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Indicador de salubridade ambiental (ISA) para a Região Centro-Oeste : um estudo de caso no Estado de Goiás

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JOSÉ CARLOS ARAVÉCHIA JÚNIOR

INDICADOR DE SALUBRIDADE AMBIENTAL (ISA) PARA A REGIÃO CENTRO-OESTE: UM ESTUDO DE CASO NO ESTADO DE GOIÁS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Planejamento e Gestão Ambiental da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental.

Orientadora: Dra. Lucijane Monteiro de Abreu

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Ficha elaborada pela Biblioteca Pós-Graduação da UCB A663i Aravéchia Júnior, José Carlos

Indicadores de salubridade ambiental (ISA) para a região centro-oeste: um estudo de caso no Estado de Goiás. / José Carlos Aravéchia Júnior. – 2010.

134f.; il.: 30 cm

Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2010. Orientação: Lucijane Monteiro de Abreu

1. Indicadores das condições de saúde. 2. Sistema de Gestão Ambiental. 3. Saúde ambiental. I. Abreu, Lucijane Monteiro, orient. II. Título.

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

José Carlos Aravéchia Júnior

INDICADOR DE SALUBRIDADE AMBIENTAL (ISA) PARA A REGIÃO CENTRO-OESTE: UM ESTUDO DE CASO NO ESTADO DE GOIÁS

Dissertação aprovada em 09 de agosto de 2010 para obtenção do título de Mestre em Planejamento e Gestão Ambiental.

Área de concentração: Planejamento e Gestão Ambiental

Banca Examinadora:

____________________________________________________

Profª. Drª. Lucijane Monteiro de Abreu

Orientadora

____________________________________________________

Prof. Dr. Douglas José da Silva

Examinador Interno

____________________________________________________

Prof. Dr. Perseu Fernando dos Santos

Examinador Interno

____________________________________________________

Prof. Dr. Gustavo Macedo de Mello Baptista

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AGRADECIMENTO

Agradeço aos meus pais, pessoas que sacrificaram suas vidas em prol de seus filhos. Sem eles, não teria as oportunidades de aprendizado tanto acadêmico como de vida.

À Deus, por ter me presenteado com uma família tão maravilhosa, acolhedora e incentivadora, além de ter me proporcionado essa vida única cheia de oportunidades e realizações.

À Profª Lucijane Monteiro de Abreu, pela paciência e pelo carinho em sempre estar aturando as minhas idéias e os meus problemas, sem contar as inúmeras vezes em que me orientou desde a graduação.

À banca examinadora, cujos professores sempre tiveram a minha admiração e o meu respeito, independente da partida de alguns para outros caminhos. Atrevo-me a dizer que, além de mestres, são grandes amigos.

À minha namorada, Samara Bianca, por ter me apoiado e me suportado em meus momentos mais nebulosos.

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RESUMO

Salubridade ambiental nada mais é do que a conciliação entre a qualidade de vida, a qualidade ambiental e as condições ideais para desenvolver um ambiente saudável e socialmente justo. Desta forma, um município ou cidade salubre necessita de um sistema de abastecimento de água, um sistema de esgotamento sanitário, um sistema de limpeza urbana, um sistema de drenagem, além de sistemas de saúde e educação eficientes e em perfeitas condições. O grande desafio é encontrar uma metodologia adequada para estudar todas essas variáveis, avaliando-as de forma igual e com a mesma importância, além de resumir e simplificar as informações mais importantes, tornando os fenômenos estudados transparentes e simples de compreender. Entre as metodologias utilizadas pelo país, destacam-se os indicadores ambientais, de sustentabilidade e o Indicador de Salubridade Ambiental (ISA). O presente estudo desenvolveu uma metodologia de cálculo de um ISA para o Estado de Goiás que tem como função a caracterização quali-quantitativa dos serviços básicos de saneamento. O ISA foi testado em nove municípios goianos, tendo como função o diagnóstico que correlaciona o nível de salubridade destes com os seus respectivos sistemas de saneamento. O estudo apontou Anápolis e Rio Verde com os melhores níveis de salubridade, enquanto que Aparecida de Goiânia e Valparaíso de Goiás obtiveram os menores níveis de salubridade entre os municípios avaliados, sendo classificados com baixa salubridade. O esgotamento sanitário e o controle de vetores foram as principais deficiências reveladas pelo indicador, listando prioridades para a gestão ou planejamento destes municípios. Desta forma, o Indicador de Salubridade Ambiental (ISA) mostrou-se uma ferramenta promissora para o Planejamento e Gestão Ambiental das cidades brasileiras, além de ser um instrumento auxiliador nas tomadas de decisão.

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ABSTRACT

Environmental health is nothing more than the balance between quality of life, environmental quality and ideal conditions to develop a healthy and socially just. Thus, a county or city needs a wholesome water supply system, a sewage system, a system of urban sanitation, drainage system, as well as education and health systems efficient and in perfect condition. The challenge is finding an appropriate methodology to study all these variables, evaluating them equally and with equal importance, and simplify and summarize the most important information, making the phenomena studied transparent and simple to understand. Among the methods used by the country, we highlight the environmental, sustainability and Environmental Health Indicator (ASI). This study developed a methodology for calculating an ISA to the State of Goiás has the function of qualitative and quantitative characterization of basic sanitation. The ISA was tested in nine municipalities of Goiás, with the diagnostic function that correlates the level of health with their sanitation systems. The study pointed Annapolis and Rio Verde the best levels of health, while Aparecida de Goiania Goias and Valparaiso had the lowest levels of health among the cities studied, being classified as having low health. The sanitation and vector control were the main shortcomings highlighted by the indicator, listing priorities for management or planning of these cities. Thus, the Indicator of Environmental Health (ISA) was a promising tool for the Planning and Environmental Management of Brazilian cities, besides being a tool assisting in decision making.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Índices temáticos, indicadores e variáveis

Quadro 02 – Adaptações realizadas no Indicador de Abastecimento de Água – IAB Quadro 03 – Adaptações realizadas no Indicador de Esgoto Sanitário – IES

Quadro 04 – Adaptações realizadas no Indicador de Resíduos Sólidos – IRS Quadro 05 – Adaptações realizadas no Indicador de Controle de Vetores – ICV Quadro 06 – Adaptações realizadas no Indicador de Riscos de Recursos Hídricos

Quadro 07 – Adaptações realizadas no Indicador Socioeconômico – ISE

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 01 – Estruturação dos indicadores

Ilustração 02 – Estruturação do modelo Pressão-Estado-Resposta (PER)

Ilustração 03 – Esquematização dos componentes de salubridade

Ilustração 04 – Delimitação do Estado de Goiás

Ilustração 05 – População residente no Estado de Goiás desde 1950

Ilustração 06 – Localização do município de Anápolis

Ilustração 07 – População total de Anápolis atendida com abastecimento de água do ano de 2003 até 2007

Ilustração 08 – Delimitação do município de Aparecida de Goiânia

Ilustração 09 – Localização do município de Goiás

Ilustração 10 – Localização do município de Goiânia

Ilustração 11 – Localização do município de Goianira

Ilustração 12 – O município de Ipameri

Ilustração 13 – Localização do município de Rio Verde

Ilustração 14 – Localização do município de São Miguel do Araguaia

Ilustração 15 – Localização do município de Valparaíso de Goiás

Ilustração 16 – Valparaíso de Goiás localiza-se no entorno do Distrito Federal

Ilustração 17 – Esquematização do ISA e de suas adaptações

Ilustração 18 – Faixas das porcentagens de cobertura do abastecimento de água

Ilustração 19 – Pontuação do indicador da qualidade da água distribuída

Ilustração 20 – Pontuação do Indicador de Saturação do Sistema Produtor – Qualidade (ISA)

Ilustração 21 – Pontuação do Indicador de Abastecimento de Água

Ilustração 22 – Faixas das porcentagens de atendimento com esgotamento sanitário

Ilustração 23 – Pontuação do Indicador de Esgotamento Sanitário

Ilustração 24 – Unidades de processamento dos municípios estudados

Ilustração 25 – Porcentagem dos municípios que adotam e os que não adotam a coleta seletiva

