• Nenhum resultado encontrado

O problema da causação mental, que está intimamente ligado ao problema da relação mente-corpo, é um dos tópicos mais

discutidos na filosofia da mente contemporânea.58 De maneira

geral, a causação mental pode ser interpretada pelo menos de três formas distintas, que podem ser expressas nas seguintes

questões: (1) Um evento (ou estado) mental — uma represen-

tação, ideia ou crença — pode acarretar outras representações?

(2) Um evento (ou estado) mental — um estado de consciência

(ou básica, ou reflexiva) — pode acarretar mudanças fisiológi-

cas, inclusive neurofisiológicas? (3) Um evento (ou estado) mental — um estado de consciência reflexiva — pode dirigir os movimentos do corpo e, assim, acarretar modificações no am- biente?

Questões semelhantes a essas são levantadas na litera- tura sobre a causação mental, às vezes com formulações seme- lhantes, às vezes com formulações um tanto diferentes. Mas procuramos nas três questões acima apresentadas resgatar três formas de relação do mental, a saber: (1) as relações entre estados mentais diretamente uns com os outros, quaisquer que sejam eles; (2) as relações entre estados mentais e estados do organismo, especialmente estados do sistema nervoso central;

58 Há uma enorme literatura especializada a esse respeito, mas cf.

KIM, 1998. Esse autor é um dos principais pensadores sobre essas questões e, embora mais antigo, esse seu livro é uma boa referência geral e um bom ponto de partida para os interessados no assunto. Neste capítulo, contudo, não vamos revisar a literatura sobre isso, mas apresentar uma visão alternativa, visão essa ligada especifica- mente à solução de um problema central para o emergentismo, que é aquele conhecido como problema da causação descendente (downward causation).

e (3) as relações entre estados mentais e estados físicos do mundo, a partir do próprio organismo e abrangendo outros elementos ambientais.

As relações apontadas em (1) — ou relações do tipo-1,

vamos chamá-las assim — se tomadas como relações causais

no mesmo nível ou esfera dos eventos mentais ou, de um modo mais intuitivo, tal como o problema foi colocado já por Descar- tes, trata-se da questão se uma ideia pode ser causa de outra ideia. Nesse caso, se afastarmos o dualismo de substância ou estofo e nos ativermos ao monismo materialista, é necessário que a causação de um estado mental por outro tenha como intermediário um estado neurofisiológico. Assim, essa possibi- lidade envolve também a causação descendente de um evento neurofisiológico por um evento mental. Em suma, a esfera de objetos neurofisiológicos é encarada como um domínio de me- diação entre objetos mentais.

As relações do tipo-2, por sua vez, seriam aquelas que já apontamos no parágrafo anterior, obviamente, além daque- las que podem não conectar diretamente estados mentais a estados neurofisiológicos, mas estados mentais a estados do organismo de maneira geral. Ou seja, nesse caso, um estado mental altera a economia do organismo ou, mais especifica- mente, afeta o equilíbrio homeostático do organismo, provo- cando uma reação do sistema nervoso central para restabele- cer esse equilíbrio. Esse seria o caso, por exemplo, de um esta- do mental (como recordar uma experiência dolorosa ou a an- tecipação de uma experiência prazerosa) provocar alterações hormonais ou de outros tipos que, por sua vez, vão afetar o sistema nervoso central. Outro exemplo aqui seria aquele do efeito placebo, no qual a convicção de um indivíduo provoca reações orgânicas, inclusive neurofisiológicas.

