• Nenhum resultado encontrado

Descrição das fases do projeto

No documento Mais laços e menos nós (páginas 62-67)

Capítulo II- Metodologia

3- Contexto da Experiência

3.3 Descrição das fases do projeto

O início das atividades do projeto ocorreu em meados de janeiro de 2018, e as sessões decorreram numa sala da instituição, tal como foi mencionado anteriormente. O presente projeto encontra-se divido em três fases.

Relativamente ao modo como decorre o projeto, afirma-se que este se encontra dividido em três fases fundamentais, que são sucintamente descritas na Tabela n.º 3 (ver anexo 3;4;5 que correspondem as planificações das sessões relativamente a cada fase do projeto)

Fases Nº de Sessões Descrição Participantes

1ª Fase 2 Sessões com Grupo que se subdivide em dois grupos, sendo o primeiro Mulheres e

crianças composto pelas mulheres/mães e o segundo pelas crianças e

jovens. Crianças

3 Sessões com (separadas)

mulheres Auto e hétero-conhecimento dos participantes.

2ª Fase 5 Sessões Junção dos grupos. Mulheres e

Crianças Contribuir para o fortalecimento de laços entre mães e filhos (juntas) através das linguagens artísticas

3ª Fase 7 Sessões Alterar/modificar algumas das lacunas sentidas pelas Só Mulheres

participantes na sua vida, sendo estas a sua falta de confiança, a baixa autoestima e a sua imagem.

Tabela IV Descrição das fases do projeto

Na terceira fase, o projeto permitiu que as participantes se vejam a si e à sua nova vida com um laço, que vejam uma segunda oportunidade de serem felizes e consigam desfazer os nós aos quais estiverem presas e que trouxeram angústias e sofrimentos. Tal como na fase anterior, o mundo (das linguagens) artístico surge como forma de intervenção, de modo a contribuir para ajudar estas mulheres a superar alguns dos seus medos. Em suma, a designação dada ao presente projeto tende a que os participantes vejam e criem mais laços e se soltem dos nós através do mundo das linguagens artísticas.

3.3.1- 1ª Fase

A 1ª fase decorreu entre 17 de fevereiro e 1 de março de 2018, esta fase teve na totalidade 5 sessões sendo que 2 delas foram dirigidas as crianças e jovens e as restantes as mulheres/mães (ver anexo 3- planificação das sessões). Nesta primeira fase, o grupo foi dividido em grupo das mães e grupo das crianças, isto para que fosse possível conhecer melhor os participantes do projeto. Esta fase centra-se no auto e hétero conhecimento entre a investigadora e todos os participantes, de modo a contribuir para uma criação de laços mais fortalecedores através das linguagens artísticas. Nesta fase, decorreram três sessões com o grupo das mulheres onde foram trabalhadas as linguagens artísticas do teatro, dança e plástica. As sessões de atividades decorreram no interior da instituição, tal

como foi anteriormente indicado, com uma periodicidade semanal – Quinta-feira – e uma duração de duas horas.

Relativamente ao grupo das crianças, as sessões também eram de duas horas e de periocidade semanal - sábado -, e dedicadas à exploração do teatro e da dança.

3.3.2- 2º Fase

A 2ª fase do projeto decorreu entre o período de 10 de março a 12 de maio de 2018, tendo na totalidade 5 sessões que decorreram com uma periocidade semanal - sábados -, durante duas horas (ver anexo 4- planificação das sessões).

Esta fase surge pela criação e fortalecimento de mais laços entre mãe e filho e do desfazer de alguns nós que foram provocados pelas circunstâncias e pelas experiências traumáticas pelas quais estes passaram. Deste modo, o mundo das linguagens artísticas surge como instrumento de intervenção no sentido de atenuar algumas lacunas na relação familiar. Esta fase tem como participantes as mulheres e seus filhos da casa abrigo no Norte, de modo a promover a sua relação afetiva. Estiveram na base de intervenção as linguagens artísticas do teatro, música, dança e plástica. Através da investigação teórica apresentada,

é verificável que as linguagens artísticas têm um papel fundamental na intervenção com diferentes públicos, que, neste caso específico, são as mães e filhos da casa abrigo do norte, tendo em atenção todas as problemáticas envolventes nestas famílias desestruturadas. Deste modo, as linguagens artísticas surgem como meio facilitador de comunicação com o outro, mas também de reflexão acerca de si e dos seus atos e os dos outros. Outra das vantagens das linguagens artísticas é o facto de permitir que o indivíduo debata e encontre soluções em conjunto para uma determinada problemática, e também

torne possível que sejam transportadas para a “ficção” situações da realidade, de modo a protegerem-se.