Ilustração 26 – Pontuação do Indicador de Resíduos Sólidos

Ilustração 27 – Pontuação do Indicador de Controle de Vetores

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Ilustração 30 – Pontuação do Indicador de Recursos Hídricos

Ilustração 31 – Pontuação do Indicador Socioeconômico

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01 – Comparação dos indicadores tradicionais com indicadores de sustentabilidade

Tabela 02 – Parâmetros utilizados no IQA e suas unidades de medida

Tabela 03 – Qualidade da água a partir do IQA

Tabela 04 – Composição dos indicadores que integram o ISA

Tabela 05 – Situação de salubridade por faixa de pontuação

Tabela 06 – Municípios goianos mais populosos

Tabela 07 – Número de Empregos Formais - 1995, 2000, 2005 – 08

Tabela 08 – Municípios brasileiros mais populosos

Tabela 09 – Fontes utilizadas e os respectivos indicadores e dados adquiridos

Tabela 10 – Dados utilizados para o cálculo do Indicador de Cobertura de Abastecimento de Água – Atendimento (ICA)

Tabela 11 – Pontuação do Indicador de Qualidade da Água Distribuída

Tabela 12 – Dados utilizados para o cálculo do Indicador de Qualidade da Água Distribuída (IQA)

Tabela 13 – Pontuação do Indicador de Saturação do Sistema Produtor

Tabela 14 – Pontuação Proposta do Indicador de Saturação do Sistema Produtor

Tabela 15 – Dados utilizados para a pontuação do Indicador de Saturação do Sistema Produtor – Qualidade (ISA)

Tabela 16 – Pontuação do Indicador de Cobertura em Coleta de Esgoto e Tanques Sépticos

Tabela 17 – Dados utilizados para o cálculo do Indicador de Cobertura em Coleta de Esgoto e Tanques Sépticos (ICE)

Tabela 18 – Pontuação do Indicador de Esgoto Tratado e Tanques Sépticos

Tabela 19 – Dados utilizados para o cálculo do Indicador de Esgoto Tratado (ITE) Tabela 20 – Pontuação do Indicador do Tratamento de Esgoto

Tabela 21 – Pontuação proposta do Indicador do Tratamento de Esgoto

Tabela 22 – Pontuação do Indicador de Coleta de Lixo

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Tabela 26 – Pontuação do Indicador de Saturação do Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos

Tabela 27 – Municípios com e sem coleta diferenciada e seletiva

Tabela 28 – Pontuação do Indicador de Dengue

Tabela 29 – Pontuação do Indicador de Esquistossomose

Tabela 30 – Pontuação do Indicador de Leptospirose

Tabela 31 – Pontuação do Indicador Qualidade da Água Bruta (Poço Artesiano)

Tabela 32 – Pontuação do Indicador de Disponibilidade dos Mananciais

Tabela 33 – Dados utilizados para o cálculo do Indicador de Disponibilidade de Mananciais (IDM)

Tabela 34 – Pontuação do Indicador de Fontes Isoladas

Tabela 35 – Dados utilizados para o cálculo do Indicador de Fontes Isoladas (IFI) Tabela 36 – IDH longevidade dos municípios estudados

Tabela 37 – IDH renda dos municípios estudados Tabela 38 – IDH educação dos municípios estudados

Tabela 39 – Dados utilizados e resultados do cálculo do Indicador de Cobertura de Abastecimento de Água – Atendimento (ICA)

Tabela 40 – Dados utilizados, resultados e pontuações do cálculo do Indicador de Qualidade da Água Distribuída (IQA)

Tabela 41 – Dados utilizados e pontuações do cálculo do Indicador de Saturação do Sistema Produtor – Qualidade (ISA)

Tabela 42 – Resultados do Indicador de Abastecimento de Água (IAB)

Tabela 43 – Dados utilizados e pontuações do cálculo do Indicador de Cobertura em Coleta de Esgoto e Tanques Sépticos (ICE)

Tabela 44 – Dados utilizados e pontuações do cálculo do Indicador de Esgoto Tratado (ITE)

Tabela 45 – Dados utilizados e pontuações do cálculo do Indicador de Saturação do Tratamento de Esgoto (ISE)

Tabela 46 – Resultados do Indicador de Esgoto Sanitário (IES)

Tabela 47 – Dados utilizados e resultados do cálculo do Indicador de Coleta de Lixo (ICR)

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Tabela 49 – Informações e pontuações do cálculo do Indicador de Saturação da Disposição Final (ISR)

Tabela 50 – Resultados do Indicador de Resíduos Sólidos (IRS)

Tabela 51 – Pontuações dos indicadores específicos e do Indicar de Controle de Vetores – ICV

Tabela 52 – Dados, resultados e pontuações do Indicador de Disponibilidade dos Mananciais (IDM)

Tabela 53 – Dados, resultados e pontuações do Indicador de Fontes Isoladas (IFI)

Tabela 54 – Resultados dos indicadores específicos e do Indicador de Recursos Hídricos (IRH)

Tabela 55 – IDH´s dos municípios estudados e as pontuações do ISE

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LISTA DE SIGLAS

CEFETRN – Centro Federal Tecnológico do Rio Grande do Norte

CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo

CONESAM – Conselho Estadual de Saneamento Ambiental

DATASUS – Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde

DPSIR – Força Motora-Pressão-Estado-Impacto-Resposta

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICV – Índice de Custo de Vida

ICPI – Índice de Capacidade Político-Institucional

IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

IQA – Índice de Qualidade da Água

IQSA – Índice de Qualidade do Sistema Ambiental

IQV – Índice de Qualidade de Vida

IRPA – Índice de Redução da Pressão Antrópica

ISA – Indicador de Salubridade Ambiental

ISAL – Indicadores de Salubridade Ambiental Local

MEC – Ministério da Educação

NSF – National Sanitation Foundation

OCDE – Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico

OMS – Organização Mundial de Saúde

ONG – Organização Não-Governamental

PER – Pressão-Estado-Resposta

PIB – Produto Interno Bruto

SEPIN – Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...16

Cap. 1 – ANÁLISE EVOLUTIVA DOS INDICADORES...20

1.1INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE...22

1.1.1 Indicadores Ambientais...26

1.1.2 Índices de Qualidade de Água...27

1.1.3 Índice de Sustentabilidade Urbana...30

1.2 SANEAMENTO E A SALUBRIDADE AMBIENTAL...34

1.3 O INDICADOR DE SALUBRIDADE AMBIENTAL...38

Cap. 2 – CONFIGURAÇÃO URBANA DOS MUNICÍPIOS GOIANOS ESTUDADOS...44

2.1 DESENVOLVIMENTO URBANO DE GOIÁS...44

2.2 OS MUNICÍPIOS URBANOS ESTUDADOS...49

2.2.1 Anápolis...49

2.2.2 Aparecida de Goiânia...51

2.2.3 Goiás...53

2.2.4 Goiânia...54

2.2.5 Goianira...56

2.2.6 Ipameri...57

2.2.7 Rio Verde...59

2.2.8 São Miguel do Araguaia...60

2.2.9 Valparaíso de Goiás...62

Cap. 3 – MATERIAL E MÉTODOS...64

3.1 LEVANTAMENTO DE DADOS E DESCRIÇÃO DOS MUNICÍPIOS GOIANOS...64

3.2 ESCOLHA DOS MUNICÍPIOS PARA APLICAÇÃO DO ESTUDO...64

3.3 GERAÇÃO DO BANCO DE DADOS SECUNDÁRIOS...65

3.4 CÁLCULO DO ISA COM AS ADAPTAÇÕES PROPOSTAS...66

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3.4.3 Indicador de Resíduos Sólidos – IRS...76

3.4.4 Indicador de Controle de Vetores – ICV...80

3.4.5 Indicador de Riscos de Recursos Hídricos – IRH...82

3.4.6 Indicador Socioeconômico – ISE...85

3.4.7 Indicador de Salubridade Ambiental – ISA...89

Cap. 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO...91

4.1 MUNICÍPIOS GOIANOS ESCOLHIDOS PARA O ESTUDO...91

4.2 RESULTADOS DO CÁLCULO DO ISA E DAS ADAPTAÇÕES PROPOSTAS...92

4.2.1 Indicador de Abastecimento de Água – IAB...92

4.2.2 Indicador de Esgoto Sanitário – IES...99

4.2.3 Indicador de Resíduos Sólidos – IRS...104

4.2.4 Indicador de Controle de Vetores – ICV...110

4.2.5 Indicador de Riscos de Recursos Hídricos – IRH...113

4.2.6 Indicador Socioeconômico – ISE...118

4.2.7 Indicador de Salubridade Ambiental – ISA...121

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...126

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INTRODUÇÃO

Atualmente, um dos principais problemas enfrentados pelo país é o constante crescimento populacional e urbano que segue sem qualquer tipo de legislação que consiga freá-la.

