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Perfil dos Sujeitos da Pesquisa

3. CONCEPÇÕES QUE FORAM BASE PARA OS CONFAEBS QUE

3.1. Perfil dos Sujeitos da Pesquisa

Os sujeitos desta pesquisa são os seis organizadores dos CONFAEBs que responderam o roteiro de perguntas que enviei para os mesmos e o organizador que entrevistei pessoalmente, perfazendo, portanto, sete sujeitos. São cinco mulheres e dois homens. Utilizo a sigla CONFAEB para me referir

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Não obtive resposta de um dos organizadores dos oito CONFAEBs realizados nesse período, apesar de certa insistência de minha parte, porém entendo que as variadas atividades que profissionais da área de ensino são responsáveis, não permitem que o professor assuma mais uma atribuição. Todos os organizadores dos CONFAEBs de 2001 a 2010 são professores de universidades ou de escola de ensino básico.

aos organizadores que responderam aos questionários, sendo que cada letra corresponde a cada um deles, a ordem adotada das letras é de acordo com a ordem cronológica dos CONFAEBs. A partir da Tabela nº 2, utilizo apenas as letras do CONFAEB para me referir aos organizadores para padronizar melhor os quadros. Como vimos no segundo capítulo, os CONFAEBs realizados no período de 2000 a 2010 foram nos anos de 2001, 2003, 2004, 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010. E entre os organizadores dos CONFAEBs em pesquisa, apenas o organizador do congresso de 2001 não enviou as respostas do roteiro de questões que enviei.

Os dados dos sujeitos da pesquisa que responderam ao roteiro de perguntas estão distribuídos no quadro abaixo (Tabela nº 1).

Tabela nº 1 – Apresentação dos Sujeitos da Pesquisa.

SUJEITO ANO COORDENADOR ATUAÇÃO ÁREA DE ENSINO DE NÍVEL DE

ATUAÇÃO REGIÃO

LOCAL DE ATUAÇÃO

C 2003 Tourinho Irene Artes Visuais Universitário CO Goiás

O 2004 José Mauro Ribeiro Teatro Universitário SE Brasília14

N 2006 Adriana Pessoa Artes Visuais Fundamental e Médio SE Minas Gerais

F 2007 Cristina Maria

Rosa Artes Visuais Universitário S Santa Catarina

A 2008 Rodrigues Fábio Artes Visuais Universitário NE Ceará

E 2009 Pimentel Lúcia Artes Visuais Universitário SE Minas Gerais

B 2010 Guimarães Leda Artes Visuais Universitário CO Goiás

Podemos observar que os CONFAEBs não foram realizados anualmente, conforme o objetivo da FAEB. Conforme já relatamos, por

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O XV CONFAEB foi realizado no Rio de Janeiro, porém, o organizador foi o Prof. José Mauro Barbosa Ribeiro (Presidente da FAEB e Prof. da Universidade de Brasília – UnB), portanto o local do evento foi no Sudeste e o organizador é de Brasília.

problemas operacionais, não foram realizados CONFAEBs em 2000, 2002 e 2005. Corroboro com a afirmação de que...

O Congresso da FAEB é o grande momento de encontro dos arte/educadores de todo o Brasil. É ele que sustenta a FAEB em sua luta política e oportuniza o conhecimento e as discussões teóricas, a pesquisa, os relatos e a troca de experiências sobre o ensino de arte. É neste evento que os arte/educadores iniciantes em sua trajetória se encontram com aqueles que já vêm de longo tempo nesta caminhada, é quando o entusiasmo contamina a todos e faz surgir novas lideranças. É por tudo isso, a meu ver, que o congresso deve acontecer a cada ano, em outro canto do país, de maneira a levar a todos esta nossa incansável batalha pelo ensino de arte de qualidade. (RICHTER, apud BARBOSA, 2008, p. 333).

Se a FAEB fixar a realização dos CONFAEBs bienalmente, como muitos membros já sugeriram em assembleias da FAEB, quando houver problemas operacionais, como existiu em 2000, 2002 e 2005, a realização de um CONFAEB para o outro poderia variar de três a quatro anos de intervalo15.

