• Nenhum resultado encontrado

Desenvolvimento capitalista e heterogeneidade estrutural brasileira

I. (RE)LEITURA DO DESENVOLVIMENTO CAPITALISTA

I.2. Desenvolvimento capitalista e heterogeneidade estrutural brasileira

A formação econômica e social do Brasil foi estabelecida mediante a drástica interferência das chamadas nações capitalizadas, desenvolvidas, nações “centro” na divisão internacional do trabalho. Notadamente, tal circunstância não possibilitaria outra conformação se não os desajustes estruturais e os notáveis desequilíbrios como condicionantes da implantação e perpetuação do modo de produção capitalista exacerbado.

De acordo com Sampaio Jr. ao discutir sobre o “Impasse da formação nacional” a dificuldade de afirmação da nação decorrem de terríveis contradições de uma formação social marcada:

[...] pelo genocídio da civilização pré-cabralina; pelo ultra-eletismo de uma sociedade incapaz de resolver suas pendências com o passado escravista; pelo caráter predatório assumido pela atividade econômica em relação ao meio ambiente; pela extrema vulnerabilidade do país às vicissitudes do capital

internacional e ao arbítrio do sistema imperialista; pela inadequação da base produtiva para atender às necessidades do povo; pelos obstáculos encontrados para afirmar o domínio sobre um território continental, composto de regiões mal articuladas e desconexas entre si; pela falta de identidade nacional de um aglomerado humano recente, oriundo de diferentes partes do globo, pela precariedade das instituições administrativas e políticas que compõem o aparelho de Estado; e, finalmente pelo arraigado colonialismo cultural de nossas elites (SAMPAIO JR., 1999: 416).

O impasse da formação não foi espontâneo ou involuntário, como causa de um processo natural, pelo contrário, foi induzida e determinada, pois os países centrais precisavam comercializar seus produtos, e mais, necessitavam de espaços que garantissem a produção primária. A pressão dos países capitalizados era constante e propulsora para a expansão do capitalismo, o conflito de interesses estava dado e alguém deveria arcar com o ônus. Furtado (2001: 6) destaca que “o início da ocupação econômica do território brasileiro é em boa medida consequência da pressão política exercida sobre Portugal e Espanha pelas demais nações europeias”.

A partir dessa configuração, o Brasil assim como outros territórios arcou com o ônus sem condições de rebater a dinâmica que lhe foi imposta. O Brasil, nesse contexto, apresenta-se como o único país a ter o capital comercial desenvolvido por uma grande empresa agrícola, sendo possível mediante a apropriação do que já estava em curso no país para se estabelecer a divisão do trabalho, favorecendo a concentração de terra como fonte de poder.

A estrutura agrária brasileira apresenta uma série de características cuja compreensão requer uma análise do processo histórico de sua formação. A abundância de terras, o clima tropical ou subtropical e a quase inexistência de mão-de-obra local na fase inicial de ocupação, fizeram que a grande unidade de exploração se impusesse como forma predominante e quase exclusiva de organização. [...] os interesses da grande propriedade, ou seja, da classe de grandes proprietários constituíram nas fases subsequentes o eixo em torno do qual giraria todo o sistema de decisões concernentes à ocupação de novas terras à criação de emprego para uma população crescente (FURTADO, 1978: 93). Não havendo o interesse de dinamizar o continente, a Europa necessitava colonizar para continuar ampliando seu comércio e expandir as relações capitalistas como forma de acumular riquezas. Na prática não havia nenhuma consideração pelos novos territórios, quanto mais se conseguisse submeter e impor uma relação de exploração melhor seria para os capitalistas. Segundo Prado Jr (1998) não havia, inicialmente, a intenção de povoar a América, o

comércio era o real interesse e por isso o desprezo pelo território primitivo e vazio, afirma o autor:

[...] todos os grandes acontecimentos desta era a que se convencionou com razão chamar de “descobrimentos”, articulam-se num conjunto que não é senão um capítulo da história do comércio europeu. Tudo que se passa são incidentes da imensa empresa comercial a que se dedicam os países da Europa (PRADO JR., 1998: 15).

