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3 AS DIMENSÕES DO PODER E SUAS CARACTERÍSTICAS INERENTES

3.1. Dimensões do poder

Em seu sentido mais geral, a palavra poder refere-se a capacidade ou a possibilidade de agir, de produzir efeitos, podendo estar relacionada a indivíduos e a grupos humanos como a objetos ou a fenômenos naturais. Sabemos que homem pode agir sobre a natureza e sobre o próprio homem, no entanto é a relação da vida do homem em sociedade que nos interessa nesse estudo, considerando que o homem pode ser tanto o sujeito como o objeto do poder, levando-se em consideração que o poder “é o meio através do qual conflitos de interesses são, afinal, resolvidos. O poder influencia quem consegue o quê, quando e como “ (MORGAN, 2010 , p.163).

Segundo Hardy e Clegg (2001, p.261) “existe de fato, uma multiplicidade de vozes diferentes que falam sobre poder” e o resultado dessa pluralidade de vozes implica numa variedade de conceituações contraditórias, em que duas correntes teóricas se destacam. Uma refere-se a corrente funcionalista, que tem “adotado uma orientação gerencialista, cujas assunções subjacentes raramente estão articuladas, e são menos criticadas” e a corrente crítica que “tem confrontado temas como dominação e exploração”.

No entanto, os referidos autores destacam o poder como “um meio necessário para promover a ação coletiva”. O autor toma como base os estudos do sociólogo alemão Max Weber e do cientista político americano Robert Dahl, ressaltando que o poder “tem sido visto tipicamente como a habilidade de fazer outros fazerem o que você

quer que seja feito, se necessário contra a própria vontade deles, ou fazê-los fazer alguma coisa que eles não fariam em outra situação” (HARDY; CLEGG, 2001, p.261).

Os estudos sobre o poder perpassam áreas diferenciadas das ciências humanas e sociais, tornando-se uma área de estudo desafiadora e com várias ramificações conceituais importantes. A temática relacionada ao poder é alvo de interesse de pesquisadores de várias áreas do conhecimento, considerando que o estudo sobre o poder pode ser investigado como um tema relacionado a eficiência e eficácia das organizações tanto numa perspectiva mais restritiva de participação nas decisões como numa perspectiva mais democrática de gestão.

Várias áreas das ciências sociais têm como foco a preocupação em investigar e compreender o poder, considerando que o poder se revela de várias formas, o que favorece ambiguidades e contradições na sua compreensão. Paz, Martins e Neiva (2004) enfatizam esse entendimento ao tratar o poder como um “fenômeno complexo” e destacam o conceito de poder como:

Difícil de compreendê-lo, consequentemente, difícil explicá-lo e conceituá- lo. Retratado como expressão da natureza humana, como capacidade de realização de desejos e sonhos, como força que leva ao alcance de ideais, como provocador de emoções, e com uma natureza individual e privada, o poder seria força do desejo (p.381).

O poder é, então, tema de estudos nas diversas área do conhecimento, já que conhecer o comportamento humano nas organizações e as consequências das relações de poder entre as pessoas é objeto de investigação de grande importância. Observamos que o ambiente de uma organização vem se adaptando historicamente a novos arranjos organizacionais e conceituais que implicam na análise das relações grupais presentes, sendo essas mudanças identificadas desde o século XVIII, já que desde as grandes estruturas fabris presentes desde a Revolução Industrial até os nossos dias, percebemos que as organizações alteraram as suas configurações gerenciais numa perspectiva relacionada à competitividade.

O poder caracteriza-se como força propulsora de iniciativas no âmbito das organizações, pois considerar a questão do poder relacionando-o ao clima relacional presente no âmbito organizacional é levar em conta a integração e coesão presentes ou não num contexto grupal. Consideramos, assim, o poder um conceito de grande importância na compreensão da gestão organizacional, além de ser uma “ferramenta que permite às organizações funcionarem de modo mais efetivo e produtivo” (PAZ,

MARTINS, NEIVA, 2004, p.382). Nesse sentido, a qualidade das relações existentes no grupo pode favorecer ou não a partilha de decisões e encaminhamentos da gestão da organização, considerando que tanto cabe à gestão socializar o poder nas instituições de uma forma geral, como é também necessário que o coletivo escolar reconheça a importância de sua atuação no contexto da gestão. Queremos reforçar que o poder é uma via de mão dupla, uma construção social.

