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DIMENSÃO TRANSPARÊNCIA 1 TRANSPARÊNCIA ATIVA

A transparência faz parte dos quatro princípios que constituem a filosofia de Governo Aberto, ela se apresenta nesse contexto como a disponibilidade da informação. A sua relevância é inferida a partir do grau de efetividade dos dispositivos contidos na LAI.Conforme descrito, essa dimensão é a responsável por abarcar os elementos normativos do índice. Será analisada no presente estudo, a partir da classificação desenvolvida por

portanto, ativa, passiva, retroativa e tempestiva. E para tanto, serão avaliados os dados do ano de 2019 e também comparado aos resultados da pesquisa realizada anterior (2018), para que assim, identifiquem-se possíveis avanços e retrocessos, além de atualizar o ranking gerado entre os municípios.

Desse modo, apresenta-se a seguir, os dados dos 10 melhores municípios na dimensão transparência do IIGAM-Brasil no ano de 2018.

Figura 07 - Os 10 melhores municípios para a dimensão transparência - 2018.

Fonte: Dias et al, 2019.

No ano de 2018 apresentava-se um resultado com baixa variância acerca dos 10 municípios primeiro colocados, o nível de transparência entre eles chegava a mais de 90% o que indica um ato cumprimento da Lei de Acesso a Informação, sendo esse um resultado muito satisfatório para a dimensão em questão. A seguir apresenta-se atualização desses dados para o ano de 2019.

Figura 08 - Os 10 melhores municípios para a dimensão transparência - 2019.

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

Para o ano de 2019, o valor do índice para a primeira colocada diminui assim como as médias das outras nove cidades. Esse contexto demonstra um, mesmo que pequeno retrocesso na temática de transparência. Uma vez que as melhores capitais não conseguem obter desempenho maior ou igual ao estudo anterior, pelo contrário, assume um menor aproveitamento na dimensão.

Ao observamos as figuras 07 e 08, identificamos que os valores apresentados pelas capitais nessa dimensão estão posicionados num elevado grau do índice. Apesar de Porto Alegre ser a 10° cidade no ranking de 2018, o valor apresentado por ela é de 0,93, sendo esse um resultado extremamente satisfatório. O mesmo acontece com o município de Campo Grande, o 10° colocado no ranking dos melhores municípios de 2019, apresentando 0,91 na dimensão.

No tocante aos municípios que constitui os primeiros colocados no ranking, percebe-se uma grande mudança entre os atores presente. A começar pelas cidades que saíram das posições que ocupavam como é o caso de João Pessoa. Esse caso em específico é interessante trazer a discussão, pois João Pessoa em 2018 ocupava o segundo lugar quanto a transparência, e possuía ações reconhecidas nacionalmente quanto a temática, no entanto, não só saiu do contexto dos melhores, como agora se posicionar entre os piores, conforme dados apresentados na figura 08 (transparência 2019).

Dentre as capitais que perderam suas posições, temos ainda: Salvador, Maceió, Palmas e Aracaju. E por sua vez, surgem novas cidades como melhores colocadas, sendo essas as

cidades de São Luís, Cuiabá, Fortaleza e Goiânia. A última ocupava a 21° posição entre os municípios estudados e agora acendeu a 1° colocada no ranking geral.

Nesse movimento de transição, percebe-se um forte enfraquecimento da região Nordeste do país, a qual perdeu considerável representatividade entre os melhores municípios. Ao longo da realização da coleta de dados, percebeu-se que as capitais do Nordeste possuíam nas suas interfaces as variáveis requeridas pelo instrumento, embora ao selecionar os elementos eles não funcionassem ou davam em links quebrados.

O resultado obtido por João Pessoa nessa dimensão advém dessa situação, onde havia as opções no Portal da Transparência, mas ao tentar usufruir dos dados não era possível obter sucesso, logo, não existia mecanismos reais de transparência nesse ambiente. Visando diagnosticar a presença das capitais os rankings de melhores e piores cidades na dimensão transparência, desenvolveram-se os gráficos a seguir.

Figura 09 - Representação por cor das regiões presentes no ranking dos 10 melhores municípios na dimensão transparência - 2018.

Fonte: Dias et al, 2019.