Em meio ao contexto de disputas entre os países europeus e a expansão de seus territórios de influência, determina-se a economia brasileira que assume o caráter primário- exportador; uma economia pautada na grande propriedade e no monocultivo, com “o objetivo de produzir gêneros de grande valor comercial, e por isso, altamente lucrativos” (PRADO JR., 1998: 34).

O Brasil, em verdade, foi consolidando sua economia por meio do processo de dispersão produtiva e ocupacional pelas diferentes regiões, isso mediante aos interesses do capital e suas interferências nas formas de produção regional. Segundo Furtado (1978: 92); Cano (2002: 118), a dispersão produtiva ocorre com a prática da agricultura itinerante, a qual proporcionou a absorção e o aproveitamento de seus resultados de forma distinta ao longo do país contribuindo para a desigualdade regional.

Para Cano (2002: 119), a dinâmica de dilatação da fronteira agrícola “reproduz o padrão de concentração da propriedade, da renda e do poder, o que se faz mantendo a estrutura das relações sociais predominantes, logo, a marginalidade social”. Na Amazônia, historicamente, o capital comercial explora os recursos naturais e dinamiza as desigualdades sociais e produtivas como subsídio à sua reprodução e valorização, fazendo-se o bicho superdensenvolvido, apropriando-se das adversidades geográficas e das relações sociais anacrônicas para se expandir e determinar as dinâmicas produtivas.

Do ponto de vista diacrônico, o modo de produção capitalista tem sua origem embasada na economia agrária voltada para o mercado, tendo durante muito tempo a mão de obra escrava como recurso para produção. Mesmo mais tarde, com a substituição do trabalho escravo por trabalhadores livres, manteve-se a natureza estrutural da grande exploração. A perpetuação da grande exploração para Prado Jr (1966: 118) se deu pelo fato de não ter constituída inicialmente no país uma economia e classe camponesa, produção individual ou familiar, como na economia europeia.

Contrariamente do que previu Prado Jr (1966: 123-124), o Brasil surgiria progressivamente do aglomerado heterogêneo e originário de raças e povos díspares, para um futuro que seu povoamento estruturado comportaria uma organização e sistema econômico voltado fundamentalmente para a satisfação das necessidades, capazes de assegurar a existência com padrões da civilização e cultura. A “herança da história”, como afirmou Furtado (1978), condicionou uma estrutura desigual marcada por um processo no qual a minoria conseguiu submeter seus interesses a uma maioria condicionada.

Dessa forma, o controle da propriedade da terra por uma minoria impediu que frutificasse todo ensaio de atividade agrícola independente da empresa agro- mercantil. Visto o problema de outro ângulo, esta conseguiu reduzir a população escrava a um potencial de mão-de-obra à sua disposição (FURTADO, 1978: 98). A concentração da propriedade da terra significava a concentração de renda. A esse respeito, Furtado (1978: 106) afirma que se a propriedade está concentrada, “a massa rural estará basicamente constituída de trabalhadores dependentes de emprego em terras das empresas agromercantis”, independente da forma de relação de trabalho – morador, foreiro, rendeiro, arrendatário, trabalhador assalariado, colono, etc. Tais formas refletem a metamorfose da grande propriedade no esforço de garantir o monopólio da propriedade fundiária.

Por outro lado, a prática da agricultura itinerante dentro das grandes propriedades imobilizava significativas quantidades de terra, implicando em destruição dos recursos naturais por meio de técnicas agrícolas rudimentares. A partir dessa interpretação, Cano (2002: 118) afirma que essa condição moldará a maior parte das estruturas sociais no país, consolidando o processo de alta concentração da propriedade fundiária de um lado e a pauperização da pequena produção agrícola do outro.

