta operação e ajustes, para que em ocasiões futuras possam ser visualizadas facilmente e sirva, inclusive, para nortear novo colaboradores.

Como pesquisa futura, é sugerida a realização de um estudo abordando as práticas de implementação de melhoramento operacional para o setor de logística de laticínios e a percepção da vantagem competitiva ocasionada por estas práticas.

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APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO AO SUPERVISOR DE LOGÍSTICA Nome Setor Cargo Tempo de empresa Idade Formação e Qualificações profissionais

01) Como funciona o processo de logística da empresa?

02) Existe algum modelo (teórico) logístico que seja aplicado aqui?

03) A empresa se espelha no desenho logístico de alguma outra empresa?

04) Quanto aos transportes, quais os principais modais utilizados para transportar os produtos?

05) O serviço de transporte é terceirizado? Se sim, por qual motivo?

06) Quantos caminhões são necessários para realização do transporte dos produtos atualmente?

07) Como ocorre a definição da roteirização do transporte?

08) Os caminhões saem totalmente carregados ou parcialmente? 09) Como os perecíveis são acondicionados para transporte?

10) A empresa realiza o controle de estoque? Como ocorre o processo? 11) Quem são os responsáveis pelo gerenciamento dos estoques?

12) A empresa utiliza alguma técnica como o just in time, revisão periódica ou alguma técnica de controle?

13) Vocês utilizam estoque de segurança? Como calculam esse volume? 14) Quais os principais desafios enfrentados para a operação logística?

APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO AO GERENTE DE PRODUÇÃO Nome Setor Cargo Tempo de empresa Idade Formação e Qualificações profissionais

01) Quais políticas de estoque norteiam as atividades de controle de frios?

02) Quem realiza o processo de controle de estoque de frios?

03) Como funciona o processo de controle de estoque da empresa?

04) A empresa utiliza alguma técnica como o just in time, revisão periódica ou alguma técnica de controle?

05) Vocês utilizam estoque de segurança? Como calculam esse volume?

06) Quais os principais desafios enfrentados para o controle de estoque de frios?

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