Como conseqüência, tem-se que a infra-estrutura destas localidades não consegue acompanhar o progresso, contribuindo para que desigualdades surjam e se tornem cada vez mais agravantes. É comum encontrar municípios brasileiros que possuem um abastecimento de água excelente, enquanto que outros não possuem se quer um sistema de esgotamento sanitário e um destino certo para seus resíduos sólidos. Uma infra-estrutura ideal de saneamento é aquela que possui os sistemas básicos, ou seja: sistema de abastecimento de água, sistema de esgotamento sanitário, sistema de limpeza urbana e drenagem urbana.

Sistemas de saneamento básico incompletos não ocorrem apenas entre municípios de estados brasileiros diferentes, mas também em municípios do mesmo estado. É o caso do estado de Goiás, onde o município de Goiânia é formado por mais de 1 milhão de habitantes e que possui 99,96% das residências atendidas por abastecimento de água. Por outro lado, o município de São Miguel do Araguaia possui apenas 53,28% do total de residências abastecidas, sendo que praticamente metade da população é obrigada a conseguir água de fontes inseguras, muitas vezes com qualidade de água inferior à exigida para consumo humano. O esgotamento sanitário é outro exemplo desta desigualdade, onde existem municípios que possuem menos de 16% da população atendida com esgoto (Goianira e Goiás), enquanto que Ipameri possui mais de 50% da população com rede de esgoto (SNIS, 2007).

O crescimento rápido e desenfreado das cidades torna a infra-estrutura deficitária. Os municípios considerados pequenos são os que mais sofrem com este problema, uma vez que o dinheiro público é na maioria das vezes destinado às capitais e grandes metrópoles com articulado e competente corpo técnico.

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sempre legítimas, para priorização de investimentos no setor de saneamento (Teixeira e Heller, 2001). Essas ferramentas promovem a simplificação da realidade com a finalidade de facilitar a compreensão de fenômenos, aumentando a capacidade de comunicação dos dados brutos e adaptando-os à linguagem e aos interesses locais dos decisores (GALLOPIN, 1996).

Os mais desejados são aqueles que resumem e simplificam as informações relevantes, proporcionando que certos fenômenos se tornem mais aparentes, como é o caso dos indicadores ambientais, de sustentabilidade e de Indicador de Salubridade Ambiental (ISA). Neste sentido, a sistematização de procedimentos metodológicos para o desenvolvimento de modelos de priorização de investimentos em saneamento, segundo a utilização de índices e/ou indicadores é de suma importância (SILVA et al.,

2008). Tal procedimento contribui para que os municípios brasileiros se tornem cada vez mais insalubres e deficientes em sua qualidade ambiental. Segundo o CONESAM (1999), a salubridade ambiental é entendida como a qualidade ambiental capaz de prevenir a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente e de promover o aperfeiçoamento das condições meso-lógicas favoráveis à saúde da população urbana e rural.

Em outras palavras, a salubridade ambiental nada mais é do que a conciliação entre a qualidade de vida, a qualidade ambiental e as condições ideais para desenvolver um ambiente saudável e socialmente igual. Desta forma, um município ou cidade salubre necessita de um sistema de abastecimento de água, um sistema de esgotamento sanitário, um sistema de limpeza urbana, um sistema de drenagem, além de sistemas de saúde e educação eficientes em perfeitas condições.

O grande desafio é encontrar uma metodologia adequada para estudar a fundo todas essas variáveis, avaliando-as de forma igual e com a mesma importância.

O ISA desenvolvido, em 1999, pelo Conselho Estadual de Saneamento Ambiental da cidade de São Paulo possui como função caracterizar qualitativamente e quantitativamente os serviços de abastecimento de água, esgotos sanitários, limpeza pública, controle de vetores, situação dos mananciais e condições socioeconômicas dos municípios. Entre os seus objetivos, destaca-se a sua utilização como subsídio para adoção de políticas públicas mais eficazes para a promoção da melhoria da qualidade de vida das populações e orientar ações compatíveis com as realidades regionais e locais (RIBEIRO, 2006).

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eficiente para com o Estado de Goiás, já que as informações disponíveis são diferentes das do Estado de São Paulo? Este conseguirá representar e diagnosticar as características de infra-estrutura, tanto positivas como negativas, dos municípios goianos estudados?”.

Para estas questões, consideraram-se as seguintes hipóteses: “O ISA é adaptável de forma satisfatória no Estado de Goiás, diagnosticando e determinando as áreas de infra-estrutura deficientes e precárias dos municípios goianos.”

O fato de não existir um estudo em que se utiliza o ISA na Região Centro-Oeste é uma das justificativas para a realização do presente trabalho. O grande número de informações existentes dos Estados do Centro-Oeste em órgãos públicos favorecerá na utilização do indicador desde que se tenha um banco de dados vasto. Este é um indicador que não necessita de recursos financeiros ou grandes investimentos, caracterizando-se como uma ferramenta de gestão barata e de grande utilidade, sendo possível identificar os principais problemas de infra-estrutura existentes em um determinado município.

Desta forma, o objetivo geral do presente estudo é desenvolver o Indicador de Salubridade Ambiental (ISA) para o Estado de Goiás, considerando suas especificidades locais. Para tanto, tem-se como objetivos específicos:

Desenvolver o ISA para um grupo de nove municípios goianos diferentes: Anápolis, Aparecida de Goiânia, Goiás, Goiânia, Goianira, Ipameri, Rio Verde, São Miguel do Araguaia e Valparaíso de Goiás e;

Comparar o nível de salubridade com o nível de saneamento que estes municípios possam ter.

O estudo foi desenvolvido em três etapas. A primeira é definida pela escolha dos municípios goianos que serão utilizados na adaptação e no teste do ISA. A segunda etapa foi dedicada à geração de um banco de dados secundários para o cálculo do indicador e a última etapa foi consagrada ao cálculo do ISA com as adaptações de alguns sub-indicadores.

A área de estudo compreende 9 municípios do Estado de Goiás selecionados a partir de critérios pré-estabelecidos, tais como: diferença no número de habitantes, diferença no nível de infra-estrutura e disponibilidade de informações no Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS).

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O Capítulo 1 é constituído pela revisão da literatura, onde serão abordados os conceitos teóricos diretamente ligados à estrutura, ou seja, definições de indicadores em geral, salubridade ambiental, saneamento e a salubridade ambiental, histórico e metodologia do ISA.

O Capítulo 2 descreve os municípios goianos de Anápolis, Aparecida de Goiânia, Goiás, Goiânia, Goianira, Ipameri, Rio Verde, São Miguel do Araguaia e Valparaíso de Goiás. São descritos seus respectivos históricos, englobando os seus aspectos sociais, econômicos, ambientais e urbanísticos, além de suas respectivas localizações no Estado de Goiás.

A metodologia aplicada no estudo é definida no Capítulo 3, onde é apresentado passo a passo onde foram conseguidos os dados necessários para o cálculo do ISA, analisando e adaptando a metodologia original proposta pelo CONESAM.