A prática da agricultura itinerante e a busca no interior do país por novas áreas produtivas introduz a heterogeneidade estrutural que se arrasta pela história. Mesmo com as tentativas de superação via industrialização do país, não se mitigou o problema, pelo contrário, a dependência do país aumentou em relação às economias capitalizadas e as questões sociais foram agravadas no interior do Brasil. Pinto (1979) ao estudar o caso da América Latina afirma que o aprofundamento da heterogeneidade ocorre devido ao processo de “colonialismo interno” e pela existência do “centro autossustentado”.

O autor (PINTO, 1979) destaca que a condição de desigualdade interna dos países em parte é condicionada pela concentração em determinadas regiões, as quais conseguiram

estabelecer um “complexo exportador” que apesar de movimentado por estrutura de produção primitiva a sua demanda é considerada civilizada. Os dividendos gerados aprofundam o desequilíbrio por não existir um mecanismo de compensação para as regiões internamente colonizadas em consequência de problemas gerados nos “centros autossustentados”.

O colonialismo imposto condicionou o Brasil à marcante característica do subdesenvolvimento. “A acumulação não produziu transformações nas estruturas sociais capazes de modificar significativamente a distribuição da renda e a destinação do excedente” ao contrário das economias do centro, o efeito foi inverso concebendo a elevação do subemprego e o reforço de estruturas tradicionais de dominação ou formas similares. A “acumulação estava a serviço da mundialização dos mercados” (FURTADO, 1994: 38).

Para maiores detalhes acerca do colonialismo brasileiro faz-se necessário expor aqui, o pensamento de Cardoso de Mello ao escrever sobre “As raízes do capitalismo retardatário”. Em sua obra célebre “O Capitalismo Tardio”, o autor afirma que “a economia colonial organiza-se para cumprir uma função: a de instrumento de acumulação primitiva de capital” (1984: 39) e, em seguida, descreve que o capital se desdobrou no âmbito da circulação e invadiu a esfera da produção, constituindo a economia colonial, logo:

[...] tratava de colonizar para o capitalismo [...]. Em suma, o tipo de desenvolvimento das forças produtivas e as correspondentes relações sociais de produção são instauradas pelo capital comercial em seu proveito [...]. Em última análise, o movimento próprio da economia colonial foi-lhe retirado pela impossibilidade de acumular autonomamente ao se estabelecerem a apropriação e o controle do excedente pela burguesia comercial metropolitana (CARDOSO DE MELLO, 1984: 41).

Fundamentando na interpretação feita por Furtado e Cardoso de Mello, pode se afirmar que o subdesenvolvimento é um fato social, tecido historicamente sobre o marco do colonialismo e nas diferentes formas e períodos de acumulação capitalista, por isso é que não se pode ignorar, mesmo hoje formalmente em extinção, o aspecto colonial da análise da gênese do subdesenvolvimento (GONZÁLES, 1988: 61).

Interpretar as relações capitalistas a partir da teoria do subdesenvolvimento é antes de qualquer coisa, buscar a consciência dos limites impostos ao mundo periférico pela divisão internacional do trabalho. O subdesenvolvimento, não deve ser tratado como etapa na trajetória do desenvolvimento ou uma questão de atraso, mas como condição de assimetria estrutural nas relações da periferia no mundo capitalista com seu centro.

Ponderadas as reflexões acerca do subdesenvolvimento, interpreta-se a coexistência de formas diferenciadas de organização da economia e de realização material dos indivíduos em sociedade, a heterogeneidade. Dessa maneira, tem a análise considerando que o desenvolvimento vem provocando uma concentração crescente da renda mundial, com ampliação progressiva do fosso entre as regiões ricas e os países subdesenvolvidos, manifestando complexas relações de dominação e dependência entre povos (CAVALCANTI, 2001: 61).

Ao invés de se utilizar da prerrogativa do subdesenvolvimento poderia se deter na afirmação de que no Brasil e, consequentemente, na Amazônia o que se tem é o modo de produção capitalista transcendendo suas diversas formas para impor suas relações (como dito anteriormente), mas isso conduz ao erro de generalizar fatos de uma realidade concreta que distinguem da situação em que se encontra o desenvolvimento capitalista em outras nações.

