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Sistematização do processo de controle de estoques e transporte de perecíveis lácteos: um estudo de caso em uma cooperativa de Maranguape-Ce

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

ROSA CAROLINE OLIVEIRA FERNANDES DE SOUSA

SISTEMATIZAÇÃO DO PROCESSO DE CONTROLE DE ESTOQUES E TRANSPORTE DE PERECÍVEIS LÁCTEOS: um estudo de caso em uma

cooperativa de Maranguape-ce

FORTALEZA 2018

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ROSA CAROLINE OLIVEIRA FERNANDES DE SOUSA

SISTEMATIZAÇÃO DO PROCESSO DE CONTROLE DE ESTOQUES E TRANSPORTE DE PERECÍVEIS LÁCTEOS: UM ESTUDO DE CASO EM UMA

COOPERATIVA DE MARANGUAPE-CE

Monografia apresentada ao Curso de Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientador: Prof. Dr. José Carlos Lázaro Da Silva Filho.

FORTALEZA 2018

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ROSA CAROLINE OLIVEIRA FERNANDES DE SOUSA

SISTEMATIZAÇÃO DO PROCESSO DE CONTROLE DE ESTOQUES E TRANSPORTE DE PERECIVEIS LACTEOS: UM ESTUDO DE CASO EM UMA

COOPERATIVA DE MARANGUAPE-CE

Monografia apresentada ao Curso de Administração do Departamento de Administração da Universidade Federal do Ceará, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Administração.

Aprovada em: / / .

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. José Carlos Lazaro da Silva Filho (Orientador) Universidade Federal do Ceará (UFC)

Prof. Dr. Diego de Queiroz Machado Universidade Federal do Ceará (UFC)

Prof. Dr. Claudio Bezerra Leopoldino Universidade Federal do Ceará (UFC)

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A Deus.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente a Deus, que com todo seu companheirismo e cuidado me mostrou que sempre é tempo de recomeçar, nunca permitindo que eu desistisse de lutar. A Ele que me amparou nas maiores vitórias e derrotas, e é o meu porto seguro.

A Nossa Senhora, minha fiel intercessora e guardiã, quem me ensinou a acreditar na providência de que tudo acontece no tempo certo, e que nada é por acaso, basta apenas confiar.

Ao meu pai, que apesar de todas as dificuldades, sempre foi rocha firme para que eu pudesse subir degraus na minha vida acadêmica e acreditou na minha capacidade de lutar. E a minha mãe que sempre foi exemplo de força, coragem e perseverança, a ela que sonhou e bravamente lutou comigo por essa conquista, meu exemplo de confiança e fé.

Aos meus irmãos, que trouxeram alegria e força nessa trajetória.

Aos meus amigos, que durante a realização deste trabalho, me apoiaram e impulsionaram diante dos inúmeros obstáculos que encontrei durante o caminho. Em especial aos amigos que levarei para a vida: Thaís, Matheus, Linne e Jéssica, sem vocês está jornada não seria tão gratificante.

Ao meu sweet companheiro e incentivador deste sonho, alguém que acompanhou meu crescimento e me mostrou que com dedicação e esforço somos capazes de mudar o rumo de nossa história.

Por fim, ao professor Dr. José Carlos Lázaro, pelo apoio prestado como orientador na construção deste trabalho.

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“Nada pode nos salvar mais do que quando somos amados. ”

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RESUMO

A logística, de forma simplificada, trata-se de uma ferramenta gerencial para planejamento de controle de estoque, armazenagem e distribuição, provendo recursos para a boa operação de uma empresa. Esta especialidade da administração tem por objetivo assegurar que os produtos corretos cheguem aos locais corretos, de maneira correta, no tempo correto e com um custo ideal para a empresa. O presente estudo objetivou analisar as práticas logísticas de controle de estoque e transporte de perecíveis da Leite Maranguape, cooperativa agrícola de laticínios existente há 59 anos. O estudo foi desenvolvido por meio de uma abordagem metodológica descritiva e qualitativa. No que condiz aos meios, o trabalho se deu de forma documental e bibliográfica mediante o método de investigação de estudo de caso incorporado. As informações de maior relevância para o presente estudo foram angariadas por meio de entrevistas realizada com o supervisor de logística e gerente de produção da empresa. Por fim, o trabalhou almejou explanar de modo conciso as fases componentes do processo de controle de estoque e transporte dos perecíveis lácteos produzidos, desde a fase de planejamento operacional até os desafios enfrentados para que o insumo chegue aos polos de fabricação, seja manufaturado e siga para a mesa do consumidor.

Palavras-chave: Logística de laticínios. Controle de estoque. Transporte.

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ABSTRACT

Logistics, in a simplified way, is a management tool for planning inventory control, storage and distribution, providing resources for the good operation of a company. This administration specialty ensures that the correct products arrive at the correct location, in the correct manner, at the correct time, with an ideal cost for the company. The purpose of this work is to analyze the logistic practices of inventory control and transport of perishables of Leite Maranguape, an agricultural cooperative existing for 59 years. The methodological approach of the study was consisted of a descriptive and qualitative. In relation to the means, the work was performed in a documentary and e bibliographical form by research method incorporated of case study. The main information for the present study was collected through interviews realized with the logistics manager and production manager of the company. Finally,the work sought to explain so concise phases process components of stock control and trasnportation of perishables dairy products produced, from the planning phase untill operational challenges faced to the input reaches the manufacturing hubs, is manufacturing and head to the cosumer’s table.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Elementos bases para o planejamento logístico ... 22

Figura 2 - Organograma atualizado Leite Maranguape ... 43

Figura 3 - Fluxo de atividades logísticas ... 44

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Fases evolutivas do enfoque logistico ... 20 Quadro 2 - Funcionalidades do estoque ... 24 Quadro 3 - Estrutura de custos de cada modal ... 31

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LISTA DE SIGLAS, ABREVIATURAS E SIMBOLOS

ABIA Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação ANTT Agência Nacional de Transportes Terrestres

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

CE Ceará

CNNPA Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos CNT Confederação Nacional de Transporte

CSCMP Council of Supply Chain Management Professionals FIFO First in first out

G Grama

IN Instrução Normativa

JIT Just in time

LIFO Last in first out LTDA Sociedade Limitada PIB Produto interno bruto SR. Senhor

UHT Ultra-High Temperature

ºC Celsius

Nº Número

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ... 15

1.1 Contexto ... 15

1.2 Questão norteadora da pesquisa ... 16

1.3 Objetivo geral e específico ... 17

1.4. Justificativa ... 14

1.5 Estrutura do trabalho ... 18

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 19

2.1 Conceituação Logística ... 19

2.1.1 Processo de controle de estoque e suas técnicas ... 23

2.1.1.1 Sistema de Revisão contínua ... 25

2.1.1.2 Sistema de revisões periódicas ... 26

2.1.1.3 Metódos tipo push e pull ... 26

2.1.1.4 Just in time ... 27

2.1.2 Processo logístico de transporte e suas técnicas ... 27

2.2 Logística de perecíveis ... 31

2.2.1 Logística dos perecíveis lácteos ... 33

3 METODOLOGIA ... 37

3.1 Classificação ... 37

3.2 Coleta de Dados ... 38

3.3 Definição do Método de Análise ... 39

4 RELATO ANALÍTICO DAS TÉCNICAS LOGÍSTICAS DE CONTROLE DE ESTOQUE E DISTRIBUIÇÃO DA COOPERATIVA DE LATICÍNIOS ... 40

4.1 Apresentação da cooperativa de lacticínios ... 41

4.1.1 Aspectos comerciais: missão, visão e valores ... 42

4.1.2 Estrutura organizacional... 42

4.2 Supervisão Logística ... 43

4.3 Atividades de transporte... 45

4.3.1 Definição de rotas e acondicionamento nos veículos ... 46

4.4 Atividades de controle de estoque ... 48

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 53

REFERÊNCIAS ... 55 APÊNDICE A – ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO AO

SUPERVISOR DE LOGÍSTICA ... 58 APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO AO

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1 INTRODUÇÃO

Está primeira seção busca apresentar de maneira geral alguns elementos fundamentais para o bom desenvolvimento do tema trabalhado nesta pesquisa, ressaltando o contexto no qual está inserida, a questão que motivou a busca pela resposta de um problema, o objetivo geral e objetivos específicos que deverão ser alcançados neste processo, a justificativa pela escolha da temática e a estrutura que irá compor este estudo.