O Capítulo 4 apresenta os resultados do estudo obtidos a partir do cálculo do ISA, além de identificar as áreas de infra-estrutura mais precárias e definir prioridades para a elaboração de políticas públicas.

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Cap. 1 – ANÁLISE EVOLUTIVA DOS INDICADORES

Compreender a evolução dos indicadores e de suas metodologias é de fundamental importância para o estudo do Indicador de Salubridade Ambiental (ISA). É a partir dos acertos e das falhas dos indicadores anteriores a ele que foi possível desenvolver uma ferramenta que englobasse questões sociais, econômicas e ambientais e que fosse capaz de avaliar a salubridade ambiental. Para tanto, os conceitos teóricos diretamente ligados à estrutura e metodologia do ISA serão compostos pela definição de indicadores em geral, salubridade ambiental, saneamento e a salubridade ambiental e, por último, a metodologia do ISA.

A palavra indicador é originário do latim indicare, cujo significado é destacar,

descobrir, revelar algo ou estimar. Os indicadores são informações de caráter quantitativo resultantes do cruzamento de pelo menos duas variáveis primárias, podendo estas serem informações espaciais, temporais ou ambientais (BELLEN, 2006). Sua função é comunicar ou informar sobre o progresso em direção a uma determinada meta, além de identificar uma tendência ou fenômeno que não seja imediatamente detectável (HAMMOND, 1995). Sendo, portanto, inserido em uma cadeia de informações cuja base é formada por dados primários, compreendendo os índices integrados. A Ilustração 01 esboça esse comportamento.

Ilustração 01: Estruturação dos indicadores. Fonte: MAGALHÕES, 2007.

O fluxo da estrutura ou mudança de fenômeno é obtido por meio da integração das observações, dos dados e da estatística, os quais são responsáveis pelo surgimento e estruturação dos indicadores/índices em geral, representando o mais próximo possível da realidade estudada.

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prioritários para o alcance de metas definidas. A atribuição de pesos pode ocorrer segundo diferentes critérios e técnicas estatísticas, porém diversas vezes não é possível ponderar sem incorporar algum nível de arbítrio ou subjetividade nos critérios de avaliação.

Segundo Hamilton (1996), algumas questões devem ser observadas antes de se escolher os indicadores:

Simplicidade: o indicador deve adotar uma metodologia simples, evitando que variáveis sejam confundidas ou que os resultados não sejam confiáveis;

Nível de acessibilidade social: a base de dados deve estar aberta e acessível, evitando que a utilização do indicador seja interrompida por falta de dados; Objetividade: o indicador necessita ser objetivo, fazendo com que seus resultados sejam eficazes;

Flexibilidade: possibilidade de inclusão e retirada de variáveis sem que haja o comprometimento da metodologia do indicador;

Relevância: o indicador visa atender e avaliar questões de interesse relevantes como saúde, qualidade ambiental, entre outros;

Base técnico-científica: deve ser desenvolvido e formulado com base técnica-científica comprovada;

Mensurabilidade: seu resultado deve ser quantificável e objetivo; Qualidade dos dados: provenientes de fontes confiáveis e comprovadas;

Comparabilidade com outros indicadores: os resultados devem constituir forma de comparação com resultados de outros indicadores.

Embora considerados modelos da realidade, os indicadores não podem ser confundidos com a própria realidade. Porém, devem ser analiticamente legítimos e construídos dentro de uma metodologia de mensuração. Eles são sinais referentes a eventos e sistemas complexos. São pedaços de informação que apontam para características dos sistemas, realçando o que está acontecendo. Os indicadores são utilizados para simplificar informações sobre fenômenos complexos e para tornar a comunicação sobre eles mais compreensível e quantificável (BELLEN, 2006).

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Tunstall (1994) destaca as principais funções dos indicadores: Avaliação de condições e tendências;

Comparação entre lugares e situações;

Avaliação de condições e tendências em relação às metas e aos objetivos; Prover informações de advertência;

Antecipar futuras condições e tendências.

Os indicadores surgiram por volta de 1947, sendo os indicadores sociais os pioneiros e responsáveis pelo surgimento de outras categorias (BELLEN, 2006). Entre as categorias que influenciaram o desenvolvimento do ISA, destacam-se: Indicadores de Sustentabilidade, Indicadores Ambientais, Índices de Qualidade da Água e os Índices de Sustentabilidade Urbana.

Para a análise evolutiva dos indicadores é de suma importância conhecer dentre outros o conceito de salubridade ambiental e sua relação direta com o saneamento ambiental, já que o nível de salubridade ambiental é diretamente proporcional ao nível de saneamento ambiental. Quanto melhor o saneamento ambiental, maior será a salubridade ambiental.

1.1INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE

A Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, foi o grande marco na ascensão do desenvolvimento sustentável e na sua ideologia de integrar as vertentes ambiental, econômica e social.

A combinação do crescimento da economia, da melhoria da qualidade do ambiente e da melhoria da sociedade e de sua qualidade de vida, as três principais vertentes de desenvolvimento de um país, passaram a se focar no benefício das gerações presente e futura.

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O conceito de desenvolvimento sustentável necessitava ser aplicado e, para isso, era necessário definir indicadores, objetivos e metas que pudessem medir o desempenho de um país em matéria de sustentabilidade. A partir disto, seria possível avaliar o nível de estrutura e de sustentabilidade de um local e definir prioridades com relação aos problemas e deficiências identificados.

Desta forma, os indicadores de sustentabilidade são excelentes parâmetros utilizados para refletir sobre determinadas condições dos sistemas em análise. A par com os indicadores, surgem neste âmbito os conceitos de sub-índices (constitui uma forma de agregação intermediária entre indicadores e índices) e de índices (corresponde a um nível superior de agregação, onde após aplicado um método de agregação aos indicadores e/ou aos sub-índices é obtido um outro valor final) (PORTAL DO MEIO AMBIENTE E DO CIDADÃO, 2009).

Os indicadores de sustentabilidade englobam quatro categorias em sua estrutura: Indicadores ambientais;

Indicadores econômicos (micro e macro); Indicadores sociais;

Indicadores institucionais (funcionamento de instituições clássicas, organizações não-governamentais (ONG´s) e empresas).

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) desenvolveu, em 1994, uma classificação que sistematiza os indicadores ambientais pelo modelo Pressão-Estado-Resposta (PER), definindo três grupos chave de indicadores:

Indicadores de Pressão – pressões das atividades antrópicas sobre o meio ambiente, focando a quantidade e qualidade dos recursos naturais;

Indicadores de Estado – qualidade do ambiente em um dado espaço/tempo, sendo indicadores de sensibilidade, de risco e de qualidade ambiental;

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Ilustração 02: Estruturação do modelo Pressão-Estado-Resposta (PER). Fonte: PORTAL DO MEIO AMBIENTE E DO CIDADÃO, 2009.

A Agência Européia de Ambiente adaptou um modelo chamado DPSIR (Força Motora-Pressão-Estado-Impacto-Resposta). O modelo analisa os problemas ambientais a partir da atividade antrópica e industrial responsáveis pela pressão no meio ambiente. Esta pressão gerará a degradação do estado ambiental, causando impactos na saúde humana e nos ecossistemas. A sociedade e o governo, por sua vez, emitem respostas, sejam por meio de políticas públicas ou por meio de movimentos sociais, as quais podem ser direcionadas a qualquer compartimento do sistema.

O modelo DPSIR complementa o modelo PER, uma vez que o modelo DPSIR utiliza variáveis como Força Motora e Impacto, além das variáveis Pressão, Estado e Resposta utilizados no PER, tornando o modelo mais completo e preciso. O modelo PER, por sua vez, foca apenas nas variáveis Pressão, Estado e Resposta, dificultando na análise dos responsáveis e geradores do déficit ambiental.

