• Nenhum resultado encontrado

DETALHAMENTO ESPECÍFICO DE AMOSTRAGEM

INFORMAÇÕES DA AMOSTRA:

2.7 DETALHAMENTO ESPECÍFICO DE AMOSTRAGEM

A seguir é mostrado um maior detalhamento, alguns cuidados, complementos e esclarecimentos a serem observados na hora da amostragem, exemplificados na Tabela 2 deste capítulo.

2.7.1 Pastagem

Para se conhecer antecipadamente as necessidades de corretivos e fertilizantes, a época de amostragem deverá ser entre março e maio, no caso de forrageiras de verão, e entre outubro e dezembro, para pastagem de inverno. É preciso verificar a homogeneidade da área ao se considerar um determinado piquete como uma delimitação de terreno para amostragem. Amostrar em pelo menos 10 a 15 pontos, evitando locais próximos a cercas (por ser comum trilho do gado), reunião de animais (cochos de sal, bebedouros, pontos que contenham fezes), árvores (IAPAR, 1996).

2.7.2 Culturas perenes

Para frutíferas, como regra geral, a amostragem deve ser feita cerca de três meses antes do pleno florescimento. Em áreas cultivadas com cafeeiros, a amostragem será efetuada após a colheita e/ou esparramação. Para amoreira, a amostragem do solo deve ser feita cerca de 30 dias antes do último corte de outono/inverno (IAPAR, 1996).

2.7.3 Solos de várzea

De acordo com IAPAR (1996) os locais para amostragem são aleatórios, podendo adotar-se o critério indicado na Figura 3, de modo que o número de amostras simples para formar uma composta nunca deve ser inferior a 20 pontos. O substrato mineral dos solos orgânicos poderá ser encontrado a partir dos 80 cm de profundidade, onde a amostragem limite deve ser de 80-100 cm, principalmente no início de exploração da várzea.

a variação da freqüência de amostragem poderá ser de 3-5 anos. Os prazos menores deverão ser adotados para os sistemas mais intensivos de cultivo e prazos mais longos para sistemas menos intensivos.

2.7.4 Cana de açúcar

Na renovação de canaviais, as amostra deverão ser retiradas preferencialmente após o preparo do solo, quando este estará homogeneizado e haverá pouca influência dos fertilizantes aplicados anteriormente. Se isso não for possível retirar amostras somente no espaço entre as linhas de plantio da cana (TOMÉ JÚNIOR, 1997).

2.7.5 Reflorestamento

A camada de solo que tem mostrado teores de nutrientes mais relacionados com o crescimento das árvores é a de 0-20 cm de profundidade. Todavia, a amostragem das camadas de 20-40 ou 40-60 cm de profundidade fornece informação sobre restrições químicas à atividade radicular (IAC, 1997).

2.7.6 Cultivo em estufas

Depois que a estufa está instalada e sendo cultivada, a análise de solo de rotina tem pouca importância. Sendo assim, devido à dosagens elevadas de fertilizantes e à fertirrigação, a principal preocupação com a

estufa em produção é o monitoramento da salinização do solo (TOMÉ JÚNIOR,1997).

2.7.7 Sistema de plantio direto (SPD)

Em muitos aspectos, a amostragem do solo em áreas cultivadas em plantio direto é semelhante a de áreas cultivadas em sistemas de preparo onde o solo é revolvido. No entanto, devido ao não revolvimento do solo, existem algumas diferenças importantes, as quais serão aqui discutidas.

A) Local e época de amostragem: Para se escolher o ponto de amostragem em áreas de plantio direto, é necessário se tomar alguns cuidados, pois os fertilizantes concentram-se na zona dos sulcos de semeadura. A amostragem no sulco recentemente fertilizado pode induzir erros de interpretação e, consequentemente, de recomendação. Para não se correr esse risco, em áreas com concentrações de adubos na zona dos sulcos, a melhor época para fazer a amostragem é no final do ciclo ou após a colheita da cultura de verão, quando ainda se pode distinguir claramente as linhas da cultura presente ou antecessora. Este aspecto é particularmente importante em áreas de baixa ou média fertilidade, onde a zona dos sulcos pode ser muito mais fértil que nas zonas entre os sulcos (IAPAR, 1996).

B) Profundidade de amostragem: WIETHÖLTER (2000), em sua revisão, afirma que para lavouras já implantadas e sendo a adubação feita em linha, a amostra pode ser coletada na camada de 0 a 10 cm de profundidade, particularmente em lavouras com teores de P e de K no solo abaixo do nível de suficiência. Para solos acima desse nível, a amostragem até 20 cm pode ser usada, sem interferência na recomendação de adubação. Em qualquer circunstância, a interpretação dos resultados analíticos também pode ser realizada ponderando os teores das diversas camadas com a freqüência de raízes nessas camadas. No

caso do milho, 65% das raízes se concentram nos primeiros 10 cm de solo.