1.1 Contexto

A indústria de alimentos possui grande representatividade na economia do Brasil, apresentando uma das mais tradicionais e consolidadas estruturas produtivas existentes da nação. No ano de 2016 o setor alimentício encerrou suas atividades com um faturamento de R$ 614,3 bilhões de reais, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA), no qual aproximadamente 11% deste faturamento é oriundo da comercialização da indústria de laticínios, o que a deixa na quarta posição no ranking brasileiro dos principais produtos negociados (ABIA, 2016).

O setor lácteo brasileiro está em constante estado de mudanças desde meados da década de 1990. A indústria de laticínios foi a grande desbravadora de tais mudanças, sendo um dos elos de maior dinamicidade e influência da cadeia produtiva (CARVALHO, 2010).

Segundo Carvalho (2010), a cadeia produtiva do leite é bastante singular e complexa dentro da indústria de alimentos. Isso ocorre por consequência das necessidades prévias de se adquirir os insumos pertinentes à fabricação dos produtos, estes insumos são provenientes de cooperativas de produtores e outras indústrias, o que ocasiona uma relação de dependência dos fornecedores, e passa a exigir da indústria de lacticínios um maior empenho no desenvolvimento de técnicas de fabricação e distribuição do produto para garantir a participação no mercado.

O deslanchar da cadeia produtiva do leite no Brasil iniciou em meados da crise de 1929, quando se fez necessária a permutação das importações e o aumento do mercado consumidor. No período de 1950 a 1990 as mudanças começaram a ser físicas e envolveram modernização de estradas, inovações em

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embalagens, adaptações de técnicas e equipamentos para a produção do leite, e a chegada das multinacionais do setor agroindustrial. Dentre estas chegadas o destaque foi a tecnologia das embalagens tetra park, que envasa o leite integral. Tal ferramenta passou a proporcionar uma maior durabilidade na validade para consumo, o que pode ser considerado como uma das maiores evoluções na época, pois acarretou em melhorias no que se diz respeito à alta perecibilidade do leite (GOMES et al., 2004).

Os avanços no setor lácteo brasileiro nas últimas décadas foram surpreendentes, tal fato deu-se por meio da atuação dos diferentes elos da cadeia produtiva, pela valorização do processo de qualidade total aplicada na fabricação dos produtos e pelo grande investimento em técnicas logísticas.

As ferramentas desenvolvidas no processo logístico empresarial podem proporcionar vantagens competitivas de alta relevância, elas criam valor, minimizam os problemas relacionados a falta de insumos na cadeia de suprimentos, viabilizam tecnologias para controlar todo o processo de estocagem, armazenagem, distribuição e roteirização de entregas, além de possibilitar a geração de informações para tomada de decisão.

1.2 Questão norteadora da pesquisa

O presente estudo almeja responder o seguinte questionamento: “Quais as práticas e técnicas de maior relevância do sistema operacional logístico de controle de estoques e transporte de uma cooperativa de produtos lácteos perecíveis? ”

1.3 Objetivo geral e específico

Objetivo geral:

Analisar o sistema logístico do processo de controle de estoques e transporte de perecíveis em uma cooperativa de laticínios do município de Maranguape.

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Objetivos específicos:

a) Analisar as técnicas utilizadas no processo de controle de estoques dos perecíveis lácteos;

b) Analisar as técnicas utilizadas no processo logístico de transporte dos perecíveis lácteos;

c) Identificar os principais desafios das operações relacionadas a transporte e controle de estoque.

1.4. Justificativa

Esta pesquisa demonstra a necessidade de aprimorar o estudo da logística dos produtos lácteos com base nas informações que atestam que a cadeia de lacticínios no Brasil é de grande relevância socioeconômica, pois além de gerar altos faturamentos anuais, é uma das maiores geradoras de emprego na zona rural do país, abrigando desde o pequeno pecuarista até os grandes produtores de leite (ABIA, 2016).

Dentro das atividades logísticas de uma empresa o transporte e estocagem de produtos demandam grandes custos operacionais, saber como sistematizar esses processos é de extrema importância, pois quando as inconsistências ocorrem durante a execução das atividades os prejuízos podem ser de níveis comprometedores para a saúde financeira do empreendimento (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).

O presente estudo trata-se de um interesse particular profissional no tema, a ânsia por mapear o processo de armazenagem e distribuição de lácteos, identificando os fatores críticos operacionais e assim fomentar a construção de conteúdo que poderá ser útil na correção e reorganização da sistemática logística dos perecíveis.

A colaboração acadêmica que este trabalho deseja proporcionar engloba observações quanto ao processo de controle de estoque de produtos lácteos e a maneira como estes produtos são armazenados no processo de distribuição para atacadistas e varejistas, apresentando para possíveis novos produtores e fabricantes lácteos informações que irão auxiliar na definição do escopo desses processos de maneira otimizada.

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Nesse sentido, o presente estudo se utiliza de uma abordagem qualitativa acerca dos processos logísticos acima citados em uma indústria de lacticínios localizada no município de Maranguape - CE, através da adoção de um estudo de caso como estratégia. A pesquisa descritiva fomentara a elaboração deste trabalho como alternativa para compreender os fatores que operacionais logísticos.

Através de entrevistas com o gestor logístico e com a utilização da técnica de análise de conteúdo, os dados coletados serão analisados e fundamentarão as interpretações para assimilar as respostas do problema de pesquisa que será investigado.

1.5 Estrutura do trabalho

O presente estudo de caso será disposto em seis seções para melhor estrutura-lo. A primeira secção é esta introdução, onde informações sobre objetivos, embasamento de pesquisa e questão norteadora serão explicitados. Na segunda secção o foco será a abordagem do referencial teórico, fragmentado no resgate de conceitos e técnicas logísticas de controle de estoques e transporte de produtos; a terceira secção apresentará a metodologia utilizada para levantamento, coleta e análise de dados. Na quarta secção será descrito a organização do sistema de controle de estoques e transporte de produtos da indústria de lacticínios objeto de estudo; o quinto capítulo explanará a análise e interpretação dos resultados, que proporcionará um comparativo entre os objetivos desta pesquisa. Na última secção o foco será as considerações finais acerca das informações coletadas durante o desenvolvimento desta pesquisa e as conclusões obtidas por meio das análises.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Nesta segunda secção será explanado o referencial teórico que embasou esta pesquisa. De início, será contextualizado o conceito da ferramenta logística na administração, em seguida discorre sobre as técnicas utilizadas nas atividades de controle de estoque e transporte e a relação existente entre elas. E por fim, vem apresentar as informações desses procedimentos logísticos dentro do segmento de laticínios, setor alvo de estudo desta pesquisa.