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A Tabela 01 apresenta vários indicadores ditos tradicionais e sustentáveis, considerando os componentes ambientais, sociais e econômicos:

Tabela 01: Comparação dos indicadores tradicionais com indicadores de sustentabilidade.

Tradicionais Sustentáveis

Renda média;

Renda per capita em relação aos Estados Unidos;

Número de horas trabalhadas em relação à média de salário necessária para as necessidades básicas serem cumpridas;

Taxa de desemprego; Número de empresas; Número de empregos;

Elasticidade do mercado de trabalho;

Habilidade do mercado de trabalho de ser flexível em tempos de mudanças na economia;

Tamanho da economia medido por índices como o PIB;

Desigualdade social calculada pela diferença nos níveis de educação, renda e longevidade;

Testes e pontuações padronizados (exames do MEC, Provão...);

Número de estudantes treinados para os trabalhos disponíveis na comunidade local;

Número de estudantes que ingressam na faculdade e retornam para a sua comunidade;

Número de eleitores registrados; Número de eleitores que realmente votam nas eleições (participam do processo democrático);

Número de eleitores “engajados” politicamente;

Níveis ambientais de poluição do ar, água, geralmente medidos em partes por milhão ou poluentes específicos;

Habilidade do ecossistema de processar e assimilar poluentes;

(26)

produzidos; por pessoa, em relação ao total de resíduos sólidos produzidos (uso cíclico das fontes de recursos); Energia per capita utilizada; Energia renovável em relação à

energia não renovável;

Quantidade total de energia usada.

Fonte: SATO, 2009.

Os indicadores sustentáveis descrevem de forma mais precisa a realidade, evitando que análises e resultados se tornem “mascarados” e imprecisos. Por exemplo, um indicador tradicional que analisa a economia de um país utiliza como referência apenas o Produto Interno Bruto (PIB). Porém, o PIB é um resultado generalizado que não reflete as desigualdades sociais existentes. Desta forma, um indicador sustentável analisa o PIB e estas desigualdades sociais referentes aos níveis de renda, educação e longevidade, fornecendo um dado mais preciso e fiel à realidade.

1.1.1 Indicadores Ambientais

O estudo de indicadores ambientais é relativamente novo em termos mundiais (a partir dos anos 80), ao contrário dos indicadores econômicos e sociais, que já haviam sido adotados sistematicamente nos anos 40 e 70, respectivamente. Na década de 1990, a tendência global da busca do desenvolvimento sustentável1 motivou a multiplicação de iniciativas a respeito de indicadores voltados para a gestão sustentável dos recursos naturais. A Agenda 212 defendeu que os indicadores são instrumentos essenciais na busca da sustentabilidade.

Como instrumentos de gestão ambiental, os indicadores auxiliam a democratização do conhecimento e a avaliação das intenções e ações de gestão, proporcionando a instauração de um sistema de governança. A valorização dos indicadores na implementação de políticas públicas decorre justamente de sua

1 “O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais”.

(27)

aplicabilidade à sinalização de desenvolvimento, em todas as suas facetas, como o crescimento econômico, o bem-estar humano e a qualidade ambiental (MAGALHÕES, 2007).

Entre as classes de indicadores ambientais mais utilizados atualmente, pode-se destacar:

Indicadores socioeconômicos e de qualidade de vida, abrangendo temas como saúde, emprego, renda, educação, habitação, transportes, demanda por recurso, satisfação, bem-estar;

Indicadores ecológicos, cujas variáveis englobam a biodiversidade, unidades de conservação e proteção ambiental;

Indicadores de estrutura política, focando na organização e integração institucional, respostas do poder público aos problemas ambientais, nível de conformidade legal de ações e iniciativas, nível de avanço de aplicação de textos regulamentares;

Indicadores hidrológicos, fornecidos por fluxos e estoques, disponibilidade e qualidade da água;

Indicadores demográficos, restritos ao estado e dinâmica populacional, além de pressões sobre os recursos naturais;

Indicadores de desenvolvimento sustentável, cujos indicadores tentam aproximar-se da mensuração do nível de conformidade das políticas e modelos de gestão em relação ao desenvolvimento sustentável, crescimento econômico, proteção ambiental e justiça social;

Indicadores biológicos ou bioindicadores3, organismos vivos que possibilitam a análise da qualidade ambiental (MAGALHÕES, 2007).

1.1.2 Índices de Qualidade da Água

Os índices de qualidade da água (IQA) são, ainda hoje, os indicadores sobre águas mais conhecidos mundialmente. O primeiro dos IQA foi proposto por Horton em 1965, porém os mais utilizados foram desenvolvidos nos anos 70 pela Agência Americana NSF (National Sanitation Foundation). Um trabalho comparativo realizado

(28)

em Minas Gerais (Mattos, 1998) demonstrou a eficiência do IQA multiplicativo da NSF para as condições da região.

A CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) adaptou o IQA desenvolvido pela NSF, selecionando 9 parâmetros para a avaliação da qualidade das águas superficiais, tendo como determinante principal a sua utilização para o abastecimento público.

A criação do IQA baseou-se numa pesquisa de opinião junto a especialistas em qualidade de águas, que indicaram os parâmetros a serem avaliados, o peso relativo dos mesmos e a condição com que eles se apresentam, segundo uma escala de valores (CETESB, 2001).

Dos 35 parâmetros indicadores de qualidade de água superficiais inicialmente propostos, somente 9 foram selecionados (Tabela 02):

Tabela 02: Parâmetros utilizados no IQA e suas unidades de medida.

Parâmetro Unidade

1 Oxigênio Dissolvido % saturação

2 Coliformes Fecais NMP/100ml

3 pH N/A

4 DBO5 mg O2/L

5 Nitrogênio Total mg N/L

6 Fósforo Total mg P/L

7 Turbidez uT

8 Sólidos Totais mg/L

9 Temperatura de Desvio ºC

Obs. NMP = Número Mais Provável; N/A = Não Adimensional; uT = Unidade Nefelométrica de Turbidez.

(29)

Entre as vantagens de se utilizar o IQA, destacam-se: Facilidade de comunicação com o público não técnico; Status maior do que os parâmetros individuais;

Representa uma média de diversas variáveis em um único número.

Porém, como desvantagem, tem-se a perda de informação das variáveis individuais e a interação entre as mesmas, além de não contemplar parâmetros como os metais pesados, compostos orgânicos com potencial mutagênico, substâncias que afetam as propriedades organolépticas da água e o potencial de formação de trihalometanos4 das águas de um manancial (CEFETRN, 2008).

As equações para o cálculo do IQA estão expressas nas Equações 01 e 02 abaixo:

(01)

(02)

Em que:

IQA = Índice de Qualidade da Água, representado por um número em escala contínua de 0 a 100;

qi = Qualidade individual (sub-índice de qualidade) do iésimo parâmetro, um

valor entre 0 e 100;

wi = Peso unitário do iésimo parâmetros;

n = Número de parâmetros que entram no cálculo do IQA.

Após o cálculo, os resultados são comparados a faixas e níveis de qualidade apresentadas na Tabela 03.

4 Trihalometanos são compostos que se originam durante o processo de tratamento das águas destinadas ao consumo humano, sendo sub-produtos da desinfecção. A reação dá-se entre o Cloro utilizado para desinfecção e a matéria orgânica presente na água que irá sofrer o processo de tratamento. As

(30)

Tabela 03: Qualidade da água a partir do IQA.

Faixa Nível de Qualidade

90 < IQA ≤ 100 Excelente

70 < IQA ≤ 90 Bom

50 < IQA ≤ 70 Médio

25 < IQA ≤ 50 Ruim

0 < IQA ≤ 25 Muito Ruim

Fonte: CETESB, 2001.

