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DESDOBRAMENTOS DAS DISCUSSÕES DOS CONFAEBs

3. CONCEPÇÕES QUE FORAM BASE PARA OS CONFAEBS QUE

3.2. As Concepções que Nortearam os CONFAEBs, de Acordo com

3.2.7. DESDOBRAMENTOS DAS DISCUSSÕES DOS CONFAEBs

Prosseguindo com o roteiro, perguntei aos organizadores “quais os desdobramentos das discussões no congresso?” Suas respostas estão em mostra na tabela abaixo:

Tabela nº 8 – Desdobramentos dos CONFAEBs

QUAIS OS DESDOBRAMENTOS DAS DISCUSSÕES NO CONGRESSO?

C Fortalecimento das associações estaduais e formação de grupos/temáticas para o próximo encontro.

O

A partir do Rio de Janeiro, quando a gente já partiu pra Ouro Preto que, que deu certo em Ouro Preto. Quer ver, se a gente faz um histórico. Eu assumi, porque o Arão não pôde fazer no Maranhão, porque adoeceu e eu fiquei doidinho... Você imagina como é que não estava essa situação da FAEB. Se eu não tivesse ido nesse coquetel, talvez hoje tudo tivesse... Porque a FAEB tava por um... Foi por um triz que ela não acabou...

N Tivemos o reconhecimento público da AMARTE. E se não fosse pelo desgaste do trabalho árduo vivenciado, a força da AMARTE, hoje, seria ainda maior.

F Foram muitos desdobramentos, a comissão do estatuto, que finalmente terminou o trabalho para o CONFAEB do Cariri, o fortalecimento das Associações Estaduais, a renovação da diretoria no ano seguinte e uma mobilização que culminou no meu entendimento nas ações do biênio 2009/2010.

A Não consigo estabelecer qualquer critério para apontar desdobramentos, porque o CONFAEB não tem se constituído como um evento em que as discussões apontem desdobramentos. Podemos observar que em alguns momentos históricos da FAEB, isso aconteceu entre os anos 80, 90.

E Além da divulgação dos textos nos anais do Congresso, um site ficou no ar até dezembro de 2010, para consulta e cópia de tudo o que aconteceu. Tivemos relatos de professores que utilizaram vídeos e textos disponíveis no site para suas aulas e discussões de grupo.

B Na organização do 21º CONFAEB, mapeamos a diversidade dos trabalhos apresentados e, também, identificamos um problema sério: a dificuldade de sistematização e apresentação dos

trabalhos em moldes mais acadêmicos. Vimos também que o trabalho ligado à pesquisa foi em número menor que os demais, e por isso o tema do 21º CONFAEB abordará a temática “Culturas da Pesquisa – Arte, Educação e Tecnologia”.

Diante das respostas da tabela acima, faz-se necessário analisar cada consideração dos organizadores, pois os desdobramentos de cada CONFAEB serviram como pontos de reflexão para os posteriores, a fim de tornar mais eficiente a organização dos mesmos. Portanto, trazendo as falas dos organizadores para uma reflexão mais detalhada, (C) disse que, como resultado do CONFAEB que organizou, ocorreu o “fortalecimento das associações estaduais e formação de grupos/temáticas para o próximo encontro”. O fortalecimento das associações estaduais é um desdobramento até natural dos CONFAEBs, tendo em vista que, durante a participação nos congressos, seus membros sentem-se estimulados a participar mais ativamente de suas associações, e voltam para seus Estados com essa finalidade, trabalhando para o fortalecimento das mesmas. Outro desdobramento que (C) destacou foi que, no CONFAEB que ele organizou, grupos de temáticas foram criados para serem discutidos no próximo CONFAEB.

Para analisar a fala de (O), é necessário recorrer à História dos CONFAEBs, pois, ele disse que...

A partir do Rio de Janeiro, quando a gente já partiu pra Ouro Preto que, que deu certo em Ouro Preto. Quer ver, se a gente faz um histórico, eu assumi, porque o Arão não pôde fazer no Maranhão, porque adoeceu e eu fiquei doidinho... Você imagina como é que não estava essa situação da FAEB. Se eu não tivesse ido nesse coquetel, talvez hoje tudo tivesse... Porque a FAEB tava por um... Foi por um triz que ela não acabou...

O organizador (O) está se referindo à sequência de três CONFAEBs em que ele foi o coordenador geral: Rio de Janeiro, Ouro Preto e Cariri Cearense. Mas, foi a partir do CONFAEB do Rio de Janeiro que houve um “renascimento” da FAEB, como relata o coordenador geral do evento...

Na verdade, eu organizei vários CONFAEBs... Em Goiânia, no Congresso de Goiânia (2003), tinha havido antecedentes que tinham desestruturado essas políticas dos congressos. Como? Houve um congresso em Salvador (1999) que deu uns problemas econômicos, problemas conceituais. Foi um caos lá. Foi mal organizado. E, por causa dessa má organização, quase que a FAEB acaba... Aí a professora Roberta Puccetti... Nós fizemos às pressas uma

