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Estudos de caso voltados para a Administração Pública adquirem maior significado se o apontamento dos desafios convergir para a indicação de contribuições às práticas de gestão, o que, em última análise, significa contribuir na qualidade dos serviços públicos aos cidadãos. Para que as contribuições se fundamentem solidamente, torna-se imprescindível abordá-las à luz de pressupostos metodológicos, éticos e teóricos bem definidos.

Conforme descrito e analisado nos quatro tópicos anteriores, podemos reconhecer desafios que permeiam, inclusive, a história do Inep em diferentes períodos e contextos político-econômicos do Brasil. Embora, oportunamente, haja a possibilidade de abrir discussões mais detalhadas acerca de outros focos, por hora, em relação ao proposto como escopo da pesquisa, podemos destacar sinteticamente quatro desafios, relacionados entre si, e apresentados a seguir conforme a ordem dos tópicos desta seção do trabalho:

a) Assegurar de forma legal e efetiva as competências e campos de atuação do centro

de informação e biblioteca em educação do Inep;

b) Refletir sobre a gestão da informação e a gestão do conhecimento no Cibec de

forma integrada com o Inep;

c) Promover ações de gestão do conhecimento educacional próximo aos interlocutores

educacionais da educação básica ao ensino superior; e

d) Assegurar uma continuidade mínima para as ações de gestão da informação e da

gestão do conhecimento no Inep.

a) Assegurar de forma legal e efetiva as competências e campos de atuação do centro de informação e biblioteca em educação do Inep.

Haja vista a necessidade de reestruturação do Inep como um todo, trata-se, na verdade, de desafios, conforme já dialogado pela gestão e pelos servidores, que dizem respeito a outras diretorias e suas coordenações.

O percurso histórico traçado evidencia que, apesar de haver uma proposta educacional clara de atuação para o Inep, desde a sua criação legal em 1937, a intermitências dos projetos educacionais no Brasil acarretam sérios prejuízos para o início, desenvolvimento e colheita dos frutos das políticas públicas.

Contudo, frequentes lacunas nas políticas educacionais ou a ausência de políticas provocam efeitos deletérios para gerações inteiras de estudantes, professores e pesquisadores. No Inep, já existe a possibilidade de superação do desafio destacado. Conforme já exposto, pela primeira vez na história do Inep pode haver uma reestruturação que é fruto, aliás, de uma ampla compreensão da alta administração aliada aos diálogos já travados com a participação de todos servidores. Por enquanto, de concreto, além de dois concursos efetivamente realizados, há a nova sede do Inep com vistas à integração de toda a estrutura diretiva do instituto.

b) Promover reflexões e ações de gestão da informação e a gestão do conhecimento.

A gestão atual do Inep e a do Cibec já estão envidando ações conjuntas em prol de uma gestão da informação e gestão do conhecimento no instituto como um todo. Como visto no tópico 1.2, a solicitação à DTDIE para criação de um repositório virtual para as obras do acervo do Cibec representa um importante passo para a irradiação de conhecimentos educacionais junto à sociedade. Contudo, conforme mostra o tópico 1.1, há o risco de excelentes ações de gestão se perder devido às intermitências e lacunas evidenciadas pelo panorama histórico do Inep. Nesse sentido, a criação, o desenvolvimento e a operação de um repositório digital serão mais efetivos com a devida reflexão sobre a gestão da informação e a gestão do conhecimento no Inep.

c) Promover ações de gestão do conhecimento educacional próximo aos interlocutores educacionais, principalmente, da educação básica.

Essa ação não pode prescindir hoje de uma boa gestão tecnológica com vistas à produção de um repositório digital. Em relação ao desafio deste tópico, o ponto central é que a gestão das informações e a gestão dos conhecimentos educacionais no Inep necessitam se revestir de caráter perene o suficiente para possibilitar às gerações colherem frutos e atualizável o bastante para permitir ajustes pontuais em face de novas demandas.

d) Assegurar uma continuidade mínima para as ações de gestão da informação e da gestão do conhecimento no Inep.

O percurso histórico traçado evidencia que, apesar de haver uma proposta educacional clara de atuação para o Inep, desde a sua criação legal em 1937, as intermitências dos projetos educacionais no Brasil podem significar não só prejuízos com relação às verbas públicas, conforme, inclusive, já destacara Saavedra (1988). Este desafio possui implicações para o Inep e, evidentemente, para o Cibec em relação ao resgate do seu papel histórico e às novas demandas sociais por informações e conhecimentos educacionais. Na atualidade, a LAI, com base em parâmetros legais, cria um foco relevante de discussões para as instituições brasileiras como o Inep refletirem sobre a gestão da informação e gestão do conhecimento.

Sem abarcar, evidentemente, toda a complexidade de ações de gestão de todas as diretorias e coordenações do Inep, esses quatro desafios, traçados por meio dessa ótica e modelo de análise, precisam ser compreendidos à luz de referenciais teóricos em comparação com outras evidências para ousarmos o próximo passo: dialogar sobre as perspectivas. Portanto, na segunda seção do trabalho, logo a seguir, as abordagens buscam justamente subsidiar as discussões propositivas posteriores.

2 ABORDAGENS

Tendo em vista os “Desafios” que acabamos de destacar, esta seção, “Abordagens”, tem por objetivo compreender, de forma mais aprofundada, a gestão da informação e a gestão do conhecimento para subsidiar as discussões propositivas da última seção, “Perspectivas”. Inicialmente, apresento a metodologia e os pressupostos éticos considerados para o desenvolvimento desta pesquisa, bem como o registro e a divulgação dos resultados. No tópico reservado aos referenciais teóricos, contextualizo e discuto as bases teóricas que subsidiaram a construção e articulação das três seções do trabalho. Apresento, em seguida, uma reflexão sobre os conceitos e os termos relacionados à gestão da informação e à gestão do conhecimento. No próximo tópico, apresento e discuto dados de pesquisa e analiso as entrevistas a gestores do Inep. Finalmente, no último tópico desta seção, articulo as análises e as abordagens desenvolvidas até então às “Perspectivas” da gestão da informação e da gestão do conhecimento no Inep.