1.1.3 Índice de Sustentabilidade Urbana

Desenvolvido por Braga et al. (2002), o Índice de Sustentabilidade Urbana foi

desenvolvido a partir de quatro índices temáticos listados a seguir:

Índice de Qualidade do Sistema Ambiental: por meio da qualidade da água e da biota presente nos sedimentos do rio, o indicador de estado mede a saúde do sistema ambiental do local. O rio foi escolhido como indicador por refletir alterações e impactos ambientais em sua bacia de drenagem. Este índice apresenta tanto uma visão estática, através das variáveis físico-químicas (qualidade da água), como uma visão mais permanente, por meio das variáveis biológicas (biota);

(31)

Índice de Capacidade Político-Institucional: indicador de resposta que mensura a capacidade dos sistemas político, institucional, social e cultural de superar as principais barreiras e proporcionar soluções aos problemas referentes à sustentabilidade.

(32)

Quadro 01: Índices temáticos, indicadores e variáveis.

Índices Temáticos Indicadores Variáveis

Índice de Qualidade da Água no período de chuva Índice de Qualidade do

Sistema Ambiental - IQSA

Qualidade de Água

Índice de Qualidade da Água no período de seca Percentual de Habitações Sub-Normais

Qualidade da Habitação

Densidade Habitacional por Cômodo

Área verde (m² por habitante)

Conforto Ambiental

Ocorrências de

perturbações ruidosas por população total

Variável

Saúde/Longevidade – ICV Variável Educação – ICV Condições de Vida

Variável Criança – ICV Índice de Qualidade de

Vida - IQV

Renda Variável Renda – ICV

Mudança percentual na população projetada em 25 anos

Índice de Serviços Sanitários Urbanos – teste 1

Índice Sanitário Crítico – teste 2

Número de veículos por população urbana

Índice de Redução da Pressão Antrópica – IRPA

Redução da Pressão Urbana

(33)

Emissões de Poluentes Hídricos por Valores Máximos de Emissão Permitidos na Legislação Intensidade energética Intensidade no uso da água Redução de Pressão

Industrial

% do território ocupada pela produção de carvão vegetal

Densidade de lavouras e pastagens no município Taxa de crescimento média de lavouras e pastagens nos 10 últimos anos

Redução da Pressão da Agropecuária e Silvicultura

Área ocupada com matas e florestas plantadas por área ocupada com matas e florestas naturais nos estabelecimentos agrícolas Autonomia Fiscal

Endividamento Público Autonomia Político –

Administrativa

Peso Eleitoral Discurso ambiental

Prática da Intervenção Ambiental

Políticas Públicas Ambientais

Grau de distanciamento, discurso e prática

Discurso Ambiental

Prática da Intervenção Ambiental

Gestão Ambiental

Industrial

Grau de distanciamento, discurso e prática

Índice de Capacidade Político-Institucional – ICPI

(34)

Organização sócio-política Civil

Participação político-eleitoral

Obs. ICV = Índice do Custo de Vida5

Fonte: Braga et al., 2002.

Braga et al. (2002) ressaltou que o principal critério utilizado na definição das

variáveis e indicadores foi a possibilidade de sua utilização em outras localidades. Após a escolha de todos estes indicadores e variáveis, um processo de ponderação foi realizado com seus valores.

O valor dos indicadores é obtido através da ponderação simples das variáveis, enquanto que os índices temáticos são obtidos por ponderação simples dos indicadores. O valor final do índice (entre 0 e 100) é obtido por meio da ponderação simples de todos os índices temáticos.

O Índice de Sustentabilidade Urbana se mostrou bem definido e consistente. Seus resultados podem ser considerados confiáveis e seguros, uma vez que foram escolhidos índices temáticos de áreas distintas, evitando que os resultados sejam eficientes em certos pontos e deficientes em outros.

De outro ponto de vista, esse índice pode ser considerado um modelo PER, já que o mesmo apresenta Indicadores de Pressão (representado pelo Índice de Redução da Pressão Antrópica), Indicadores de Estado (representado pelo Índice de Qualidade do Sistema Ambiental e pelo Índice de Qualidade de Vida) e Indicadores de Resposta (representado pelo Índice de Capacidade Político-Institucional). Assim, o Índice de Sustentabilidade Urbana utiliza a mesma metodologia do modelo PER, sendo mais detalhado e preciso em seus resultados devido ao número a quantidade de variáveis adotadas.

1.2SANEAMENTO E A SALUBRIDADE AMBIENTAL

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saneamento como:

5 Elaborado pelo DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, mede

(35)

O controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeito deletério sobre o seu bem-estar físico, mental ou social.

Saneamento também pode ser definido como o conjunto de medidas visando preservar ou modificar as condições do meio ambiente, com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde. Desta forma, o saneamento possui um caráter preventivo, proporcionando ao homem um ambiente que lhe garanta as condições adequadas para a promoção de sua saúde (MOTA, 2000).

A grande quantidade de resíduos sólidos produzidos, o escoamento das águas pluviais e os efluentes foram responsáveis pelo aumento das ações antrópicas. Atualmente, as grandes cidades que possuem um sistema de saneamento adequado devem possuir as seguintes atividades:

Abastecimento de água;

Coleta, tratamento e destino final dos esgotos;

Acondicionamento, coleta, transporte e tratamento dos resíduos sólidos; Drenagem das águas pluviais.

Com o passar dos anos, observou-se que o conceito de saneamento necessitava integrar-se com os fatores ambientais, definindo um conceito mais amplo e completo. Assim, surgiu o conceito de saneamento ambiental, englobando as atividades do saneamento básico (água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem) e definindo algumas outras. Entre elas:

Controle de insetos e roedores; Saneamento dos alimentos;

Saneamento dos locais de trabalho; Saneamento dos locais de recreação;

Saneamento aplicado ao planejamento territorial.

Entende-se como saneamento ambiental o conjunto de ações socioeconômicas que possui como objetivo alcançar níveis crescentes de salubridade ambiental, protegendo e melhorando as condições de vida, tanto nos centros urbanos, quanto nas comunidades rurais e propriedades rurais mais carentes (NOVAIS, 2000).

(36)

considerados. O crescimento populacional, seguido do desenvolvimento industrial necessita, cada vez mais, que as ações de planejamento e de infra-estrutura sejam eficazes e bem estruturadas (MOTA, 2000).

A carência ou inexistência dos serviços de saneamento tem sido uma das causas da constante degradação ambiental, sendo que estes serviços são fatores de promoção de um ambiente salubre, proporcionando uma qualidade de vida ideal (DIAS et al., 2004).

Um dos principais problemas do crescimento desordenado e da formação desenfreada e sem planejamento de cidades em torno das metrópoles é a deficiência de salubridade. A falta de infra-estrutura e de sistema de saneamento básico favorecem para que o ambiente se torne insalubre, gerando desconforto, diminuição da qualidade de vida e o aumento no número de doenças e seus vetores.

Neste sentido, Ferreira (2001) define o conceito de salubridade como “o conjunto das condições propícias à saúde pública”. Dias et al. (2004) complementa o

conceito, afirmando que o “conjunto das condições” refere-se às questões materiais, sociais e culturais. Desta forma, todas as questões diretamente e indiretamente ligadas à população devem ser levadas em consideração para se alcançar o estado salubre ideal de um ambiente, proporcionando saúde e qualidade de vida para elas.

Foucault (1992) vai além da definição apresentada por Dias et al. (2004) ao

afirmar que a questão social no conceito apresentado acima também deve ser incluída no conceito de salubridade:

Salubridade é a base capaz de assegurar a melhor saúde possível dos indivíduos. E é correlativamente a ela que aparece a noção de higiene pública, técnica de controle e de modificações dos elementos materiais do meio que são suscetíveis de favorecer ou, ao contrário, prejudicar a saúde (FOUCAULT, 1992, p. 81).

(37)

Na realidade, o conceito de salubridade deve estar em equilíbrio entre as variáveis materiais, sociais e culturais conforme apresentado no fluxograma (Ilustração 03):

Ilustração 03: Esquematização dos componentes de salubridade. Fonte: FOUCAULT, 1992.

O conceito de salubridade, abrangendo o saneamento ambiental em seus diversos componentes, busca a integração sob uma visão holística, participativa e de racionalização de uso dos recursos públicos, visando alcançar o desenvolvimento ecologicamente sustentável, socialmente justo e economicamente viável (MALZAC, 2006).

