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5.11 ­ DESCOMPRESSÃO NA SUPERFÍCIE 

No documento MANUAL DE MERGULHO A AR (páginas 85-90)

A descompressão  na superfície oferece  várias  vantagens que aumentam a  segurança do  mergulhador.  Menores  tempos  na  água  evitam  desconforto  e  frio  em  níveis  perigosos.  Caso a câmara de recompressão possua sistema de O2, o tempo total de descompressão  pode ser reduzido significativamente. No interior da câmara, a pressão pode ser mantida  constante, não sendo afetada pelas condições do mar. O mergulhador pode ser observado  constantemente  pelo  operador  de  câmara  e  monitorado  periodicamente  por  médicos.  Qualquer sinal de Doença Descompressiva pode ser detectado e tratado imediatamente.  Não  foram  desenvolvidas  Tabelas  de  Tempo  de  Nitrogênio  Residual  para  mergulhos  sucessivos  após  uma  descompressão  na  superfície.  Todavia,  pode­se  realizá­los  desde  que o somatório dos tempos reais de fundo dos mergulhos efetuados num intervalo de  12 horas (mergulhos anteriores mais mergulho sucessivo) e a maior das profundidades  atingidas (inclusive a do mergulho sucessivo) não excedam os limites de descompressão  na superfície previstos nas tabelas. Este novo esquema calculado será utilizado para obter  a descompressão do mergulho sucessivo.  Exemplo: 

Primeiro  mergulho:  169  pés  por  30  minutos.  Mergulho  sucessivo:  138  pés  por  20  minutos. As profundidades foram medidas com pneufatômetro.  Solução:  Esquema do primeiro mergulho: 169 + 2 (correção do pneufatômetro) = 171 pés  Esquema → 180 pés/30 min.  Esquema do segundo mergulho: Maior profundidade dos dois mergulhos = 171 pés. O  tempo é soma dos tempos dos dois mergulhos.  Novo Esquema para o mergulho sucessivo→ 180 pés/50 min.  5.12 ­ TABELA DE DESCOMPRESSÃO NA SUPERFÍCIE USANDO OXIGÊNIO  5.12.1 ­ Argumentos de Entrada  a) Profundidade  A próxima maior existente na tabela.  b) Tempo de Fundo  O próximo maior existente na tabela.  Obs: No máximo 170 pés (51m)/40 minutos.

5.12.2 ­  Dados Obtidos -  Tempo para chegar à primeira parada; -  Paradas para descompressão na água (profundidade e tempo); e -  Paradas para descompressão na câmara.  5.12.3 ­  Velocidade  a) Subida na água

-  30 pés/min (9 m/min) até a 1 a parada ou até a superfície se não houver paradas  na  água.  A  mesma  velocidade  é  usada  entre paradas  e  da  última  parada  até  a  superfície. Pequenas variações desta velocidade (entre 20 pés/min e 40 pés/min)  são aceitáveis. -  O intervalo máximo na superfície é de 3 min e 30 s. O tempo decorrido entre  deixar  a parada dos 30 pés na água (ou dos 30 pés de profundidade, caso não  haja parada) e atingir a parada de 12m (40 pés) na câmara não deve exceder a 5  minutos.  b) Descida na câmara -  A velocidade de descida na câmara é de 80 pés/min (30s da superfície até os 40  pés  na  câmara).  Como  o  tempo  de  subida  dos  30  pés  até  a  superfície  é  de  1  minuto,  sobram  três  minutos  e  meio  para  os  guias  retirarem  os  equipamentos  dos mergulhadores e colocá­los dentro da câmara. 

