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Goiás é uma das 27 unidades da República Federativa do Brasil. Situado a leste da Região Centro-Oeste, no Planalto Central brasileiro, o Estado de Goiás possui cerca de 340.086 km² de território (SEPIN, 2009). Goiás é delimitado pelos estados de Tocantins (norte), Bahia (nordeste), Mato Grosso (oeste), Mato Grosso do Sul (sudoeste), Minas Gerais (leste e sul), e pelo Distrito Federal. Sua capital é o município de Goiânia (Ilustração 04).

Ilustração 04: Delimitação do Estado de Goiás. Fonte: ABREU, 2010.

Segundo a SEPLAN (2010), a evolução histórica do Estado e de sua história possui como ponto de partida o final do século XVII e o início do século XVIII, destacando a descoberta das suas primeiras minas de ouro. Esta época, iniciada com a chegada dos bandeirantes, vindos de São Paulo em 1727, foi marcada pela colonização de algumas regiões, sendo o contato com os nativos indígenas e com os negros fator decisivo para a formação cultural do Estado. O retrato vivo dessa cultura pode ser percebido ao visitar as cidades históricas Corumbá, Pirenópolis e Goiás, antiga Vila Boa e a capital de Goiás.

Os povoados que surgiram no início do Ciclo do Ouro, minério este amplamente explorado nesta época, prosperaram e hoje são cidades que apresentam, por meio de sua cultura, a história do Estado de Goiás. O Estado conhecido e percorrido pelas Bandeiras já no primeiro século da colonização do Brasil foi ocupado somente em virtude do descobrimento das minas de ouro. As primeiras Bandeiras6 possuíam caráter oficial e eram destinadas a explorar o interior em busca de riquezas minerais e capturar índios para trabalho escravo.

O bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, foi o descobridor de Goiás. Sua Bandeira saiu de São Paulo em 3 de julho de 1722 e, em outubro de 1725, voltaram triunfantes a São Paulo, divulgando que tinham descoberto cinco córregos auríferos, minas tão ricas como as de Cuiabá, com ótimo clima e fácil comunicação.

Poucos meses depois da descoberta dos córregos, organizou-se em São Paulo uma nova expedição para desvendar os veios auríferos. Liderada por Bartolomeu, agora superintendente das minas, e por João Leite da Silva Ortiz, como guarda-mor, a primeira região ocupada pela expedição foi a do Rio Vermelho. No local, foi fundado o arraial de Sant’Ana, que mais tarde seria chamado de Vila Boa, dando origem a Cidade de Goiás e que durante 200 anos, foi considerada a capital do território.

A época do ouro em Goiás foi intensa e breve. Após 50 anos, verificou-se a decadência rápida e completa da mineração. Por outro lado, só se explorou o ouro de aluvião, proveniente das margens dos rios, sendo a técnica empregada rudimentar e ineficiente. Goiás pertenceu à capitania de São Paulo até 1749, uma vez que a partir desta data tornou-se capitania independente. Ao se deparar com a decadência do ouro, várias medidas administrativas foram tomadas por parte do governo, porém sem

6 Bandeiras eram expedições pioneiras que possuíam como objetivo desbravar e povoar terras

nenhum resultado satisfatório. A economia do ouro, sinônimo de lucro fácil para a época, não encontrou um produto que a substituísse à altura. A decadência do ouro afetou a sociedade goiana, sobretudo na forma de ruralização, regredindo para uma economia de subsistência.

Assim como em outras regiões do Brasil, o processo de independência em Goiás se deu gradativamente. A formação das juntas administrativas, que representam um dos primeiros passos neste sentido, deram oportunidade às disputas pelo poder entre os grupos locais.

A partir de 1940, Goiás imprimiu um ritmo acelerado de progresso devido à construção de Goiânia, o desbravamento do mato grosso goiano e a campanha nacional de “marcha para o oeste”, culminando na construção de Brasília na década de 50. Nas décadas de 60 a 80, o Estado apresentou um processo dinâmico de desenvolvimento devido à exportação da produção agropecuária, proporcionando a sua industrialização.

Hoje, ele está totalmente inserido no processo de globalização da economia mundial, aprofundando e diversificando, a cada dia, suas relações com os grandes centros comerciais. O nome do Estado originou-se da denominação feita pela tribo indígena “guaiás”, que por corruptela se tornou Goiás, vindo do termo tupi gwa ya que quer dizer indivíduo igual, gente semelhante, da mesma raça. Em 1988, o norte do Estado foi desmembrado, dando origem ao Estado do Tocantins (SEPLAN, 2010).

Atualmente, o Estado ocupa a 7ª posição do ranking nacional tanto em extensão territorial quanto em número de municípios (246 municípios). Quanto aos aspectos demográficos, Goiás possui 3,09% da população do país, ocupando a 12º colocação com 5.926.300 habitantes (SEPIN, 2009). A Tabela 06 apresenta os municípios mais populosos do Estado de Goiás.

