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4. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

4.1. Desenvolvimento de Competências

Responsabilidade Profissional, Ética e Legal

Os timings definidos para cada EC não poderiam ter sido melhor escolhidos, pois através da interseção das diferentes atividades nos diferentes EC surgiram momentos únicos tornando as aprendizagens mais enriquecedoras e possibilitando- me uma visão global da Pessoa Grande Queimada no continuum de cuidados de Enfermagem.

Nos EC a observação-reflexão permitiu-me desenvolver competências que foram projetadas na ação que por sua vez foi suportada em princípios, valores e normas deontológicas. A pessoa independente nas suas AVD, ao ver-se acometida por uma situação crítica, determinando assim uma rutura com a situação de saúde, fica dependente necessitando de substituição ou ajuda nas AVD (Roper-Tierney-Logan, 1995). A prestação destes cuidados de enfermagem vai de encontro ao respeito dos direitos da pessoa e ao respeito pelas responsabilidades profissionais.

Melhoria Contínua da Qualidade

Todos os EC foram profícuos permitindo-me compreender a problemática da pessoa adulta grande queimada. Ao definir objetivos para cada um deles, planeei atividades. Duas delas foram de encontro aos interesses do serviço (primeira sessão de sensibilização44 no EC1 e sessão de sensibilização no EC 245) sendo que, inclusive, uma delas contribuiu para a satisfação de um critério de certificação de qualidade do mesmo. Esta última sessão de sensibilização no EC2, assim como a sessão de sensibilização no EC146, foram de encontro, ainda, ao objetivo de criação do Registo de Enfermagem “Continuidade de Cuidados à Pessoa Grande Queimada” e atestam a sua pertinência neste sentido, como podemos constatar pelos resultados obtidos na avaliação das mesmas. Estas avaliações foram realizadas individualmente tendo a preocupação de manter o seu anonimato.

A criação deste documento de registo surgiu de uma necessidade de assegurar essa continuidade no cuidar, uma vez que havia muita informação que se perdia desde o local do acidente até à UQ e, por outro lado, dada a sua baixa prevalência, haver algumas lacunas na abordagem à pessoa queimada por parte dos profissionais tanto no pré como no intra-hospitalar. Não nos podemos esquecer que em 2011 foram 72 as pessoas queimadas entradas no SU e que foram transferidas para a UQ. São 105 os enfermeiros do SU polivalente de um CH em Lisboa. Se cada um prestou cuidados a uma dessas pessoas, hipoteticamente há 33 que não prestaram cuidados a uma pessoa queimada. Ainda mais quando verificamos que dessas 72 pessoas só 52 são grandes queimadas.

A proposta teve em discussão pelos enfermeiros nos EC que realizei no CH de referência em Lisboa, onde exerço desde 10 de janeiro a 9 de fevereiro 2013. Pretendeu-se com esta discussão enriquecer o documento. Após a discussão do mesmo nos EC foi recolhida e elaborado o documento final47 com a ajuda do designer do CH. No dia 18 de fevereiro 2013, foi entregue uma cópia à Sra. Enfermeira Diretora, às Enfermeiras Chefes do SU e UQ e ao Enfermeiro

44 APÊNDICE VII –“ess oàdeàse si ilizaç oà áàU idadeàdeàQuei adosàdoàWythenshawe Hospital: outra

pe spetivaàdeàCuida .

45 APÊNDICE XIX – “ess oàdeàse si ilizaç oà OàG a deàQuei adoà aàU g iaàGe al:àaàa o dage àeàaàsuaà

importância no Continuum deàCuidados .

46 APÊNDICE VIII - “ess oàdeà“e si ilizaç oà Fo aç oàe àQuei ados:àáBCDEFluidos . 47 APÊNDICE XV – Documento de Registo do Continuum de Cuidados de Enfermagem

Coordenador da VMER. Neste momento, aguardo o feedback por forma a implementá-lo. A referir que, antes da entrega deste documento, todos se mostraram bastante interessados na sua implementação. A posteriori, o documento será integrado no programa informático por forma a poder fazer-se o registo eletronicamente.

Neste momento estou em fase de divulgação do documento. Distribui uma cópia a cada enfermeiro do SU, UQ e VMER sensibilizando-os de novo para a importância no continuum de cuidados.

Devo ainda referir que irei elaborar, até final de dezembro, um projeto de SAV em queimados para a instituição. Aguardo ainda o feedback do meu contributo para a discussão pública das normas 022/2012 e 023/2013 elaboradas pela DGS.

Tabela 6 - Cronograma de Implementação do Documento de Registo de Cuidados de Enfermagem 2013

fevereiro / março abril junho dezembro

Envio para a Enf.ª Diretora,

Enfermeiras Chefes SU e UQ

Divulgação do documento à equipa de

enfermagem

Aplicação do documento para registo

de cuidados

Análise semestral de resultados

Gestão dos Cuidados

A tomada de decisão em Enfermagem em situações de instalação rápida constitui-se um desafio para qualquer profissional. Ao ter a possibilidade de acompanhar um enfermeiro chefe de equipa, durante 4 turnos no EC2 foi possível percecionar a resposta da equipa e qual o seu papel na gestão dos cuidados inter e multidisciplinares tendo como máxima o assegurar de um ambiente seguro da praxis. Efetivamente, e olhando para trás, tenho a certeza que esta experiência ir-se- á refletir na minha prática.

Por outro lado, adquiri conhecimentos que determinam competências na área da orientação e supervisão de tarefas delegadas.

Desenvolvimento das Aprendizagens Profissionais

Ao desenvolver o autoconhecimento e a assertividade neste Estágio progredi grandemente ao nível do estabelecimento de relações terapêuticas e multiprofissionais. O desafio imposto nos diferentes EC levou-me, por diversas vezes, a sentir a pressão tendo atuado de forma eficaz e eficiente.

A referir ainda que o know-how adquirido e a prática baseada na evidência possibilitaram-me ser facilitador de aprendizagem em contexto de trabalho, tendo realizado sessões de formação e elaborando um documento que servirá de ponto de partida para investigação.

Cuidados a Pessoa em Situação Critica

Todos os EC, de uma forma ou de outra, permitiram-me aprendizagens várias levando à aquisição de novos conhecimentos, ao desenvolvimento de competências técnicas e, consequentemente, à melhoria da praxis.

Após os EC, adquiri uma visão global da Pessoa Grande Queimada contribuindo a mesma para a prestação de cuidados de enfermagem à pessoa como à sua família, ao nível das perturbações emocionais decorrentes da situação crítica de saúde/doença e/ou falência orgânica, nomeadamente ao nível da comunicação interpessoal assim como maximizar a intervenção na prevenção e controlo de infeção. Por outro lado possibilitou-me, tanto ao nível da conceção como ação, dinamizar a resposta a situações de catástrofe ou emergência multi-vítima.