Ao analisarmos a representatividade apresentada na figura 9, encontra-se uma maior presença da região Nordeste, onde de dez posições ocupa cinco, equivalendo a 50% das cidades melhores colocadas. Sendo seguida pela região Sudeste, que consegue incluir dois das suas capitais no ranking. É possível perceber também, a presença, mesmo que tímida de

regiões com o Centro-Oeste e o Norte, sendo representadas pelas capitais Campo Grande e Palmas. A figura 10 apresenta os dados atuais desse contexto, e abre espaço para comparação e discussão dos resultados.

Figura 10 - Representação por cor das regiões presentes no ranking dos 10 melhores municípios na dimensão transparência - 2019.

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

Conforme indicado no parágrafo anterior, ao analisarmos a representatividade da região Nordeste em questão de quantidade de municípios presentes na lista dos melhores, temos que o número passou de 5 (cinco) em 2018, a 3 (três) em 2019. Como citado, dentre esses municípios que saíram no ranking, encontra-se João Pessoa, o que acentua a perda do nordeste, visto que era uma cidade com importante relevância.

Para as outras regiões, temos quantidade igual de municípios para a região Sudeste (dois municípios), apesar de serem entes diferentes. Para a região Norte, a presença de um município a mais, assim como, na região Centro-Oeste. A região Sul permanece igual e sendo representada pelo mesmo município, Porto Alegre.

Figura 11 - Os 10 piores municípios para a dimensão transparência - 2018.

Fonte: Dias et al, 2019.

Na figura a cima, retrata-se o cenário dos piores municípios no ranking da transparência para o ano de 2018. É possível inferir a partir desse gráfico que não necessariamente os municípios estão ruins em relação aos seus valores na dimensão, Porto Velho é um exemplo disso, pois apesar de está entre os dez piores, encontra-se com o valor de 0,84 algo satisfatório e classificado no alto índice de transparência. A seguir, retrato do ano de 2019.

Figura 12 - Os 10 piores municípios para a dimensão transparência - 2019.

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

No ano de 2019, as médias sofreram uma queda e ficaram buscando o equilíbrio em torno dos 0,66 – 0,65. Mesmo nesse contexto, os valores identificados são considerados de nível médio-alto, embora saliente-se que o processo é de queda e não de crescimento de um ano para o outro.

Nas figuras 11 e 12, percebemos a aparição do município Salvador, que em 2018 era o 4° entre os 10 primeiros colocados, e em 2019 se encontra como 2° entre os piores. O mesmo aconteceu com as cidades de Macapá, João Pessoa e Palmas. Entretanto, observa-se que municípios como Porto Velho, Manaus, Rio Branco, Goiânia, Fortaleza e Belém não fazem mais parte desse contexto. Desse modo, seis municípios trocaram suas posições ao longo do último ano, o que nos traz uma importante indagação acerca das possibilidades de progresso na temática de Governo Aberto nas capitais do Brasil, apesar dessa dimensão sofrer forte influência normativa.

Assim como para os melhores municípios, desenvolveu-se um mapeamento da representatividade das regiões entre os piores municípios, retratado nas figuras a seguir.

Figura 13 - Representação por cor das regiões presentes no ranking dos 10 piores municípios na dimensão transparência - 2018.

Fonte: Dias et al, 2019.

Nota-se que no ano de 2018, 60% das posições no ranking de piores cidades na dimensão transparência pertencia a região Norte do país. E que, a região Sudeste, não ocupava nenhuma colocação no mesmo ranking. Quando direcionamos a análise sobre o prisma normativo, esse ranking nem mesmo deveria existir, uma vez que a lei institui obrigatoriedade

relatada entre as regiões Norte e Sudeste, pode-se justificar a partir da quantidade de municípios em cada região, assim como, pelo nível de educação e economia.

Figura 14 - Representação por cor das regiões presentes no ranking dos 10 piores municípios na dimensão transparência - 2019.

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

Acerca do ano de 2019, nota-se a troca da Região Norte pela Nordeste, o que torna-se de modo geral um enfraquecimento da temática de Governo Aberto nas regiões mais carentes do pais, onde é necessário que o Estado esteja próximo aos cidadãos ouvindo de fato os seus problemas e estabelecendo meios para a vigilância do seus atos e os gastos acerca dos recursos e repasses federais.