Vários estudos sobre o poder ressaltam o mesmo relacionando-o com o poder estatal, numa dimensão política, onde podemos distinguir duas linhas distintas de conceituação, em que os precursores foram Maquiavel (1513/1972) e Hobbes (1651/1988). Esses teóricos abordavam o poder do Estado em linhas teóricas diferenciadas, considerando que o trabalho de Maquiavel (1513/1972), em plena época do Renascimento, é considerado como um estudo empírico precursor das estratégias políticas no âmbito do Estado e da sociedade. Paz, Martins e Neiva (2004), referente aos estudos de Maquiavel, apontam que:

O autor propõe que o poder deve ser compreendido como um fenômeno que envolve uma rede capilarizada, envolve um encadeamento de poder. Poder não é algo que se tem, mas algo que se exerce, é efêmero e passa pelas pessoas. Maquiavel também explora a noção de política como uma atividade autônoma de exercício do poder que constrói, sob a imposição da necessidade e do instinto, sua própria ética utilitária e empírica – uma ética que legitima, em certos casos, o recurso ao mal. Além disso, o autor enfatiza o caráter auto-regulador do poder: só o poder limita o poder (p.384).

Em relação aos estudos desenvolvidos por Hobbes (1651/1988) sobre o poder, Paz, Martins e Neiva (2004) nos dizem ainda que:

O autor afirma que há uma inclinação geral de todo ser humano para um perpétuo e incessante desejo de poder cada vez maior, que só cessa com a morte. O poder é definido como o conjunto dos meios que são empregados para obter uma aparente vantagem futura..Na realidade, na visão do autor, o que impulsiona o homem contra o homem é o inesgotável desejo de poder (p.383).

Vale ressaltar que diante desse cenário teórico, uma terceira via teórica transitaria entre as direções apontadas por Maquiavel e Hobbes, seria relacionando o conceito de poder à noção de intencionalidade, considerada uma área teórica promissora, mas com necessidades de argumentações mais aprofundadas. Os estudos, então, sobre o poder no âmbito estatal proporcionaram uma ampliação dos estudos sobre o poder para outras entidades sociais, como as organizações de trabalho,

consideradas como ambientes permeados por relações de poder entre indivíduos e grupos.

Além de identificar o poder como força de desejo, Paz, Martins e Neiva (2004) compreendem ainda o poder, como um conceito geral relacionado com as ideias de segurança, disputa, relação, sobrevivência e política. O poder como segurança seria caracterizado como uma “força que impulsiona o homem a seguir o caminho da vida”; o poder como disputa refere-se a “um fenômeno que provoca tensão permanente e incessante” e que poderia provocar engrandecimento ou corrupção. Já o poder como relação seria o “fenômeno típico de grupos e sociedades, como força nascida da consciência social”; o poder como sobrevivência caracteriza-se como a “única forma de inviabilizar a entropia da espécie humana, qualquer que seja o nível de complexidade da vida social” e o poder como política seria o “fenômeno mobilizador das instituições sociais e como força diretora da sociedade” (p.381).

No entanto, mesmo considerando que as discussões sobre o poder apresentam uma complexidade conceitual, uma questão precisa ser destacada a qual restringe a investigação da questão do poder no ambiente das organizações, referindo-se a visão negativa do poder. Nesse entendimento o poder estimula um estado de tensão permanente, onde a visão negativa do poder é aplicada às relações de produção. Paz, Martins e Neiva (op.cit.) destacam essa questão:

O poder é então visto como manutenção e reprodução das relações econômicas que constituem relações desiguais de exploração do trabalho pelo capital. Assim, o poder é concebido como coerção, repressão, manipulação, dominação, muitas vezes utilizando um discurso que legitima práticas sociais eivadas de crueldade, por vezes disfarçadas e sutis (p.381)

O poder, então, numa perspectiva de subordinação entre grupos dominantes e subordinados implica na existência de relações de dominação, submissão e dependência, em que o poder acaba sendo usado para intimidar e coagir os indivíduos, o que revela um “caráter desestruturante e perverso” do poder. Friedberg (1995) ressalta em relação a essa questão que “o poder tem uma má imagem nas nossas sociedades. Envolve-o um tabu mais forte que o tabu sexual” (p.258).

Em contraposição, é interessante enfatizar o caráter construtivo do poder, o que contempla o “movimento de libertação dos subordinados”. Esse movimento em que o poder se caracteriza como algo negativo ou construtivo é um indicador da relatividade do poder, pois “o poder é relativo também porque nas organizações os indivíduos têm

algum poder, alguma capacidade de influenciar”. O poder, nessa perspectiva de compreensão, nunca é unilateral, já que o importante é considerar que “o poder como fenômeno não pode ser considerado negativo ou positivo, negativos ou positivos são os fins para os quais é utilizado” (PAZ, MARTINS e NEIVA, op.cit, p.382).

