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Desenvolvimento do Conceito da Operação

No documento DOUTRINA DE OPERAÇÕES CONJUNTAS 2 (páginas 51-54)

ELABORAÇÃO DOS PLANOS E ORDENS

3.2 Desenvolvimento do Conceito da Operação

3.2.1 Nessa fase, o Comandante aprofundará o CPO elaborado na etapa anterior. Serão destacadas as fases da operação, os efeitos desejados em cada fase, além de especifi-car as tarefas de cada força subordinada (força componente), de forma clara e inequívo-ca. Sempre que possível, deverá ocorrer a participação de representantes das forças su-bordinadas ao longo desta etapa, visando possibilitar maior agilidade na troca de infor-mações e um assessoramento direto no que diz respeito às capacidades das forças en-volvidas e na atribuição das respectivas tarefas, reduzindo a probabilidade de ocorrência de erros de avaliação que poderão comprometer a praticabilidade do planejamento. 3.2.2 Esse será o momento para o Comandante efetuar os ajustes finais necessários na organização dos meios que lhe foram adjudicados e das respectivas áreas de atuação (áreas de responsabilidade dos comandos subordinados), tendo em vista as capacidades dessas forças, as características das áreas de responsabilidade a serem cobertas e as ameaças decorrentes do poder combatente do inimigo em cada uma dessas áreas, en-globando os vários ambientes de guerra.

3.2.3 Para orientar esse trabalho, o Desenvolvimento do Conceito da Operação foi dividi-do em cinco passos, que se sucedem de forma lógica, permitindividi-do que o Comandante e seu EMCj desenvolvam de maneira organizada as diversas atividades mencionadas, an-tes da elaboração e emissão final dos planos e ordens.

3.2.4Premissas Básicas

a) reavaliar as PB, para verificar se permanecem válidas;

b) reduzir a quantidade de premissas, utilizando meios de inteligência para diminui-ção do grau de incerteza; e

c) elaborar um plano suficientemente flexível, capaz de ser executado independen-temente dos conhecimentos ainda não obtidos.

3.2.4.1 Caso persista a necessidade de manutenção de alguma PB, será elaborado o respectivo Plano Contingente.

3.2.4.2 O estabelecimento de PB só é válido para a elaboração de planos de execução não imediata, jamais para diretivas de execução imediata, ou a curto prazo, como uma “Ordem de Operações”, por exemplo.

3.2.5 Ações das Forças Componentes

Determinar as ações das F Cte e as ações a cargo das Forças Amigas. O Comandante determinará as ações necessárias para implementação da sua decisão, observando:

a) os requisitos (ofensivo, defensivo, de inteligência, de logística, de apoio, etc.) ine-rente à LA selecionada na Decisão;

b) tipos de ações a serem executadas a fim de que sejam atendidos esses requisi-tos;

c) meios disponíveis capazes de executar as ações visualizadas; d) ideia quanto ao início e término das ações a serem executadas; e e) área em que ocorrerão essas ações.

3.2.6 Execução das Operações

3.2.6.1 Estabelecer como será executada cada operação pelas F Cte e a interdependência entre essas operações. Esse passo visa estabelecer como serão executadas as ações visualizadas no passo anterior, atendo-se ao grau de detalhamento adequado ao nível de decisão no qual o planejamento está inserido, determinando-se:

a) ideia inicial da composição de cada força componente; b) identificação das forças apoiadoras e apoiadas;

c) as possibilidades de apoio mútuo; e

d) as medidas necessárias para a coordenação.

3.2.6.2 Analisar as ações que foram listadas para os meios adjudicados e considerar as necessidades e possibilidades de apoio mútuo. Os procedimentos referentes ao estabelecimento de instruções sobre apoio mútuo e coordenação entre as forças componentes e forças amigas podem ser assim resumidos:

a) Apoio Mútuo – levantar o tipo e extensão de apoio necessário para a realização de cada ação. Será especificado quais forças participarão desse apoio; e

b) Coordenação – elaborar medidas para assegurar a coordenação entre as forças e evitar interferência mútua.

3.2.7 Organização das Forças

3.2.7.1 Organizar os meios adjudicados de acordo com as operações a serem empreen-didas. O Comandante estabelecerá formalmente a estrutura de comando e efetuará a distribuição final dos meios que constituirão as forças componentes diretamente subordi-nadas.

de responsabilidade, relações de comando e as coordenações necessárias à execução das ações, o Comandante levará em consideração:

a) a necessidade de obtenção da máxima eficiência no emprego dos meios;

b) a diversidade de características ou capacidades globais das forças componen-tes;

c) a necessidade de executar ações defasadas no tempo ou separadas no espaço; d) a necessidade da manutenção de força em reserva;

e) a capacidade de comando e controle disponível; e f) as possibilidades de interferência ou de apoio mútuo.