Após um panorama entre as melhores e piores capitais e representatividade das regiões tanto nos melhores quando nos piores, busca-se agora apresentar o copilado dos dados das capitais quanto a dimensão transparência. A seguir, figura 15.

Figura 15 - Resultado geral da dimensão Transparência por municípios - 2018.

Fonte: Dias et al, 2019.

Assim como, os dados atualizados das capitais a partir da pesquisa de 2019. Conforme imagem abaixo.

Figura 16 - Resultado geral da dimensão Transparência por municípios - 2019.

Fonte: dados da pesquisa, 2019.

Por fim, apresentam-se as figuras 15 e 16, que representam os dados gerais dos anos 2018 e 2019 para a dimensão transparência IIGAM-Brasil. Os valores gerados para 2018, variam de 1,01, para o primeiro lugar - Recife, a 0,51 para a capital Boa vista, que ocupava o 26° lugar. Na pesquisa realizada em 2019, os dados obtidos variam de 1, para Goiânia (1° lugar) a 0,2 para Palmas, que antes apresentava o valor de 0,93 no ranking geral.

4.2.2 TRANSPARÊNCIA PASSIVA

A fim de analisar não somente a perspectiva ativa da transparência, mas também a passiva, o presente estudo enviou perguntas as capitais por meio dos sítios eletrônicos, questionando a responsabilidade acerca dos portais de transparência e a sua alimentação. O texto enviado segue em anexo ao presente estudo.

Do universo de 26 cidades, foram enviados com sucesso solicitações a 24 municípios, visto que o processo de envio foi dificultado nas cidades do Natal, São Paulo e Florianópolis. Esse evento ocorreu por motivos como problemas de acesso e/ou dificuldade na realização do cadastro. Infelizmente, neste tópico não é possível realizar uma comparação entre o desempenho dos municípios na perspectiva na relação entre os anos 2018 e 2019, entretanto, torna-se possível identificar o interesse e empenho dos municípios estudados a partir das respostas ou não oferecidos, além da qualidade das mesmas apresentadas ao cidadão.

Por fim, vale salientar que no processo de pesquisa, identificou-se um grande avanço na questão passiva, em muitas cidades é possível encontrar a opção “anônima” no processo de cadastro pré-solicitação. Nesse trabalho, considera-se um avanço e tanto na temática, visto que impacta não só no acesso da informação, quanto nas ações efetivas de transparência pública, difusão do acesso à informação e possibilidades de ações voltadas ao accountability vertical, sendo possível caracterizar essa ação como fruto do accountability objetivo.

4.2.3 TRANSPARÊNCIA RETROATIVA E TEMPESTIVA

De acordo com o apresentado anteriormente, quanto ao seu evento, a transparência pública se apresenta também como tempestiva e retroativa. Na construção do instrumento que direciona a pesquisa dos dados para a geração do índice IIGAM, há variáveis que possibilitam a análise na perspectiva abordada.

Desse modo, identificaram-se as variáveis citadas, sendo elas equivalentes a A25- Repasses ou transferências de recursos, A26- Despesas, A27- Licitações e A38- Execução Orçamentária e Financeira. A partir disso, analisaram-se os resultados obtidos em 2018 e os atuais de 2019, para elaborar o quadro que segue e retrata os números de município por variável e evento em cada ano, síntese apresentados a seguir.

Quadro 04 - Distribuição dos municípios a partir dos resultados da dimensão transparência quanto ao evento.

Classificação

A25 – A26 – A27 – A38 – A25 – A26 – A27 – A38 –

R/TR Despesas Licitaçõe s EOF R/TR Despesa s Licitaçõe s EOF do evento (2018) (2018) (2018) (2018) (2019) (2019) (2019) (2019) Retroativo 23 16 6 8 15 10 7 9 Tempestivo 3 10 20 18 11 16 19 17

Fonte: dado da pesquisa, 2019.

Depois de identificado e mapeado as variáveis passiveis ao tempo, buscou-se trazer a quantidade de cada município, e desse modo apresenta os números quanto à tempestividade e retroatividade da informação disponibilizada.

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