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Instrumentos de recolha de dados

No documento Mais laços e menos nós (páginas 50-53)

Capítulo II- Metodologia

1- Opção Metodológica

1.3 Instrumentos de recolha de dados

A recolha de dados assenta em todo o tipo de técnicas que possibilitam obter informação relevante para a investigação, assim deve saber-se o que recolher e como o fazer, que

tipos de instrumentos mais pertinentes a utilizar, e ter em conta os dados que podem contribuir para a veracidade da informação da investigação.

Para que esta investigação seja concretizada segundo a metodologia acima descrita, é necessário refletir acerca dos instrumentos que serão utilizados para recolher a informação, sendo estes: a entrevista, o questionário e o diário de bordo (da investigadora, das crianças/jovens e das mães/mulheres).

A implementação do processo de recolha de dados decorre do levantamento dos dados entre o dia dezassete de fevereiro de 2018 e o dia treze de abril de 2018.

Segundo Bisquerra (1989, citado por Sousa, 2009, p.181), os “instrumentos de medida” ou “técnicas de recolha de dados” são os meios técnicos que se utilizam para registar as observações ou facilitar o tratamento experimental.

A Entrevista

“é bastante adequada para a obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem, creem, esperam, sentem ou desejam, pretendem fazer, fazem ou fizeram, bem como acerca das suas explicações ou razões a respeito das coisas precedentes” (Selltiz et al., 1967 citado por Gil, 1999, p. 117).

O principal objetivo da entrevista é a recolha de informação, sendo que esta recolha pode ser feita através de um conjunto de questões, abertas ou fechadas, que são colocadas pelo investigador ao entrevistado (Coutinho, 2013). Este instrumento é bastante importante no que diz respeito à recolha de dados válidos acerca das perceções, apreciações, ideias e crenças dos sujeitos (Boutin, Goyette & Lessard-Hérbert, 2005). Podem ser realizadas pessoalmente, pelo telemóvel ou pela internet (Coutinho, 2013). Neste projeto de investigação as entrevistas serão realizadas pessoalmente aos técnicos que trabalham na casa abrigo (educadora social; psicóloga e o coordenador da casa abrigo). (ver anexo Guião da entrevista x)

O Inquérito por questionário

“No sentido de garantir a comparabilidade das respostas de todos os indivíduos, é absolutamente indispensável que cada questão seja colocada a cada pessoa da mesma forma, sem adaptações nem explicações suplementares resultantes da iniciativa do entrevistador” (Ghiglione & Matalon, 1993, p.121).

Relativamente ao inquérito por questionário, esta é uma forma de recolha de dados qualitativa, assenta na técnica de inquirição ou inquérito e abrange questões direcionadas às pessoas, realizadas através de um formulário que contem diversas perguntas, elaboradas com o intuito de obter informações relevantes para a pesquisa (Coutinho,

2013). O inquérito por questionário é utilizado quando o investigador pretende obter informações através de um número elevado de pessoas, com o objetivo de compreender melhor as características dos grupos que o próprio está a estudar (Coutinho, 2013). Na realização do questionário é necessário ter em conta a forma como as perguntas são colocadas devido ao grupo que o investigador quer inquirir. Este deve adequar a escrita para que as questões sejam compreendidas. Também é necessário perceber o porquê da construção de um questionário e os objetivos que levam à realização das questões, pois devem de ser claros e evidentes (Coutinho, 2013). No presente projeto de investigação foram realizados dois inquéritos por questionário, sendo que o primeiro (anexo x) foi direcionado a crianças/jovens da casa abrigo da região norte. O segundo (anexo x) foi elaborado pelas mães/ mulheres da casa abrigo.

Diário de Bordo

“escrever sobre o que estamos fazendo como profissionais (…) é um procedimento excelente para nos conscientizarmos de nossos padrões de trabalho. É uma forma de “distanciamento” reflexivo que nos permite ver em perspetiva nosso modo particular de atuar. É além disso, uma forma de aprender” (Zabalza, 2004, p.10).

O instrumento diário de bordo foi utilizado pela investigadora do projeto, pelas mães/mulheres e pelas crianças e jovens que estavam inseridos no projeto de investigação. No que diz respeito ao diário de bordo das participantes (anexo x) e ao diário de bordo das crianças/jovens (anexo x), estes foram realizados sempre individualmente no final de todas as sessões, de modo a permitir que todos os participantes refletissem e avaliassem a experiência vivenciada, os sentimentos, os pontos de vista positivos e negativos e os aspetos a melhorar numa próxima sessão. Bertono (2004) destaca a relevância dos registos feitos no diário de bordo, pois a partir deles é possível

“identificar as dificuldades encontradas, os procedimentos utilizados, os sentimentos envolvidos, as situações coincidentes, as situações inéditas e, do ponto de vista pessoal, como se enfrentou o processo, quais foram os bons e maus momentos por que se passou e que tipos de impressões e de sentimentos apareceram ao longo da atividade, ao longo da ação desenvolvida” (Citado por Dias

et all, 2013, p. 4).

Este instrumento de recolha de dados permite ao investigador ter conhecimento de informações que podem ou não ser mensuráveis, relativamente aos sujeitos de intervenção, contribuindo para uma melhor compreensão do que sentem e pensam.

Quanto ao Diário de Bordo da investigadora (Anexo x), este foi aplicado no final de todas as sessões, de modo a registar todas as observações e considerações relevantes da sessão. Este instrumento tem uma grande diversidade de informações, desde ideias a situações

pontuais que decorreram na sessão, mas também aspetos que a investigadora foi observando ao longo da sessão.

Referenciando os diários Alves (2001), consta que:

“o diário pode ser considerado como um registo de experiências pessoais e observações passadas, em que o sujeito que escreve inclui interpretações, opiniões, sentimentos e pensamentos, sob uma forma espontânea de escrita, com a intenção usual de falar de si mesmo” (Citado por Dias, et all, 2013, p. 4).

No documento Mais laços e menos nós (páginas 50-53)