C) Calagem: Alguns resultados têm mostrado que a aplicação de calcário na superfície altera o pH, em geral, apenas dos primeiros 5 a 10 cm em três anos. Porém, pode-se inferir que, com o passar do tempo, reduza os efeitos negativos do Al e da acidez nas camadas de 15 a 20 cm. CAIRES et al. (1998); CAIRES et al. (1999) afirmam que valores de pH em torno de 5,0 na camada de 0 a 10 cm podem ser adequados para obtenção de rendimentos satisfatórios de milho e de soja, mas isso depende muito do teor de P e de outros nutrientes no solo. Segundo WIETHÖLTER (2000), tem sido verificado que o efeito prejudicial do Al é menor sob sistema plantio direto consolidado do que no sistema convencional de preparo, devido à formação de complexos orgânicos com o Al. Dessa forma, a tendência é usar menores quantidades de calcário por área e em intervalos maiores do que aqueles adotados no sistema convencional de preparo de solo.

AGRADECIMENTO

Os autores agradecem aos acadêmicos de Agronomia Lineu Erlei D’Agostin, Ana Lúcia Alves de Assis, e Humberto Bicca Neto, pela colaboração na obtenção das fotos utilizadas neste capítulo.

REFERÊNCIAS

CAIRES, E.F.; CHUEIRI, W.A.; MADRUGA, E.F.; FIGUEIREDO, A. Alterações de características químicas do solo e resposta da soja ao calcário e gesso aplicado na superfície em sistema de cultivo sem preparo do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 22, p. 27-34, 1998.

CAIRES, E.F.; FONSECA, A.F.; MENDES, J.; CHUEIRI, W.A.; MADRUGA, E.F. Produção de milho, trigo e soja em função das características químicas do solo pela aplicação de calcário e gesso na superfície, em sistema de plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v. 23, p. 315-327, 1999.

COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO – RS/SC. Recomendação de adubação e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. 3. ed. Passo Fundo:

SBCS - Núcleo Regional Sul, 1994.

EMBRAPA. Coleta de amostras de solos para análise (visando recomendação de adubos e corretivos). Autor: MACHADO, P.L.O.A. 1999. Disponível em http/:www.cnps.embrapa.br.

EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuária do Cerrado. Amostragem de solo para análise química. Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1982. (Circular Técnica, 11)

IAC – INSTITUTO AGRONÔMICO DE CAMPINAS. Recomendação de adubação e calagem para o Estado de São Paulo, por B. van Raij, H. Cantarella, J.A. Quaggio, A.

M. C. Furlani. 2. ed. Campinas: Instituto Agronômico, Fundação IAC, 1997.

IAPAR - INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ. Amostragem de solo para análise química: plantio direto e convencional, culturas perenes, várzeas, pastagens e capineiras. Londrina, 1996. (IAPAR. Circular, 90)

PREVEDELLO, B.M.S; LIMA, M.R.; OLIVEIRA, A.C.; TONUS, F. A.; COSTA, M.A.D.

Amostragem de Solo: perguntas e respostas. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, Departamento de Solos e Engenharia Agrícola, Projeto de Extensão Solo Planta, 2002.

RAIJ, B. van. Fertilidade do solo e adubação. Piracicaba: Ceres, POTAFOS, 1991.

SQUIBA, L.M., PREVEDELLO, B.M.S., LIMA, M.R. Como coletar amostras de solo para análise química e física (culturas temporárias). Curitiba: Universidade Federal do Paraná, Departamento de Solos e Engenharia Agrícola, Projeto Solo Planta, 2002.

(Folder).

TOMÉ JÚNIOR, J.B. Manual de interpretação de análise de solo. Guaiba: Agropecuária, 1997.

WATANABE, A.M., BESSA, L.P.D., MARTINS, T.G.M., et al. Por que fazer análise de solo?

Curitiba: Universidade Federal do Paraná, Departamento de Solos e Engenharia Agrícola, Projeto Solo Planta, 2002. (Folder).

WIETHÖLTER, S. Manejo da fertilidade do solo no sistema plantio direto: experiência nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Viçosa: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2000. (CD-Rom).

CAPÍTULO V

AMOSTRAGEM PARA ANÁLISE DE PLANTAS DE IMPORTÂNCIA