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Destinação final de resíduos sólidos urbanos

2.4 DADOS ECONÔMICOS

3.1.3 Destinação final de resíduos sólidos urbanos

A disposição final dos resíduos sólidos urbanos é a o último destino a ele dado. Atualmente trata-se de um dos maiores problemas da administração pública por ter aspecto de produção contínua (OLIVEIRA, 1997).

Os lixões nem chegam a ser classificados como disposição final devido ao seu aspecto de desorganização. Neste caso o lixo é apenas lançado a céu aberto sem qualquer preocupação com os impactos ambientais que possam vir a acontecer e principalmente com os vetores e doenças a ele associados (PHILIPPI JR.;

AGUIAR, 2005).

Devido às condições destacadas, Borges (2008) ressalta a existência de dois problemas decorrentes da destinação incorreta em lixões. O primeiro é a questão ambiental que fica comprometida uma vez que não há qualquer controle sobre os efluentes gerados da decomposição; o segundo é a questão social, onde observa-se grande número de pessoas que sobrevivem da catação e venda de

materiais recicláveis, atividades desenvolvidas sem a utilização de equipamentos de proteção, ficando os trabalhadores diretamente expostos às doenças e vetores.

Para Braga et al. (2005), esta é uma prática que ainda ocorre em muitas cidades brasileiras e acaba por gerar problemas ambientais devido à poluição atmosférica e hídrica pelos compostos oriundos da decomposição de matéria orgânica.

Já o aterro sanitário é uma forma de destinação final de resíduos que deve ser realizada segundo uma série de normas e critérios técnicos operacionais (incluindo a coleta e tratamento dos efluentes líquidos e gasosos gerados), a fim de evitar efeitos deletérios à saúde pública e ao meio ambiente. Quando depositado, o lixo é compactado e ao final de cada dia de trabalho o mesmo é coberto com terra ou outro material inerte (BORGES, 2008).

Quanto a aterros controlados, trata-se de uma forma de disposição intermediária entre lixões e aterros sanitários, isso por que apesar de não haver nenhuma forma de controle ambiental sob os subprodutos gerados, atenuam-se os impactos uma vez que os resíduos são cobertos, com terra ou outro material inerte (PHILIPPI JR.; AGUIAR, 2005). Desse modo os aterros controlados, apesar de minimizarem os problemas ambientais devido a constante cobertura dos resíduos, não os resolvem como um todo, uma vez que não possuem sistema de impermeabilização do solo, de captação e tratamento de líquidos e gases resultantes da decomposição de matéria orgânica (LAUERMANN, 2007).

Observando-se a destinação final dos resíduos, os vazadouros a céu aberto (lixões) constituíram o destino final dos resíduos sólidos em 50,8% dos municípios brasileiros, conforme revelou a PNSB 2008. Embora este quadro venha se alterando nos últimos 20 anos, sobretudo nas Regiões Sudeste e Sul do País, tal situação se configura como um cenário de destinação reconhecidamente inadequado, que exige soluções urgentes e estruturais para o setor. Contudo, independente das soluções e/ou combinações de soluções a serem pactuadas, isso certamente irá requerer mudanças social, econômica e cultural da sociedade (IBGE, 2010). A Tabela 11 demonstra a evolução na destinação final dos RSU no país.

TABELA 11 – DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS, POR UNIDADES DE DESTINO DOS RESÍDUOS NO BRASIL – 1989/2008

Ano

Destino final dos resíduos sólidos, por unidades de destino dos resíduos (%)

Vazadouro a céu

aberto Aterro controlado Aterro sanitário

1989 88,2 9,6 1,1 Nordeste e Norte registraram as maiores proporções de destinação desses resíduos aos lixões – 89,3% e 85,5%, respectivamente – enquanto os localizados nas Regiões Sul e Sudeste apresentaram as menores proporções – 15,8% e 18,7%, respectivamente. Na Região Norte destacaram-se, nesse sentido, os municípios do Estado do Pará, onde a destinação dos resíduos aos lixões foi praticada 94,4%

deles. Na Região Nordeste, os destaques negativos couberam aos municípios dos Estados do Piauí, Maranhão e Alagoas: 97,8%, 96,3% e 96,1%, respectivamente (IBGE, 2010).

