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Apêndice I: Vídeo do desenvolvimento das aulas da etapa de lecionação autônoma.

DIÁRIO DE BORDO DA ETAPA DE LECIONAÇÃO AUTÔNOMA AULA 2 7º ANO

CONTEXTO E OCORRÊNCIAS

PERTINENTES

As alunas chegaram atrasadas para a aula.

Desde a etapa de observação, isto parece ser recorrente, por isto a estagiária pediu atenção da turma à esta situação, explicou a importância de tempo para que o trabalho em sala de aula consiga progredir e ser, portanto, cada vez mais, interessante para elas próprias.

COMPORTAMENTOS DE RESPOSTAS OBSERVADAS EM RELAÇÃO AOS ESTÍMULOS SOLICITADOS. POTENCIALIDADES, DIFICULDADES E ESTRATÉGIAS DE CONTORNO. CONSCIÊNCIA CORPORAL (CONHECIMENTO DO SISTEMA ESQUELÉTICO, ALINHAMENTO ÓSSEO E

RESPIRAÇÃO)

Potencialidades: Nada relevante positivamente, neste sentido, nesta aula.

Dificuldades e estratégias: Grande parte da turma não soube posicionar as mãos nas costelas. Foi preciso tocá- las e modificar o posicionamento de algumas. Uma aluna inclusive exclamou ao ser tocada: “Ah! Aí é que estão as costelas!”

A maior parte da turma demorou a entender as solicitações de alinhamento ósseo, principalmente, o alinhamento dos calcanhares aos ísquios, a manutenção do ângulo entre perna e coxa e a manutenção do limite de amplitude do movimento dos braços que lhes era solicitado. O toque com direcionamento foi utilizado pela estagiária para alertá-las sobre estes ajustes necessários.

Houve alguma confusão entre as ações de articular e alongar as pernas. Foi preciso pedir que parassem, falar sobre as diferenças entre estas ações e fazer uma brevíssima demonstração antes que seguissem a explorar.

Ao explorarem as possibilidades de movimento no processo de levantar a partir de diferentes apoios no solo e da posição de decúbito lateral, a maior parte da turma demonstrou preocupação na elaboração estética dos movimentos. Foi preciso falar brevemente sobre isso no final do exercício, solicitar que se mantivessem focadas na orientação da estagiária que era no sentido de descobrir novas formas de levantar a partir daquela situação sem maiores composições.

Ao moverem apenas as pernas, a maior parte do grupo criou uma tensão além da que se fazia necessária nos braços. Nesta aula, a estagiária, pediu que prestassem

atenção ao uso dos braços como um facilitador da movimentação livre das pernas e também na manutenção do equilíbrio. A resposta do grupo foi convincente após esta colocação.

UTILIZAÇÃO DE PONTOS DE INICIAÇÃO DO MOVIMENTO

Potencialidades: O grupo indicou compreender o uso das pernas como pontos de iniciação para o movimento e conseguiu explorar esta situação, sobretudo em dupla e a partir do toque.

Dificuldades e estratégias: Quando nos exercícios com deslocação e movimentação livre individuais, algumas alunas perderam a atenção ao ponto de iniciação indicado, como aconteceu na aula anterior com os braços. A estratégia, neste momento, foi dar-lhes maiores indicações verbais ao longo do tempo de experimentação.

TRANSPOSIÇÃO DA PAUSA À RETOMADA DE MOVIMENTO

Potencialidades: O exercício de pausar e retomar o movimento, permitiu que elas novamente se divertissem. Já que estavam muito atentas e interessadas, como na aula anterior, houve uma possibilidade de tentar ir além e fazê-las perceber onde estavam as partes do corpo, como estava a respiração, ou seja, foram convidadas para que levassem à consciência para o corpo e tentassem perceber mais profundamente como se encontravam em situação de pausa.

Dificuldades e estratégias: Nada especialmente relevante negativamente, neste sentido, nesta aula.

TOMADA DE DECISÕES AUTÔNOMAS A PARTIR DAS EXPERIÊNCIAS EM IMPROVISAÇÕES E/OU COMPOSIÇÕES

Potencialidades: Uma das alunas, utilizou partes distintas da mão para tocar a sua dupla, sem mesmo que isto fosse solicitado nesta aula. Diante do ocorrido, a estagiária decidiu dar um retorno positivo imediato à situação e abriu esta possibilidade para todo o grupo. Dificuldades e estratégias: nada de especialmente relevante negativamente neste sentido, neste dia.

