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4 Capítulo IV – Desenvolvimento e implementação da plataforma 

4.2 O processo de desenvolvimento 

4.3.1.2 Desvantagens de um CMS 

• Apesar de ajudarem na gestão de diversos tipos de conteúdo, desde weblogs a comércio  electrónico, a escolha é demasiado extensa e difícil. Escolher um CMS que se destine aos  objectivos  propostos,  tornou‐se  uma  tarefa  ingrata,  pois  se  alguns  são  excelentes  na  disponibilização de elementos que podem ser caracterizados como funcionais, outros são  bastante  melhores  na  arquitectura  dos  elementos  (Ruby,  2006)  [112.].  Não  existe  uma  fórmula para escolher  um CMS e mesmo  que este passo seja ultrapassado, a instalação,  personalização  e  gestão  do  CMS  pode  tornar‐se  demasiado  técnica  e  por  vezes  ininteligível para alguns utilizadores (Mehta 2009) [39.]. 

• Adicionalmente, é necessário considerar a curva de aprendizagem longa e acentuada que  poderá  ser  impeditiva  num  projecto  de  término  a  curto  prazo,  como  é  o  caso  desta  dissertação. 

 

A  utilização  de  um  CMS  implica  ainda  a  instalação  de  componentes  que  poderão  ser  desnecessários  às  finalidades  de  cada  utilizador.  Neste  ponto  será  contraproducente  desinstalar componentes desnecessários pois obrigará à perda de tempo, mas por outro lado  ocupar  espaço  com  informação  inutilizada  poderá  tornar  a  sua  utilização  menos  eficiente.  A  desinstalação  dos  componentes  que  à  partida  não  serão  utilizados  poderá  também  pôr  em  risco a funcionalidade de outros que sejam necessários. 

 

4.3.2 Wiki 

Numa  análise  detalhada  sobre  CMS,  foi  necessário  comparar  as  potencialidades  e  funcionalidades  de  sistemas  mais  generalistas  com  outros  mais  específicos  como  as  Wiki  de  forma a avaliar se algum destes sistemas poderia servir os propósitos da plataforma. 

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O  termo  “wiki”  é  uma  abreviatura  da  expressão  havaiana  “wiki  wiki”  que  significa  “rápido”.  Actualmente esta expressão refere‐se a uma ferramenta que permite a qualquer pessoa criar e  editar  páginas  de  um  sítio  Web.  Funciona  como  um  CMS  em  que  os  utilizadores  não  necessitam de ter conhecimentos de HTML ou de outras linguagens e dispensa, na maioria das  vezes, o registo por parte do utilizador.  

Uma característica fundamental das ferramentas/plataformas Wiki é a facilidade de edição e a  possibilidade de criação de conteúdo de forma colectiva e livre. Um sistema Wiki é, no fundo,  uma  aplicação  utilizada  para  trabalho  colaborativo  onde  os  utilizadores  do  sistema  são  os  contribuintes primários, e o que produzem é publicado para todos (Rahman 2007) [45.]. Este  sistema permite que qualquer utilizador possa editar conteúdo, possibilitando o crescimento e  correcção da plataforma com base na contribuição de todos. Sendo sistemas colaborativos por  natureza, pequenas contribuições de visitantes num sistema Wiki podem levar a um manancial  de conhecimento colectivo, e a qualidade será tanto maior quanto maior for o contributo dos  utilizadores (Mehta 2009) [39.]. 

No  entanto,  o  facto  de  estar  regularmente  disponível  para  edição  a  qualquer  pessoa  que  a  consulte, independentemente da nacionalidade, dos  objectivos ou do grau de conhecimento  do utilizador, acaba por se transformar no maior constrangimento que uma plataforma deste  tipo apresenta. Se o objectivo for então o trabalho colaborativo num contexto educativo, será  necessário que a colaboração não seja totalmente livre, mas sim uma colaboração controlada  entre elementos de uma  determinada unidade curricular. Um  outro  objectivo da  plataforma,  ainda que numa fase posterior,  será  a avaliação do conteúdo  criado pelo  formando. Tal será  impraticável se houver uma abertura total à edição do conteúdo. 

Duas plataformas foram fortemente consideradas para a base da plataforma: Mediawiki [93.] e  Dokuwiki [70.].  Estes  sistemas  são  escritos  em  PHP  e  utilizam  uma  base  de  dados  MySQL,  tecnologias bastante acessíveis e adequadas ao pretendido, no entanto, e na sua globalidade,  o  processo  de  aprendizagem  de  utilização,  a  instalação,  e  a  adequação  de  um  CMS  para  funcionar  como  base  para  a  plataforma  implicaria  sacrificar  a  única  variável  que  não  o  é:  o  tempo. 