Tabela 06: Municípios goianos mais populosos.

Municípios População (Habitantes) Região

Goiânia 1.281.975 Metropolitana de Goiânia

Aparecida de Goiânia 510.770 Metropolitana de Goiânia

Anápolis 335.960 Centro Goiano

Luziânia 210.064 Leste Goiano

Rio Verde 163.021 Sul Goiano

Valparaíso de Goiás 123.444 Leste Goiano

Trindade 104.979 Metropolitana de Goiânia

Formosa 96.284 Leste Goiano

Itumbiara 92.832 Sul Goiano

Novo Gama 88.835 Leste Goiano

Jataí 86.447 Sul Goiano

Catalão 81.109 Sul Goiano

Planaltina 79.651 Leste Goiano

Senador Canedo 77.511 Metropolitana de Goiânia

Caldas Novas 67.588 Sul Goiano

Goianésia 56.839 Centro Goiano

Santo Antônio do Descoberto

58.474 Leste Goiano

Cidade Ocidental 52.380 Leste Goiano

Mineiros 48.329 Sul Goiano

Fonte: IBGE, 2009.

Observa-se que Goiânia é o município de maior densidade demográfica do Estado com mais de um milhão de habitantes, seguido do município de Aparecida de Goiânia, com menos da metade do total de habitantes da capital goiana. A Ilustração 05 apresenta uma evolução progressiva do crescimento populacional do Estado de Goiás no período de 1950 a 2008.

Ilustração 05: População residente no Estado de Goiás desde 1950. Fonte: SEPIN, 2009.

Com relação aos indicadores socioeconômicos, a região obteve uma diminuição na taxa de analfabetismo no período de 2000 a 2008 apresentado, respectivamente, pelas taxas de 10,80% e 8,44%, ocupando a 14º posição do ranking nacional do tema “Educação”. O aumento no número de empregos formais, em 2008, foi de 73.620 empregados, colocando o Estado na 8º posição nacional. Em termos de salário médio, Goiás passou da 19ª posição em 2000 para a 18ª em 2008. O número de empregos formais em 2008 era de 1.135.046, como mostra a Tabela 07 (SEPIN, 2009).

Tabela 07: Número de Empregos Formais - 1995, 2000, 2005 - 08.

Ano Total Indústria Construção Civil

Comércio Serviços Agropecuária

1995 511.018 79.138 28.046 76.396 294.684 25.160 2000 663.902 108.019 33.511 117.387 361.625 43.356 2005 944.927 155.351 35.626 172.695 518.898 62.357 2006 992.822 173.567 36.655 183.056 535.692 63.582 2007 1.061.426 192.444 44.994 195.809 559.347 68.832 2008 1.135.046 198.021 53.705 207.810 576.989 72.248 Fonte: SEPIN, 2009.

A partir da Tabela 07, observa-se que o setor que mais emprega é o de serviços. De 2007 para 2008, houve um aumento no número de empregos em todos os setores, destacando o setor da agropecuária, onde houve um aumento de 3.416 empregos. Esta situação coloca o Estado na 9º posição do ranking nacional com relação à “Emprego e Renda”.

Em termos de remuneração média, Goiás passou da 21ª para a 20ª posição em 2008. Em relação ao rendimento médio mensal de todos os trabalhos, Goiás subiu da 11ª para 9ª posição, chegando a R$ 944,00 por pessoa.

O tema “Saúde” é o que mais se apresenta desenvolvido no Estado, aparecendo na 2ª posição em leitos hospitalares por mil habitantes, ficando atrás somente do Estado do Rio de Janeiro, primeiro colocado de 2009. A taxa de mortalidade infantil, apesar de ter apresentado melhora do ano 2000 para 2008 no percentual de nascidos vivos (diminuindo de 23,9% para 18,9%), coloca o Estado na 9º posição, uma colocação inferior ao ano 2000. A esperança de vida ao nascer também coloca o Estado na 9º posição (SEPIN, 2009).

O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2007, coloca o Estado na 9ª posição nacional, com índice de 0,824, estando acima da média brasileira que é de 0,816. Este índice vem aumentando desde 2005, ano em que o índice era de 0,800. O PIB a preço de mercado corrente de Goiás do ano de 2007 atingiu o montante de R$ 65,210 bilhões com taxa de crescimento de 5,47%. Sua participação no PIB brasileiro foi de 2,45% mantendo a 9ª posição no ranking nacional. O PIB per capita goiano no ano de 2002 era R$ 7.078 passando para R$ 11.548 no ano de 2007 colocando o Estado na 12ª posição no ranking nacional (IPEA, 2007).

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