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O ISA foi desenvolvido, para o Estado de São Paulo, pelo Conselho Estadual de Saneamento Ambiental (CONESAM) em 1999 e os seus indicadores específicos determinam o abastecimento de água (cobertura, consumo e qualidade); o esgotamento sanitário (cobertura de coleta); os resíduos sólidos (coleta, tratamento e disposição); a sócio economia (número de habitantes/cômodo, renda mensal familiar, escolaridade e hábitos de higiene); o controle de vetores (presença de vetores) e os riscos de recursos hídricos (qualidade, disponibilidade e fontes isoladas) (RIBEIRO, 2006). A Tabela 04 esquematiza estes indicadores específicos.

Tabela 04: Composição dos indicadores que integram o ISA.

Componentes Sub-indicadores Finalidade

Cobertura (Atendimento) – ICA

Quantificar os domicílios atendidos por sistemas de abastecimento de água com controle sanitário. Qualidade de Água Distribuída – IQA Monitorar a qualidade da água fornecida. Indicador de Abastecimento de Água – IAB Saturação do Sistema Produtor (Quantidade) – ISA Comparar a oferta e a demanda de água; programar ampliações ou novos sistemas produtores e programas de controle e redução de perdas.

Cobertura em Coleta de Esgoto e Tanques Sépticos – ICE

Quantificar os domicílios atendidos por redes de esgoto e/ou tanques sépticos.

Esgoto Tratado e Tanques Sépticos – ITE

Indicar a redução da carga poluidora. Indicador de Esgoto Sanitário - IES Saturação do Tratamento – ISE Comparar oferta e a demanda das instalações existentes e programar novas instalações ou ampliações;

Coleta de Lixo – ICR Quantificar os domicílios

atendidos por coleta de lixo. Indicador de Resíduos Sólidos – IRS Tratamento e Disposição Final – IQR Monitorar a situação da disposição final dos resíduos.

Saturação da Disposição Final – ISR Indicar a necessidade de novas instalações. Dengue – IVD e Esquistossomose – IVE Identificar a necessidade de programas corretivos e preventivos de redução e eliminação de vetores, transmissores e/ou hospedeiros da doença. Indicador de Controle de Vetores – ICV

Leptospirose – IVL Indicar a necessidade de

programas preventivos de redução e eliminação de ratos.

Água Bruta – IQB Monitorar a situação da

água bruta ou risco geográfico. Disponibilidade dos Mananciais – IDM Quantificar a disponibilidade dos mananciais em relação à demanda. Indicador de Riscos de Recursos Hídricos - IRH

Fontes Isoladas – IFI Abrange o controle das

águas utilizadas pelas populações em áreas atendidas pelos serviços oficiais de abastecimento de água; monitorar a qualidade da água destas fontes.

Indicador Socioeconômico – ISE

Saúde Pública - ISP Indicar a possibilidade dos

serviços de saneamento inadequados, que podem ser avaliados através de: - mortalidade infantil e de idosos ligada a doenças de

veiculação hídrica – IMH;

- mortalidade infantil e de idosos ligada a doenças respiratórias – IMR;

Renda – IRF Indicar a capacidade de

pagamento da população pelos serviços e a

capacidade de investimento pelo município, que podem ser avaliados através de: - distribuição de renda abaixo de três salários mínimos – I3S;

- renda média – IRM;

Educação - IRD Indicar a linguagem de

comunicação a ser utilizada nas campanhas de

educação sanitária e ambiental através de: - índice de nenhuma escolaridade – INE;

- índice de escolaridade até 1º grau – IE1.

Fonte: CONESAM, 1999.

