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Essa é a dimensão do índice que possui maior peso na sua construção, uma vez que está mais relacionado com a decisão do Gestor/ente federativo em exercer boas prática que os aproximem dos cidadãos do que qualquer outro ponto abordado ao longo do trabalho. Nesse critério, foram desenvolvidas variáveis que visam mensurar elementos institucionais que indicam a participação e abertura do Governo para a inferência social e a coprodução da mesma.

Os dados exibidos nas figuras 27 e 28 demonstram quais foram as capitais do País que obtiveram êxito e destaque quanto a sua atuação nessas variáveis. Para tanto, temos o seguinte retrato.

Figura 27 - Os 10 melhores municípios para a dimensão Colaboração - 2018.

Fonte: Dias et al, 2019.

Na figura 27, a pesquisa proporciona o seguinte entendimento, nenhuma das capitais, apesar de serem as melhores, atingiram 100% do índice. Entretanto, 90% dos municípios no ranking de melhores, apresenta 85% de implementação do nível de GA na perspectiva colaboração. Salientando que essa é a dimensão com maior peso e maior dificuldade na geração do comprometimento. Entretanto, para a pesquisa atual, os dados se apresentam de modo diferente.

Figura 28 - Os 10 melhores municípios para a dimensão Colaboração - 2019.

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

Em 2019, os resultados mostram que algumas capitais não só atingiram os 100%, assim como, 5 (cinco) dessas capitais ficaram acima de 0,85, maior nota apresentada

anteriormente. O que infere num maior esforço realizado pelos entes federativos para a

construção de um canal de diálogo com a sociedade.

Dentre os municípios que emergiram, temos as seguintes cidades: Recife, Curitiba, Teresina, Boa Vista e Fortaleza. E das que saíram do ranking, têm-se: Vitória, Cuiabá, Manaus, Belém e Florianópolis. Esse movimento de troca aconteceu tanto pela maior abertura proporciona, assim como a falta de interesse em uma evolução/ abertura constante. Analisando a representatividade das capitais, a dimensão se comporta da seguinte forma (Figuras 29 e 30).

Figura 29 - Representação por cor das regiões presentes no ranking dos 10 melhores municípios na dimensão colaboração - 2018.

Fonte: Dias et al, 2019.

Quanto à representatividade, podemos observar em 2018 a ausência do Nordeste e um equilíbrio na distribuição dos postos entre as demais regiões. Pode-se concluir a partir da figura 29, que ações institucionais voltadas para a colaboração possuem muita força na região Sudeste, onde ¾ dos seus municípios fazem parte do ranking dos melhores. Assim como, a timidez no desenvolvimento da temática na região Nordeste. Desconfia-se que esses dados podem ter relação com elementos socioeconômicos das regiões, como o PIB e o nível de educação e renda. Entretanto, se faz necessário o aprofundamento da hipótese por meio de um novo estudo envolvendo o IIGAM e as suas dimensões.

Figura 30 - Representação por cor das regiões presentes no ranking dos 10 melhores municípios na dimensão colaboração - 2019.

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

Para 2019, o Nordeste se fortalece e surge no ranking com 3 (três) representantes, o caráter institucional da IIGAM, nos leva a crer que as mudanças que aconteceram entre os anos estudados, foram pautadas no reforço negativo, não necessariamente por meio de agência ou algo formal, mas a partir de ações de constrangimento sobre a sua atuação.

Sabe-se que ao assumir uma posição política, os gestores se tornam agentes passiveis de responsabilização, sendo essa uma relação onde um sujeito é submetido por outro a um processo que exige pontualidade na prestação de contas, a cobrança ocorre em função do compromisso e das obrigações assumidas ao exercer cargo de gestão (OSZLAK 2003). O equilíbrio permanece entre as regiões Norte, Sul e Sudeste, mas há a diminuição de uma cidade no Centro-Oeste. Para os piores municípios na dimensão, temos as seguintes representações gráficas (figuras 31 e 32).

Figura 31- Os 10 piores municípios para a dimensão Colaboração - 2018.

