• Nenhum resultado encontrado

Diferentemente da dimensão anterior, nas demais, não há instrumentos legais que reforcem as ações. A participação no índice IIGAM, é analisada a partir da perspectiva institucional, ou seja, como os entes estudados proporcionam espaços/recursos que possibilitem o desenvolvimento da participação cidadã. No instrumento do estudo, existe uma considerável limitação quando a essa dimensão, uma vez que não possibilita a mensuração do nível da Participação Social no universo aqui retratado, o Governo Aberto.

Diante dos dados de 2018, compararam-se os resultados obtidos com os dados coletados em 2019, e desenvolve-se o panorama dos melhores municípios conforme apresentado a seguir.

Figura 17 - Os 10 melhores municípios para a dimensão Participação - 2018.

Fonte: Dias et al, 2019.

No mapeamento do ano de 2018, os melhores municípios na dimensão possuíam como nível mínimo a implementação de 75% em relação a espaço que proporcionam o desenvolvimento da participação cidadã. Ao trazer à tona o conceito denominado de Estadania, percebe-se a partir desses dados que o Estado está de fato oferecendo os caminhos para uma maior inferência social, e não só isso, como também, apresenta 4 (quatro) capitais que possuem 100% da dimensão atendida. Esse contexto é de suma importância para o fortalecimento da filosofia de Governo Aberto.

Figura 18 - Os 10 melhores municípios para a dimensão Participação - 2019.

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

O cenário retratado no ano de 2019, é ainda mais satisfatório, uma vez que o menor município presente entre os 10 melhores elevou seu valor em 0,03, o que parece pouco, mas demonstra de alguma forma um crescimento nas praticas voltadas a abertura e possibilidade quanto a participação social. Curiosamente, nos dois, a última capital dentre os melhores é a mesma, Recife.

Ao comparar as figuras acima, podemos perceber o mesmo movimento que aconteceu no critério transparência, algumas cidades permaneceram, mas mudaram a posição, como o caso de Vitória, que saiu de 1° colocada para a 5°, perdendo o posto para João Pessoa. E outras, saíram, como o caso de Palmas, Rio de Janeiro e Porto Velho. Assim como, novas cidades entraram na lista de melhores no critério, a saber, Cuiabá, São Paulo e São Luís.

Essa rotatividade pode estar relacionada ao maior engajamento de novas cidades quanta as ações de estadania, assim como, o enfraquecimento do interesse do Estado em proporcionar espaços de participação. Embora a conclusão final só possa ser alçada por meio do aprofundamento na questão, busca-se apoiar no termo respondilidade uma justificativa para o efeito citado, uma vez que as ações avaliadas na dimensão em questão (acesso aos conselhos de políticas públicas, informações acerca do orçamento participação entre outros) não possuem um enfoque punitivo.

Quando analisamos a representatividade das regiões, os gráficos se comportam conforme apresentado a seguir.

Figura 19- Representação por cor das regiões presentes no ranking dos 10 melhores municípios na dimensão participação - 2018.

Fonte: Dias et al, 2019.

A representatividade das regiões na Figura – 19, referente ao ano de 2018, demonstra a predominância das regiões Sudeste, Norte e Nordeste. Observamos a ausência da região Centro-Oeste e fraca presença da região Sul, representada pela capital Porto Alegre, sendo esse o município sempre presente quando a questão é representar a região o qual faz parte. A figura 20, traz a representatividade atual dessas regiões e a quantidade de posições assumidas por municípios.

Figura 20 - Representação por cor das regiões presentes no ranking dos 10 melhores municípios na dimensão participação -

2019.

.

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

O novo ranking gerado em 2019, nos mostra que há um predomínio da região Nordeste, seguido pela região Sudeste (ainda com três cidades) e das regiões Norte, Sul e Centro- Oeste, cada uma com um município no ranking, sendo eles respectivamente: Rio Branco, Porto Alegre e Cuiabá. Nos dados atuais, é possível ver o avanço da região Centro- Oeste, que hoje consegue incluir no ranking um de seus municípios. Assim como, a estagnação da região Sul, que além de ter a mesma quantidade anterior, é também, o mesmo município.

Quando assumimos retratados os piores municípios na dimensão, podemos observar a seguinte conjuntura retratada nas figuras 21 e 22.