2.1 Conceituação Logística

Os primeiros registros de atividades operacionais de armazenagem de suprimentos foram observados nos períodos de guerra, onde o exército elaborava maneiras estruturadas e táticas estratégicas para estocar materiais nas embarcações e pontos de apoio para os soldados. Estas guerras muitas vezes chegavam a durar um longo tempo, e exigiam que as armas, insumos, alimentos e ferramentas fossem transportadas de um local para o outro, a partir disto, foram surgindo mecanismos auxiliares, dando origem aos primeiros passos do que hoje conhecemos como logística (MARQUES; ODA, 2012).

Conforme o passar dos anos e diante das novas situações e anseios da sociedade e mercado, as técnicas foram sendo aprimoradas, variáveis foram sendo implementadas, as máquinas evoluíram e assim a logística que desfrutamos hoje foi sendo consolidada. Mas, para isto, foram precisas inúmeras fases de crescimento e descobertas, como descrito no quadro abaixo:

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Quadro 1: Fases evolutivas do enfoque logístico

Fonte: WOOD JR; ZUFFO, 1998 apud Marques e Oda (2012 p.16, adaptado).

Dentro desta grade de evolução, a logística pode ser adaptada para as mais diversas realidades de aplicação no mercado, no entanto, todas elas precisam estar solidificadas com base na logística empresarial.

A Logística Empresarial surge como uma ação coordenada das atividades interrelacionadas no ambiente interno da empresa, almejando integrar atividades de produção, marketing e finanças, para que então a logística deixe de ser percebida como um setor a parte e passe a agregar valor aos produtos e serviços, ofertando maior excelência para experiência do consumidor com a empresa (BALLOU, 2006).

Esta ferramenta é responsável por movimentar e controlar os custos e sistemas envolvidos no processo de transporte e controle de estoques de insumos e produtos, combinando os recursos financeiros e humanos para manter o equilíbrio nos custos operacionais (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).

“A logística refere-se à responsabilidade de projetar e administrar sistemas para controlar o transporte e a localização geográfica dos estoques de materiais, produtos inacabados, produtos acabados pelo menor custo total. Alcançar o menor custo total significa que os ativos financeiros e humanos aplicados na logística devem ser mínimos. Também é necessário manter os gastos operacionais o mais baixo possível (BOWERSOX CLOSS; COOPER, 2007, P.24). ”

Os sistemas de logística são processos de gestão estratégica para aquisição, movimentação e armazenagem de materiais e estoques, sendo, ainda, responsável pelo fluxo de informações. A sua essência busca construir um único

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plano que possa satisfazer os clientes dentro dos objetivos da empresa (CHRISTOPHER, 2011).

Quando se busca conhecer os níveis operacionais logísticos, entende-se que a logística é parte do processo de gerenciamento da cadeia de suprimentos de uma empresa, que capta a organização e interação do fluxo operacional.

De acordo com Ballou (2006), o principal objetivo da logística empresarial consiste em estabelecer e atingir metas de processamento da cadeia de suprimentos em virtude dos objetivos globais da empresa. Isto ocorre por meio do uso de ferramentas que constituem um mix de atividades que procuram apresentar o maior retorno possível de investimentos dentro do menor prazo.

Com uma linha de raciocínio semelhante à de Christopher, Bertaglia (2009), afirma que o poder que a logística possui de estar intimamente conectada com os objetivos da empresa, a cadeia de suprimentos, armazenagem e transporte, faz dela uma potência para alavancar a vantagem competitiva.

De maneira sistêmica, a logística consiste em um ciclo de atividades operacionais que transcendem da fase de planejamento do produto, ao recebimento e alocação dos insumos, produção, armazenagem do produto final, controle de estoque, transporte e distribuição para o atacadista ou varejista. Este fluxo de tarefas compõem a cadeia de suprimentos (supply chain) que consolida o gerenciamento básico logístico das indústrias (CHRISTOPHER, 2011).

De acordo com Gonçalves (2013), a logística pode ser assimilada sob uma percepção de três áreas distintas:

• Área de gestão de compras: visa garantir o suprimento dos bens e serviços necessários, seja para a produção ou para as demais tarefas da organização. O processo começa desde a pesquisa por

fornecedores até a finalização do pedido.

• Área de gestão dos estoques: almeja assegurar o suprimento dos materiais essenciais para o bom funcionamento da empresa,

reprimindo a falta de estoques que poderiam causar algum atraso nas atividades.

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• Área de gestão do (s) centro (s) de distribuição: tem por objetivo recepcionar os suprimentos adquiridos pela área de gestão de compras, e organizar a armazenagem dos materiais, além de atender às solicitações dos usuários nos mais variados setores.

Uma das principais características da ferramenta logística é a de atuar em vários setores, como: no planejamento e controle da produção, compras, fornecimento, administração de matéria-prima, armazenagens e centros de distribuição. Assim, essa atuação engloba diversas atividades, dando origem a um sistema de logística empresarial (DIAS, 2010).

Novaes (2007), desenha um esquema com os principiais elementos conceituais da logística para expressar os pontos bases a serem levados em consideração durante a elaboração desta funcionalidade gerencial.

Figura 1: Elementos bases para o planejamento logístico.

Fonte: Novaes (2007, p.36).

O processo logístico de uma empresa inicia com o estudo e planejamento do processo a ser implantado, em seguida a revisão e aprovação, passasse para a fase de implantação e operação, e então tem início a fase que está em constante mudança: a observação. Gerenciar um processo logístico exige atenção e observação, por se tratar de uma atividade de certa complexidade quantos aos

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problemas que podem surgir, precisa estar sendo monitorada, controlada e avaliada a todo instante, para garantir que cada fase está sendo executada de maneira acertada (NOVAES, 2007).

Com o avanço da competição internacional, a dedicação para se alcançar a qualidade no processo de compra, produção e venda está se tornando cada vez mais relevante para a gestão organizacional. Desta maneira, as técnicas logísticas evoluirão para acompanhar a necessidade empresarial (MARQUES; ODA, 2012).

Esta exigência do mercado por novas tecnologias, e modelos cada vez mais avançados de gerenciamento logístico fez com que está ferramenta da administração ganhasse alta relevância e enfoque no planejamento estratégico, sendo adaptada para cada segmento de mercado de acordo com a sua realidade e necessidade, combinando técnicas, modelos, instrumentos, legislações, objetivos empresarias e requisitos dos clientes para que se alcance um nível de operação com excelência (FRANCISCHINI; GURGEL, 2013).

A logística inicia e assegura a realização das práticas e objetivos dimensionados por uma empresa, sejam eles relacionados ao marketing, financeiro, comercial, produção ou qualquer outro departamento, a logística é peça chave para a concretização das atividades de maneira correta, é ela quem oferece condições solidas para que exista continuidade na relação entre consumidor e varejista (NOVAES, 2007).

2.1.1 Processo de controle de estoque e suas técnicas

Toda empresa deseja atender a necessidade de seus clientes de forma imediata, estando sempre pronta para ofertar aquilo que ele deseja, e para isto precisa assegurar o gerenciamento de seu estoque, conciliando todos os riscos e princípios que circundam esta etapa logística (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).O controle de estoque tem por finalidade gerenciar o fluxo de informações e potencializar os investimentos em insumos e planejamento de vendas, minimizando a necessidade de investimento de capital financeiro não programado, para que assim possa ser explorado de forma eficiente o gerenciamento do estoque (DIAS, 2005).