 

 

4.3.3 RIA (Rich Internet Application) 

Em  resposta  a  uma  crescente  complexidade,  as  palavras‐chave  nesta  nova  era  de  desenvolvimento  são  “simplicidade”,  “integração”,  “abertura”,  “geração”,  e  “agilidade”.  Neste sentido surge  um  novo conceito  de desenvolvimento:  as Rich  Internet  Applications, ou  como são vulgarmente mencionadas, as RIA (Surveyer 2004) [118.]. As RIA são utilizadas para  criar aplicações Web que combinem as capacidades de uma aplicação local para desenvolver  uma  interface  de  utilizador  enriquecido  com  as  funcionalidades  universalmente  acessíveis  e  sem recurso a download e instalação de uma aplicação. 

A  diferença  fundamental  entre  as  RIA  e  outras  aplicações  da  Internet  (como  os  CMS)  é  a  quantidade  de  interacção  permitida  na  interface.  Numa  aplicação  tradicional  com  base  em  páginas  da  Internet,  a  interacção  é  limitada  a  um  pequeno  conjunto  de  controlos  normalizados, tais como caixas de selecção, botões rádio, campos de formulários e botões em  geral, o que limita seriamente a possibilidade de criar aplicações intuitivas e a grande maioria  das  aplicações  Web  mostra‐se  mais  confusa  e  de  mais  difícil  utilização  do  que  as  suas  correspondentes aplicações locais. 

As  RIA  podem  utilizar  uma  mais  vasta  (e  eventualmente  melhor)  gama  de  controlos  para  melhorar  a  interacção  entre  o  utilizador  e  a  interface,  permitindo  interacções  eficientes,  melhor gestão do erro, retorno de informação e experiência geral de utilização (Mauer 2006)  [92.]. 

São exemplos de RIA: Backpack [58.], Basecamp [59.], Flickr [76.], Google Maps [79.] e Odeo  [101.]. 

Há,  hoje,  vários  sistemas  de  desenvolvimento  de  RIA  e  alguns  deles  foram  tidos  em  consideração para o desenvolvimento da plataforma.  São exemplo desses sistemas: OpenLaszlo [86.] e Flex [55.].   

4.3.3.1 Flex 

O Flex é uma tecnologia lançada pela Adobe Systems para desenvolvimento, implementação e  manutenção de RIAs multi‐plataforma com base no Adobe Flash. 

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As aplicações Flex podem ser desenvolvidas com recurso a uma framework de código aberto  ou ao Adobe Flex Builder, um ambiente de desenvolvimento integrado concebido com base na  plataforma de código aberto Eclipse que permanece uma aplicação proprietária. 

Se por um lado o Flex permite a criação de aplicações ricas num curto espaço de tempo, por  outro  lado  apresenta  como  desvantagens  a  curva  de  aprendizagem  da  tecnologia  em  si,  acentuada  e  demorada,  e  o  facto  de  produzir  um  resultado  em  Flash®,  o  que  pressupõe  a  instalação  da  aplicação  Adobe  Flash  Player  e  a  existência  dos  plug‐ins  necessários  para  a  visualização do conteúdo. 

 

4.3.3.2 OpenLaszlo 

O  OpenLaszlo  é  uma  plataforma  de  código  aberto,  patrocinada  pela  Laszlo  Systems,  responsável  original  pelo  seu  desenvolvimento.  Distribuída  gratuitamente,  a  plataforma  é  utilizada  para  criar  aplicações  Web  enriquecidas  que  igualem  as  características  de  aplicações  locais e é a única plataforma RIA que suporta o desenvolvimento simultâneo de aplicações em  DHTML e Flash® a partir de uma mesma base. 

O Laszlo Webtop tem o OpenLaszlo como base e permite a integração de múltiplas aplicações  OpenLaszlo  num  ambiente  de  trabalho  unificado  via  explorador  Web.  O  Webtop  permite,  também, a gestão avançada de dados em aplicações mais complexas e de maior envergadura,  e  do  ponto  de  vista  do  desenvolvimento,  permite  a  integração  de  aplicações  OpenLaszlo  recorrendo  a  XML  para  aplicações  já  existentes.  As  aplicações  em  Java  precisam  apenas  de  implementar uma interface simples para a troca de dados XML.  Foi neste sentido que foram efectuadas algumas tentativas de implementação deste sistema  com base na linguagem XML. No entanto, a plataforma disponibilizada encontra‐se ainda com  alguns problemas e a documentação disponível não corresponde à versão disponibilizada.  Também os problemas que surgiram não encontraram resposta em fóruns ou sítios Web com  alguma (ainda que pouca) informação sobre a implementação da plataforma.  Sobre a curva de aprendizagem do OpenLaszlo, apesar de ser de curta duração para aplicações  tipificadas, revelou‐se acentuada para o tipo de funcionalidade pretendida. 

Mais  uma  vez  optou‐se  por  não  se  sacrificar  o  pouco  tempo  disponível  na  aprendizagem,  detecção e correcção de erros de um novo sistema. 

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