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Aplicação didáctica.

ESQUEMA GERAL DO PROCESSO

3.2. DIÁRIO DE AULAS ASSISTIDAS

Primeira sessão de 90 minutos (15/11/2012)

No dia 15 de novembro de 2012, pelas 14h30, na sala 13, teve lugar a primeira aula com a turma F de 7.º ano. A mesma não se encontrava completa, uma vez que, no início da sessão, a diretora de turma chamou quatro alunos para que comparecessem no

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Conselho Executivo. Ao que se apurou, esses alunos foram alvo de sanção disciplinar por terem cometido continuadamente uma falta grave.

A receção ao professor estagiário não registou nenhuma surpresa da parte dos alunos, visto que os mesmos já tinham sido informados pelo professor cooperante de que todas as quintas-feiras, até ao final do 1.º Período, os alunos teriam aulas com o professor estagiário.

De um modo geral, pode dizer-se que os alunos, na sua maioria, comportaram-se de forma bastante aceitável, tendo sido possível a realização de todas as atividades previstas no plano de aulas. Como é evidente, dada a idade imberbe dos alunos e a informação sobre a turma fornecida pelo professor cooperante, já se esperava que houvesse alguma conversa e algum ruído de fundo, o que efetivamente se veio a verificar. O facto é que esta condicionante não impediu que pudesse ter sido cumprido o programa delineado para esta primeira sessão.

Antes de a sessão começar, o professor chegou mais cedo à sala, de modo a confirmar que o computador e o videoprojector estavam a funcionar em boas condições. Para além disso, o professor aproveitou para escrever o número da lição e o respetivo sumário. Este procedimento serviu para poupar alguns minutos da aula propriamente dita. Assim, quando os alunos foram chegando à sala, depois do toque de entrada, podiam ir escrevendo o sumário sem grande perda de tempo.

Quando tocou para entrar, os alunos foram chegando e cumprimentando o professor estagiário, tendo-lhes sido dito para se sentarem nos seus lugares e irem escrevendo o número da lição, a data e o sumário. Enquanto isso, e como já foi sublinhado, a diretora de turma entrou na sala e pediu a alguns alunos que fossem com ela ao gabinete do Conselho Executivo. Após esta intervenção, o professor estagiário iniciou a sessão entregando aos alunos uma folha com os objetivos, as tarefas e a avaliação que faziam parte da unidade que iria lecionar. Trata-se de um procedimento que se pretende esclarecedor para os alunos de forma a maximizar o aproveitamento e clarificar processos. Durante uns minutos, o professor foi explicando o que pretendia que os alunos ficassem a saber, as tarefas que teriam de completar e o peso das várias componentes da avaliação. Como se calculava, levantaram-se algumas dúvidas e puseram-se questões da parte dos alunos, pois notou-se que ficaram um pouco

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admirados com a formalidade deste processo. O professor tratou então de esclarecê-los o melhor possível de maneira a poder começar com a unidade.

A fase de compreensão oral e escrita decorreu bem. Os alunos, na sua maioria, mostraram-se participativos e relativamente interessados, e as atividades propostas, incluindo a parte de vocabulário, foram realizadas sem qualquer tipo de problema. Após esta fase, prosseguiu-se, desta vez com o ponto gramatical relacionado com distinguir entre hay/estar/están. Também aqui os alunos realizaram o trabalho que se lhes pediu sem quaisquer problemas, embora tivesse sido necessário demorar um pouco mais do que o previsto na correção devido ao surgimento de dúvidas. Isso implicou que se tivesse de proceder a uma explicação suplementar.

Terminada esta etapa, chegou finalmente a hora da atividade de expressão escrita. Nesta atividade, os alunos tinham de escrever pequenas frases, de acordo com as instruções constantes da ficha de trabalho para compor um postal. A maior parte conseguiu completar e entregar o exercício, muito embora alguns poucos alunos ainda tivessem tido de ficar mais uns minutos na sala a terminá-lo.