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Para que ocorra um correto controle de estoque, as informações precisam ser coerentes com a realidade de operação da empresa, e uma maneira de assegurar a veracidade destes dados é documentando e padronizando as informações. De acordo com Francischini e Gurgel (2013) existe uma nomenclatura clássica para os tipos de documentos que podem ser utilizados para a organização destes informes, os mais conhecidos são: requisição de compras, requisição de fabricação, requisição de material e solicitação de inspeção. Estes documentos auxiliam no processo de organização e controle de estoque e permitem uma recuperação de informações quando necessário.

Bowersox, Closs e Cooper (2007) discorrem que existem quatro funcionalidades primordiais para a manutenção dos estoques, são elas: especialização geográfica, desacoplamento, equilíbrio entre oferta e demanda e a proteção contra incertezas, como o quadro abaixo apresenta:

Quadro 2: Funcionalidades do estoque.

Fonte: Bowersox; Closs; Cooper (2007, p.145, adaptado).

Na formulação do estoque de uma empresa é preciso elaborar algumas exigências básicas que alicerçaram as atividades e considerarão as especificações de cata tipo de estoque, trata-se da política de estoque. Esta fase do ciclo gerencial engloba aspectos relacionados ao que comprar ou fabricar, como comprar, em que quantidade, quando agir e como distribuir geograficamente. Algumas empresas, por exemplo, optam por não manter seus estoques dentro do espaço físico empresarial, mas sim em armazéns externos e sobre controle de terceirizados (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). Bowersox, Closs e Cooper (2007) esclarecem também sobre o estoque médio de operação, que abrange os insumos, produtos inacabados e acabados. Toda empresa possui um valor máximo e mínimo de estoque, e a diferença entre este valor trata-se do lote de compra. Para que uma empresa

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entenda qual o seu nível de estoque médio ela precisa conhecer o valor do seu lote de compra, pois o estoque médio será metade do lote compra juntamente com o estoque de segurança, para que a operação fique resguardada das incertezas com relação a demanda.

Dias (2005), descreve alguns princípios básicos que devem nortear o controle de estoques, suas mais relevantes anotações dizem respeito a:

a) Determinação do que deve permanecer em estoque e quantidade de itens;

b) Com que periodicidade os estoques devem ser reabastecidos; c) Qual a quantidade a ser comprada;

d) Controle de estoques quanto a quantidade, valor e posição geográfica e) Identificar e retirar estoque obsoleto.

Para que seja determinado o plano tático para controle de estoques alguns aspectos precisam ser analisados, e estes acima citados são princípios básicos. Um fator que interfere fortemente neste processo é a determinação dos tipos de estoque que permaneceram na empresa, os mais comuns são de matéria-prima, produtos em processamento, inacabados e acabados (DIAS, 2005).

Depois de definidos os estatutos básicos da política de estoque dar-se início o processo de controle de estoque. Este mecanismo irá definir com que frequência os níveis de estoques deverão ser analisados para que se chegue a determinar quando e quanto comprar ou produzir. Está verificação é realizada de forma continua ou periódica, e pode ser realizada de forma manual ou computadorizada (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).

2.1.1.1 Sistema de Revisão contínua

Como o título do método já sugere, o sistema de revisão contínua revisa continuamente a situação dos estoques para determinar o momento de seu reabastecimento. Para que esta técnica funcione adequadamente todas as unidades de manutenção de estoque precisam estar especificadas. Este método é implementado pela combinação do ponto de reposição e pelo lote de compra (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). A análise continua estabelece uma comparação entre o estoque disponível e o estoque pedido com o ponto de reposição dos itens, caso a quantidade disponível adicionada à solicitada for inferior

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ao ponto de reposição estabelecido, tem início a elaboração de um pedido de reabastecimento (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).

2.1.1.2 Sistema de revisões periódicas

O mecanismo de revisões periódicas, conforme descreve Dias (2005), apresenta um ciclo de reposições periódicas de materiais, onde a quantidade solicitada será a necessária para cobrir a demanda do próximo período. Neste método leva-se em consideração ainda os níveis de estoque mínimo ou de segurança, para que se previna o consumo acima no normal e os atrasos na produção ou entrega durante o período de revisão e reposição.

Este é um sistema que realiza tarefas em tempos programados para a reposição de materiais, e os intervalos de tempo permanecem iguais. Os elementos que ponderam e levam a definir as datas são: estoque físico existente, consumo no período, tempo de reposição e o saldo de pedido no fornecedor. O principal empecilho deste método está na definição correta das datas de revisão, caso a data seja definida de maneira incorreta pode acarretar prejuízos como a periodicidade baixa entre as revisões e acumulo de estoque ou uma alta periodicidade e uma escassez de estoque, incorrendo em rupturas (DIAS, 2005).

2.1.1.3 Metódos tipo push e pull

O método push desenha suas atividades pautado na ideia de “empurrar” o estoque com base na sua procura de mercado para o presente e futuro. É um sistema comumente usados por fornecedores, visto que assim eles podem exercer certa pressão no mercado. No entanto, este sistema não seria a melhor indicação para uma empresa que trabalho com altos níveis de incertezas, pois pode gerar um alto nível de estoque e custos financeiros desregulados, além disto cria inconsistências na relação de oferta e procura (MAINSEL,2017).

Quanto a metodologia pull Mainsel (2017), descreve o processo como um gerenciamento de demanda pautado na necessidade de produção em função dos requisitos do cliente, proporcionando uma gestão de produção mais continua e sem desperdícios, que oferece para o cliente a sensação de produtos personalizados as suas condições.

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Em uma perspectiva competitiva, a ferramenta pull apresenta alguns déficits, como sua produção é estabelecida de acordo com a procura do mercado, o seu potencial de pressão quanto aos concorrentes é restringido e o seu tempo de produção pode não ser compatível com os demais, visto que a sua cadeia produtiva pode exigir alterações no processo e resultar no aumento de custos (MAINSEL,2017).

2.1.1.4 Just in time

A filosofia do Just in time surgiu no final dos anos 70 no Japão, desenvolvida pela Toyota Motor, sua ideia de operação consiste na metodologia de produzir de acordo com a necessidade apresentada, um sistema popularmente conhecido como puxar a produção conforme a demanda. Esta maneira de atuar faz do JIT um sistema ativo em tempo real, que combate a ideia de produzir apenas para manter funcionários ocupados e assim empurrar estoques (DIAS, 2005).

A técnica Just in time combate as inibições de falhas do processo produtivo por meio do acumulo de estoque, averiguando as causas que viabilizaram este acumulo desnecessário de estoque (DIAS, 2005).

Outra característica marcante do JIT é o seu aspecto motivacional, onde os funcionários são incentivados a serem os supervisores do seu próprio trabalho e do de seus colegas, assegurando o mínimo de defeitos possíveis e buscando solucionar os problemas da forma mais rápida possível (DIAS, 2005).

Dias (2005) elenca alguns dos principais objetivos da prática da filosofia JIT como: minimização dos prazos de fabricação dos produtos, flexibilidade da manufatura, redução continua dos níveis de inventário, produção trabalhando para “puxar” estoque ao invés de empurrar. Todos estes objetivos convergem para um único ponto: eliminação de desperdício.