As relações do tipo-3 são aquelas que têm a ver com a vida de relação. Elas estão pressupostas na concepção tradici- onal de que certos estados mentais conscientes dirigem os mo- vimentos do corpo. Por exemplo, uma pessoa pensa em mover seu braço e move seu braço. O pensamento, ou antecipação, ou representação mental de mover o braço seria a causa do mo- vimento do braço. E como esse, sendo um evento físico, pode afetar outros eventos físicos no mundo, indiretamente, aquele

estado mental modificaria o estado físico do mundo. Essa con- cepção é fortemente criticada por Hume em sua discussão so- bre a necessidade da relação causal.59 Achar que é o pensa-

mento de mover o braço que faz mover o braço é o mesmo que achar que o pensamento de mover uma montanha vai fazer a montanha se mover. Uma versão não ingênua dessa concepção é aquela que se encontra na filosofia da ação, inclusive em au- tores como Davidson, que vimos no capítulo precedente. Nesse caso, o estado mental é encarado como causa ou pelo menos como uma das condições necessárias para que haja determi- nadas modificações no mundo, aquelas provocadas pela ação humana sobre os ambientes natural e social. E aqui, mais uma vez, como isso não pode acontecer sem que haja a mediação de estados neurofisiológicos, também há um tipo de causação descendente. Contudo, independentemente disso, observamos uma conjunção constante entre determinados estados mentais representativos e determinadas modificações físicas no mun- do. Portanto, mesmo da perspectiva de Hume, embora não possamos dizer que o pensamento de mover o braço tenha o poder de movê-lo, a crença de que tal pensamento, anterior no tempo, seja a causa do movimento do braço, posterior no tem- po, é inevitável, tal como vamos comentar adiante a respeito da concepção de relação causal defendida por esse autor.

Podemos ver que a causação descendente do mental para o físico ou, mais especificamente, o neurofisiológico, é o elemento comum a essas supostas relações dos três tipos apon- tados. Como a causação descendente é negada pelos defenso- res da concepção de que os estados mentais são epifenômenos, para essa posição não há um problema a ser resolvido. E, como vimos no capítulo precedente, como os defensores da superve- niência também excluem a possibilidade da causação descen- dente (por exemplo, no caso de Davidson, com a impossibili- dade das leis psicofísicas), esse também não é um problema para algumas versões da superveniência. Pode ser para outras, como aquela de Kim, que considera a posição de Davidson

59 Cf. a seção VII da Investigação sobre o entendimento humano;

restritiva demais ao eliminar as leis psicofísicas.60 Mas para os

emergentistas a causação descendente é um grande problema, uma vez que eles também aderem ao monismo materialista.

O monismo materialista tem sido associado à tese ou princípio de fechamento causal do mundo, isto é, a ideia de que todos os processos no mundo têm causas exclusivamente físicas. Essa tese ou princípio está presente também no mo- nismo anômalo de Davidson e tem relação com sua ideia de que não há leis psicofísicas. Pois todas as mudanças no mun- do, todos os efeitos, são provocados por estados ou processos anteriores também físicos. Esses são necessários e suficientes para acarretar aqueles efeitos. Assim, não há por que somar a tais causas físicas outras causas, que seriam de natureza men- tal. Isso tornaria não apenas implausível, mas também impos- sível, a causação descendente do mental para o físico. No caso particular de Davidson, em que essa concepção é sustentada juntamente com aquela da irredutibilidade do mental ao físico, a saída, que é o próprio monismo anômalo, é tão complicada quanto a solução a ser dada — aparentemente — para o pro- blema da causação descendente por parte dos defensores da emergência.

A nosso ver, contudo, a solução para o problema que preferimos denominar da determinação descendente é possí- vel por meio do exame da relação causal e não do fato de ela

ser supostamente descendente. Para o materialismo — epife-

nomenalista, supervenientista e emergentista indistintamente — a causação ascendente não parece problemática. Já que os estados neurofisiológicos são condições de base para que so- brevenham ou emerjam os estados mentais, esses estados do sistema nervoso central são encarados como causas dos esta-

60 Cf. KIM, 1993 e 2010. Kim, por sua vez, defende uma forma muito

fraca de causação descendente (cf. KIM, 2000), que criticamos em DUTRA, 2017, cap. 3, juntamente com outras interpretações da cau- sação descendente. O volume ANDERSEN et al., 2000, é todo dedi- cado ao tema da causação descendente, com uma visão ampla e críti- ca sobre o assunto. Vale a pena consultar também o número especial da revista Principia (Florianópolis, UFSC), vol. 6, n. 1, 2002.