Nesse sentido, é importante considerar o poder como uma rede produtiva que permeia o corpo social e não necessariamente uma relação de poder aprisionaria, já que há sempre uma possibilidade de haver resistências no sentido de que “o poder não é dado, nem trocado, é exercido”.

Para considerar as relações existentes entre as pessoas e grupos, não podemos deixar de considerar a existência do poder social, como “a capacidade potencial do indivíduo de influenciar uma ou mais pessoas para agir em determinada direção ou para mudar a direção da ação”, sendo assim uma forma de exercício de influência interpessoal (AGUIAR, 2005, p.388). Bernoux (1995) contribui com essa questão ao conceituar o poder como “a capacidade de certos indivíduos ou grupos agir sobre outros indivíduos ou grupos”, o qual destaca o “caráter relacional do poder” (p.152).

Aguiar (op. cit.) destaca, ainda, que alguns autores na área de psicologia (Lewin, Lasswel e Kaplan, 1950; Dahl, 1955; Cartwriglt, 1965; French e Raven, 1959) desenvolveram estudos visando identificar as fontes ou bases do poder social, os quais consideram cinco itens fundamentais: o poder de recompensa, o poder de coação, o poder legítimo, o poder de referência e o poder de especialista. Assim, cada base de poder relacionado exerce influência por quem está na liderança e por quem está subordinado, o que nos conduz a considerar que podemos encontrar reflexos das fontes de poder nos processos de gestão dos IF’s.

O poder de recompensa refere-se a capacidade de simplesmente recompensar por algo realizado, é um artifício de reconhecimento do poder; o poder de coação é a capacidade de aplicar punições; o poder legítimo refere-se aos valores internalizados, presentes nos valores culturais, na hierarquia da autoridade, enfim na autoridade legítima formalizada; o poder de referência é identificado no desejo do outro ser semelhante ou igual ao outro e o poder de especialista tem como fundamento os conhecimentos do indivíduo e no reconhecimento desses conhecimentos pelos outros indivíduos.

Paro (2010) nos alerta que “o termo poder possui os mais diferenciados usos” e que o mesmo pode ser analisado sob duas perspectivas: “o poder como a capacidade de

agir sobre as coisas e o poder como capacidade de determinar o comportamento de outros” (p.33). Nesse sentido, o poder está relacionado diretamente com os indivíduos e o uso que os mesmos fazem do poder, o que implica nas relações sociais estabelecidas e com o meio em que vivemos. Em termos sociológicos, a separação entre as duas perspectivas do poder citadas anteriormente só pode ser efetuada por “abstração”, já que há uma relação direta entre o homem e natureza implícita na própria condição humana de pluralidade.

Aguiar (2005) corrobora nessa questão ao nos dizer que “o poder é resultante de um intercâmbio de forças socioeconômicas e políticas” (p.113) e nesse sentido podemos considerar que na sociedade capitalista as relações sociais são permeadas pela própria divisão social do trabalho e que a relação do poder como “agir sobre coisas” e “determinar o comportamento de outros” ocorre num contexto chamado “fetichismo da mercadoria”, em que as relações de produção se materializam nas mercadorias, conferindo-as uma forma social. Nesse processo de materialização determinadas coisas acabam adquirindo “o poder de estabelecer relações entre as pessoas”, o que encontra ressonância na personificação das coisas.

É preciso dar destaque, também, à dimensão mais individual do poder, sendo identificada como o “poder-fazer” dos indivíduos. Mas, esse “poder-fazer” não exclui no seu agir numa dimensão do poder social, considerando que:

Nosso fazer é sempre parte do fluxo social de fazer, mesmo quando aparece como um ato individual. Nossa capacidade de fazer é sempre um entrelaçamento de nossa atividade com a atividade anterior ou atual de outros. Nossa capacidade de fazer sempre é resultado do fazer dos outros. O poder-fazer, portanto, nunca é individual: sempre é social (HOLLOWAY, 2003, p.48).

Podemos considerar que o poder como “capacidade de determinar o comportamento de outros” e “capacidade de agir” são dimensões do mesmo poder, que seria o poder social, pois estão implícita e explicitamente relacionadas com a relação social considerando que “não existe poder, se não existe, ao lado do indivíduo ou grupo que o exerce, outro indivíduo ou grupo que é induzido a comportar-se tal como aquele deseja” (BOBBIO,1991, p 89).