2.1.2 Processo logístico de transporte e suas técnicas

O transporte trata-se de uma atividade operacional logística responsável pela movimentação e posicionamento de estoque. Sua importância para o bom funcionamento sistemático das tarefas faz com que seja considerado elemento fundamental do ciclo logístico, principalmente devido aos cuidados necessários no

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que diz respeito aos custos visíveis que englobam está etapa. Diante desta realidade, pequenas e grandes empresas passaram a direcionar profissionais da administração para coordenar as demandas de transporte (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). Dentre as mais diversas opções de transporte que uma empresa pode optar para utilização, ela sempre deve levar em consideração duas variáveis: custo e qualidade oferecida. Como indagações para assistir o processo de decisão, Ballou (1993) elencava quatro pontos referencias para iniciar está escolha:

a) Custo do serviço: envolve os custos com frete mais as taxas assessoriais e pedágios, taxas para recolher carga e despachar no destino final, seguros e acondicionamento da mercadoria, quando o serviço é terceirizado. Já quando o transporte é próprio, o custo diz respeito a adição dos gastos inerentes ao carregamento, combustível, mão-de-obra, manutenção, depreciação do veículo e taxas administrativas;

b) Tempo para entrega: diz respeito ao tempo demandado para levar o produto do seu ponto de origem até o seu destino;

c) Tempo em transito e suas variações: leva em consideração os tipos de modais de transporte utilizados e o tempo despendido por cada um deles;

d) Perdas e danos: capacidade de proteger a carga contra os imprevistos que causam perdas ou danos, como assaltos, estradas sem infraestrutura, acomodação errada da carga, comprometimento do condutor do modal de transporte.

Após observar estas variáveis o processo decisório pode se tornar mais objetivo e estar melhor amparado por informações e opções que se encaixem com as requisições da empresa.

Os custos demandados com o processo de transporte dentro do quadro de funcionamento logístico de uma empresa são de grande representatividade, segundo a Confederação Nacional de Transporte (CNT,2016) em pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral com dados dos anos de 2012 a 2014 os gastos relativos a transporte chegam a representar 11,5% do faturamento da empresa, o que indica uma alta de 0,96% desde 2012, que representava 10,54%.

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As decisões inerentes ao tipo de transporte mais adequado para a execução das atividades empresariais são de suma importância, é preciso identificar qual tipo de transporte possibilitara melhor movimentação e armazenagem dos produtos (AGAPITO; PRUDÊNCIO, 2008).

Os modais de transporte correspondem aos meios utilizados para transportar os insumos, produtos e qualquer tipo de carga desejada (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). Entre os meios mais usados pelas empresas estão os rodoviários, aeroviários, aquaviários, ferroviários e dutoviários. No Brasil o segmento de maior predominância trata-se do rodoviário, que detém 58% de representatividade, deixando claro a disparidade com relação aos outros modais, conforme dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) (FRANCO; FURTADO; SILVA, 2010).

No transporte rodoviário é cabível destacar duas técnicas como sendo as principais desenvolvidas, elas são denominadas de lotação completa e carga fracionada. A lotação completa significa que o veículo é carregado totalmente com um lote de carga para despacho, enquanto que na carga fracionada a capacidade do veículo é compartilhada com outras embarcações (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007).

Este tipo de transporte é realizado nas rodovias e costuma ser executado por caminhões, carretas, etc. No Brasil, este serviço tem uma grande prevalência entre autônomos, pessoas físicas e empresas transportadoras, mas muitas empresas ainda fazem a gestão da sua própria frota de transporte, buscando garantir o controle sobre a distribuição dos seus produtos. Uma das principais vantagens de usar este tipo de mecanismo de translado é a certeza de chegar a praticamente qualquer destino em território nacional (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2007). Os modais aeroviários costumam remeter ao transporte de passageiros, porém este mecanismo de transporte está se tornando cada dia mais utilizados na locomoção de cargas internacionais, ganhando alta representatividade e potencial crescimento em todo o mundo. Isto ocorre devido a sua alta capacidade de transportar com velocidade muito superior que os demais modais, além de reduzir grandemente as taxas de perdas e extravios de mercadorias, gerando nos usuários maior confiança e segurança no serviço prestado (NOVAES, 2007).

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Com o deslanche da globalização as empresas estenderam sua área de fornecimento e compra de insumos por todo o mundo, e para o setor aeroviário isto foi um avanço extremamente positivo, pois muitas destas transações deixaram de esperar pelo transporte aquaviário, principalmente devido as inconstâncias existentes nos prazos de entrega (NOVAES, 2007).

O transporte aquaviário compreende todos os tipos de transporte realizado sobre a água, inserindo nesta classificação os transportes fluviais, lacustre e marítimo. A técnica de transporte marítimo é subdividida em duas categorias, a primeira condiz com o transporte de longo curso, que envolve as linhas que ligam o Brasil a outros países distantes, e a cabotagem, que cobra toda a costa. A cabotagem pode ser de pequeno porte, cobrindo apenas os portos nacionais, e a grande cabotagem, que equivale a ligação entre países próximos como Argentina e Uruguai (NOVAES, 2007).

Quando falamos de transporte ferroviários trata-se de um dos mecanismos de maior eficiência no transporte de cargas devido a sua maior capacidade para acomodação e baixo custo no consumo de combustível, entretanto, os custos fixos para manter uma linha férrea são elevados, exige uma manutenção permanente, operadores de carga e descarga, alimentação de estação e outros. Para pequenos percursos este tipo de transporte se torna oneroso (NOVAES, 2007). Um dos tipos de cargas mais transportadas em trens são os insumos a granel como grãos, minérios e fertilizantes, que se acomodados em vagões apropriados podem agilizar a operação e baratear os gastos. No entanto, vale informar que neste tipo de transporte o tempo para e carga e descarga para alguns produtos que exigem cabines especificas e modeladas podem se estender por um longo período, gerando um custo superior. Uma maneira de tentar contornar está situação é a técnica de trens unitários, para o transporte de cargas de quantidade consideravelmente altas as empresas ferroviárias oferecem serviços de transporte direto (NOVAES, 2007).

Conforme afirma Ribeiro e Ferreira (2002), a utilização do transporte dutoviário ainda não é explorada totalmente no Brasil, destinando principalmente ao transporte de líquidos e gases em grande volume e materiais que podem ficar suspenso, como minerais e petróleo. Está ferramenta de transporte diferente das demais, funciona 24 horas por dia e todos os 7 dias da semana, gerando um alto

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custo fixo de manutenção e um baixo custo variável. Uma das principais vantagens de realizar o transporte por dutos é a alta confiabilidade na segurança da carga, além da baixa taxa de perdas e danos, mas a sua lentidão no percurso é uma desvantagem que descartava a possibilidade de transporte de perecíveis.

A seguir temos um quadro resumo com a relação dos custos de cada um desses modais.

Quadro 3: Estrutura de custos de cada modal

Fonte: Bowersox; Closs; Cooper. (2007, p.199, adaptado).

Diante da avaliação feita pela empresa, levando em consideração a necessidade de transporte e recursos financeiros que se deseja investir neste processo da atividade logística é que poderá ser determinado qual modal mais adequado, caso contrário, os custos elevados com a operação incorreta podem comprometer recursos (GUERINO; VIEIRA, 2016).

2.2 Logística de perecíveis

A resolução de nº16 de 28 de junho de 1978 da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos – CNNPA - (BRASIL, 1978) conceitua alimentos perecíveis como produtos alimentícios, alimentos in natura, produtos semipreparados ou produtos preparados que necessitam de acondicionamento especial devido a sua natureza de composição.

Ainda conforme a resolução nº16 de 28 de junho de 1978 da CNNPA, tais produtos são subdivididos em duas categorias: produtos pré-embalados e produtos não embalados. Os produtos pré-embalados são aqueles que demandam conservação em ambiente refrigerado e dependendo de sua composição possuem

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data de validade que varia de alguns dias até semanas, como exemplos podemos citar os queijos frescos, leite C, cremes pasteurizados e afins. Já os não-embalados demandam um acondicionamento com base na refrigeração ou aquecimento para garantir a saúde do consumidor (BRASIL 1978).