c) Subida na câmara

-  30 pés/min (1min e 20s dos 40 pés na câmara até a superfície).  5.12.4 ­  Considerações Especiais 

a) Atraso na colocação do mergulhador na câmara 

Se  durante  a  descida  na  câmara  não  se  conseguir  colocar  o  mergulhador  na  profundidade de 40 pés no tempo estipulado (5 minutos), mas se a câmara estiver  a uma profundidade igual ou superior a 20 pés, deverá ser feita uma parada aos 20  pés (e não mais aos 40 pés) e o mergulhador deverá respirar oxigênio pelo dobro  de  tempo  previsto  na  parada  aos  40  pés.  A  seguir  deverá  subir  para  10  pés  e  novamente respirar oxigênio pelo dobro do tempo previsto na parada aos 40 pés,  subindo, por fim, até a superfície. 

b) Descompressão omitida 

Caso  o  tempo  previsto  para  recompressão  seja  excedido  a  tal  ponto  que  o  mergulhador  ainda  não  esteja  na  câmara  ou  essa  esteja  a  uma  profundidade  inferior  a  20  pés,  deverá  ser  considerada  “descompressão  omitida”  e  o  mergulhador,  mesmo  assintomático,  deverá  ser  tratado  com  se  apresentasse  Doença Descompressiva Tipo I (Tabela de Tratamento 5). Caso existam sintomas  de  Doença  Descompressiva,  mesmo  que  do  Tipo  I,  o  mergulhador  deverá  ser  tratado  como  se  apresentasse  Doença  Descompressiva  Tipo  II  (Tabela  de  Tratamento 6); 

c) Paradas em ar 

Uma  vez  estando  aos  40  pés  na  câmara,  os  mergulhadores  deverão  colocar  os  BIBS (Built­in Breathing System) e respirar oxigênio puro. As máscaras deverão  estar bem  ajustadas de modo a assegurar uma boa vedação. O tempo na parada  começa a  ser  contado a partir do momento em que o mergulhador efetivamente  estiver  respirando  O2.  A  cada  30  minutos,  o  O2 deverá  ser  interrompido  e  os  mergulhadores  deverão  respirar  o  ar  comprimido  do  interior  da  câmara  por  5  minutos. Estes intervalos são chamados de “paradas em ar”. As paradas em ar são  consideradas  “tempo  morto”  e  não  deverão  ser  computadas  como  parte  da  descompressão. 

Sempre  que  a  câmara  for  descomprimida  ou  for  trazida  à  superfície,  o  mergulhador deverá retirar o BIBS. 

Exemplo: 

Em  um  mergulho  cuja  descompressão  pela  tabela  TDSO  deva  cumprir  o  esquema  160  pés/45min,  os  mergulhadores  deverão  realizar  na  câmara,  aos  40  pés,  uma  parada para descompressão de 38 min. Nesta parada o mergulhador deverá ficar 30  min em O2, 5 min em ar e mais 8 min em O2

d) Perda do Suprimento de O2

-  Perda Temporária:  A descompressão em  O2 deverá ser reassumida quando o  fornecimento  for  restabelecido  e  o  tempo  respirado  em  ar  deverá  ser  desconsiderado (tempo morto); e

-  Perda  Permanente:  Multiplicar  o  tempo  remanescente  por  três  para  obter  o  tempo  equivalente  de  descompressão  na  superfície  usando  ar.  Deste  tempo,

10%  deverá  ser  cumprido  a  40  pés,  20  %  aos  30 pés  e  70%  aos  20  pés.  Os  tempos deverão ser sempre aproximados para o próximo minuto inteiro maior.  Exemplo:  O suprimento de O2 foi definitivamente perdido após 10 min de descompressão na  câmara. O esquema exigia 20 min de O2 a 40 pés.  Solução: 

O  tempo  remanescente  é  de  10  min  (20­10  =  10).  O  tempo  equivalente  de  descompressão  na  superfície  usando  ar  é  de  30  min  (3  x  10  =  30).  Deverão  ser  cumpridos 3 minutos aos 40 pés (30 x 0,1 = 3), 6 min aos 30 pés (30 x 0,2 = 6) e 21  min aos 20 pés (30 x 0,7 = 21). 

