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Deslocamentos e permanências nos partidos ao longo do engajamento

Capítulo 3 – Família e escola: contextos de socialização política

4.5 Deslocamentos e permanências nos partidos ao longo do engajamento

Dos 21 jovens militantes, 9 mudaram de partido ao longo de seus engajamentos, sendo oito do grupo de jovens de militâncias longevas e apenas um de militância mais recente. Houve deslocamentos isolados e de grupos de militantes em situações bastante específicas.

Um grupo significativo de jovens petistas rompeu com o partido quando eclodiu a crise que levou a uma cisão do PT, em 200375, ou no momento de uma segunda onda de deslocamentos, em 2005, quando ocorreu a chamada “crise do Mensalão”. Um número significativo de estudantes petistas da universidade onde militam os jovens filiou-se ao PSOL,

75 O partido foi oficializado no TSE apenas em 2004, mas a onda de mudanças ocorreu em 2003 e levou à criação do partido.

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mudando a configuração militante dessa universidade. Se até 2003 o PT agregava a grande maioria dos estudantes, a situação se inverteu a partir dessa data, passando a ser o PSOL o partido que reunia o maior número de estudantes da universidade.

A criação do novo partido, movido por uma profunda crise política do PT, fez com que seus militantes refletissem sobre sua militância e colocou muitos em situação de decidir se permanecia, com a intenção de “reconstruir o partido por dentro”, ou se mudava para o novo, que tinha como mote reconstruir um partido nos moldes daquilo que o PT propunha em sua origem, mas que tinha se perdido havia algum tempo. Há, assim, um grupo de petistas que viveu a crise e ficou no PT e um grupo de jovens que se deslocou para o novo partido.

Além dessa situação, bastante marcada pela conjuntura e pela crise nacional do PT, há casos isolados de jovens que mudaram de partido em diferentes momentos de seu engajamento, e por razões diversas. Veremos os casos de Guinevere, que iniciou militância no PCdoB e depois se filiou ao PT; de Denise, que, na ruptura com o PT, filiou-se ao PSTU e não ao PSOL como fez a maioria de seus colegas. Também Erivelto se engajou no PCB e depois se engajou no PDT e Poliana saiu do PSOL e passou a militar no PSTU.

Mas os 12 jovens que militaram em um único partido também viveram experiências peculiares em seus partidos, que fizeram com que não se deslocassem ou não sentissem a necessidade de experimentar outros partidos. Por isso, veremos a seguir, como ocorreram os deslocamentos de alguns jovens e suas motivações e como foi a decisão de outros de permanecer nos partidos em que se engajaram inicialmente.

A experiência militante em um único partido

Mariano, Fernanda, Roberto e Marina filiaram-se ao PSOL e dele nunca saíram. Todos os 4 são jovens de militância recente. Os três primeiros relataram que suas primeiras aproximações com o tema da política ocorreram quando o PSOL já estava criado e era bastante atuante nas universidades em que estudavam. No caso de Roberto, ele teve contato com militantes e ex- militantes petistas e disse que a história recente do partido – expulsão dos “radicais” e mensalão – afastavam-no dele. O caso de Marina é um pouco diferente dos de seus colegas. Seus pais eram petistas, ela participava de atividades desse partido desde pequena e esteve próxima de um grupo de militantes do PT ao entrar na universidade. Ela afirmou que, se não tivesse trancado a matrícula na universidade depois do nascimento do filho, provavelmente

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teria se filiado ao partido. O nascimento do filho levou ao trancamento da matrícula na universidade e a um significativo afastamento da militância estudantil. Acompanhou a referida crise do PT através do companheiro, que militava no partido e defendia a criação da nova sigla. Assim, ela experimentou as tensões de uma mudança de partido sem, contudo, ter sido filiada a dois partidos. Ela também viveu as perdas do desligamento do PT, na medida em que alguns amigos petistas não mudaram e consideraram a decisão de filiação de Marina ao PSOL, e de deslocamento de seu companheiro como uma traição. Amizades se perderam nesse processo.