Figura 21- Os 10 piores municípios para a dimensão Participação - 2018.

Fonte: Dias et al, 2019.

No ranking a cima, percebe- uma pequena variação de valor do índice entre os municípios, quando comparado a capital anterior. Chama-se atenção que o pior município da dimensão possui um resultado de apenas 15% de implementação das ações de participação. Isso infere em 85% de ações que deixaram de ser desenvolvidas para garantir a participação e inferência social. E para tanto, chama atenção na análise.

FIGURA 22- Os 10 piores municípios para a dimensão Participação - 2019.

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

Ao atentarmos para os municípios que saíram do ranking no período de 2018 -2019 temos as seguintes cidades: Aracaju, São Luís, Teresina, Maceió, Boa vista e Cuiabá. Sendo a última, destaque positivo na dimensão, uma vez que saiu do ranking de piores municípios para se tornar a única representante da sua região no ranking de melhores cidades quanto a instrumentos que proporcionam a participação cidadã e uma posição de estadania, cidadania proporcionada pelo Estado.

Quando visto os municípios que entraram no ranking dos piores, temos: Porto Velho, Palmas, Rio de Janeira, Salvador, Manaus e Fortaleza. Há uma maior predominância das regiões Norte e Nordeste. A saída dos municípios de postos positivos pode achar respaldo na ausência de reforços positivos que reconheça e propague ações isoladas desenvolvidas pelos agentes públicos.

Aponta-se abaixo a representatividade das regiões quando a listagem de piores capitais na questão abordada.

Figura 23 - Representação por cor das regiões presentes no ranking dos 10 piores municípios na dimensão participação - 2018.

Referente às regiões, é possível indagar que no ano de 2018 o quadro geral representava um maior número de municípios da Região Nordeste, sem presença alguma da região Sudeste e um empate em representatividade negativa entre as regiões Norte e Centro- Oeste. Todavia, da participação impacta mais na região Centro-Oeste, visto que a mesma é uma região menor e possui um ⅓ dos seus municípios no ranking.

Figura 24 - Representação por cor das regiões presentes no ranking dos 10 piores municípios na dimensão participação - 2019.

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

Em 2019, o Norte apresenta maior presença, assim como também surge um município do Sudeste, o Rio de Janeiro, e a diminuição pela metade da quantidade de municípios presentes tanto para a região Nordeste quanto para o Centro-Oeste.

Ao assumimos que a participação cidadã legítima a tomada de decisões pública e cria novos espaços para debate, ajuda à proeminência dos atores sociais e melhorar a eficiência do governo, se faz necessário não apenas a geração de rankings, é importante também entender as particularidades, os números apresentados por cada município e discutir sobre como esse contexto infere em outros.

Por exemplo, quem garante que os melhores municípios no ranking são os melhores em nível de engajamento cívico? Esses dados podem possuir total correlação, assim como não. As figuras 25 e 26 representam o comportamento do índice IGAM-Brasil no quadro geral que envolve os anos de 2018 e 2019.

Figura 25- Resultado geral da dimensão Participação por municípios - 2018.

Fonte: Dias et al, 2019.

A figura 25 retrata os dados de 2018, onde se podem observar os dados da participação com queda constante a mudar ao relacionar a posições anteriores.

FIGURA 26 - Resultado geral da dimensão Participação por municípios - 2019.

Ao contrapor as duas figuras a cima sobre os dados gerais das capitais, percebe-se que no ano de 2019, novas cidades conseguiram atingir o índice 100%. Todavia, de modo geral, não houve tanta mudança nessa dimensão, enquanto o primeiro apresenta uma queda mais reta, o segundo trata-se de algo mais curvado. Entretanto, de todo modo, há quedas e resultados extremamente baixos independentes de qual dos dois.

A dimensão foi estruturada a fim de analisa-se os espaços institucionais que possibilitam a participação social, tais quais: audiências públicas, conferências, fóruns entre outros. Acima, buscou-se espanar um pouco sobre a temática e a relacionar com os dados obtidos. A dimensão colaboração, retratada a seguir, possui forte ligação com a transparência, sendo apenas uma linha tênue de que separa as duas. Para tanto, apresenta-se agora os dados da dimensão Colaboração, termo também conhecido como coprodução/coparticipação.

Documentos relacionados