e) Intoxicação pelo O2 

Ao  primeiro  sinal  de  intoxicação,  o  O2 deve  ser  removido  do  mergulhador,  permitindo que este respire o ar da atmosfera da câmara. Quinze minutos depois  do  alívio  de  todos  os  sintomas,  deve­se  reiniciar  a  administração  de  O2,  dando  continuidade  à  descompressão  a  partir  do  ponto  em  que  esta  havia  sido  interrompida. Caso os sintomas de intoxicação pelo O2 voltem a aparecer ou se o  primeiro  sinal  tiver  sido  de  convulsão,  os  seguintes  procedimentos  deverão  ser  tomados:

-  Remover a máscara (BIBS);

-  Após alívio de todos os sintomas, descomprimir a câmara até os 30 pés, a uma  velocidade  de  1  pé/min.  Caso  o  sintoma  tenha  sido  de  convulsão,  continuar  descomprimindo  até  que  o  mergulhador  esteja  completamente  relaxado  e  respirando normalmente;

-  Reassumir  a  administração  de  O2  a  partir  do  minuto  em  que  esta  foi  interrompida;

-  Caso voltem a aparecer sintomas de intoxicação, o O2 deverá ser interrompido  definitivamente e a descompressão deverá ser completada utilizando­se ar. Para  se obter o tempo equivalente de descompressão na superfície usando ar deve­se  multiplicar  o  tempo  remanescente  por  3  e  adotar  o  seguinte  procedimento:  Parada  aos 30 pés por 30% deste tempo e outra parada  aos 20 pés pelos 70% 

Exemplo: 

Um mergulhador teve seu terceiro sintoma de intoxicação por oxigênio quando se  encontrava  aos  28 min  da  descompressão  exigida.  Neste  instante,  o  mergulhador  encontrava­se a  30 pés de profundidade (já  havia  subido dos 40 para os 30 pés).  Pelo esquema original do mergulho deveriam ser cumpridos 38 minutos de O2 na  câmara. 

Solução: 

O tempo remanescente de O2 é de 10 min (38 ­ 28 = 10). O tempo equivalente de  descompressão  na  superfície  usando  ar  é  de  30  min  (3  x  10  =  30).  Deverão  ser  cumpridos 9 min aos 30 pés (30 x 0,3 = 9) e 21 min aos 20 pés (30 x 0,7 = 21).  5.13 ­ TABELA DE DESCOMPRESSÃO NA SUPERFÍCIE USANDO AR 

O  tempo  total  de  descompressão  usando  a  TDSA  é  superior  ao  da  TPD.  A  única  vantagem do uso desta tabela é a retirada mais rápida do mergulhador da água.  5.13.5 ­  Argumentos de Entrada  a) Profundidade  A próxima maior existente na tabela.  b) Tempo de Fundo  O próximo maior existente na tabela.  Obs.: Máxima 190 pés (57m)/60 min.  5.13.6 ­  Dados Obtidos -  Tempo para chegar à primeira parada; -  Paradas para descompressão na água (profundidade e tempo); e -  Paradas para descompressão na câmara.  5.13.7 ­  Velocidade  a) Subida na água -  Todas as subidas são executadas a velocidade de 30 pés/min (9 m/min); e -  O intervalo na superfície não pode ser maior que 3 min e 30 s e o tempo total 

decorrido entre deixar a parada  na  água e  chegar à  primeira parada  na  câmara  não pode exceder 5 minutos. 

b) Descida na câmara

-  A velocidade máxima de descida na câmara é de 60 pés/min.  5.13.8 ­  Consideração Especial 

Se o intervalo na superfície for maior que o prescrito (:3::30) e o mergulhador estiver  assintomático, este deverá ser tratado com se tivesse Doença Descompressiva Tipo I  (Tabela  de  Tratamento  1A  ou  5).  Caso  existam  sintomas  de  Doença  Descompressiva,  mesmo  que  do  tipo  I,  o mergulhador deverá  ser  tratado  como  se  tivesse Doença Descompressiva Tipo II (Tabela de Tratamento 2A ou 6); 

5.14 ­ PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 

No documento MANUAL DE MERGULHO A AR (páginas 85-90)

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