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Aplicação didáctica.

1.2. SITUAÇÃO DO ENSINO DA DISCIPLINA DE ESPANHOL NA ESCOLA

Pode dizer-se que o panorama em relação ao ensino do ELE é bastante animador. Como se depreende do quadro apresentado em baixo, o número de turmas de Espanhol tem vindo a aumentar durante os últimos anos, o que significa que há uma aposta muito forte da parte da escola na implantação desta disciplina. Por sua vez, parece claro que a adesão dos alunos tem sido um êxito. A popularidade do Espanhol tem vindo a aumentar nos últimos anos e, por conseguinte, isso tem-se traduzido num cada vez maior número de alunos que escolhem a disciplina. Embora se deva ter em conta que é muito difícil ombrear com a disciplina de Inglês no Ensino Secundário, é de assinalar que o Espanhol começa a ser uma disciplina de LE com uma procura considerável. Aparentemente, tanto os alunos como os seus encarregados de educação têm vindo a ganhar uma percepção da relevância do Espanhol no momento atual.

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Nº de alumnos inscritos en la asignatura de Español

7º año 8º año 9º año 10º año 11º año

Grupo D – 19 Grupo B – 28 Grupo A – 27 Grupo C(I)* - 12

Grupo D* 27

Grupo E – 28 Grupo C – 27 Grupo B – 27 Grupo C(V)

*- 6 Grupo F – 26 Grupo D – 18 Grupo C – 25

Grupo G – 28 Grupo E – 21 Grupo D – 29 Grupo F - 18

*Nivel I; Nivel II; Nivel IV; Nivel V

- Quadro 2: Número de alunos inscritos na disciplina de Espanhol na escola (2012/13)

No que concerne à existência da disciplina de Espanhol na Escola EB2/3 e Secundária Josefa de Óbidos, fomos informados de que esta língua tem vindo a ser opção desde há pouco mais de uma década mas que, não obstante, vem sendo objeto de escolha por parte de cada vez mais alunos nos últimos anos. Face a este panorama, o número de turmas aumentou, o que tornou necessário haver mais de um professor a ensinar a disciplina. De acordo com o professor cooperante, existem mais duas professoras. Vale a pena realçar que os três docentes possuem horários completos e habilitação profissional para o ensino do Espanhol como LE.

As planificações feitas pelos professores da disciplina dividem-se em anuais e trimestrais e pautam-se pelos critérios constantes nos programas do Ministério da Educação. A este respeito, deve mencionar-se que os critérios de avaliação são definidos pelo Departamento de Línguas da escola e encontram-se divididos em critérios de avaliação para o Terceiro Ciclo e para o Ensino Secundário. Para o Terceiro Ciclo atribuiu-se 75% aos campos do domínio e do conhecimento e 25% aos campos das atitudes e dos valores. Já no que respeita ao Ensino Secundário, decidiu-se atribuir 80% aos campos do domínio e do conhecimento e 20% aos campos das atitudes e dos valores. Em relação aos manuais adotados para cada nível, fomos informados de que alguns deles seguem a linha programática do Ministério, enquanto que para outros níveis os manuais (de editoras espanholas) têm de ser adaptados de acordo com os programas portugueses, em virtude de esses mesmos manuais seguirem o programa ministrado pelo Instituto Cervantes.

54 1.3. CARACTERIZAÇÃO DA TURMA

O grupo com que trabalhei durante o período de práticas supervisionadas, dentro do plano de trabalho do seminário de Iniciação à Pratica Profissional III (Espanhol), no Mestrado em Ensino da Universidade de Lisboa, foi a turma F de 7º ano, composta por 26 alunos: 16 raparigas e 10 rapazes. Trata-se de uma turma que se encontra a aprender Espanhol pela primeira vez, não tendo por isso quaisquer conhecimentos prévios.