INTERESSE PELO PROCESSO

REFLEXÃO SOBRE O TRABALHO DE CRIAÇÃO

Potencialidades: As alunas partilharam ideias muito mais bem articuladas no final da aula, utilizaram termos da composição coreográfica como “contraste”, “tema”, “duetos, trios”.

Souberam indicar que foi mais fácil manter a atenção enquanto observadoras nesta segunda aula e, em seguida, partilhar o que mais havia lhes chamado a atenção na improvisação final.

A improvisação final funcionou melhor do que na primeira aula tanto para quem estava em cena, quanto para quem estava a observar. Isto ficou comprovado na prática, pois as alunas foram mais fiéis à proposta do que na primeira aula e, estiveram, em geral, mais atentas aos objetivos e ao redor.

De forma espontânea, um grupo bateu palmas para o outro, o que sugere que estavam, de fato, interessadas na improvisação final enquanto observavam e que algo em cena lhes saltou aos olhos. Uma das alunas disse, inclusive, que, em determinados momentos, a improvisação final mais lhe pareceu uma coreografia ensaiada. Isto é relevante para o estágio no sentido de que uma das premissas é fazer com que estas alunas se interessem pelo processo e percebam nele potência e importância para construção de um produto final coreográfico.

Dificuldades e estratégias: Houve uma urgência em falar que muitas vezes atrapalhou o andamento da partilha verbal ao final da aula.

A estagiária precisou alertar para o fato que é preciso estar atento, dar o tempo para que cada uma fale e que as demais ouçam e aguardem sua vez.

INFERÊNCIAS/ INTERPRETAÇÕES A

PARTIR DOS COMPORTAMENTOS

OBSERVADOS

As alunas iniciaram a aula demonstrando, novamente, uma necessidade de conversar. Diante deste quadro, a estagiária lhes solicitou que dentro de sala de aula tentássemos nos comunicar através do movimento. A instrução gerou um comportamento mais adequado no decorrer da aula neste sentido.

Algumas alunas estavam especialmente preocupadas com o reflexo do que faziam no espelho. Foi preciso alertar diversas vezes para que focassem na percepção do corpo e do que acontecia à sua volta. Isto pode sugerir dificuldade de abster-se da imagem de fora, da forma finalizada. Este possivelmente será um desafio

para o estágio proposto. Provavelmente, será preciso alertar sobre esta questão ao longo das demais aulas, tentar interceder e perceber se haverá uma despreocupação neste sentido ao longo do processo. O exercício que solicitava que o manipulado fosse de encontro ao toque recebido na perna foi um desafio para a turma. As alunas pareceram entender o enunciado do exercício, mas não conseguiram, de forma geral, colocá- lo em prática. Foi necessário intervir diretamente em cada dupla, aproximar-se, tocar, demonstrar e, em seguida, repetir o exercício para que pudessem se apropriar melhor da pesquisa em questão.

Nos exercícios que pressupunham deslocação individual com atenção ao grupo, algumas alunas insistiram em manter uma velocidade e uma dinâmica própria independente e muito distante das demais. A estagiária alertou para a importância de escutar seu corpo ao mesmo tempo em que se coloca atento ao que acontece ao redor.

NOTAS DE

COMPLEMENTO

Foi preciso pedir às alunas que aguardassem que a estagiária lhes dissesse todo o enunciado antes de questionarem qualquer coisa. Este aviso já lhes havia sido dado pela professora cooperante quando na etapa de Observação e em mais do que uma aula. Possivelmente, isto influencia na resposta pouco objetiva da turma às indicações imagéticas.

A respostas qualitativa em relação ao uso da imagética foi melhor apropriada no primeiro exercício quando solicitado algo bem objetivo como alinhar as pernas como se estivessem apoiadas numa mesa à 90º graus. No entanto, quando introduzido algo como “imaginar os braços a flutuarem”, não houve a mesma resposta qualitativa por parte das alunas.

Os exercícios de deslocação acabaram por trabalhar também a gerência espacial entre elas e esta situação se mostrou muito mais bem resolvida do que o observado anteriormente na primeira aula.

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