Nesta fase, os participantes tiveram oportunidade de contactar com as seguintes linguagens artísticas: dança; teatro; música; plástica. Por norma, em todas as sessões, os participantes, numa primeira fase, tinham uma atividade em conjunto, de modo a contribuir para uma maior descontração do grupo. Posteriormente a esta fase, o grupo dividia-se pelas famílias presentes na sessão, de modo a que estas trabalhassem mais aprofundadamente a sua relação e a sua afetividade, através das linguagens artísticas. Por último, no final da sessão, todos os participantes escreviam no seu diário de bordo

individual, sendo que as crianças mais pequenas entre os 3 e os 5 anos de idade tinham um desenho com diferentes caras, que pintavam consoante o seu grau de satisfação das atividades desenvolvidas na sessão.

3.3.3- 3º Fase

A 3ª fase do projeto decorreu paralelamente à 2ª fase, tendo a periocidade semanal - quintas-feiras- com a duração de duas horas, está fase e contou com 7 sessões (ver anexo 5- planificação das sessões). Esta terceira fase surge a pedido das mulheres/mães, de modo a que estas consigam alterar/modificar algumas lacunas sentidas pelas próprias na sua vida, sendo estas a sua falta de confiança, a baixa autoestima e a sua imagem. Neste sentido, em conjunto com as participantes, foi construído um miniprojecto, que as participantes designaram como “Vidas Novas” e que tinha por base as linguagens artísticas da fotografia e da plástica. Este projeto era apenas destinado às mulheres residentes na casa abrigo do Norte, e tinha como finalidade contribuir para uma melhoria da sua perspetiva acerca de si e da sua vida.

Nesta fase, as participantes desenvolveram um miniprojecto como já foi mencionado anteriormente. As participantes começaram por tirar fotografias umas às outras, que podiam ser de corpo inteiro, de pormenores ou de objetos que as identificavam. Isto é, as participantes tiveram liberdade para fotografar o que desejaram. Após a sessão de fotografia, foi necessário fazer uma escolha das imagens que estas desejavam trabalhar na fase seguinte. Concluída esta etapa, passou-se para a elaboração do autorretrato, com recurso a diferentes técnicas da linguagem artística de plástica. Quando todas as participantes concluíram o seu trabalho, foi sugerido pelas mesmas fazer uma exposição na casa abrigo com as peças criadas, de modo a relevar o seu trabalho. Esta exposição foi montada e elaborada pelas participantes, bem como o nome da mesma, sob o título “Autorretrato-Vidas Novas”.

Para executar o projeto de investigação e no que concerne aos recursos necessários para a concretização do mesmo, serão indicados os recursos humanos e os recursos materiais utilizados no mesmo, não sendo feita referência de recursos financeiros uma vez que os mesmos não se aplicaram neste projeto.

Desta forma, o grupo envolvido no projeto de investigação são os seguintes: Nove participantes residentes na casa abrigo do Norte, com idades compreendidas entre os 23 e os 48 anos; dezanove crianças/jovens que habitam na casa abrigo do Norte, com idades compreendidas entre os 3 e os 15 anos; investigadora, responsável pela operacionalização das sessões de atividades do projeto. Relativamente aos recursos materiais, foram utilizados: Sala ampla no interior da instituição para o decurso das sessões; Materiais diversos, mencionados nas planificações das sessões; máquina fotográfica; diário de bordo da investigadora (para proceder aos registos audiovisuais e escritos das sessões); Diários Individuais das participantes e canetas (para registarem as suas reflexões inerentes a cada sessão).

O presente projeto, designado “mais laços e menos nós”, é de investigação e de intervenção artística, co-participativa recorrendo a diversas linguagens artísticas, tendo como destinatários todas as residentes na casa abrigo do Norte e os seus filhos. Assim sendo, é justificável e sustentável a execução do presente projeto, de modo a compreender quais as potencialidades das linguagens artísticas na vida de um indivíduo e nos seus relacionamentos. Relativamente há designação do projeto “Mais laços e menos nós”, este surgiu de modo a abranger todas as fases do projeto desenvolvidas na casa abrigo.

Capítulo III - Análise dos dados e discussão dos

No documento Mais laços e menos nós (páginas 62-67)