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Fonte: Dias et al, 2019.

A figura 31 demonstra o ranking dos piores municípios nessa dimensão, entretanto, pelo caráter subjetivo e tácito dessa, torna-se difícil estabelecer parâmetros para desempenho e atuação do Estado, apesar do índice medir numa escala de 0 a 1, pois existem alguns pontos a considerar. Não podemos esquecer os seguintes fatores: 1) a dimensão não é normativa; e 2) estamos direcionando a análise para o processo de implementação da filosofia, e como qualquer adaptação, requer tempo para que se alcance o estágio de maturidade do fenômeno.

Figura 32- Os 10 piores municípios para a dimensão Colaboração - 2019.

Fonte: dados da pesquisa, 2019 .

Todavia, apresentasse nas figuras 31 e 32 os valores atribuídos a cada capital nos anos de 2018 e 2019, e a sua posição no ranking desenvolvidos nos estudos Dias et al (2019) e a

presente pesquisa. No ranking de piores capitais para a dimensão colaboração, dada a comparação entre o período citado, percebe-se que cidades como São Luís, Teresina, São Paulo, Rio Branco e Fortaleza saíram, e deram lugar a Vitória, Florianópolis, Belém, Palmas e Cuiabá. Dadas às mudanças, verifica-se a seguir a representatividade das regiões nas figuras e os avanços e retrocessos.

Figura 33 - Representação por cor das regiões presentes no ranking dos 10 piores municípios na dimensão colaboração - 2018.

Fonte: Dias et al, 2019.

Ao incluir a representação das regiões na apresentação dos resultados, buscou-se demonstrar um panorama visual e gráfico acerca das mudanças no decorrer de um ano, tanto as de impacto positivo, como também as negativas. Para tanto, temos as figuras 33 e 34 que dizem respeito às regiões na perspectiva negativa do ranking.

Figura 34 - Representação por cor das regiões presentes no ranking dos 10 piores municípios na dimensão colaboração - 2019

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Fonte: dados da pesquisa, 2019.

No tocante aos dados das regiões, no ano de 2018 é possível inferir que há uma forte presença do Nordeste, assim como a ausência do Sudeste. Para o ano de 2019, encontra-se uma diminuição no número de cidades das regiões Nordeste e Sul participantes no ranking, bem como o surgimento da presença da região Sudeste. Os dados e posições de cada cidade, tanto no ano de 2018, quanto 2019 para a dimensão pode ser conferido nas figuras 33 e 34.

Figura 35 - Resultado geral da dimensão Colaboração por municípios - 2018.

Fonte: Dias et al, 2019.

Ao analisarmos os resultados gerais, temos que em 2018 (figura 35), a dimensão 3 possuía uma constância entre os valores das capitais, eles se comportavam de modo progressivamente decrescente. Podemos observar também os valores máximos e mínimos não são os extremos da escala IIGAM. Esse dado nos mostra que mesmo em um ambiente com resultados que comprovem um alto nível de colaboração, as ações do Estado para proporcionar espaço de cocriação se fazem necessárias. É importante salientar que a colaboração é mais do que um ato isolado, é para além, podendo ser considerado uma cultura, um valor cívico.

Figura 36 - Resultado geral da dimensão Colaboração por municípios - 2019.

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

Para o ano de 2019, apresentam-se valores superiores ao ano passado e referentes a cidades que anteriormente possuía pouco influencia no ranking, o caso da primeira colocada, Goiânia. A Colaboração põe os cidadãos, instituições e outros atores (até mesmo de outras esferas públicas) nas ações do governo como coprodutores de valor público.

Esse valor é sentido por meio da utilização de mecanismos da Tecnologia da Informação e Comunicação visa aproximar a sociedade do Estado, para a construção de um relacionamento colaborativo. Quando mensuramos essa dimensão, estamos na verdade tentando medir o nível de engajamento da sociedade frente a instrumentos que proporcionam o poder e controle de interferência a ela.