3.2.7.3 A divisão da força atenderá aos seguintes princípios básicos:

a) Coordenação – realizar uma judiciosa distribuição de tarefas aos comandos su-bordinados, evitando duplicidade de ações e dispersão de recursos, visando a obter um desempenho harmonioso de todos os segmentos que participam da campanha ou opera-ção;

b) Amplitude de Controle – observar um número adequado de forças diretamente subordinadas, compatíveis com a estrutura de C² à disposição do Comandante. Uma am-plitude de controle muito grande pode ser evitada pela redistribuição de meios pelas for-ças diretamente subordinadas ao comando considerado; e

c) Delegação de Autoridade – procurar delegar aos subordinados um grau de auto-ridade compatível com as responsabilidades que lhes serão atribuídas, possibilitando que o Comandante mantenha a atenção focada nos aspectos mais relevantes da sua partici-pação na campanha ou operação.

3.2.7.4 O Comandante poderá chegar a conclusões conflitantes quanto à melhor divisão dos meios para a execução das ações. Nesse caso, o Comandante identificará esses possíveis conflitos, que aparecem sob a forma de alguns meios sendo empregados em mais de uma ação simultaneamente. Caso o conflito se configure, o Comandante deverá solucioná-lo.

3.2.8Elaboração do Conceito da Operação

3.2.8.1 Consolidar as informações desenvolvidas nos passos anteriores no Conceito da Operação e elaborar as demais instruções ou documentos que se fizerem necessários. 3.2.8.2 Por fim, inicia-se a elaboração do Conceito da Operação, que é um documento a ser divulgado para os subordinados e que contém, basicamente, a consolidação da ideia de manobra do Comandante.

3.2.8.3 O Conceito da Operação será elaborado tomando como base o Conceito Prelimi-nar da Operação, aperfeiçoando e ampliando as informações a respeito de “o que”, “co-mo”, “quando”, “por quanto tempo”, “onde”, “por que” será feito e “por quem”, uma vez que, nesse momento, o Comandante já terá uma definição quanto à organização das for-ças subordinadas, suas respectivas áreas de responsabilidade e tarefas a serem atribuí-das. O Conceito da Operação deverá conter:

a) apreciação da situação, incluindo as PB porventura estabelecidas, as principais limitações ao planejamento e diretrizes emanadas do nível superior;

b) a redação final da Intenção do Comandante que deverá conter: – o estado final desejado;

forças e do inimigo) e de suas vulnerabilidades críticas; e

– se for o caso, os Princípios de Guerra, da Ofensiva ou Defensiva, dentre ou-tros, que o Comandante julgue adequados para a condução das ações que estão sendo planejadas.

c) a Missão do Comandante e de que forma ela interfere ou contribui para o cum-primento das Missões do escalão superior e das Forças Amigas;

d) o faseamento da operação ou campanha e os objetivos intermediários relacio-nados, em sequência, até a obtenção do estado final desejado;

e) como a missão será cumprida pelo Comandante, em termos genéricos, enfati-zando a organização estabelecida, o emprego das forças componentes e de que forma os requisitos inerentes à LA selecionada serão atendidos;

f) orientações básicas para as atividades de comunicação social, operações psico-lógicas e de assuntos civis, tendo em vista os objetivos das operações;

g) demais orientações julgadas necessárias, para que as forças diretamente subor-dinadas prossigam nos seus planejamentos;

h) estabelecimento da Matriz de Sincronização das Ações entre as forças subordi-nadas, de acordo com o faseamento estabelecido (vide exemplo, no Apêndice XI, deste Anexo). A sincronização de uma campanha/operação compreende a coordenação e a otimização de esforços dos meios envolvidos, de acordo com o planejamento da campa-nha/operação, no tempo e no espaço, de modo a aumentar a eficácia e a sinergia das forças componentes; e

i) o gerenciamento dos riscos operacionais.

3.2.8.4 Gerenciamento de Risco Operacional (GRO) é o processo utilizado para adminis-trar os riscos presentes em uma operação, compreendendo a identificação de perigos, a avaliação do risco, a decisão de risco, a implementação de medidas de controle do risco e a supervisão quanto à eficácia de tais medidas, sendo atribuição do Chefe da D5. O processo de GRO está descrito no Apêndice XII, deste Anexo.

3.2.8.5 O Conceito da Operação será consolidado em um documento e apresentado ao Comandante para que, após sua aprovação, seja formalizado por intermédio dos planos e ordens para os escalões subordinados.

No documento DOUTRINA DE OPERAÇÕES CONJUNTAS 2 (páginas 51-54)