Numa breve reflexão sobre a primeira aula assistida, podemos dizer que o planeamento delineado e executado decorreu de forma bastante satisfatória, registando- se a cooperação e participação de uma boa parte dos alunos. Ainda assim, verificou-se que três ou quatro membros da turma não evidenciaram o mesmo tipo de atitudes que a maioria dos seus colegas. De resto, estes foram dos últimos alunos a completar o postal.

O aspeto que nos pareceu merecer maior reflexão teve a ver com a gestão do tempo. Conquanto a atividade de expressão escrita só envolvesse a escrita de algumas frases, verificámos que os alunos poderiam ter tido mais tempo para realizar o trabalho. Assim, o que aconteceu foi que os mesmos levaram a cabo o exercício apenas tendo uns poucos minutos para a sua conclusão. Claramente, este foi um aspeto menos conseguido daquilo a que nos tínhamos proposto fazer e deverá ser repensado para as próximas sessões.

93 Segunda sessão de 90 minutos (22/11/2012)

A segunda sessão teve lugar pelas 14h30 na sala 13. Desta vez, os alunos que não tinham vindo à aula de 90 minutos anterior já se encontravam presentes. A sessão decorreu como tinha sido planeado, com exceção de um aspeto sobre o qual nos debruçaremos mais adiante.

Deve registar-se que nesta aula houve mais alunos a participar e a avançar com respostas às perguntas que lhes iam sendo colocadas. Procurou-se envolver todos os alunos na dinâmica da aula, mas, como é normal acontecer, há sempre alguns que se retraem mais por vergonha de errar e outros não estão muito interessados naquilo que se está a fazer. Seja como for, pareceu-nos que a dinâmica desta aula já registou algumas melhorias em relação à primeira.

Da planificação previamente estabelecida, as atividades onde, de facto, a participação foi muito satisfatória foram aquelas que tiveram a ver com as partes de pré- compreensão, compreensão escrita e vocabulário. Os graus de atenção e envolvimento vindo da parte dos alunos foi claramente maior nestas fases. Contudo, a partir das etapas relativas a aspetos gramaticais, esses mesmos fatores foram diminuindo progressivamente, ainda que a maioria dos alunos tivesse continuado a intervir ativamente.

Um dos dados positivos residiu na participação, mesmo que intermitente, da parte daqueles alunos com comportamentos mais irrequietos e faladores. Pelo menos não houve necessidade de o professor ter de chamar muitas vezes a atenção. Aliás, há que salientar este aspeto, pois numa turma com cerca de 26 alunos, entre os 12 e13 anos, numa aula ao final do dia, será sempre de esperar que a concentração dos alunos não esteja no seu auge.

Porém, houve um aspeto que não resultou como tínhamos planeado. Tal como tinha acontecido na primeira sessão, houve dificuldade em conseguir realizar a tarefa final com tempo suficiente. Apenas foi possível explicar aos alunos como deveriam realizar o trabalho. Devido a problemas logísticos, não foi possível conseguir uma sala com computadores. Isto implicou que os alunos tivessem de fazer o trabalho em casa. Para além disso, nem todos os alunos têm conta no Twitter, o que fez com que, para que

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eles realizassem o trabalho, o professor tivesse de concordar em aceitar o texto em papel.

Em resumo, devemos concluir que a sequência didática planificada, embora pensemos que obedece a uma lógica clara e condutora, era demasiado ambiciosa para ser completada numa aula de 90 minutos. Temos de reconhecer que a quantidade de elementos gramaticais pedida foi algo excessiva. Isto provocou que a tarefa final de produção escrita tenha ficado aquém do que tinha sido planeado. Este é claramente um aspeto que terá de ser revisto para as aulas subsequentes.

Terceira sessão de 90 minutos (29/11/2012)

Esta sessão teve lugar no dia 29 de novembro pelas 14h30, na sala 13, com todos os alunos presentes.