O país arrasta e sustenta um problema estrutural e mesmo quando no melhor de suas relações capitalistas estabelecia índices crescentes a sociedade padecia em condições desumanas. Isso é o capitalismo? Sim, mas interpretado como “capitalismo bastardo16”, possível, justamente,

devido às condições heterogêneas do subdesenvolvimento.

A intencionalidade, nesse caso, é além de diferenciar as condições dos países “centro” dos países “periferia” é expressar a necessidade de que devem ser estudadas e interpretadas suas relações dentro da concreticidade17:

[...] isso não invalida, como muitos supõem, conceitos, métodos e teoria acumuladas previamente [...] essa herança deve ser aproveitada e criticamente enriquecida. O que varia é o modo pelo qual o regime de classe “nasce” e se “desenvolve”, com influências dinâmicas externas que afetam tanto a história quanto as estruturas das sociedades dependentes e subdesenvolvidas (FERNANDES, 2004: 229).

O modo de produção capitalista encerra alto grau de complexidade que impossibilita qualquer leitura generalizada de suas condições e contradições. Esse modo de produção constrói suas relações dependendo das condições encontradas para se reproduzir, assim a depender das bases socioeconômicas e as necessidades das populações são estabelecidas distintas relações ao se impor diferentes formas de produção.

16

Expressão adotada por Furtado (1967: 198) em sua obra “Teoria política do desenvolvimento econômico”.

17

Em Fernandes (2004: 231) “Isso implica em romper com o resíduo naturalista implícito na ideia de que o regime de classe surge da mesma maneira, funciona do mesmo modo e produz os mesmos resultados onde quer que ele apareça. [...] Ao estudar o regime de classes em sociedade que se defrontam com o desenvolvimento capitalista induzido e controlado de fora, além de sujeit os ao impacto negativo das debilidades resultantes de suas posições heteronômicas, os cientistas sociais têm de operar, tanto descritiva quanto interpretativamente, com uma heterogeneização máxima dos fatores propriamente estruturais e dinâmicos da diferenciação social.

Uma das características marcantes de países que padecem com subdesenvolvimento é o desequilíbrio regional em consequência, como já mencionado, do “colonialismo interno”. O modo de produção capitalista se apropria dos espaços existentes, novas regiões, para expandir sua capacidade concentradora e com isso o movimento de acumulação do capital tem sua expressão espacial, sendo:

Inconteste que o movimento da acumulação de capital se processa, em sua expressão espacial, de forma mutável, parcial, diversa, irregular e com alta seletividade. As manifestações no espaço da valorização e da riqueza são altamente discriminatórias. Existe, assim, um processo de busca e seleção por pontos do espaço que ofereçam maior capacidade de apropriação privada de rendimentos e onde “valorizar o valor” seja mais fácil (BRANDÃO, 2007: 52).

Ratificando a ponderação feita por Brandão (2007: 68) deve-se pensar as regiões como loci da reprodução social específicas, analisando a produção de espaços concretos e em decorrência da divisão regional do trabalho, captando suas determinações históricas particulares. Para o autor, não faz sentido as leis gerais do movimento, pois as categorias sociais não são universalizáveis, logo o desenvolvimento não pode prescindir a história.

A busca por espaços regionais para valorizar a si mesmo faz-se essencial ao desenvolvimento do modo de produção capitalista generalizando suas relações e desfazendo as fronteiras territoriais para formação de um único mercado. A formação unificada do espaço se dá mediante a penetração do capital em todos os âmbitos da sociedade, é o capitalismo levando o mercantilismo às últimas consequências.

Para Chesnais & Serfatti (2003) a expansão do modo de produção capitalista é como gerador de desnível econômico entre os grupos sociais, tanto em termos de riqueza quanto de poder, criando vetores importantes de pressão sobre as políticas econômicas e ambientais em todas as partes do mundo. Segundo os próprios autores (2003: 43) é “evidente que estamos diante de mecanismos e de políticas conscientes de reprodução de uma dominação social mundializada”.

