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4.2 ­ FATORES CONDICIONANTES 

No documento MANUAL DE MERGULHO A AR (páginas 53-58)

Uma  série  de  fatores  influi  no  grau  de  dificuldade  de  uma  busca  subaquática.  Vejamos  alguns deles: 

4.2.1 ­ Dimensões do Alvo 

Quanto  maior  o  alvo,  mais  fácil  será  sua  localização.  Objetos  de  grandes  dimensões  permitem  o  emprego  de  diversos  meios  para  localizá­lo  como  sonares,  detectores  magnéticos aerotransportados ou portáteis, garatéias, etc. 

Pequenos  objetos  implicam  normalmente  em  indicações  muito  precisas  e,  eventualmente, trabalhos do tipo garimpo. 

4.2.2 ­ Mobilidade do Alvo 

Ser o alvo estático ou derivante influi muito no planejamento da busca. 

Um  alvo  estático  terá  sua  busca  centrada  em  um  ponto  em  torno  do  qual  irá  sendo  expandida. 

Para  alvos  derivantes  é  preciso  estabelecer  um  “datum”.  O  datum  é  a  última posição  conhecida  do  alvo.  Para  se  determinar  o  ponto  de  inicio  da  busca,  deverão  ser  considerados  fatores  como  corrente,  vento,  efeitos  do  movimento  da  água  sobre  um  objeto semelhante ao alvo e natureza do fundo. Por exemplo: suponhamos que o alvo é  o  corpo  de  um  afogado,  desaparecido  em  um  dado  local  em  uma  dada  hora.  Se  a

correnteza no local é na direção Leste e um mergulhador colocado à deriva no fundo é  arrastado com uma velocidade de um nó, podemos esperar que a posição do alvo quatro  horas depois, seja a quatro milhas a leste do ponto do acidente. 

Para  objetos  derivantes,  é  muitas  vezes  preferível  estabelecer  uma  barreira  a  jusante,  inclusive usando redes de pesca ou similar. 

4.2.3 ­  Correntada 

Além  de  influir  no  comportamento  de  objetos  derivantes,  influi  também  sobre  o  mergulhador.  Poderá  facilitar  uma  busca,  reduzindo  o  esforço  ou  dificultá­lo  criando  suspensão ou enterrando o alvo. 

A visão é o sentido mais eficiente em uma busca subaquática, já que permite classificar  qualquer contato, isto é, permite uma identificação positiva do alvo (desde que a água  seja suficientemente transparente). 

Em águas de boa transparência,  a  procura pode ser realizada da  superfície ou até por  aeronaves, varrendo­se grandes áreas em pouco tempo. 

Os  fatores  que  afetam  a  visibilidade  subaquática  são  as  partículas  em  suspensão  e  a  intensidade  da  luz.  Eventualmente  pode­se  corrigir  a  falta  de  luz  com  o  auxílio  de  iluminação artificial, mas a suspensão é difícil de ser eliminada. 

Em  uma  busca  visual,  deve­se  estabelecer  a  visibilidade  em  termos  de  distância  e,  assim, determinar a largura de varredura, que nada mais é do que a distância que a vista  alcança para os dois lados do observador. Por exemplo, se a visibilidade da água é de  5m, um mergulhador verá objetos distantes até 5m para cada lado, isto é, sua largura de  varredura  será  igual  a  10m.  Utilizando  mais  de  um  mergulhador,  as  larguras  de  varredura devem se sobrepor a fim de se evitar que esta área não seja varrida motivada  pelo afastamento de um dos mergulhadores. 

Fig. 4­1  Largura de 

4.2.4 ­ Extensão da área de busca 

Quanto maior  a  área  de  busca,  maior  quantidade  de  recursos  terá  que  ser  empregada  e/ou maior velocidade de procura deverá ser imprimida. Normalmente uma área muito  extensa implicará no uso de sensores acústicos, magnéticos ou de veículos submarinos,  rebocados ou não. 

4.2.5 ­ Profundidade do local 

A  profundidade  influi  no  tempo  disponível  para  a  busca  com  mergulhadores,  na  visibilidade e na precisão do centro de busca. 

Equipamentos com controle remoto devem ser considerados para profundidades em que  o mergulho se torne por demais oneroso ou inviável. 

4.2.6 ­ Natureza do fundo 

A  tensa pode  afetar  a  visibilidade  por oferecer pouco  contraste  com  o  alvo,    cobri­lo  com facilidade (lama), ou por favorecer a suspensão de partículas. 

4.2.7 ­ Demarcação de Alvos 

Conhecedor  das  dificuldades  que  uma  busca  subaquática  representa,  o  mergulhador  deve tentar eliminá­las, demarcando os alvos sempre que possível. Essa situação ocorre,  em  geral,  quando  o  mergulhador  percebe  a  iminência  da  perda  de  um  objeto  ou  o  localiza fortuitamente. 

A seguir são listados alguns procedimentos mais comuns.  a)  Bóias de Arinque 

Se  o  mergulhador  localiza  um  alvo  ou  presencia  o  seu  afundamento  em  um  dado  ponto,  poderá  marcar  o  local  com  uma  bóia  de  arinque.  Naturalmente,  a  bóia  marcadora  poderá  ser  improvisada  com  os  recursos  disponíveis  usando­se,  de  preferência, objetos com cores bem visíveis ou até iluminados. 

Se as bóias devem permanecer por longo tempo no local, a demarcação por outros  métodos é também recomendável, pois é comum seu desaparecimento. 

No reboque ou transporte de objetos com probabilidade elevada de afundar, deve­se  sempre  ter  prontas  poitas  e  arinques  com  cabos  adequados  às  profundidades  de  trânsito.

b) Alinhamentos 

Um  dos  métodos  mais  precisos  para  demarcar  objetos  no  fundo  é  o  alinhamento  visual.  Dependendo  dos  pontos  escolhidos  para  alinhar,  sua  precisão  pode  ser  da  ordem de fração de metro. 

Procede­se da seguinte maneira: 

­  Toma­se  posição  na  superfície  exatamente  sobre  o  alvo.  Caso  haja  correntada,  deve­se prender um cabo ao alvo para garantir a posição; 

­  Observam­se  dois  pontos  notáveis  alinhados  com  o  mergulhador,  isto  é,  o  mergulhador deverá vê­los superpostos. Quanto mais afastados entre si forem os  pontos, maior será a precisão. 

­  Observa­se outro alinhamento a cerca de 90 0 do primeiro.  ­  Anotam­se os alinhamentos. 

c)  Uso de emissores, respondedores ou refletores acústicos 

Objeto cujo valor justifique o emprego desses equipamentos poderá ser demarcado  acusticamente. Este método é muito utilizado na demarcação de “cabeças de poços”  petrolíferos, de armas submarinas para exercício ou na localização precisa de alvos  em grandes profundidades. 

Os  emissores  consistem  basicamente  em  um  gerador  sônico  ou  ultra­sônico  de  ruídos que permitem a localização de objetos aos quais estejam fixados. Isso é feito  determinando­se a direção da emissão pela audição ou por receptores especiais.  Os refletores e os respondedores refletem o sinal de um transmissor ou emitem uma  resposta ao recebê­lo. 

No documento MANUAL DE MERGULHO A AR (páginas 53-58)

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