A sequência planificada foi levada a cabo. Desta vez, uma significativa parte da turma esteve muito faladora, tendo havido um ruido de fundo quase constante. Há que reconhecer que foi uma sessão em que o professor teve dificuldades em conseguir captar a atenção de todos os alunos, dado que alguns deles estiveram quase sempre a conversar. Ainda assim, nota-se que há um conjunto de alunos cuja atenção é constante e que gosta de participar nas atividades das aulas. Os menos participativos não levantam, no entanto, qualquer problema em termos de comportamento.

Um ponto que se deve salientar nesta sessão diz respeito ao vocabulário relativo aos meios de transporte. Nessa fase, quase todos os alunos pareceram, de uma forma ou de outra, revelar interesse pelas atividades propostas, tendo intervindo de forma positiva.

Procurou-se restringir a quantidade de aspetos ligados à gramática para esta sessão. Já são por demais evidentes as dificuldades de concentração nesta altura do dia, pelo que optámos por abordar apenas um aspeto gramatical. O resultado pareceu ser mais favorável quando comparado com aquilo que tinha sucedido na última sessão, em que os alunos foram progressivamente desligando-se à medida que lhes eram apresentados vários conteúdos gramaticais, ainda que essenciais para a tarefa final.

A parte escrita teve de ser mandada como trabalho de casa. Apenas houve tempo para mostrar um modelo daquilo que se pretendia que os alunos escrevessem e os

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diversos items relacionados com o vocabulário e a gramática que foram dados até esse momento e que deveriam ser incluídos nos textos. O ideal para a realização deste trabalho teria sido numa sala de informática, com computadores disponíveis em quantidade suficiente para que os alunos pudessem escrever os seus textos e pudessem enviá-los para a morada de correio eletrónico do professor. Infelizmente, por motivos de logística, não tem sido possível, pelo que a única solução é que os alunos realizem o trabalho em suas casas ou nos computadores da escola noutra altura e os enviem ao professor.

Em resumo, pensamos que, apesar de alguma agitação e conversa constantes, os objetivos propostos para esta aula, tendo em linha de conta o plano traçado, foram alcançados, uma vez que a maior parte dos alunos demonstrou ter entendido aquilo que foi sendo pedido. O trabalho escrito que terão de enviar será uma forma mais cabal de constatar se aquilo que revelaram ter aprendido foi ou não foi efetivamente assimilado.

Quarta sessão de 90 minutos (06/12/2012)

Até agora esta foi, sem dúvida, a sessão mais atribulada. Por duas razões essenciais: em primeiro lugar, porque a aula teve de ser interrompida durante mais de uma dezena de minutos, por os alunos terem de tirar uma fotografia para a escola; em segundo lugar, porque, talvez por se aproximarem as férias de Natal, os alunos tornam- se cada vez mais irrequietos e faladores, sendo um pouco complicado conseguir fazer com que tenham níveis de concentração minimamente aceitáveis.

Em relação ao primeiro motivo aduzido, devemos salvaguardar o facto de que o professor da turma só no próprio dia é que foi informado de que a mesma teria de tirar uma fotografia naquela hora, logo por azar coincidindo com a aula de Espanhol. Como dissemos, perdeu-se praticamente um quarto de hora, o que obviamente veio a influenciar no plano previsto para esta sessão. Ora, isto coloca um problema bastante grande, uma vez que o plano para a próxima sessão era um tanto ou quanto extenso e o facto de ter de concluir esta aula vem a complicar o planeamento. Isto faz com que tenha de haver ajustamentos. Tentaremos fazer com que a realização da tarefa final não saia comprometida por esta mudança na planificação das aulas.