A partir disso, a salubridade ambiental é definida como a qualidade ambiental capaz de prevenir a ocorrência de doenças veiculadas pelo meio ambiente e de promover o aperfeiçoamento das condições mesológicas favoráveis à saúde da população urbana e rural (CONESAM, 1999).

Novais (2000) afirma que a salubridade ambiental, indispensável à segurança sanitária e à melhoria da qualidade de vida, é direito e dever de todos e obrigação do Estado, assegurada por políticas sociais, prioridades financeiras e eficiência gerencial que viabilizem o acesso universal e igualitário aos benefícios do saneamento.

Neste contexto, Mota (2000) conclui:

(38)

minimizar a degradação ambiental, sendo, portanto, uma importante ferramenta de promoção da saúde (MOTA, 2000, p. 42).

É fundamental listar os componentes que influenciam o nível de salubridade da região, entre eles o nível de infra-estrutura e a qualidade do saneamento básico e ambiental. A partir disso, será possível avaliar a situação da região. Will e Briggs (1995) ressaltam que a construção de sistemas de indicadores é um meio eficaz de prover as políticas com informações capazes de demonstrar seu desempenho ao longo do tempo e de realizar previsões, podendo ser utilizados para a promoção de políticas específicas e monitoramento de variáveis espaciais e temporais das ações públicas.

Um indicador eficaz na busca da salubridade é o Indicador de Salubridade Ambiental (ISA), concebido como um instrumento que aponta de forma sintética e eficiente as medidas que devem ser implementadas a fim de se obter melhorias na qualidade de vida, abrangendo os aspectos econômicos, sociais e de saúde pública para o desenvolvimento sustentável (MALZAC, 2006).

1.3O INDICADOR DE SALUBRIDADE AMBIENTAL (ISA)

(39)

Tabela 04: Composição dos indicadores que integram o ISA.

Componentes Sub-indicadores Finalidade

Cobertura (Atendimento) – ICA

Quantificar os domicílios atendidos por sistemas de abastecimento de água com controle sanitário.

Qualidade de Água Distribuída – IQA

Monitorar a qualidade da água fornecida.

Indicador de

Abastecimento de Água – IAB

Saturação do Sistema Produtor (Quantidade) – ISA

Comparar a oferta e a demanda de água;

programar ampliações ou novos sistemas produtores e programas de controle e redução de perdas.

Cobertura em Coleta de Esgoto e Tanques Sépticos – ICE

Quantificar os domicílios atendidos por redes de esgoto e/ou tanques sépticos.

Esgoto Tratado e Tanques Sépticos – ITE

Indicar a redução da carga poluidora.

Indicador de Esgoto Sanitário - IES

Saturação do Tratamento – ISE

Comparar oferta e a demanda das instalações existentes e programar novas instalações ou ampliações;

Coleta de Lixo – ICR Quantificar os domicílios

atendidos por coleta de lixo.

Indicador de Resíduos Sólidos – IRS

Tratamento e Disposição Final – IQR

(40)

Saturação da Disposição Final – ISR

Indicar a necessidade de novas instalações. Dengue – IVD e

Esquistossomose – IVE

Identificar a necessidade de programas corretivos e preventivos de redução e eliminação de vetores, transmissores e/ou hospedeiros da doença. Indicador de Controle de

Vetores – ICV

Leptospirose – IVL Indicar a necessidade de

programas preventivos de redução e eliminação de ratos.

Água Bruta – IQB Monitorar a situação da

água bruta ou risco geográfico.

Disponibilidade dos Mananciais – IDM

Quantificar a disponibilidade dos mananciais em relação à demanda.

Indicador de Riscos de Recursos Hídricos - IRH

Fontes Isoladas – IFI Abrange o controle das

águas utilizadas pelas populações em áreas atendidas pelos serviços oficiais de abastecimento de água; monitorar a qualidade da água destas fontes.

Indicador Socioeconômico – ISE

Saúde Pública - ISP Indicar a possibilidade dos

(41)

veiculação hídrica – IMH;

- mortalidade infantil e de idosos ligada a doenças respiratórias – IMR;

Renda – IRF Indicar a capacidade de

pagamento da população pelos serviços e a

capacidade de investimento pelo município, que podem ser avaliados através de: - distribuição de renda abaixo de três salários mínimos – I3S;

- renda média – IRM;

Educação - IRD Indicar a linguagem de

comunicação a ser utilizada nas campanhas de

educação sanitária e ambiental através de: - índice de nenhuma escolaridade – INE;

- índice de escolaridade até 1º grau – IE1.

Fonte: CONESAM, 1999.

(42)

ocupação espontâneas da cidade de Salvador para relacionar o nível de salubridade com o saneamento precário que estas ocupações possuem.

O Estado da Paraíba, por sua vez, possui dois estudos que utilizaram o ISA como ferramenta de gestão. Silva et al. (2008), adaptou o indicador para definir

propostas de melhoria na infra-estrutura das comunidades periurbanas localizadas na bacia do Rio Gramam, litoral sul do estado da Paraíba. Já Batista et al. (2006), utilizou

o indicador na cidade de João Pessoa para diagnosticar a performance do saneamento ambiental urbano.

Ribeiro (2006) relata que a municipalidade do Rio de Janeiro vem desenvolvendo trabalhos, por meio da Secretária de Meio Ambiente, para definição de indicadores ambientais, com o objetivo de avaliar suas ações.

A metodologia do ISA, utilizada pelo CONESAM, foi adaptada, gerando o projeto “Indicadores de Salubridade Ambiental Local – ISAL” com o propósito de enumerar as deficiências encontradas nos serviços públicos prestados e suas conseqüências para o desenvolvimento socioeconômico (SÃO PAULO, 2004).

O ISA pode ser utilizado como subsídio para adoção de políticas públicas mais eficazes para a promoção da melhoria da qualidade de vida das populações e orientar ações compatíveis com as realidades regionais e locais, além de ser um indicador eficaz na avaliação do nível de salubridade local (RIBEIRO, 2006).

Além disso, os vários estudos que utilizaram o ISA mostraram que o indicador é uma importante ferramenta de gestão. Além de quantificar a situação de salubridade de uma região, o ISA é capaz de avaliar as ações e desempenho do saneamento ambiental numa população, determinar o nível de vulnerabilidade dos recursos hídricos superficiais de bacias hidrográficas, apontar as deficiências de infra-estrutura e definir propostas de melhorias nos serviços públicos utilizados.

O cálculo do ISA é feito pela média ponderada de indicadores específicos e relacionados, direta ou indiretamente, com a salubridade ambiental. De acordo com o CONESAM (1999), o cálculo do ISA é definido pela Equação (03):

SE RH

CV RS

ES

AB

I

I

I

I

I

I

ISA

=

0

,

30

+

0

,

20

+

0

,

20

+

0

,

10

+

0

,

10

+

0

,

10

(03)

Em que:

(43)

IES – Indicador de esgotos sanitário;

IRS – Indicador de resíduos sólidos;

ICV – Indicador de controle de vetores;

IRH – Indicador de riscos de recursos hídricos;

ISE – Indicador socioeconômico.

Os valores obtidos pelos indicadores são pontuados em uma escala cuja variação é de 0 (zero) a 100 (cem), conforme a Tabela 05:

Tabela 05: Situação de salubridade por faixa de pontuação.

Situação de Salubridade Pontuação do ISA

Insalubre 0 – 25,50

Baixa Salubridade 25,51 – 50,50

Média Salubridade 50,51 – 75,50

Salubre 75,51 – 100

(44)

Cap. 2 – CONFIGURAÇÃO URBANA DOS MUNICÍPIOS GOIANOS ESTUDADOS

Antes de realizar o cálculo do ISA, é fundamental investigar as características e realidades que circundam os municípios escolhidos para este estudo. Para uma melhor compreensão da configuração urbana dos municípios goianos de Anápolis, Aparecida de Goiânia, Goiás, Goiânia, Goianira, Ipameri, Rio Verde, São Miguel do Araguaia e de Valparaíso de Goiás, é imprescindível a abordagem das seguintes temáticas: desenvolvimento urbano de Goiás e as características dos municípios urbanos citados acima, destacando os fatos históricos e suas infra-estruturas sanitárias.