Tamara também teve proximidade e simpatia em relação ao PT. Ainda que não tenha tido um engajamento efetivo, ela se filiou ao partido, mas, antes que pudesse consolidar seu engajamento, entrou para a universidade e foi envolvida por estudantes do PSTU, com os quais se identificou. Foi no PSTU que ela se tornou efetivamente uma militante de partido. Não viveu tensões de mudança de partido, de escolha sobre ir ou ficar, de perda de grupo ou outras tensões e dúvidas que, veremos adiante, foram vividas pelos jovens que mudaram de partido.

Tuco e Joana foram militantes apenas do PDT. Welington filiou-se à UJS e, depois, ao PCdoB, mas, nesse caso, não há mudança, apenas uma filiação em sequência e complementar76.

Permanecer no PT: uma decisão difícil e refletida

Julião, Cíntia e Núbia nunca deixaram de militar no PT, mas enfrentaram “a crise” e as dificuldades do debate com seus companheiros para tentar convencê-los a ficar no partido. Julião e Cíntia são jovens de militâncias longevas e Núbia é de militância mais recente. Apesar de mais recente, ainda viveu a crise de 200577.

Todos os 3 afirmaram que em momento algum pensaram em sair do partido; tinham, segundo eles, a convicção de que o partido poderia se reerguer da crise, construindo novas práticas, readquirindo a confiança dos militantes. Cíntia afirmou que recebeu vários convites para sair do partido. Ela integrava uma das correntes que romperam com o PT, a Democracia Socialista. A corrente se dividiu, parte ficou no partido e parte participou da criação do PSOL.

76 O capítulo 2 apontou para a distinção existente do PCdoB com a existência de uma instância especial de engajamento de jovens, ocorrendo duas filiações, uma na UJS e outra no PCdoB.

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Dessa corrente fazia parte, entre outros, Heloísa Helena, uma das vozes públicas de crítica ao PT, que se tornou uma das lideranças do partido que se criava. A jovem afirmou que participou de todo o processo de discussão sobre a criação do novo partido e que “esse processo foi muito brutal”, porque vivia sob a pressão da escolha: permanecer no PT significaria perder grande parte de seu grupo de militância, que estava mudando para o novo partido; sair do PT significaria deixar o partido no qual depositou tantas energias, esforços e pelo qual, apesar dos problemas, ainda alimentava admiração e respeito. Para ela, ainda que a parcela majoritária do partido o tenha levado à burocratização, ao afastamento da base de militantes e à perda de alguns princípios fundamentais, conseguiu atingir o objetivo maior de todos os militantes, que era conquistar o governo federal.

Porque hoje nós somos o governo, hoje nós temos o presidente da república. Quer dizer, eles não erraram completamente, eles acertaram, porque hoje nós temos o presidente da república. Mas qual foi o preço que a gente pagou? O preço foi um distanciamento enorme do Partido com a sua base partidária; foi a perda de alguns princípios que são fundamentais, por exemplo, como a reforma da previdência. Então, na verdade, nós tivemos vários embates (Cíntia, PT).

Apesar dos embates e tensões, na hora da decisão, na balança do sair ou permanecer pesou mais a decisão de se manter onde estava.

E quando as pessoas foram, elas partiram pra esse novo formato de partido, eu fiquei… Eu não fui pro PSOL, porque aquele partido não consegue fazer a releitura do que é o PT, porque ele continua plural, ele continua um partido tático, como o PT é. A gente entende o PT como uma ferramenta política, como a maior ferramenta política de disputa de hegemonia na América Latina, porque não tem outro. Se você souber, você me conta, porque eu não sei. (Cíntia, PT)

Não interessa, aqui, fazer uma análise política sobre os caminhos trilhados pelo partido, mas compreender como os rumos do partido incidem sobre a prática militante dos jovens pesquisados. Importa compreender como os jovens lidaram com as tensões e quais foram os seus caminhos para a continuidade de sua militância78, num ou noutro partido.