Gerenciar uma cadeia de suprimentos de produtos perecíveis envolve um leque de variáveis que interferem diretamente no processo, e assegurar que nenhuma etapa seja executada fora do padrão de qualidade eleva o nível de complexidade gerencial (REZENDE, 2011).

Vinci (2016), ressalta que as principais atividades técnicas a serem considerados no roteiro logístico dos produtos perecíveis trata-se do armazenamento e transporte, pois são etapas de maior risco de percas ou danos nos produtos.

Conhecer o tipo de embalagem onde os produtos serão acondicionados para transporte é o primeiro passo para a manutenção dos níveis ótimos de operação. Não estamos falando apenas se saber quais caixas, pallets, contentores ou contêineres irão acomodar os produtos durante o transporte, mas sim de conhecer a funcionalidade de cada tipo de embalagem. Embalagens primárias são aquelas que empacotam o produto para a chegada no varejista e consumidor final, a secundária pode ser a bandeja ou filme que comporta a primaria para que ela chegue intacta ao ponto de venda, as terciárias são aquelas que facilitam o processo de armazenagem das cargas para transporte, como por exemplo os contentores (VINCI,2016).

A quaternária é a embalagem utilizada para unificar as embalagens terciárias para transporte, como é o caso dos paletes. E por fim, as embalagens quinarias, que são as utilizadas para o transporte, como os contêineres isotérmicos ou refrigerados (VINCI,2016).

Outra importante etapa diz respeito ao modo de armazenagem dos produtos, nesta etapa é preciso cuidado redobrado, pois qualquer técnica errada de manuseio pode danificar as embalagens, e consequentemente, os produtos. Para isto é preciso ter equipamentos de carga e descarga adaptados ao tipo de produto. O local físico onde os alimentos ficaram armazenados precisa estar na temperatura ideal para a conservação, e ser constantemente higienizado com o intuito de reduzir os riscos de contaminação, de acordo com as normas estabelecidas pela ANVISA

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(VINCI,2016).

A estocagem desses produtos também deve ser priorizada no planejamento da atividade logística, não adianta apenas consolidar algumas variáveis e não integralizar todo o processo. Visto isto, a estocagem procura dimensionar como acomodar de maneira correta, e com o menor custo possível, os produtos perecíveis, levando em consideração a frequência com que o produto é acessado e a seletividade existente (REZENDE, 2011)

Caberá ao gestor operacional logístico identificar qual disposição de layout é a mais adequada para as suas necessidades, considerando que os produtos devem ficar armazenados pelo menor tempo possível. Outra ferramenta bastante utilizada para gerenciamento de armazenagem são as técnicas FIFO (First

in first out), onde o primeiro produto que entrar deverá ser o primeiro a sair, é cabível

salientar que está é a ferramenta mais utilizada no mercado de produtos perecíveis, no entanto existe ainda o sistema LIFO (Last in first out), onde o último produto a entrar deverá ser o primeiro a sair, o que não é uma prática muito interessante para o segmento de perecíveis (REZENDE, 2011).

A partir de agora o estudo irá se ater para tais práticas logísticas voltadas aos produtos lácteos, que é o objeto de estudo deste trabalho.

De acordo com o ministério da agricultura, pecuária e abastecimento, em 2017 o agronegócio representou 5,7% do PIB brasileiro, o que indica um crescimento acumulado de 14,5% se comparado ao ano anterior. Tais dados são resultado de alto investimento no agronegócio, o que implica também em investimentos logístico para se conseguir maior lucratividade no segmento.

2.2.1 Logística dos perecíveis lácteos

A logística é uma das principais engrenagens da gestão da cadeia de suprimentos, atuando desde o planejamento, implementação e controle das informações de modo eficiente e com eficácia (CSCMP, 2016). No contexto dos produtos lácteos esta ferramenta acompanha desde a coleta do leite a granel, insumo básico para a produção, passando pelas indústrias produtivas, manufatura do produto, distribuidores e concluindo seu ciclo quando finalmente chega até o consumidor por meio do varejista.

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Gerenciar o sistema logístico de uma indústria de lácteos é uma atividade complexa e que demanda exigências bem específicas, onde qualquer irregularidade ou deslize no planejamento incorre em percas grandiosas devido à grande perecibilidade do produto em questão (RIBEIRO et al., 2003).

Com a inserção da ferramenta logística no segmento do agronegócio do leite as vantagens competitivas cresceram fortemente, pois as melhorias com a roteirização de transporte armazenagem e conservação do leite possibilitaram uma grande redução nos custos financeiros e aumentaram a capacidade de produzir e atender o cliente com alto nível de qualidade (MARTINS et al.,2004).

Todos os elementos que circundam uma indústria de lácteos precisam ser levados em consideração durante o desenho das atividades que serão inseridas no fluxo de operação logística. O local de concentração da produção láctea, conforme relata Ribeiro et al., (2003), é um dos fatores a serem ponderados, pois existe a preocupação de manter-se próximo as principais bacias leiteiras que fornecem a matéria-prima base para fabricação dos produtos, devido à alta perecibilidade do insumo em questão.

Na indústria de laticínios existem inúmeras empresas competindo por uma participação no mercado, que normalmente é dominado por grandes multinacionais. No Brasil a maior representatividade deste setor está seccionada entre empresas como a Nestlé, Itambé e Piracanjuba, com uma média de produção anual em torno de 1,3 bilhões de litros de leite produzidos no ano de 2017 segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Leite.

Na última década as cooperativas de leite ganharam força e participação no mercado, alavancando a produção agropecuária. Diante deste avanço o cuidado com processo logístico passou a ser observado sob uma nova perspectiva, onde então o zelo pela qualidade na coleta do leite que virá se tornar um laticínio tornou-se uma das operações mais amparadas. Aneze (2004) afirma que dentro deste segmento existem três principais momentos: a retirada do leite nas fazendas, o transporte para o local de fabricação e a estocagem do leite.

No Brasil o principal modal de transporte utilizado para transportar o leite das fazendas até o local de produção ainda é realizado através das rodovias, possuindo os caminhões pipas, como assim são chamados, como o principal veículo (ANEZE, 2004).

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Assim como diz a teoria, o modal de transporte é o elemento que demanda maior custo financeiro. No segmento analisado por este estudo os gastos com as instalações para armazenagem do leite in natura e seu transporte são de grande representatividade. A técnica mais utilizada atualmente para a coleta do leite (primeira etapa do percurso) é a granelização, que se caracteriza como o resfriamento do leite imediatamente após sua ordenha. A instrução normativa de Nº 51 do ano de 2002 do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento apresenta os principais requisitos para a armazenagem e transporte do leite, tais especificações irão direcionar o funcionamento das indústrias de lácteos (BRASIL, 2002)

Quanto os armazéns a normativa Nº 51 do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento regulamenta que estes devem ficar situados em locais arejados, onde tanques com higienização a base de cloro, devem ser utilizados para conservar o leite in natura até a chegada dos carros coletores (BRASIL,2002). Ressalta-se ainda a necessidade de iluminação natural e artificial, pontos de água corrente para a lavagem dos tanques e local reservado para bancada onde serão guardados os utensílios necessários à coleta de amostras de leite que devem ser analisadas microbiologicamente antes serem manufaturados.