dos mentais, que seriam seus efeitos. E como segundo a con- cepção padrão ou tradicional da relação causal, um efeito não pode retroagir sobre sua causa, não pode ser causa de sua cau- sa, a conclusão que parece inevitável e bem simples é aquela de que a causação do neurofisiológico pelo mental é impossível. Além disso, para alguns, a causação descendente, sendo toma- da como o processo reverso da causação ascendente, implica- ria a possibilidade da reversão do tempo, pois uma causa é concebida como um evento anterior no tempo com relação a seu efeito. E como o tempo não é reversível, havendo uma es- pécie de assimetria temporal entre a causa e o efeito, a causa- ção descendente é um processo impossível.

Achamos que o problema está especificamente em identificar a relação entre o mental e o físico (ou neurofisioló- gico) como uma relação causal. Há uma relação, obviamente, mas vamos ver que ela é de outro tipo.61 Contudo, voltemos

ainda um instante a essa concepção tradicional da relação cau- sal como uma relação assimétrica com respeito ao tempo.

Essa concepção da causação ou relação causal remonta aos filósofos modernos, tanto Descartes e os autores ligados ao racionalismo continental, quanto Locke e outros autores do empirismo britânico. Em especial, em Hume encontramos claramente a concepção da relação causal como uma relação entre dois eventos que observamos repetidamente na mesma ordem temporal, sendo que isso nos leva a crer na conexão entre ambos esses eventos, o anterior no tempo como causa e o

posterior no tempo como efeito.62 Segundo Hume, não há uma

61 Defendemos uma concepção alternativa em DUTRA, 2015 e 2017,

cap. 3. Retomamos aqui as principais ideias desses textos. A identifi- cação da causação como o problema com a causação descendente se deve a PATTEE, 2000. Esse autor, contudo, não apresenta uma solu- ção com base nas ideias de Kant, como fizemos nos textos citados antes e como resumiremos aqui. A noção de controle, de Pattee, é também essencial na discussão, mas vamos apresentar também uma concepção alternativa do controle.

62 Cf. HUME, 1996 [1777]. A análise da causação apresentada por

Hume na sua Investigação sobre o entendimento humano é bem conhecida. Apresentamos aqui uma formulação que procura expres-

conexão necessária entre causas e efeitos, nem nossas crenças causais possuem valor demonstrativo, isto é, elas não estão baseadas em argumentos válidos do ponto de vista lógico. Para Hume, adquirimos crenças causais em virtude de um princípio da natureza humana que ele denominou Hábito ou Costume.

Kant parte da mesma ideia básica de que a relação cau- sal é uma relação que envolve a precedência da causa no tem- po em relação ao efeito. Como é bem conhecido, ele vai discor- dar de Hume quanto ao caráter necessário de nossos juízos causais. Para Kant, eles são apodíticos (necessários e univer- sais), ao contrário do que Hume pensava, porque o princípio de causalidade que regula o uso da categoria de causa-e-efeito nos impõe que ela seja aplicada às condições em que os objetos nos são dados em sucessão temporal. E como tanto a catego- ria, como um conceito puro a priori, quanto o princípio men- cionado são constitutivos do próprio entendimento humano, os juízos causais não são apenas forçosos para nós, digamos, no sentido psicológico, mas revestidos de validade lógica. Eles não decorrem apenas de um princípio de natureza psicológica e de conceitos oriundos da experiência, como pensava Hume, mas de conceitos e princípios racionais que, ao contrário, são algumas das condições para que haja experiência. Eles são elementos constitutivos do entendimento humano.