É certo, que conforme argumentado no ponto anteriormente, o uso da tecnologia pode gerar a ampliação da participação e colaboração por parte da sociedade civil e dos atores privados (RAMÍREZ-ALUJAS, 2012), desse modo, ao analisar os municípios nessa perspectiva, podemos concluir que o que leva essas capitais a possuírem os valores altos ou baixos no índice é influenciado pela aproximação ou distanciamento do Estado do uso de tecnologias e por sua vez do cidadão. Uma vez que ao construir o instrumento, estamos construindo resultados voltados à perspectiva de atuação do Estado.

4.5 – SÍNTESE DOS RESULTADOS OBTIDOS NAS DIMENSÕES

O IIGAM - Brasil busca mensurar a estruturação de uma nova filosofia por meio de um índice que condensar elementos que influenciam tanto na dinâmica social, quanto no desenvolvimento de uma democracia efetiva. Analisando os avanços e retrocessos no nível de implementação de Governo Aberto municipal, pode-se inferir que entre o ano de 2018 e 2019, o índice que apresentava valor médio de 0,735 cresceu e hoje apresenta resultado de 0,768.

Os dados obtidos nas capitais mostram que as que estavam localizadas no centro baixo do ranking se desenvolveram e apresentam melhores resultados, assim como um significativo progresso no nível de implementação, visto que aumento a quantidade de cidades alocadas nos níveis Alto e Médio-Alto, sendo, portanto, um resultado extremamente satisfatório a missão inicial proposta no trabalho.

A dimensão transparência abarca na sua constituição legislações como a Lei de Responsabilidade Fiscal, Capiberibe e de Acesso à Informação, por isso é muito importante o peso que ela representa no contexto social e dos passos para implementação da filosofia de Governo Aberto. Por meio da comparação desenvolvida no presente estudo, considera-se que para dimensão transparência, quanto a iniciativa ativa, os resultados mostram uma importante alteração, para o primeiro ano têm-se o valor médio de 0,836, e para o segundo a média cai e possui valor médio de 0,804. Houve avanços, como o caso da capital Goiânia, que saiu de 21° (2018), para assumir o posto de 1° (2019). Assim como, retrocessos, no caso de João Pessoa, que saiu de 2° (2018), para 25° (2019).

No que se refere aos eventos da dimensão transparência, temos a retroatividade e tempestividade, classificações que se apoiam na Lei Complementar 131/2009 (Lei Capibaribe) que conforme discorrido, exige a disponibilidade, mas vem trazer também a questão da tempestividade da informação acrescentando a determinação de “a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disponibilizem, em meio eletrônico e tempo real,

informações pormenorizadas sobre sua execução orçamentária e financeira”, têm-se que no ano de 2018, as variáveis analisadas se encontravam em maior quantidade de municípios na classificação Retroativa para as representações transferências e repasses - A25 e despesas- A26, assim como, um maior número em Tempestiva para os elementos licitações e processos -A27 e execução orçamentária- A38. Por sua vez, no ano de 2019, os resultados das variáveis A25 e A26 se cruzaram, sendo a maior parte Retroativa para a primeira variável e tempestiva para a segunda. Nos elementos A27 e A38, os dados se comportaram de forma Tempestiva predominantemente.

Com a postura assumida pelos Entes da gestão pública onde o cidadão passa a ser percebido como parceiro e componente ativo do processo, potencializando dessa forma os relacionamentos institucionais através de uma relação de confiança e de contratos relacionais (Fontes Filho, 2014), a partir da pesquisa percebeu-se que as dimensões participação e colaboração cresceram. A participação que antes assumia o valor médio de 0,675, passou a representar o valor de 0,751. Por sua vez, a colaboração tinha valor médio de 0,700 na dimensão, hoje sustenta o VM de 0,752.

Por fim, ainda para a dimensão Participação, de acordo com a comparação realizada dos dados, o cenário se comportou da seguinte forma para o ano de 2019: uma maior predominância da região Nordeste, que antes apresentava com maior quantitativo no aspecto negativo da dimensão. Para os dados referentes à colaboração, os números derivados do índice aumentaram, chegando a valores acima de 0,85, maior valor no ano de 2018.

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