78 Pode haver casos de desengajamento motivados por acontecimentos como os que levaram à criação de um novo partido, mas esse não foi o caso de nenhum dos jovens entrevistados. Todos decidiram permanecer ou mudar de partido, mas nenhum abandonou a militância em partido político.

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No caso de Cíntia, entre todos os fatores que pesavam para a decisão sobre partir ou permanecer, a fidelidade a determinados princípios e práticas partidárias pesou mais do que o espírito de grupo que a unia à sua corrente. Ela avaliou que o novo partido, pela natureza de sua formação, não seria capaz de fazer a chamada “refundação do PT” e que apenas por dentro do próprio PT tal fato seria possível. A jovem tomou uma decisão política e não foi movida pela sociabilidade do grupo ao qual pertencia. Permanecer significou um novo recomeço no partido, porque implicava em integrar-se a um novo grupo no partido, mas essa foi sua alternativa preferencial.

Cíntia encontrou razões suficientes para permancer e, no seu caso, o investimento no partido pesou mais do que o grupo militante. Veremos, no caso dos jovens que mudaram, que o grupo de pares teve forte influência nessa decisão. Para Cíntia, pesou a possibilidade de continuar tentando realizar suas convicções políticas através da militância na base do partido, independente daquilo que aconteceu ou acontece nas instâncias superiores do partido.

E, na verdade, o que a gente tem, o que eu tenho é assim... a militância, né? A minha contribuição cotidiana e pensar que, apesar de todo esse processo de esgotamento, de burocratização interna, ainda dá, ainda tem militantes e pessoas que acreditam, né? (Cíntia, PT)

Julião e Núbia também militavam intensamente quando ocorreram os dois movimentos de ruptura no partido, mas não viveram essas tensões de maneira tão intensa quanto Cíntia. Uma das razões para isso reside no fato de que os dois estavam engajados em correntes do partido que não fizeram parte do grupo que criou o PSOL. Cíntia esteve no “olho do furacão” e precisou deixar seu grupo de militância para se manter no partido, buscando um novo espaço de inserção; Julião e Núbia estavam em grupos que debateram os problemas, mas tiveram, desde o início, posicionamentos voltados à reconstrução interna do PT e não à fundação de uma nova legenda.

Julião disse que ficou frustrado com os caminhos trilhados pelo partido:

Teve uma fase que eu ficava mal, principalmente no início assim, em 2005, no período de início da crise eu ficava meio... porque a água virou vinho da noite pro dia. O que era legal de ser PTista, do nada virou... O vinho virou vinagre. Mas aí, depois que eu superei isso, aí... eu costumo até brincar com meus amigos que, quanto mais essa galera me odeia, mais feliz eu fico. (Julião, PT)

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Julião fala da “galera” que “me odeia” devido à sua militância ter se tornado uma oposição praticamente solitária no movimento estudantil da universidade. Isso ocorreu porque o PSOL arregimentou a imensa maioria dos estudantes no momento de criação do partido e mesmo nos anos seguintes. Foi possível presenciar uma plenária do congresso de estudantes da universidade em que a maioria era militante ou simpatizante do PSOL e onde Julião foi o único representante do PT a tomar a palavra para expressar sua opinião sobre o assunto em pauta. Recebeu uma sonora vaia, mas prosseguiu com seus argumentos até o fim.

Ele seguiu confiante na decisão tomada de continuar militando no PT, apesar de todas as dificuldades produzidas pelo descompasso entre o que ele pensa como prática necessária e o que a direção central do partido decidiu em alguns momentos.

Porque eu sei que eu estou afirmando a minha posição e eu tenho direito, dentro do entendimento da própria democracia. Isso é uma contradição. A democracia, ela resulta da diferença de opiniões e não do pensamento único. Eu tenho orgulho da minha trajetória, sei que eu nunca fui pelego, nunca fui o que eles [movimento estudantil] me rotulam... (Julião, PT).