eleição... E aí elegemos a professora como presidente da FAEB. Ela levou pra Campinas e fez esse CONFAEB (2001)... Quando chegou a Goiânia, quer dizer, ela não tinha mais perna... Porque ninguém queria organizar os CONFAEBs, porque era uma responsabilidade muito grande, e não tinha dinheiro. Aí foi levado pra Goiânia, e como consenso, porque a professora Irene Tourinho tava em Goiânia. Tinha ido pra lá e tinha condições de articulação com a Universidade de Goiás, Federal de Goiás, ela e o professor Raimundo Martins... Foi aí que eu, assim, fui içado... Eu fui pra lá sem saber que eu ia ser presidente... Eles fizeram uma arapuca... Quando eu cheguei lá, que eu me espantei, estava tudo articulado pra eu ser... Aí eu peguei aquela, aquele pacote que eu não sabia o que era... Eu não tinha condições... Como é que eu ia fazer um congresso? Como era fazer o projeto de um congresso?... Eu era presidente da Associação de Arte- Educadores lá do Distrito Federal (ASAE – DF) e junto com a Célia Rosa e mais a minha diretoria, né, a gente conversando... E aí eu disse: mas olha, aqui não temos condições, porque a UNB nessa época era completamente refratária a qualquer organização de Licenciatura. Eu estava num coquetel... Fui convidado por outras pessoas que não tinham nada a ver com arte/educação, né? E, lá no coquetel, encontrei a presidente da FUNARTE (Diretora do Centro de Programas Integrados da FUNARTE)... Não me lembro mais o nome da moça (Míriam Brum) e... E eu conversando com ela, ela falando da FUNARTE, que a FUNARTE tinha muito essa relação com a FAEB, sempre teve. E eu disse: Por que a gente não faz um congresso no Rio de Janeiro e tira aqueles ares... Aí eu joguei assim. Joguei no ar, entendeu? Ela disse: Isso é um caso a pensar... Quando deu uma semana mais ou menos, ela me mandou a passagem pra eu ir pro Rio de Janeiro conversar com ela. Aí eu fui pro Rio de Janeiro, conversei com ela... Então aí, ela me pediu para fazer o projeto do congresso. Eu juntei... Fui ajudado pela professora Ivone Richter, que era a pessoa que tinha a ligação... Liguei pra ela. Ela mandou como tinha sido feito os CONFAEBs lá... Aí nós fizemos o projeto direitinho, mandamos pro Rio de Janeiro. Aí a professora (Míriam Brum)... Eu fui umas três ou quatro vezes, porque o Rio de Janeiro não tinha associação... Geraldo Salvador tinha morrido, e tava uma confusão danada. Ninguém queria pegar. Não sabia onde tavam as coisas. Foi aí que eu fui juntando, peguei uns cacos aqui, juntei uns cacos ali... Bom, mas o congresso ocorreu sem um presidente da associação, não tinha nenhum representante da associação. É tanto que nós chamamos os antigos, aquela associação antiga, pessoas que tinham participado... Pessoas importantes assim, dentro da História dos Congressos, mas não tinha nenhuma representatividade legítima. Mas, o congresso foi um sucesso imenso! Porque tinha dinheiro. Foi muito bem produzido. Foi situado lá naquela, naquele espaço maravilhoso que é um espaço histórico, que foi onde era o projeto do Niemeyer que fez... Na verdade o Le Corbusier que fez para ser o Ministério da Educação, que é a sede da FUNARTE, tal. Então, aconteceu esse do Rio, que eu fui o coordenador geral... A FUNARTE fez só patrocinar, mas não interferiu. Nós fizemos diretamente o projeto e convidamos as pessoas Tivemos a liberdade de convidar, e aí o tema (Trajetória Políticas para o Ensino das Artes no Brasil)... (O).

Diante do relato acima, o desdobramento que (O) enfatizou, acerca do CONFAEB do Rio de Janeiro, foi justamente o fortalecimento da FAEB e as condições para organizar os CONFAEBs posteriores, que ocorreram em Ouro Preto, Florianópolis, Cariri Cearense, Belo Horizonte e Goiânia.

Continuando com a análise das falas dos organizadores dos CONFAEBs, (N) disse que como desdobramento do congresso que organizou “Tivemos o reconhecimento público da AMARTE. E se não fosse pelo desgaste do trabalho árduo vivenciado, a força da AMARTE hoje, seria ainda maior”.

Portanto, ao organizar o congresso, a Associação Mineira de Arte/Educadores terminou, no evento, fortalecida, sendo hoje uma das associações mais atuantes na participação junto à FAEB. (F) disse que...

Foram muitos desdobramentos, a comissão do estatuto que finalmente terminou o trabalho para o CONFAEB do Cariri, o fortalecimento das Associações Estaduais, a renovação da diretoria no ano seguinte e uma mobilização que culminou no meu entendimento nas ações do biênio 2009/2010 (F).

Ainda na mesma direção sobre os desdobramentos, (E) disse que “Além da divulgação dos textos nos anais do Congresso, um site ficou no ar até dezembro de 2010, para consulta e cópia de tudo o que aconteceu. Tivemos relatos de professores que utilizaram vídeos e textos disponíveis no site para suas aulas e discussões de grupo”. E (B) respondeu que...

Na organização do 21º CONFAEB, mapeamos a diversidade dos trabalhos apresentados e também identificamos um problema sério: a dificuldade de sistematização e apresentação dos trabalhos em moldes mais acadêmicos. Muitos trabalhos não seguiram os critérios exigidos para envio de texto, tais como: formatação, resumo, número de páginas, etc. Vimos também que o trabalho ligado à pesquisa foi em número menor que os demais, e por isso o tema do 21º CONFAEB abordará a temática “Culturas da Pesquisa – Arte, Educação e Tecnologia” (B).

Dos sete organizadores dos CONFAEBs que responderam ao questionário, apenas um deles discorda que foi possível haver condições para perceber desdobramentos no CONFAEB que ele organizou, dizendo que não consegue “estabelecer qualquer critério para apontar desdobramentos, porque o CONFAEB não tem se constituído como um evento em que as discussões apontem desdobramentos. Podemos observar que, em alguns momentos históricos da FAEB, isso aconteceu entre os anos 80, 90.” (A).