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6 ESTUDO DE CASO

6.1 DESCRIÇÃO DO PROJETO

Em virtude do aquecimento da economia interna nos últimos anos, o que acaba aumentando o consumo de derivados de petróleo, uma empresa multinacional deste setor, realizou estudos técnicos, econômicos e ambientais para verificar a viabilidade de projetos para aumento da capacidade de armazenagem e da distribuição de derivados. Compunha este programa de investimentos, um projeto para aumentar a capacidade de armazenagem de GLP (gás liquefeito de petróleo) no nordeste brasileiro.

Após extensivos estudos e análises internas da empresa, esta decidiu ser viável a implementação de um empreendimento em um terminal de derivados do nordeste. Este empreendimento, que é um projeto de investimento para a empresa, consiste na construção e na montagem de uma esfera com capacidade de armazenagem de 3.200 metros cúbicos de GLP pressurizado, bem como as interligações necessárias para alimentação e descarga do produto. Além disso, por se tratar de um produto inflamável, faz parte do escopo do projeto a construção de canaletas para drenagens emergenciais do produto, assim como as adequações do sistema de combate a incêndio do terminal e as exigências legais dos órgãos ambientais e do corpo de bombeiros. Vale registrar que estes dois entregáveis foram definidos como sendo subitens das interligações.

Após a definição do escopo, pôde-se elaborar a EAP do projeto, que está representada, de forma simplificada, pela Figura 23. A EAP tem o poder de tornar mais claro o projeto e suas principais entregas, além de, neste caso, haver o destaque das atividades críticas em vermelho.

Figura 23 – EAP Projeto Esferas GLP

Pode ser observado na Figura 23 que o projeto está dividido em quatro itens no segundo nível da EAP, sendo eles a iniciação, o planejamento, a execução e encerramento do Projeto. A grosso modo, a iniciação é constituída pela elaboração do termo de abertura do projeto e realização da reunião de kick off, ou reunião de abertura do projeto. Em seguida, tem todo o planejamento e a realização do projeto de engenharia. Na etapa de planejamento, as estratégias do projeto são traçadas, assim como a confecção de todos os planos envolvidos, conforme foi mencionado no capítulo 3. O projeto de engenharia irá subsidiar tecnicamente o gerente e a equipe do projeto com as especificações técnicas e o pré-detalhamento do que será executado. É nesta etapa que os diâmetros das tubulações são definidos, as vazões e as pressões de operação são estudadas, são realizados estudos de solo e análise de riscos de operabilidade, além da escolha do tratamento e do tipo dos materiais a serem utilizados.

A execução é responsável pela concretização do que foi projetado, despendendo maior tempo e recursos do projeto. Conforme a Figura 23, a execução é dividida nas contratações necessárias para execução dos serviços, no projeto detalhado e na esfera e nas interligações. O projeto detalhado tem como base o projeto de engenharia e fornecerá ao projeto todas as interfaces e os detalhes necessários para a execução completa das interligações. A esfera considera o estaqueamento, a fundação, a construção e a montagem da esfera, além dos suprimentos necessários para sua conclusão. As interligações contemplam as construções e as montagens necessárias para que todas as interligações da esfera com o terminal sejam feitas, permitindo a alimentação e a descarga de GLP. Importante ressaltar que, depois de concluída as construções e as montagens, são necessários testes de funcionalidade e de segurança, além de treinamento aos colaboradores que irão operacionalizar a armazenagem e a movimentação do GLP.

Só após a realização dos testes e do treinamento, o projeto pode ser entregue ao cliente, que neste caso é a área operacional do terminal. Depois de ser aceito pelo cliente, vai-se para a última fase do projeto que é o encerramento. O encerramento engloba a aceitação do cliente e a reunião de encerramento do projeto.

Após a breve contextualização do cenário em que a oportunidade de investimento foi identificada e viabilizada, apresentando-se, em seguida, de forma resumida, o escopo e a EAP gráfica do projeto, pode-se agora apresentar o

cronograma do projeto. Vale destacar que na elaboração do cronograma foi feito o dicionário de dados da EAP, onde foram definidos os responsáveis, as precedências e as durações mais prováveis para realização das atividades. Considerou-se a duração mais provável para as atividades comparando-se o prazo de execução de atividades similares, em projetos anteriores semelhantes.

Então, é apresentado na Figura 24 um cronograma gerencial para o projeto. Nesta figura, não se chega ao detalhe das atividades, nem dos pacotes de trabalho, porém, é possível realizar uma analise preliminar das sequências e da duração das atividades, além do encadeamento lógico dos entregáveis. Vale destacar que o projeto, neste cronograma, que será chamado de cenário A, é a linha de base do projeto.

Figura 24 – Cronograma Gerencial do Projeto – Cenário A

Fonte: O autor, (2011).

Ainda com relação à Figura 24, o cronograma sinaliza para uma duração do projeto de 1698 dias. Porém, apenas com a Figura 24, não se pode analisar de forma mais aprofundada o cronograma. Para que isso seja feito, é necessário desagregar este cronograma gerencial até o menor nível possível das atividades, ou seja, até os pacotes de trabalho. Isto se justifica, pois as precedências, as latências e as antecipações das atividades tornam a análise complexa. Somado a isso, é

importante que sempre seja feita uma análise no caminho crítico do projeto, de forma a verificar quais atividades não possuem folgas e podem de fato comprometer o prazo do projeto. No cronograma, expostos nas figuras a seguir, as atividades críticas estão destacadas em vermelho.

Um comentário se faz pertinente neste momento. Quando se busca reduzir o prazo do projeto e não somente cumpri-lo, deve-se simular um novo cenário a fim de estabelecer um novo prazo para o projeto, pois, mesmo estimando tempo de duração menor para as atividades, devido às iterações dessas no projeto, torna-se arriscado afirmar, apenas com análises superficiais, qual a redução em dias que seria obtida. Ratifica-se aqui que uma das formas de diminuir o tempo necessário para realização de uma atividade do projeto, é através das oportunidades de integração apresentadas no capítulo 5.

Face ao exposto, tem-se abaixo uma sequência de figuras em que o cronograma cenário A foi desagrupado, chegando-se até o quinto nível da EAP. Figura 25 – Cronograma Iniciação e Planejamento – Cenário A

Figura 26 – Cronograma Execução Contratações – Cenário A

Fonte: O autor, (2011).

Figura 27 – Cronograma Execução Esferas GLP e Encerramento – Cenário A