A normativa estabelece também os requisitos técnicos mínimos para a refrigeração do leite, que devem estar alinhados com a produtividade do leite. Para tanques de refrigeração por expansão direta, ou seja, tanques que recebem o leite e promovem o seu resfriamento por meio de ventiladores que expulsam o ar quente e geram ar frio, o leite deve ficar em temperatura igual ou inferior a 4ºC (quatro graus

celsius) por um tempo máximo de 3 horas após a ordenha. Já para os tanques de

imersão, a temperatura muda para 7ºC (sete graus celsius).

No Brasil, os tanques de expansão direta são os de maior prevalência entre os produtores. Após o leite estar acondicionado nestes tanques, tem início a etapa de transporte (BRASIL, 2002).

Para que o leite chegue no seu local de fabricação, carros isotérmicos de coleta com temperatura em torno de 4ºC devem realizar o processo de recolhimento do leite nas fazendas e transporte para a indústria. Este processo deve ser executado por profissionais capacitados e com uso de utensílios adequados, que vão da mangueira para transferência do tanque para os caminhões pipas até as

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ferramentas de coleta de amostragem. O processo em questão não deve ultrapassar 48 horas, para que o leite não seja infectado por bactérias, de acordo com a IN 51 de 18 outubro de 2002 do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Apesar de todas as instruções especificas pelas normativas, o Brasil enfrenta ainda uma série de problemas para o transporte dos laticínios devido à má condição de infraestrutura das vias de roteirização que vão desde a coleta até a distribuição do produto final (RIBEIRO et al., 2003).

Para que o sistema de operação logística funcione com o menor dispêndio de custo e com o melhor nível de qualidade é preciso que seja considerado a proximidade entre o local de coleta e produção, as questões ambientais e legislação, e os roteiros de distribuição do produto final. Com todos estes requisitos alinhados a tendência é que seja construído um plano logístico solido e com níveis qualidade elevados (RIBEIRO et al., 2003).

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3 METODOLOGIA

Nesta secção serão descritas todas as ferramentas metodológicas que alicerçaram o processo de desenvolvimento da pesquisa para chegar nos objetivos designados.

3.1 Classificação

Segundo Guerra (2014) as pesquisas que se caracterizam como qualitativa envolvem um aprofundamento, por parte do autor, nos fenômenos e acontecimentos que são objeto de estudo, sejam eles processos ou ações individuais em um determinado ambiente. Realizando a interpretação dos dados segundo as informações relatadas pelos sujeitos integrantes do contexto a ser observado. Sendo assim, é cabível classificar a abordagem desta pesquisa como qualitativa, visto a interação que ocorrerá entre pesquisadora e objeto de estudo, e a explicação dos fatos segundo a sua visão.

As produções de cunho descritivo reverberam o estudo sobre as características de determinada população ou episódio decorrente do acontecimento de inúmeras variáveis, que podem ser internas ou externas a situação estudada, visto isto, e de acordo com os objetivos elencados na secção de introdução, a pesquisa aqui desenvolvida pode ser configurada como descritiva, salientando que este estudo não tem por fim último e obrigatório explicar o fenômeno, mas sim auxiliar no estudo de tais razões (GIL,2002).

Quanto aos meios, está pesquisa pode ser caracterizada como pesquisa bibliográfica e de campo, tendo como método o estudo de caso.

A pesquisa bibliográfica foi de relevância considerável pois fez-se necessário solidificar os conhecimentos sobre a temática abordada, pesquisando em livros, revistas eletrônicas, acervos documentais, teses, dissertações e anais de eventos.

A abordagem do estudo é caracterizada por ser em campo, pois este método justifica sua terminação pelo contato direto com a comunidade ou local de exploração. Dentre as principais vantagens de se usar este método, destaca-se a possibilidade de observar com maior proximidade como as situações realmente ocorrem, sendo os resultados de maior confiabilidade. Portanto, no estudo de caso,

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o pesquisador realiza maior parte do estudo presencialmente no campo em análise (GIL, 2002).

Contudo, esta ferramenta de pesquisa media a descrição de uma realidade percebida a partir do momento que o pesquisador vai a campo, almejando compreender os elementos que dão origem as circunstâncias que deram origem ao problema investigado em um único local de pesquisa (CESAR, 2005).

3.2 Coleta de Dados

De acordo com MINAYO (2008), o interesse pela compreensão do questionamento levantado induz o pesquisador a mergulhar com maior profundidade nas possíveis variáveis que justificam o objeto de estudo. No campo de atuação da pesquisa qualitativa uma importante ferramenta para a coleta de dados trata-se da entrevista, maior fonte de informações para a realização da pesquisa aqui representada. Outra grande fonte de dados são os acervos documentais, que trazem traços da evolução ou regressão das situações averiguadas.

A aplicação de entrevistas é uma alternativa de grande relevância para que se alcance uma maior amplitude quanto a percepção dos atores sociais que integram as situações que constituem o cenário a ser analisado pelo pesquisador. Já a prática da observação em campo permite estabelecer outras concepções ou afirmar aquilo que já era descrito pelos entrevistados de forma presencial (MINAYO, 2008).

Visto isto, durante o mês de maio do ano de 2018 foram realizadas 2 (duas) entrevistas semiestruturadas com atores da indústria de Lacticínios alvo de pesquisa deste estudo, situado no município de Maranguape – CE. O supervisor de logística e (entrevistado 1) e o gerente de produção (entrevistado 2).

Cada uma delas teve duração média de 1 hora, foram gravadas e subsequentemente transcritas e analisadas para uma melhor coleta e separação de dados. Além disto, foi realizada visita nos galpões de armazenagem dos leites UHT e câmeras de frios da empresa. As duas entrevistas e a visita técnica ao campo foram conduzidas por um prévio roteiro de perguntas abertas orientadas para atingir o objetivo deste trabalho, mas oferecendo liberdade para que fossem levantados novos questionamentos e comentários no decorrer do processo.

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Deve se salientar que a autora é colaboradora da empresa atuando na área de departamento pessoal há 3 anos. Segundo Lakatos e Marconi (2003), as entrevistas oferecem uma maior liberdade para se alcançar as informações desejadas, pois o entrevistado pode esclarecer quaisquer dúvidas que porventura possam surgir, garantindo o comprometimento com a verdade, além de possibilitar a obtenção de dados que não estão registrados em fontes documentais e que sejam relevantes.

3.3. Definição do Método de Análise

Em seguida a pesquisa de campo, que foi a principal técnica para a confrontar as evidências coletadas e dar veracidade a pesquisa, os dados coletados por meio das entrevistas foram analisados com base na ferramenta de análise de conteúdo. Está ferramenta propicia uma análise sistematizada e unificada, gerando indicadores que apresentem resultados com base nas informações obtidas. Sendo assim, foram averiguados dados provenientes de discursos orais e escritos (MARTINS, 2008).

Fundamentado com o conteúdo das entrevistas, os resultados foram obtidos por meio da comparação entre referencial teórico de logística de perecíveis e as práticas realizadas na empresa analisada, ressaltando pontos que auxiliaram a responder os questionamentos levantados por esta pesquisa.

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4 RELATO ANALÍTICO DAS TÉCNICAS LOGÍSTICAS DE CONTROLE DE ESTOQUE E DISTRIBUIÇÃO DA COOPERATIVA DE LATICÍNIOS

As definições organizacionais de uma empresa são ferramentas de alta relevância para se construir o perfil organizacional da instituição. As características organizacionais incluem, normalmente: estrutura organizacional, níveis hierárquicos, processos decisórios e administrativos, políticas e cultura organizacional predominante.