A decisão de permanecer ou de sair do partido está relacionada com aquilo que Becker (1960) define como uma das características do engajamento, o comportamento coerente. Para Becker, a coerência do comportamento estaria ligada à manutenção de determinadas práticas. Na ilustração do autor, a escolha por uma profissão e a permanência nela seriam a mostra de um comportamento coerente. No caso dos militantes, a permanência no partido também seria a mostra de um comportamento coerente em relação à escolha feita no passado, de se engajar nesse determinado partido em que está. As mudanças seriam, em uma primeira análise, resultado de uma incoerência pouco desejável. Mas, Becker complementa que o investimento militante traz ganhos e produz apostas adjacentes, ou seja, ao se engajar em um partido político espera-se, em linhas gerais, participar de mobilizações e decisões que produzam mudanças desejadas na sociedade. De maneira adjacente, espera-se obter ganhos específicos – reconhecimento, aumento de redes de relacionamento e consequente ampliação de possibilidades de emprego, conquista de cargos nas instâncias de decisão do partido, aumento da influência política entre o grupo de pares etc. Além disso, a decisão de engajar-se em um ou outro espaço ocorre fundamentada em uma série de princípios, valores e afinidades com o espaço de engajamento e com as pessoas que co-habitam esse espaço. Assim, a decisão de permanecer no partido não é sinônimo imediato de comportamento coerente nem a decisão de

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mudar de partido é sinônimo de ausência de coerência. Portanto, coerente, no caso dos partidos, é fazer aquilo que mantém o jovem no caminho de suas apostas e que garante a permanência de seus princípios e valores. Não há, portanto, uma equação precisa para definir o que é coerente e o que não é.

Becker considera que há perdas e ganhos que devem ser levados em conta na escolha das mudanças ou permanências. Mudar de profissão, no exemplo do autor, pode gerar desconfianças em relação às habilidades e confiabilidade do sujeito, mas manter-se em uma profissão na qual já não se satisfaz também não é coerente com a necessidade de satisfação pessoal. Transportando o exemplo para os partidos, mudar pode gerar desconfianças em relação aos valores políticos defendidos, mas manter-se em um lugar onde já não se tem mais confiança de alcançar objetivos coletivamente elaborados não é coerente com o princípio da militância partidária.

Os jovens que decidiram se manter no partido refletiram que suas apostas de construir um partido que lutasse por mudanças e justiças sociais continuavam direcionadas ao PT, que, apesar dos problemas, ainda era possível alcançar esses objetivos. Também consideravam que, na medida em que tinham investido tanto do seu tempo e suas energias nesse partido, era coerente manter esse investimento, pois, do contrário, pareceria um investimento realizado em vão, jogado fora.

Deslocamentos de jovens: novos partidos

Guinevere e Erivelto iniciaram a militância quando estavam no ensino médio, a primeira na UJS/PCdoB e o segundo na UJC/PCB (União da Juventude Comunista/Partido Comunista Brasileiro)79. Ela se deu conta, contudo, de que as ideias, bandeiras e valores do partido não eram compatíveis com os seus, especialmente no que se referia à sua homossexualidade. O contato com leituras indicadas pelos militantes e a participação em debates do partido fizeram-na perceber que o partido defendia ou não apoiava posicionamentos sobre os quais ela tinha opinião contrária. “Depois eu vi que, ideologicamente, não dava, não dava pé, não tinha que ficar levantando, batendo mão pra Stalin, não tinha como, sabe?

79 A UJC é um equivalente à UJS para o PCdoB. Ela não apareceu na descrição dos partidos, desenvolvida no capítulo 2, devido à rápida passagem do jovem pelo partido. Não houve continuidade da militância que justificasse um aprofundamento das dinâmicas desse partido.

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Ela concluiu o ensino médio ainda como militante do PCdoB, mas foi deixando de participar de reuiões e outras atividades do partido para as quais continuava a ser convidada.

Quando eu estava dentro do PCdoB, quando a gente participava ainda de alguma coisa, que eu começava a ler os textos e tal, eu não percebia uma identificação. Eu acho que a gente tem que se identificar com aquilo que a gente faz, né? com aquela entidade que a gente está formando, está ajudando a formar. Acho que foi uma consequência, foi um afastamento natural (Guinevere, PT).