Na Região Sul, os municípios dos três estados – Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná – registraram as menores proporções de destinação dos resíduos sólidos aos lixões: 2,7%,16,5% e 24,6%, respectivamente. O destaque coube aos municípios do Estado de Santa Catarina, com 87,2% desses resíduos destinados a aterros sanitários e controlados, figurando os municípios dos Estados do Paraná e Rio Grande do Sul com 81,7% e 79,2%, respectivamente. Na Região Sudeste, os municípios do Estado de São Paulo registraram as menores proporções de destinação dos resíduos sólidos aos lixões, 7,6%, enquanto os municípios do Estado do Rio de Janeiro foram o destaque negativo, sendo este tipo de destinação praticado por 33,0% deles (IBGE, 2010).

Já o Panorama dos Resíduos Sólidos 2011 indica que, comparando a quantidade de resíduos sólidos gerada com a quantidade coletada no país, 6,4 milhões de toneladas de RSU deixaram de ser coletadas no ano de 2011 e, por conseqüência, tiveram destino impróprio (ABRELPE, 2012), como terrenos baldios que acabam se tornando pontos de disposição inadequados de resíduos pela população.

Ainda segundo o Panorama, dos resíduos coletados, em termos percentuais houve uma singela evolução na destinação final ambientalmente adequada de RSU, em comparação ao ano de 2010. No entanto, em termos quantitativos, a destinação inadequada cresceu 1,4%, o que representa 23,3 milhões de toneladas de RSU dispostos em lixões e aterros controlados (ABRELPE, 2012). Os gráficos 1 e 2 apresentam a quantidade, em toneladas, de resíduos sólidos dispostos de forma adequada (aterros sanitários) e de forma inadequada (lixões ou aterros controlados), conforme a pesquisa da Abrelpe, nos anos de 2011 e 2010, respectivamente.

GRÁFICO 1 – DESTINAÇÃO FINAL DOS RSU COLETADOS NO BRASIL EM 2011 FONTE: ABRELPE, 2012

41,94

% 58,06%

Destinação final em 2011 (t/ano)

Inadequado Adequado

GRÁFICO 2 – DESTINAÇÃO FINAL DOS RSU COLETADOS NO BRASIL EM 2010 FONTE: ABRELPE, 2012

O gráfico 3 indica, de forma detalhada e quantitativa, os destinos dos resíduos sólidos coletados no Brasil, nos anos de 2010 e 2011.

GRÁFICO 3 – DESTINAÇÃO FINAL DE RSU NO BRASIL NOS ANOS DE 2010 E 2011 FONTE: ABRELPE, 2012

Segundo a mesma pesquisa, na região Sul do país a comparação entre os dados relativos à destinação de RSU em 2011 e 2010 resulta na constatação de um

42,44%

57,56%

Destinação final em 2010 (t/ano)

Inadequado Adequado

99.919 57,6%

42.231

24,3% 31.433

18,1%

103.335 58,1%

43.032

24,2% 31.628

17,7%

Aterro sanitário Aterro controlado Lixão

Destinação final de RSU no Brasil (t/dia)

2010 2011

aumento de cerca de 3,4% na destinação final ambientalmente adequada em aterros sanitários. No entanto, 29,7% dos resíduos coletados na região, correspondentes a cerca de 5,7 mil toneladas diárias, ainda são destinados para lixões e aterros controlados que, do ponto de vista ambiental, pouco se diferenciam dos próprios lixões, pois não possuem o conjunto de sistemas necessários para proteção do meio ambiente e da saúde pública (ABRELPE, 2012). Estes dados estão demonstrados no gráfico 4.

GRÁFICO 4 – DESTINAÇÃO FINAL DE RSU NA REGIÃO SUL DO BRASIL, NOS ANOS DE 2010 E 2011

FONTE: ABRELPE, 2012

O Estado do Paraná apresenta números similares aos da região Sul do país, contando com a maioria dos RSU coletados destinados à aterros sanitários (gráfico 5).

13.045 69,7%

3.438

18,4% 2.225

11,9%

13.488 70,3%

3.478

18,1% 2.217

11,6%

Aterro sanitário Aterro controlado Lixão

Destinação final de RSU na região Sul do Brasil (t/dia)

2010 2011

GRÁFICO 5 – DESTINAÇÃO FINAL DE RSU NO ESTADO DO PARANÁ (T/DIA)