Outro dado que podemos perceber na tabela nº 1 é a diversidade de regiões que receberam o CONFAEB. No período de 2001 a 2010 Os congressos foram realizados três vezes na região Sudeste, duas vezes na Região Centro-Oeste, uma vez na Região Sul e uma vez na Região Nordeste. A única Região que não foi vislumbrada neste período foi a Região Norte. Porém, considerando a história dos CONFAEBs, a FAEB realizou dois de seus congressos nessa região, no ano de 1992, no Pará, e em 1997, no Amapá, portanto, o fato de os CONFAEBs terem sido realizados em diversos locais do Brasil confirma o que foi dito pela professora Ivone Richter (apud BARBOSA, 2008, p.333), “que o congresso deve acontecer a cada ano, em outro canto do país”, pois a FAEB tem como uma de suas finalidades socializar os princípios de luta política e discussão conceitual sobre a arte/educação a todos arte/educadores e todas arte/educadoras do Brasil, afinal, FAEB significa Federação de Arte/Educadores do “Brasil”.

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Fui questionada durante a minha qualificação pela banca de examinadores se não seria melhor ter o intervalo de dois anos, por exemplo, a fim de que a qualidade da organização dos CONFAEBs melhorasse. Porém, ainda penso que o ideal é ter o CONFAEB anualmente, porque o principal objetivo da FAEB em realizar os congressos é o encontro dos arte/educadores que residem em diversos estados do Brasil para refletirem sobre a área e lutarem, politicamente, pelas melhoras da qualidade do ensino de arte no país. O evento proporciona a única assembleia em caráter ordinário, onde os membros da FAEB têm a oportunidade de realizar no ano. Portanto, no meu entendimento, é fundamental que os CONFAEBs sejam realizados anualmente, pois se por motivos operacionais um deles não puder ser organizado, o intervalo passa automaticamente para dois anos, o que já ocorreu nos anos de 1999/2001, 2001/2003 e 2004/2006. Sem falar que, a mudança do espaço de realização dos CONFAEBs de um para dois anos não garante a qualidade de organização do evento.

Notamos também que, entre os organizadores entrevistados, a maioria ensina em universidades, e apenas uma organizadora ensina em escolas de ensino fundamental e médio. Tratando-se de organizadores, os professores universitários contam com o apoio estrutural das universidades onde lecionam, tornando-se possível, dessa forma, a organização de um evento nacional como o CONFAEB. Porém, a FAEB objetiva reunir profissionais que trabalham com todos os níveis de ensino na área de arte. Como diz um dos organizadores...

... A grande vantagem da FAEB, ela atua na ponta... Eu tanto coordenei uma comunicação como ontem eu fiz a minha. Então nesses dois dias, eu senti o quanto foi importante esses debates ali dentro, os professores da ponta aqueles que... Vendo os relatos de experiência, isso é muito importante pra eles. Eles quando se apresentam, então quando veem, eles muitas vezes dizem “eu também fiz isso”. Isso é auto-estima e alteridade, você entende? Eu acho que a FAEB tem essa função muito forte que é atuar na ponta. E agora, reforçando, atuando também na pós-graduação que é a pesquisa de ponta né? Agora, não pode perder a ponta... Todas as pontas são onde que tem o Ensino Básico, o Ensino Médio... O Infantil. Exatamente ali que começa, não é? Ali é que nós estamos influenciando, inclusive nos Cursos de Pedagogia. (Organizador O).

Portanto, faz parte da filosofia da FAEB incluir em suas reuniões, professores dos diferentes níveis de ensino, do infantil ao universitário. Ela abrange também outros espaços da arte/educação como ONGs, espaços expositivos e locais afins.

Dentre os sete organizadores da pesquisa, cinco são do sexo feminino e dois do sexo masculino, demonstrando que há certa predominância do sexo feminino no magistério e também no ensino da arte. Essa questão também é fundamentada na literatura do campo de arte/educação, onde...

A feminização da carreira docente tem sido pauta de discussão de diversos autores, como Novaes (1984), Apple (1995) e Arce (1997). Estes autores tentam explicar os motivos que historicamente fomentaram o processo de feminização da carreira docente. Defendem que esta profissão ficou marcada pelo preconceito e pelo estereótipo social. Ficou associada como uma “profissão feminina”. Os componentes de “cuidar” e “servir”, associados ao magistério das séries iniciais, atuaram como fatores de segregação e interdição sexual. (NASCIMENTO; et al, 2011).

Diante dessa realidade de feminização da carreira docente, a FAEB reconhece tal condição e trabalha com as mulheres professoras em seu movimento. Porém, os professores homens também participam do movimento da FAEB, destacando-se na organização de CONFAEBs, como vimos na

tabela nº 1, onde há a participação de homens como presidentes da FAEB, integrantes da diretoria e como participantes ativos da FAEB e CONFAEBs.

3.2. As Concepções que Nortearam os CONFAEBs, de Acordo com seus