Para Kant, outras condições necessárias desses juízos de experiência são aquelas dadas pelas formas puras da sensi- bilidade, que também são a priori, espaço e tempo, a primeira

sar a ideia central. Sobre a concepção de Kant, que comentaremos a seguir, cf. KANT, 2006 [1787], as partes da Crítica da razão pura denominadas Analítica dos conceitos e Analítica dos princípios. Na primeira dessas partes está a explicação sobre as categorias de rela- ção causa-e-efeito e comunidade, e, na segunda, a explicação dos respectivos princípios do entendimento que regulam o uso das duas categorias. Essas duas categorias são, respectivamente, a segunda e a terceira das três categorias de relação. Sobre as formas puras da sensibilidade, cf. a Estética transcendental, na mesma Crítica. Tanto no caso de Hume como no de Kant, adaptamos um pouco a apresen- tação de suas ideias para facilitar o entendimento e sua aplicação à presente discussão.

sendo a forma do sentido externo, a segunda, a forma do sen- tido interno. O tempo é a forma pela qual conectamos nossas representações internas e o espaço é a forma como represen- tamos as coisas fora de nós. Embora espaço e tempo sejam

ideais para Kant, isto é, relativos a nossa forma de perceber e

não às coisas em si, a ordem temporal na qual ordenamos as percepções é importante no emprego das categorias. Se a or- dem temporal de duas percepções não puder ser alterada, o princípio de causalidade impõe o uso da categoria de causa-e- efeito ou dependência, sendo então que a relação que repre- sentamos entre dois eventos é a relação causal. Mas, se a or- dem temporal puder ser alterada, então outro princípio do entendimento, o de simultaneidade, impõe o uso da categoria de comunidade ou reciprocidade. Nesse caso, a relação entre os dois objetos é uma relação de comunidade.

Um dos exemplos dados por Kant é o da relação entre os movimentos da lua e da terra. Podemos observar primeiro uma e depois a outra, ou vice versa. A relação entre elas será uma relação de ação recíproca, mas não podemos dizer que a terra é a causa do movimento da lua, nem que essa é a causa do movimento da terra. Mas é como se fosse assim, diz Kant, que procura explicar essa noção, que ele mesmo reconhece que é mais difícil de entender, em comparação com a relação de causação. Mas o juízo é diferente e a relação que ela expressa é outra, já que a categoria de comunidade é diferente daquela de causação e o princípio de simultaneidade é diferente daquele de causalidade.

Essa análise de Kant procura dar conta a seu modo de um dos problemas difíceis até hoje para as teorias causais, que é justamente o problema da simultaneidade. De forma geral, o problema consiste na noção de antecedência temporal da cau- sa em relação a seu efeito. Assim, se dois eventos são simultâ- neos, um não pode ser a causa do outro; mas se for, então, por sua vez, o efeito é também causa de sua causa. Ora, ou elimi- namos então a ideia tradicional de que a causa é um evento anterior no tempo, para que o problema se resolva, permitindo que a causa seja simultânea com seu efeito, ou permitimos a reversibilidade do tempo. Ambas as alternativas são problemá- ticas por razões científicas e ontológicas. Aquela solução, entre

essas duas, que talvez pareça mais viável é a de tomar a causa não necessariamente como um evento anterior no tempo ao efeito que ela produz. Mas isso parece ir contra a ideia de que a causa tem a capacidade de acarretar ou produzir o efeito, que é também uma ideia consolidada entre filósofos e cientistas, apesar das críticas de Locke, Hume e Kant a essa ideia. A solu- ção alternativa que pode haver então, com base nas análises de Kant, é aquela segundo a qual há uma relação entre os objetos ou eventos dados simultaneamente e que parecem claramente conectados, mas que essa relação não é causal.

Não tomarmos essa relação como causal, contudo, im- plica então não apenas que a anterioridade no tempo é descar- tada e respeitamos a aparência de simultaneidade, mas, além disso, que não podemos falar de quaisquer capacidades ou

poderes que as coisas teriam para produzir outras. Mas, mes-

mo assim, esse tipo de solução kantiana está em perfeito acor- do com teorias científicas amplamente aceitas, como a mecâ- nica clássica ou newtoniana, como o próprio Kant observou. O caso da simultaneidade dos movimentos da terra e da lua é ilustrativo, obviamente. Pois, segundo a teoria de Newton, é a atração gravitacional que mantém os dois corpos em movi- mento relativo um ao outro. Então, se há uma causa desses eventos, ela é outra coisa diferente dos dois objetos ou eventos observados em simultaneidade.