Nesta secção serão abordadas algumas informações pertinentes ao perfil organizacional do Leite Maranguape, desde o início de sua fundação, passando pela história do seu período de crescimento até os dias atuais, realizando uma exposição da estrutura organizacional da empresa.

Além disto, será descrito o processo logístico da empresa com nas informações fornecidas pelos sujeitos participantes desta atividade, conforme informado no tópico 3.2, utilizando a ferramenta de análise de conteúdo. As primeiras quatro perguntas buscaram contextualizar as atividades logísticas desempenhadas diretamente no setor, e as demais buscaram compreender o funcionamento do processo de transporte e controle de estoque. Os dados coletados serão explicados de forma a relacionar o referencial teórico com a realidade operação, apresentando por fim os resultados e principais desafios pertinentes.

4.1 Apresentação da cooperativa de lacticínios

A empresa Leite Maranguape foi fundada em 28 de junho de 1959, quando um grupo de 120 (cento e vinte) produtores de leite da cidade de Maranguape decidiram unir suas forças de produção, almejando possibilitar uma maior estabilidade econômica e social ao produtor rural do município

A trajetória desta empresa foi marcada por grandes conquistas, como o título de pioneira no processo de pasteurização de leite no estado do Ceará, no ano de 1961. Este feito gerou, na época, uma grande repercussão no jornal local O POVO, principalmente no ano de 1964, quando foi inaugurada a usina de pasteurização (LEITE MARANGUAPE, 2018).

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Salustiano Rodrigues Pinto, foi o primeiro presidente eleito e permaneceu à frente da Cooperativa até 11 de maio de 1960, data em que renunciou o cargo. Posterior a este fato, assumiu a presidência da Cooperativa o senhor José do Nascimento, que presidiu os rumos da empresa até 15 de março de 1962, já o terceiro presidente eleito, senhor Antônio Botelho Câmara, permaneceu no cargo até 08 de janeiro de 1971, quando diante da crise econômica que se abatera sobre a Cooperativa, iniciou um período de intervenção, que durou até março de 1972 (LEITE MARANGUAPE, 2018).

Como interventor foi nomeado Wilson Bastos Rodrigues, que após o período de intervenção, e consequente recuperação econômica da Cooperativa, foi eleito como presidente. Sua gestão se manteve até 25 de setembro de 2001, data de seu falecimento. Após esse fato, foi eleito pelos cooperados para o cargo de presidente da Cooperativa o Sr. Wilson Rodrigues Filho, presidente do Conselho de Administração até os dias atuais, que também é composto por Abraham Lincoln Ferreira de Sousa, vice-presidente, e José Rômulo Cavalcanti Prata, secretário (LEITE MARANGUAPE, 2018)

A empresa tem como razão social: Cooperativa Agrícola Mista de Maranguape LTDA, sendo classificada como uma empresa de categoria privada de médio porte. Sua localização física é dividida entre a sede matriz, localizada na Rua José Fernandes Vieira, no Centro de Maranguape, e mais 4 filiais, duas ainda em Maranguape, 1 na cidade de Iguatu e 1 na cidade de Quixeramobim (LEITE MARANGUAPE, 2018).

Quanto aos produtos comercializados, ela dispõe de um mix de 19 itens, subdivididos em linhas de fabricação, entre elas temos as linhas de: fermentados, queijos e requeijão, doces, pasteurizados e manteiga. Estes produtos são comercializados em todo o estado do Ceará, com maior participação de mercado na capital e região metropolitana.

Atualmente a empresa estuda a possibilidade de aumentar o mix produtos ofertados, abrangendo a linha de produtos sem lactose, mas para se adequar ao momento mais propício, está realizando um estudo de mercado, após a contratação de um gerente industrial especializado na área de lacticínios, para que então os resultados sejam altamente positivos.

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4.1.1. Aspectos comerciais: missão, visão e valores

A missão da empresa é oferecer ao mercado cearense produtos tradicionais e saudáveis, garantido o bem-estar dos colaboradores, com respeito aos clientes e demais parceiros, impulsionando o desenvolvimento econômico de seus cooperados e a economia regional, como símbolo de solidez e credibilidade, e levando o nome de Maranguape ao lar de seus consumidores

A visão é estar presente diariamente nas refeições dos cearenses, sendo lembrado como o melhor leite e derivados, proporcionando sabor e satisfação para a vida das pessoas.

A Cooperativa tem como valores: a ética, a qualidade dos produtos ofertados, a resiliência na superação de desafios, o crescimento sustentável e qualidade de vida dos trabalhadores.

4.1.2 Estrutura organizacional

De acordo com os estudos de Chiavenato (2001), o organograma é uma ferramenta gráfica que representa a estrutura formal de uma empresa, apresentando de forma explicita a divisão do trabalho e as disposições hierárquicas dentro das empresas, seus agrupamentos e unidades responsáveis por cada atividade. Trata-se de uma diagramação que elenca as relações de cargos, unidades funcionais e setores, além de tornar público a todos os integrantes, a comunicação e interligação existente entre eles.

A Leite Maranguape conta com 322 funcionários, destes 275 estão lotados na Matriz, 13 na Filial de Quixeramobim, 9 na Filial de Iguatu, 04 na Filial Revenda de Maranguape e 21 na Filial Oficina de Maranguape, divididos entre os níveis operacionais, tático e estratégico.

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Figura 2: Organograma atualizado Leite Maranguape.

Fonte: Acervo documental Leite Maranguape, 2016.

4.2 Supervisão Logística

Como explanado por diversos renomados autores, o gerenciamento logístico de uma empresa unifica os mais diversos setores, e pode gerar resultados otimizados para toda a organização, mas para isso é fundamental que o processo seja executado de forma correta e adequada para a realidade de produção da companhia.

O setor logístico atua desde o recebimento de insumos e mercadorias até o processo de expedição do produto acabado, todas as atividades decorrentes deste procedimento operacional devem estar intimamente ligadas e funcionando de modo correlacionado. Visto isso, investir nas práticas logísticas pode ser sinônimo de vantagem no mercado, principalmente quando se trabalha com produtos perecíveis (NOVAES, 2007).

De acordo com dados passados pelo gestor de logística que está no cargo fazem 3 anos, graduado em administração de empresa pela Universidade Federal do Ceará, a cooperativa coleta para produção uma média diária de 75 mil litros de leite, desse total, 40% é enviado para ser envasado em morada nova, com

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a tecnologia treta park, que produz o leite longa vida UHT, enquanto a quantidade restante é dividida para a produção de leite pasteurizado tipo C e os demais frios, entre eles bebidas lácteas, requeijões, queijos e doces.

O processo operacional logístico da empresa Leite Maranguape funciona em etapas divididas e realizadas por três setores diferente: logística, comercial e produção, o mapa operacional a seguir almeja facilitar a visualização destas divisões.

Figura 3: Fluxo de atividades logísticas

Fonte: elaborado pela autora baseado em dados de campo

Apesar do mix de 19 produtos, o setor logístico da Leite Maranguape agrega apenas algumas etapas de operação inerente a este departamento, focando suas atividades no leite longa vida UHT, isto por que algumas das obrigações ficam sob supervisão do setor comercial e de produção, que operam com maior controle os produtos frios e o leite pasteurizado tipo C. Atualmente as funções desenvolvidas pela supervisão logística são:

• Recebimento do Leite longa vida: após o leite ser envasado em morada nova, motoristas de frete terceirizados trazem este leite envasado para os galpões da empresa;

Referências

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