Estes alunos têm Espanhol duas vezes por semana: uma aula de 90 minutos e outra de 45 minutos. A idade média é de 13 anos e a maior parte provém de famílias mais humildes1.

De modo a obter alguma informação sobre os alunos que compõem esta turma fizemos um questionário que abarcou sete vertentes2. Destacamos aqui a sétima vertente, em que procurámos aferir a relação dos alunos com a escrita e os recursos que estão disponíveis na Internet e que os alunos estão habituados a usar com maior frequência.

Em primeiro lugar, cabe destacar a enorme disparidade entre os dados relativos às atividades produtivas e receptivas na aprendizagem do Espanhol, sendo as primeiras, e nomeadamente a produção escrita, percebidas como a maior fonte de dificuldade. Não são dados surpreendentes, uma vez que esse é o panorama habitual entre discentes – e não discentes  portugueses perante uma língua tão próxima em todos os sentidos como o Espanhol.

- Gráfico 1: Dificuldades na aprendizagem de Espanhol.

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Cf. Anexo 3 e o gráfico nº 1 correspondente à caracterização socio-económica dos pais dos alunos.

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No que concerne aos seus tempos livres, os alunos têm vários tipos de atividades às quais dedicam uma determinada quantidade de tempo: ver televisão, jogar jogos de vídeo e ligar-se à internet são aquelas em que passam mais tempo. Surpreendentemente, em alguns casos verifica-se que as respostas incidem em atividades mais escolares e pedagógicas, como ler, escrever ou desenhar. Seja como for, de um modo geral, as respostas variam, mas, ainda assim, vão ao encontro do que acabámos de referir3.

Dado que o cerne do nosso trabalho incide sobre as atividades de expressão escrita, procurámos saber qual o sentimento dos alunos em relação a este aspeto. Quase dois terços (65%) afirmaram gostar de atividades que envolvem a escrita. Dos que responderam que não gostavam, alguns não justificaram a sua resposta, mas outros invocaram falta de criatividade, não sendo por isso claro que não apreciem a escrita por não gostarem ou por quaisquer outros motivos4.

Os alunos que afirmaram que gostavam de atividades de escrita justificaram a sua resposta através de argumentos que foram desde o gosto pessoal (gostar de escrever) (38,5%) até à consciência de que essas atividades podem ajudar a melhorar o seu nível de escrita (30%).

- Gráfico 2: Motivação para melhorar a escrita.

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Cf. Anexo 3, gráfico 27.

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Como justificação de não gostarem de atividades relacionadas com a escrita, 42,9% alegou que são muito cansativas, enquanto que 28,6% não apresentou qualquer justificação5.

No que toca às ferramentas informáticas de que dispõem na Internet, torna-se muito claro que o Facebook é aquela mais usada pelos alunos (38%), seguida do Twitter (12%) e dos Chats (14%). Depois são mencionadas uma série de outras ferramentas menos conhecidas.

- Gráfico 3: Ferramentas da Internet que conhecem e utilizam.

A utilização destas ferramentas parece ser do agrado da maior parte dos alunos (60%). Os discentes entendem que o seu uso poderia ser uma forma de motivá-los para escreverem em Espanhol6.

Em relação às vantagens resultantes do uso de recurso da Internet nas aulas de Espanhol, as justificações foram bastante variadas no que concerne aos alunos que responderam de modo afirmativo. Em todo o caso, a maioria das respostas (33,3%)

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Cf. Anexo 3, gráfico nº 30.

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reforçou o fator motivação como aquele que é mais preponderante. De resto, 16,7% não deu qualquer justificação para a sua resposta7. No caso dos alunos que acharam a introdução desses meios uma desvantagem, 25% afirma não gostar de escrever, 25% acha que iria distrair os próprios alunos e 50% entende que o uso dessas ferramentas não se integra na aula8.

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Cf. Anexo 3 e o gráfico nº 34 sobre as vantagens no uso de recursos da Internet na disciplina de Espanhol.

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