Se aplicarmos esse mesmo modelo no entendimento da relação entre as condições de base neurofisiológicas de um evento mental e esse último, então vemos que não há uma re- lação de causação entre as duas coisas, já que o evento mental é simultâneo com o evento neurofisiológico. Assim, não só não haveria causação descendente, mas também não haveria cau- sação ascendente. As condições de base de um emergente não são sua causa. Entre um emergente e suas condições de base há uma relação de comunidade, não uma relação causal. É claro que essa relação ainda é necessária, no sentido ontológi- co, mas ela não é uma relação causal. Em linhas gerais, essa parece uma boa solução, mas ela também apresenta certas dificuldades que devem ser consideradas.

De fato, essa interpretação neokantiana da relação en- tre um emergente e suas condições de base deve poder ser

aplicada a quaisquer casos de complexidade, isto é, os casos nos quais determinados elementos em relação permitem a emergência de um sistema que exibe propriedades que não podem ser atribuídas a esses seus elementos constitutivos. Pois o funcionamento do sistema como um todo é simultâneo com o funcionamento das partes. Mas se essa relação de co- munidade for encarada como ação recíproca e mútua depen- dência entre o sistema e suas partes ou subsistemas, então, mais uma vez, o problema da determinação descendente volta a se mostrar. Pois essa reciprocidade ou mútua dependência faz com que a própria existência do todo, do sistema, altere ou tenha algum tipo de controle sobre o funcionamento de suas partes ou elementos constitutivos.

Uma versão humiana poderia ser apresentada, toman- do a relação de comunidade, assim como aquela de causação, apenas como uma relação de dicto. Mas, segundo a versão ne- okantiana considerada acima, trata-se de uma relação de re, ou seja, a relação de comunidade entre o emergente e suas condições de base é uma relação real de mútua determinação. Assim, essa comunidade de re entre um sistema e seus ele- mentos e, mais especificamente, entre o mental como emer- gente e suas condições de base neurofisiológicas é uma relação de mútua dependência, o que nos obriga a explicar como o mental pode afetar o físico. Desse modo o problema da deter-

minação mental volta, embora não mais como causação men- tal. Mas é o problema que há em toda análise de um sistema e

de sua funcionalidade como determinante para as funcionali- dades de suas partes constitutivas.

À primeira vista, pode então parecer estranho interpre- tarmos certos estados neurofisiológicos como partes constitu-

tivas de um estado mental, mas é isso mesmo. Pois estamos

dizendo o mesmo quando afirmamos que os estados neurofisi- ológicos são condições de base dos estados mentais. E, dito assim, isso não causa estranheza alguma àqueles que aderem ao monismo materialista, inclusive supervenientistas e emer- gentistas. Mas como um sistema é algo mais abstrato do que suas partes, ou subsistemas, ou elementos constitutivos, então, nessa interpretação, a mente é mais abstrata do que suas con- dições de base neurofisiológicas. A vantagem dessa interpreta-

ção é que o materialismo é mantido à risca. E o que pode ser encarado como uma desvantagem, pelo menos inicial, é que isso nos obriga a explicar como a funcionalidade de um siste- ma, que é algo mais abstrato, pode influenciar as funcionali- dades de suas partes que, nesse caso, são algo concreto.

Ora, a determinação descendente, nesse caso, tem de ser encarada como uma questão relativa à economia do siste- ma e de como faz diferença para o comportamento de um de seus elementos o fato de ele estar inserido no sistema. Ou seja, é preciso também aqui adotar uma abordagem molar. Pois é o entendimento da funcionalidade do sistema que poderá eluci- dar o papel que, nela, as funcionalidades das partes desempe-