Uma série de fatores influi no grau de dificuldade de uma busca subaquática. Vejamos alguns deles:
4.2.1 Dimensões do Alvo
Quanto maior o alvo, mais fácil será sua localização. Objetos de grandes dimensões permitem o emprego de diversos meios para localizálo como sonares, detectores magnéticos aerotransportados ou portáteis, garatéias, etc.
Pequenos objetos implicam normalmente em indicações muito precisas e, eventualmente, trabalhos do tipo garimpo.
4.2.2 Mobilidade do Alvo
Ser o alvo estático ou derivante influi muito no planejamento da busca.
Um alvo estático terá sua busca centrada em um ponto em torno do qual irá sendo expandida.
Para alvos derivantes é preciso estabelecer um “datum”. O datum é a última posição conhecida do alvo. Para se determinar o ponto de inicio da busca, deverão ser considerados fatores como corrente, vento, efeitos do movimento da água sobre um objeto semelhante ao alvo e natureza do fundo. Por exemplo: suponhamos que o alvo é o corpo de um afogado, desaparecido em um dado local em uma dada hora. Se a
correnteza no local é na direção Leste e um mergulhador colocado à deriva no fundo é arrastado com uma velocidade de um nó, podemos esperar que a posição do alvo quatro horas depois, seja a quatro milhas a leste do ponto do acidente.
Para objetos derivantes, é muitas vezes preferível estabelecer uma barreira a jusante, inclusive usando redes de pesca ou similar.
4.2.3 Correntada
Além de influir no comportamento de objetos derivantes, influi também sobre o mergulhador. Poderá facilitar uma busca, reduzindo o esforço ou dificultálo criando suspensão ou enterrando o alvo.
A visão é o sentido mais eficiente em uma busca subaquática, já que permite classificar qualquer contato, isto é, permite uma identificação positiva do alvo (desde que a água seja suficientemente transparente).
Em águas de boa transparência, a procura pode ser realizada da superfície ou até por aeronaves, varrendose grandes áreas em pouco tempo.
Os fatores que afetam a visibilidade subaquática são as partículas em suspensão e a intensidade da luz. Eventualmente podese corrigir a falta de luz com o auxílio de iluminação artificial, mas a suspensão é difícil de ser eliminada.
Em uma busca visual, devese estabelecer a visibilidade em termos de distância e, assim, determinar a largura de varredura, que nada mais é do que a distância que a vista alcança para os dois lados do observador. Por exemplo, se a visibilidade da água é de 5m, um mergulhador verá objetos distantes até 5m para cada lado, isto é, sua largura de varredura será igual a 10m. Utilizando mais de um mergulhador, as larguras de varredura devem se sobrepor a fim de se evitar que esta área não seja varrida motivada pelo afastamento de um dos mergulhadores.
Fig. 41 Largura de
4.2.4 Extensão da área de busca
Quanto maior a área de busca, maior quantidade de recursos terá que ser empregada e/ou maior velocidade de procura deverá ser imprimida. Normalmente uma área muito extensa implicará no uso de sensores acústicos, magnéticos ou de veículos submarinos, rebocados ou não.
4.2.5 Profundidade do local
A profundidade influi no tempo disponível para a busca com mergulhadores, na visibilidade e na precisão do centro de busca.
Equipamentos com controle remoto devem ser considerados para profundidades em que o mergulho se torne por demais oneroso ou inviável.
4.2.6 Natureza do fundo
A tensa pode afetar a visibilidade por oferecer pouco contraste com o alvo, cobrilo com facilidade (lama), ou por favorecer a suspensão de partículas.
4.2.7 Demarcação de Alvos
Conhecedor das dificuldades que uma busca subaquática representa, o mergulhador deve tentar eliminálas, demarcando os alvos sempre que possível. Essa situação ocorre, em geral, quando o mergulhador percebe a iminência da perda de um objeto ou o localiza fortuitamente.
A seguir são listados alguns procedimentos mais comuns. a) Bóias de Arinque
Se o mergulhador localiza um alvo ou presencia o seu afundamento em um dado ponto, poderá marcar o local com uma bóia de arinque. Naturalmente, a bóia marcadora poderá ser improvisada com os recursos disponíveis usandose, de preferência, objetos com cores bem visíveis ou até iluminados.
Se as bóias devem permanecer por longo tempo no local, a demarcação por outros métodos é também recomendável, pois é comum seu desaparecimento.
No reboque ou transporte de objetos com probabilidade elevada de afundar, devese sempre ter prontas poitas e arinques com cabos adequados às profundidades de trânsito.
b) Alinhamentos
Um dos métodos mais precisos para demarcar objetos no fundo é o alinhamento visual. Dependendo dos pontos escolhidos para alinhar, sua precisão pode ser da ordem de fração de metro.
Procedese da seguinte maneira:
Tomase posição na superfície exatamente sobre o alvo. Caso haja correntada, devese prender um cabo ao alvo para garantir a posição;
Observamse dois pontos notáveis alinhados com o mergulhador, isto é, o mergulhador deverá vêlos superpostos. Quanto mais afastados entre si forem os pontos, maior será a precisão.
Observase outro alinhamento a cerca de 90 0 do primeiro. Anotamse os alinhamentos.
c) Uso de emissores, respondedores ou refletores acústicos
Objeto cujo valor justifique o emprego desses equipamentos poderá ser demarcado acusticamente. Este método é muito utilizado na demarcação de “cabeças de poços” petrolíferos, de armas submarinas para exercício ou na localização precisa de alvos em grandes profundidades.
Os emissores consistem basicamente em um gerador sônico ou ultrasônico de ruídos que permitem a localização de objetos aos quais estejam fixados. Isso é feito determinandose a direção da emissão pela audição ou por receptores especiais. Os refletores e os respondedores refletem o sinal de um transmissor ou emitem uma resposta ao recebêlo.