2.1 DESENVOLVIMENTO URBANO DE GOIÁS

Goiás é uma das 27 unidades da República Federativa do Brasil. Situado a leste da Região Centro-Oeste, no Planalto Central brasileiro, o Estado de Goiás possui cerca de 340.086 km² de território (SEPIN, 2009). Goiás é delimitado pelos estados de Tocantins (norte), Bahia (nordeste), Mato Grosso (oeste), Mato Grosso do Sul (sudoeste), Minas Gerais (leste e sul), e pelo Distrito Federal. Sua capital é o município de Goiânia (Ilustração 04).

(45)

Segundo a SEPLAN (2010), a evolução histórica do Estado e de sua história possui como ponto de partida o final do século XVII e o início do século XVIII, destacando a descoberta das suas primeiras minas de ouro. Esta época, iniciada com a chegada dos bandeirantes, vindos de São Paulo em 1727, foi marcada pela colonização de algumas regiões, sendo o contato com os nativos indígenas e com os negros fator decisivo para a formação cultural do Estado. O retrato vivo dessa cultura pode ser percebido ao visitar as cidades históricas Corumbá, Pirenópolis e Goiás, antiga Vila Boa e a capital de Goiás.

Os povoados que surgiram no início do Ciclo do Ouro, minério este amplamente explorado nesta época, prosperaram e hoje são cidades que apresentam, por meio de sua cultura, a história do Estado de Goiás. O Estado conhecido e percorrido pelas Bandeiras já no primeiro século da colonização do Brasil foi ocupado somente em virtude do descobrimento das minas de ouro. As primeiras Bandeiras6 possuíam caráter oficial e eram destinadas a explorar o interior em busca de riquezas minerais e capturar índios para trabalho escravo.

O bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, foi o descobridor de Goiás. Sua Bandeira saiu de São Paulo em 3 de julho de 1722 e, em outubro de 1725, voltaram triunfantes a São Paulo, divulgando que tinham descoberto cinco córregos auríferos, minas tão ricas como as de Cuiabá, com ótimo clima e fácil comunicação.

Poucos meses depois da descoberta dos córregos, organizou-se em São Paulo uma nova expedição para desvendar os veios auríferos. Liderada por Bartolomeu, agora superintendente das minas, e por João Leite da Silva Ortiz, como guarda-mor, a primeira região ocupada pela expedição foi a do Rio Vermelho. No local, foi fundado o arraial de Sant’Ana, que mais tarde seria chamado de Vila Boa, dando origem a Cidade de Goiás e que durante 200 anos, foi considerada a capital do território.

A época do ouro em Goiás foi intensa e breve. Após 50 anos, verificou-se a decadência rápida e completa da mineração. Por outro lado, só se explorou o ouro de aluvião, proveniente das margens dos rios, sendo a técnica empregada rudimentar e ineficiente. Goiás pertenceu à capitania de São Paulo até 1749, uma vez que a partir desta data tornou-se capitania independente. Ao se deparar com a decadência do ouro, várias medidas administrativas foram tomadas por parte do governo, porém sem

6 Bandeiras eram expedições pioneiras que possuíam como objetivo desbravar e povoar terras

(46)

nenhum resultado satisfatório. A economia do ouro, sinônimo de lucro fácil para a época, não encontrou um produto que a substituísse à altura. A decadência do ouro afetou a sociedade goiana, sobretudo na forma de ruralização, regredindo para uma economia de subsistência.

Assim como em outras regiões do Brasil, o processo de independência em Goiás se deu gradativamente. A formação das juntas administrativas, que representam um dos primeiros passos neste sentido, deram oportunidade às disputas pelo poder entre os grupos locais.

A partir de 1940, Goiás imprimiu um ritmo acelerado de progresso devido à construção de Goiânia, o desbravamento do mato grosso goiano e a campanha nacional de “marcha para o oeste”, culminando na construção de Brasília na década de 50. Nas décadas de 60 a 80, o Estado apresentou um processo dinâmico de desenvolvimento devido à exportação da produção agropecuária, proporcionando a sua industrialização.

Hoje, ele está totalmente inserido no processo de globalização da economia mundial, aprofundando e diversificando, a cada dia, suas relações com os grandes centros comerciais. O nome do Estado originou-se da denominação feita pela tribo indígena “guaiás”, que por corruptela se tornou Goiás, vindo do termo tupi gwa ya que

quer dizer indivíduo igual, gente semelhante, da mesma raça. Em 1988, o norte do Estado foi desmembrado, dando origem ao Estado do Tocantins (SEPLAN, 2010).

Atualmente, o Estado ocupa a 7ª posição do ranking nacional tanto em extensão territorial quanto em número de municípios (246 municípios). Quanto aos aspectos demográficos, Goiás possui 3,09% da população do país, ocupando a 12º colocação com 5.926.300 habitantes (SEPIN, 2009). A Tabela 06 apresenta os municípios mais populosos do Estado de Goiás.

Tabela 06: Municípios goianos mais populosos.

Municípios População (Habitantes) Região

Goiânia 1.281.975 Metropolitana de Goiânia

Aparecida de Goiânia 510.770 Metropolitana de Goiânia

Anápolis 335.960 Centro Goiano

Luziânia 210.064 Leste Goiano

Rio Verde 163.021 Sul Goiano

(47)

Valparaíso de Goiás 123.444 Leste Goiano

Trindade 104.979 Metropolitana de Goiânia

Formosa 96.284 Leste Goiano

Itumbiara 92.832 Sul Goiano

Novo Gama 88.835 Leste Goiano

Jataí 86.447 Sul Goiano

Catalão 81.109 Sul Goiano

Planaltina 79.651 Leste Goiano

Senador Canedo 77.511 Metropolitana de Goiânia

Caldas Novas 67.588 Sul Goiano

Goianésia 56.839 Centro Goiano

Santo Antônio do Descoberto

58.474 Leste Goiano

Cidade Ocidental 52.380 Leste Goiano

Mineiros 48.329 Sul Goiano

Fonte: IBGE, 2009.

(48)

Ilustração 05: População residente no Estado de Goiás desde 1950. Fonte: SEPIN, 2009.

Com relação aos indicadores socioeconômicos, a região obteve uma diminuição na taxa de analfabetismo no período de 2000 a 2008 apresentado, respectivamente, pelas taxas de 10,80% e 8,44%, ocupando a 14º posição do ranking nacional do tema “Educação”. O aumento no número de empregos formais, em 2008, foi de 73.620 empregados, colocando o Estado na 8º posição nacional. Em termos de salário médio, Goiás passou da 19ª posição em 2000 para a 18ª em 2008. O número de empregos formais em 2008 era de 1.135.046, como mostra a Tabela 07 (SEPIN, 2009).

Tabela 07: Número de Empregos Formais - 1995, 2000, 2005 - 08.

Ano Total Indústria Construção Civil

Comércio Serviços Agropecuária

1995 511.018 79.138 28.046 76.396 294.684 25.160 2000 663.902 108.019 33.511 117.387 361.625 43.356 2005 944.927 155.351 35.626 172.695 518.898 62.357 2006 992.822 173.567 36.655 183.056 535.692 63.582 2007 1.061.426 192.444 44.994 195.809 559.347 68.832 2008 1.135.046 198.021 53.705 207.810 576.989 72.248

Imagem

Ilustração 07: População total de Anápolis atendida com abastecimento de água do ano de 2003 até  2007
Ilustração 15: Localização do município de Valparaíso de Goiás.
Ilustração 16: Valparaíso de Goiás localiza-se no entorno do Distrito Federal.
Tabela 09: Fontes utilizadas e os respectivos indicadores e dados adquiridos.
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Referências

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