A meta do dinamismo do modo de produção capitalista é a acumulação, para exercer esse papel faz-se inevitavelmente expansivo. Na citação feita por Harvey (2005: 71-72) de dois trechos dos Grundrisse de Marx pode ser facilmente apreendida tal afirmação.

A criação, pelo capital, da mais-valia absoluta [...] depende da expansão – especificamente da expansão constante – da esfera da circulação [...] A condição prévia da produção com base no capital é, portanto, a produção de uma esfera constante maior de circulação. Desse modo, como o capital possui a tendência,

por um lado, de sempre criar mais trabalho excedente, ele possui tendência complementar de criar mais pontos de troca.

A produção da mais-valia relativa [...] exige a produção de consumo novo; exige que o círculo do consumo dentro da circulação se expanda, como fez anteriormente o círculo da produção. Inicialmente, a expansão quantitativa do consumo existente; em segundo lugar, a criação de novas necessidades, propagando as necessidades existentes num círculo maior; em terceiro lugar; a produção de novas necessidades, e a descoberta e a criação de novos valores de uso (MARX, 1973: 407-10 por HARVEY, 2005: 71-72).

Como visto, há a tendência de criar um mercado único capaz de subjugar as relações em função da troca, ocorrendo a dominação espacial por parte do capital no cumprimento do objetivo de valorizar a si próprio, mas isso não se faz aniquilando os espaços. O capitalismo produz a paisagem geográfica (de relações espaciais, de organização territorial e de sistemas de lugares ligados por meio de uma divisão global do trabalho e de funções) apropriada à sua própria dinâmica de acumulação num momento particular de sua história, simplesmente para reduzir a escombros e reconstruir a paisagem geográfica acomodando a acumulação num estágio ulterior (HARVEY, 2004b: 87).

Quando mencionada a dominação espacial, a formação de um mercado único é evidente que está colocado à integração das diferentes regiões por imposição da lógica de acumulação. Essa integração para Brandão (2007: 76) é sempre um processo contínuo e de difícil reversão, deliberado, evidentemente, pelo vetor “centro dinâmico” => “periferia”, apesar de não poder ser considerado unidirecional sempre ocasionará às regiões aderentes adaptações de intencionalidades e naturezas diversas.

A expansão do modo de produção capitalista impõe às regiões periféricas que vivenciam problemas recorrentes as suas formas arcaicas de produção, criando força ao constituir novas relações nos novos territórios, quase sempre com custos mínimos, depois de instalado, passa a determinar a dinâmica de produção em espaços privilegiados de acumulação18.

Pode-se afirmar, fazendo uso das palavras de Cardoso de Mello (1984: 16) em “Capitalismo Tardio”, o que ocorre em consequência da integração das diferentes regiões é o aprofundamento do desenvolvimento desigual. Esse aprofundamento se dá pela manutenção dos

18

Para Brandão (2007: 109) a acumulação de capital geralmente logra, na longa duração, integrar a economia nacional, formando um único espaço nacional de valorização, embora esse processo pouco tenha a ver com a diminuição das especificidades intra e inter-regionais. Muito pelo contrário, a integração põe em toda sua inteireza a questão do fosso no nível de desenvolvimento das forças produtivas entre as regiões, impondo a conscientização da natureza desigual do processo de desenvolvimento capitalista e explicitando uma “questão regional”.

incrementos de produtividade nas regiões mais desenvolvidas do país ao mesmo tempo em que se apropria dos resultados obtidos com a integração das regiões periféricas.

Neste sentido, para estudar a Amazônia é preciso entender o legado de sua integração à economia nacional como resultante do desenvolvimento do capital no Brasil e sua expansão para regiões periféricas, como fez Nascimento (1983: 97) ao enfatizar que o capitalismo “liga todos os países do mundo e as diferentes formas de organização da produção, num todo econômico único”. Assim, interpreta-se o desenvolvimento do capital na Amazônia como causa direta da forma como a região foi integrada à economia nacional, sendo influenciada diretamente pelo incessante esforço de atrelamento à economia internacional.