Ela afirmou que o problema, para ela, não era exatamente a divergência de ideias, mas a indisponibilidade dos demais partidários para o debate sobre essas divergências. Na época de sua militância no PCdoB, Guinevere ainda não militava no movimento LGBT, mas a sua homossexualidade já era vivida. Por isso, o posicionamento do partido sobre esse tema era o que mais tensionava sua militância.

O problema não era incompatibilidade, tipo de a gente ler uma coisa e ter um outro discurso. O problema é não discutir isso, sabe? Quando eu apresentava alguma questão... “no livro tal está dizendo que a homossexualidade é um desvio do capitalismo”, sabe? “Vocês rezam essa cartilha”, entendeu? “Ah, não, mas agora é diferente”... e acabou. Não apresentavam o porquê que agora é diferente, não queriam discutir. Eu acho que você ter os seus conflitos ideológicos é normal, o problema é você não querer discutir, não querer debater. (Guinevere, PT)

Guinevere queria debater, expressar suas ideias e ser escutada, mas percebeu que, no PCdoB, não haveria espaço para isso, ao menos não da maneira como ela gostaria que houvesse. “O PCdoB não é um partido que faz a discussão pra dentro e tal, ele tem um comitê que rege as questões, rege tudo e a gente vai seguindo atrás, vai indo e tem que ir”.

A discordância de Erivelto com o PCB foi semelhante à de Guinevere, no que se refere à hierarquia e ao exercício da autoridade no partido. Ele teve sérios embates com um colega de militância, líder do movimento estudantil em seu colégio. Segundo Erivelto, o companheiro cometeu uma falta grave, que foi reconhecida como grave por todos os militantes do grupo, mas, em decisão central, o jovem foi mantido em sua posição de líder sem qualquer tipo de constrangimento ao seu comportamento. Erivelto se sentiu desrespeitado e desprestigiado; achou que sua opinião e sua história como militante não foram consideradas na decisão das direções. Desencantou-se e deixou o partido ao final do ensino médio.

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O PCdoB e o PCB operam, tanto um quanto outro, o centralismo democrático, como descrito no capítulo 2, e, como afirmado por Guinevere, há um comitê central que delibera e os demais militantes caminham conforme as diretrizes do comitê. Guinevere e Erivelto não se adaptaram a essa dinâmica. Ela queria debater, trocar ideias e ver que poderia alterar posicionamentos de seus companheiros, assim como desejaria que seus colegas também argumentassem de forma que ela pudesse, quem sabe, ser convencida a mudar algo. Ele, por sua vez, queria que sua opinião fosse considerada. A inexistência de um diálogo efetivo e o excesso de hierarquização que impedia que os da ponta tivessem voz afastou-os do partido.

Mas o desapontamento dos jovens com o partido não significou um desengajamento partidário, ou seja, eles saíram de seus partidos, mas não abandonaram a ideia de se engajar em um.

Para Guinevere, os partidos políticos são importantes ferramentas da política, são os organismos que conseguem levar adiante, com maior efetividade, demandas sociais e disputar o poder nas instâncias de decisão. A jovem passou algum tempo fora do estado e o retorno marcou a sua aproximação com o movimento LGBT. Foi através do movimento que ela chegou ao PT, partido onde, segundo ela, encontrou espaço para o debate. O movimento LGBT lhe dava chances de debater e aprofundar as questões específicas ligadas ao direito dos homossexuais, a militância partidária ampliava seus instrumentos de conquista desses direitos. Anteriormente, já foi mencionada a gestão da jovem junto a vereadores da cidade, a fim de apresentar projetos de lei de interesse LGBT. Esse é um dos exemplos mais claros da articulação entre a militância LGBT e a militância partidária, apesar de não ser o único. A articulação não ocorre apenas por razões instrumentais de ganhos relacionados à aprovação de uma lei. Há vantagens que se relacionam com trocas de experiências, com ampliação do