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Após essa interrupção forçada, tentámos retomar a sequência planeada para esta sessão e, ainda assim, pensamos que conseguimos alcançar alguns dos objetivos previstos. Neste ponto, temos de destacar algo que começou por ser um problema, mas que foi superado com algum sucesso. Referimo-nos aos exemplos relacionados com as indicações de direções e o vocabulário constante. Inicialmente tinhamos pensado ilustrar este tema através de um jogo de computador em que um autocarro circulava por uma cidade transportando passageiros. A ideia era exibir um exemplo de transporte público (autobús) e as diferentes direções em que circulava pela cidade. Infelizmente, devido a problemas logísticos, esta atividade teve de ser rejeitada. Em vez de isso, optámos por utilizar os próprios alunos e a sala de aula para pôr em prática o vocabulário sobre direções e os seus marcadores funcionais. Dessa forma, fomos capazes de envolver os próprios alunos, o que por sua vez despertou a sua atenção e interesse, já que houve mais alunos a participar do que aquilo que tem acontecido até aqui. Quanto a nós, este foi efetivamente o aspeto mais positivo a salientar desta quarta sessão.

Perante os condicionalismos referidos, não houve possibilidade de levar a cabo a tarefa final, o que terá de ser feito para a sessão seguinte.

Quinta sessão de 90 minutos (03/01/2013)

A última sessão da unidade didática teve lugar no primeiro dia de aulas do mês de janeiro. Com exceção de dois alunos, todos os outros estiveram presentes. Talvez por ser o primeiro dia de aulas depois das férias de Natal, notou-se que os alunos estavam muito mais conversadores do que o habitual. Se juntarmos a isso o facto de a aula de Espanhol ser a última do dia, tornou-se uma missão difícil controlar os alunos.

Como foi referido no resumo da sessão anterior, por motivos imprevistos, fomos obrigados a ter de dar a tarefa correspondente à quarta sessão no começo da quinta. Assim o fizemos, explicando o objetivo e os procedimentos a adotar e fornecendo um modelo textual para a tarefa. Esclarecida esta parte, demos início à sessão. O plano previsto foi levado a cabo, desta vez sem interrupções alheias à aula, tendo sido cumprida a sequência planificada. Falámos dos tipos de habitação; apresentámos as partes de uma casa e demos alguns exemplos de objetos que podemos encontrar em cada

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assoalhada. Durante este processo, os alunos leram ainda pequenos textos sobre anúncios de aluguer de casas. Tivemos tempo para falar sobre marcadores espaciais e ilustrar os mesmos. Nesta fase, recorremos à colaboração de um dos alunos da turma. Gerou-se um ambiente de boa disposição e houve alguns risos à medida que o professor e o aluno iam mostrando cada um dos itens lexicais. Após esta etapa, os alunos levaram a cabo uma atividade em que tiveram que utilizar elementos de quatro colunas e formar frases utilizando os respetivos marcadores espaciais, tendo-se feito posteriormente a correção desse exercício. Finalmente, apresentámos e explicámos em que consistia a tarefa final da aula e como é que os alunos deveriam proceder para a elaborarem. De notar que, na sessão anterior, já tínhamos pedido aos alunos que, durante as férias, aproveitassem para arranjar fotos de partes da casa, de maneira a adiantarem trabalho e a terem o material necessário para a execução desta tarefa e, consequentemente, da tarefa final.

Sexta sessão de 45 minutos (10/01/2013)

Esta última sessão foi marcada com o professor cooperante para poder levar a cabo a autoavaliação com os alunos. Os alunos tiveram de preencher um questionário que se encontrava dividido em duas partes: na primeira, os alunos deveriam opinar acerca de diferentes aspetos que estruturaram a unidade didática; na segunda, os alunos puderam comprovar o que aprenderam e os domínios onde revelam maiores dificuldades.

A realização da ficha de auto-avaliação necessitou de quase todo o tempo da sessão. Mesmo nesta última aula connosco, alguns dos alunos continuaram a exibir mau comportamento e a fazer muito ruído.

No tempo que faltou ainda tivemos oportunidade de, mais uma vez, rever com os alunos um modelo do trabalho relativo à tarefa final, procurando esclarecer eventuais dúvidas que ainda pudessem subsistir. O professor cooperante já tinha feito isto na aula de 45 minutos, na terça-feira, mas achámos que seria benéfico efetuar uma revisão daquilo que se pretendia para a tarefa final e de como a deveriam elaborar.

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Concluímos a sessão e despedimo-nos dos alunos, agradecendo a sua colaboração no nosso trabalho