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A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saneamento como:

5 Elaborado pelo DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, mede

a variação do custo de vida das famílias com renda de 1 a 30 salários mínimos do município de São Paulo (DIEESE, 2005).

O controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeito deletério sobre o seu bem-estar físico, mental ou social.

Saneamento também pode ser definido como o conjunto de medidas visando preservar ou modificar as condições do meio ambiente, com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde. Desta forma, o saneamento possui um caráter preventivo, proporcionando ao homem um ambiente que lhe garanta as condições adequadas para a promoção de sua saúde (MOTA, 2000).

A grande quantidade de resíduos sólidos produzidos, o escoamento das águas pluviais e os efluentes foram responsáveis pelo aumento das ações antrópicas. Atualmente, as grandes cidades que possuem um sistema de saneamento adequado devem possuir as seguintes atividades:

Abastecimento de água;

Coleta, tratamento e destino final dos esgotos;

Acondicionamento, coleta, transporte e tratamento dos resíduos sólidos; Drenagem das águas pluviais.

Com o passar dos anos, observou-se que o conceito de saneamento necessitava integrar-se com os fatores ambientais, definindo um conceito mais amplo e completo. Assim, surgiu o conceito de saneamento ambiental, englobando as atividades do saneamento básico (água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem) e definindo algumas outras. Entre elas:

Controle de insetos e roedores; Saneamento dos alimentos;

Saneamento dos locais de trabalho; Saneamento dos locais de recreação;

Saneamento aplicado ao planejamento territorial.

Entende-se como saneamento ambiental o conjunto de ações socioeconômicas que possui como objetivo alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental, protegendo e melhorando as condições de vida, tanto nos centros urbanos, quanto nas comunidades rurais e propriedades rurais mais carentes (NOVAIS, 2000).

Para que a população urbana tenha uma qualidade de vida decente, é necessário que os sistemas básicos de saneamento (água, esgoto, lixo e drenagem) estejam em perfeitas condições e que os sistemas de saneamento ambiental também sejam

considerados. O crescimento populacional, seguido do desenvolvimento industrial necessita, cada vez mais, que as ações de planejamento e de infra-estrutura sejam eficazes e bem estruturadas (MOTA, 2000).

A carência ou inexistência dos serviços de saneamento tem sido uma das causas da constante degradação ambiental, sendo que estes serviços são fatores de promoção de um ambiente salubre, proporcionando uma qualidade de vida ideal (DIAS et al., 2004). Um dos principais problemas do crescimento desordenado e da formação desenfreada e sem planejamento de cidades em torno das metrópoles é a deficiência de salubridade. A falta de infra-estrutura e de sistema de saneamento básico favorecem para que o ambiente se torne insalubre, gerando desconforto, diminuição da qualidade de vida e o aumento no número de doenças e seus vetores.

Neste sentido, Ferreira (2001) define o conceito de salubridade como “o conjunto das condições propícias à saúde pública”. Dias et al. (2004) complementa o conceito, afirmando que o “conjunto das condições” refere-se às questões materiais, sociais e culturais. Desta forma, todas as questões diretamente e indiretamente ligadas à população devem ser levadas em consideração para se alcançar o estado salubre ideal de um ambiente, proporcionando saúde e qualidade de vida para elas.

Foucault (1992) vai além da definição apresentada por Dias et al. (2004) ao afirmar que a questão social no conceito apresentado acima também deve ser incluída no conceito de salubridade:

Salubridade é a base capaz de assegurar a melhor saúde possível dos indivíduos. E é correlativamente a ela que aparece a noção de higiene pública, técnica de controle e de modificações dos elementos materiais do meio que são suscetíveis de favorecer ou, ao contrário, prejudicar a saúde (FOUCAULT, 1992, p. 81).

A infra-estrutura engloba o abastecimento de água, o esgotamento sanitário, o manejo dos resíduos sólidos e a drenagem urbana. Já as variáveis sociais focam nas questões socioeconômicas e de saúde. A questão cultural também deve ser considerada no conceito de salubridade, sendo responsável por influenciar as ações da população a partir dos costumes estabelecidos em cada região.

Na realidade, o conceito de salubridade deve estar em equilíbrio entre as variáveis materiais, sociais e culturais conforme apresentado no fluxograma (Ilustração 03):

Ilustração 03: Esquematização dos componentes de salubridade. Fonte: FOUCAULT, 1992.

O conceito de salubridade, abrangendo o saneamento ambiental em seus diversos componentes, busca a integração sob uma visão holística, participativa e de racionalização de uso dos recursos públicos, visando alcançar o desenvolvimento ecologicamente sustentável, socialmente justo e economicamente viável (MALZAC, 2006).

A partir disso, a salubridade ambiental é definida como a qualidade ambiental capaz de prevenir a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente e de promover o aperfeiçoamento das condições mesológicas favoráveis à saúde da população urbana e rural (CONESAM, 1999).

Novais (2000) afirma que a salubridade ambiental, indispensável à segurança sanitária e à melhoria da qualidade de vida, é direito e dever de todos e obrigação do Estado, assegurada por políticas sociais, prioridades financeiras e eficiência gerencial que viabilizem o acesso universal e igualitário aos benefícios do saneamento.

Neste contexto, Mota (2000) conclui:

As ações preventivas devem ser adotadas objetivando evitar o surgimento de problemas ambientais, tanto na área urbana como na rural. A integração entre as atividades de saneamento com as de planejamento territorial constitui o melhor meio para evitar ou

minimizar a degradação ambiental, sendo, portanto, uma importante ferramenta de promoção da saúde (MOTA, 2000, p. 42).

É fundamental listar os componentes que influenciam o nível de salubridade da região, entre eles o nível de infra-estrutura e a qualidade do saneamento básico e ambiental. A partir disso, será possível avaliar a situação da região. Will e Briggs (1995) ressaltam que a construção de sistemas de indicadores é um meio eficaz de prover as políticas com informações capazes de demonstrar seu desempenho ao longo do tempo e de realizar previsões, podendo ser utilizados para a promoção de políticas específicas e monitoramento de variáveis espaciais e temporais das ações públicas.

Um indicador eficaz na busca da salubridade é o Indicador de Salubridade Ambiental (ISA), concebido como um instrumento que aponta de forma sintética e eficiente as medidas que devem ser implementadas a fim de se obter melhorias na qualidade de vida, abrangendo os aspectos econômicos, sociais e de saúde pública para o desenvolvimento sustentável (MALZAC, 2006).

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