Embora desenvolvido para a cidade de São Paulo, o ISA já é utilizado e adaptado para outros estados. A cidade de Salvador adaptou o indicador com o propósito de avaliar o impacto das ações de saneamento ambiental na saúde da população (BORJA e MORAES, 2003). Bahia (2006), da Universidade Estadual de Santa Cruz, utilizou o ISA para determinar o nível de vulnerabilidade dos recursos hídricos superficiais da bacia hidrográfica do rio Cachoeira, sul do Estado da Bahia. Já Dias et al. (2004) da Universidade Federal da Bahia aplicou o ISA em áreas de

ocupação espontâneas da cidade de Salvador para relacionar o nível de salubridade com o saneamento precário que estas ocupações possuem.

O Estado da Paraíba, por sua vez, possui dois estudos que utilizaram o ISA como ferramenta de gestão. Silva et al. (2008), adaptou o indicador para definir propostas de melhoria na infra-estrutura das comunidades periurbanas localizadas na bacia do Rio Gramam, litoral sul do estado da Paraíba. Já Batista et al. (2006), utilizou o indicador na cidade de João Pessoa para diagnosticar a performance do saneamento ambiental urbano.

Ribeiro (2006) relata que a municipalidade do Rio de Janeiro vem desenvolvendo trabalhos, por meio da Secretária de Meio Ambiente, para definição de indicadores ambientais, com o objetivo de avaliar suas ações.

A metodologia do ISA, utilizada pelo CONESAM, foi adaptada, gerando o projeto “Indicadores de Salubridade Ambiental Local – ISAL” com o propósito de enumerar as deficiências encontradas nos serviços públicos prestados e suas conseqüências para o desenvolvimento socioeconômico (SÃO PAULO, 2004).

O ISA pode ser utilizado como subsídio para adoção de políticas públicas mais eficazes para a promoção da melhoria da qualidade de vida das populações e orientar ações compatíveis com as realidades regionais e locais, além de ser um indicador eficaz na avaliação do nível de salubridade local (RIBEIRO, 2006).

Além disso, os vários estudos que utilizaram o ISA mostraram que o indicador é uma importante ferramenta de gestão. Além de quantificar a situação de salubridade de uma região, o ISA é capaz de avaliar as ações e desempenho do saneamento ambiental numa população, determinar o nível de vulnerabilidade dos recursos hídricos superficiais de bacias hidrográficas, apontar as deficiências de infra-estrutura e definir propostas de melhorias nos serviços públicos utilizados.

O cálculo do ISA é feito pela média ponderada de indicadores específicos e relacionados, direta ou indiretamente, com a salubridade ambiental. De acordo com o CONESAM (1999), o cálculo do ISA é definido pela Equação (03):

SE RH CV RS ES AB

I

I

I

I

I

I

ISA=0,30

+0,20

+0,20

+0,10

+0,10

+0,10

(03) Em que:

IES – Indicador de esgotos sanitário;

IRS – Indicador de resíduos sólidos;

ICV – Indicador de controle de vetores;

IRH – Indicador de riscos de recursos hídricos;

ISE – Indicador socioeconômico.

Os valores obtidos pelos indicadores são pontuados em uma escala cuja variação é de 0 (zero) a 100 (cem), conforme a Tabela 05:

Tabela 05: Situação de salubridade por faixa de pontuação.

Situação de Salubridade Pontuação do ISA

Insalubre 0 – 25,50

Baixa Salubridade 25,51 – 50,50

Média Salubridade 50,51 – 75,50

Salubre 75,51 – 100

Cap. 2 – CONFIGURAÇÃO URBANA DOS MUNICÍPIOS GOIANOS ESTUDADOS

Antes de realizar o cálculo do ISA, é fundamental investigar as características e realidades que circundam os municípios escolhidos para este estudo. Para uma melhor compreensão da configuração urbana dos municípios goianos de Anápolis, Aparecida de Goiânia, Goiás, Goiânia, Goianira, Ipameri, Rio Verde, São Miguel do Araguaia e de Valparaíso de Goiás, é imprescindível a abordagem das seguintes temáticas: desenvolvimento urbano de Goiás e as características dos municípios urbanos citados acima, destacando os fatos históricos e suas infra-estruturas sanitárias.

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