Conforme Paro (2010), podemos ainda destacar a existência de estados do poder, diferenciando o “poder atual” e o “poder potencial”. O poder atual seria “o poder em ato”, ou seja, o poder exercido efetivamente, já que no “poder em ato quem detêm o poder produz a mudança do comportamento do outro, a partir da vontade do primeiro”.

Se não houve a mudança pretendida considera-se que houve o “malogro na efetivação do poder”. Já o poder potencial refere-se a possibilidade do exercício do poder, o que pressupõe que o poder atual considera a existência do poder potencial, admitindo que antes de haver o exercício do poder é necessário que aconteça a possibilidade desse exercício.

Paro (op.cit.p.37) nos informa, ainda, que essa questão do poder atual e poder potencial na literatura específica apresenta um teor de não pacificidade ao relacionar as considerações de Max Weber e Michael Foulcaut na discussão sobre o poder:

Max Weber, por exemplo, ao dizer que “poder significa a probabilidade de impor a própria vontade, dentro de uma relação social, mesmo contra toda resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade (WEBER, 1973; 43), está salientando o caráter potencial do poder, enquanto Michael Foucault pretende enfatizar sua efetivação concreta quando afirma que “o poder não se dá, não se troca nem se retoma, mas se exerce, só existe ação” (FOULCAUT, 2003;175).

Vale destacar nessa discussão que a ocorrência do poder potencial implica nos conceitos de poder estabilizado e poder institucionalizado. O poder estabilizado diz respeito a relação em que o poder é exercido de uma forma contínua, em que os comportamentos desejados são executados continuamente a partir do exercício do poder entre dois polos, um dominante e outro dominado. Já o poder institucionalizado amplia o domínio do poder estabilizado, através da articulação da pluralidade de funções num contexto definido e coordenado entre si. Como exemplos do poder institucionalizado temos os partidos políticos, o exército, a administração pública, o governo, etc.

Não podemos deixar de destacar o conceito de autoridade presente tanto no poder estabilizado como no poder institucionalizado, já que o termo autoridade é geralmente compreendido como poder, no entanto é preciso que se compreenda que a autoridade é uma espécie de poder, um poder estável, um poder legitimado, mas com características bem definidas e que está presente praticamente nas relações de poder mais duráveis e importantes. Segundo Aguiar (2005, p.389) “o diretor, o chefe, o coordenador, o supervisor tem autoridade e por isso têm poder social”.

Também vale destacar que, segundo Bernoux (1995) o superior obtém aquilo que deseja não simplesmente pelo fato de ser superior, mas o mesmo “deve preparar o terreno, manobrar, ter um comportamento estratégico para conseguir isso. A sua posição hierárquica não chega” (p.155), ou seja, não basta a condição de superioridade, mas é necessário fortalecer esta condição com determinada forma de agir. Nesse sentido, alguns recursos do poder são utilizados pelos superiores para se conseguir o que se

almeja, são os recursos do constrangimento e a legitimidade. O recurso do constrangimento é utilizado quando o superior utiliza situações que envolvem o constrangimento físico, material, administrativo, etc., sendo essa situação desenhada numa organização “em que o superior utiliza a força para obter obediência”, força esta que pode ser moral, não necessariamente física ou material. No que se refere à legitimidade, como outra forma de constrangimento, entende-se que diz respeito a “capacidade de o detentor do poder em fazer aceitar as decisões” (p.155-156), localiza- se então do lado do dominado como uma adesão à situação organizacional vigente.

É importante destacar que “tanto o exercício do poder quanto sua estabilização e sua institucionalização dependem em boa medida do julgamento que dele fazem as pessoas e grupos subordinados ao poder” (PARO, 2010, p.38), o que caracteriza a existência de imagens sociais do poder, que são as percepções ou imagens que um indivíduo ou grupo tem da distribuição do poder no âmbito social. O fato é que, se os indivíduos numa organização pretendem ter sucesso nas suas tarefas, vão ser levados, querendo ou não, gostando ou não, a influenciar os outros nas suas condutas, ou seja, “a exercer o poder uns com os outros” (FRIEDBERG, 1995, p.260).

O poder, também, pode ser exercido através de três formas: a coerção, a manipulação e a persuasão. A coerção caracteriza-se como uma forma de poder em que “há claramente um conflito de interesses entre quem detém o poder e quem é objeto dele”; a manipulação se manifesta nas relações de conflito, onde “aquele que exerce o poder provoca o comportamento do outro, ocultando ou camuflando seu verdadeiro interesse” e a persuasão pressupõe “a completa ausência de conflito na relação de poder” (PARO, 2010, p.41-42). Dessas três formas, a persuasão permite o diálogo como condição do exercício do sujeito.

Mas existe outra forma de poder que não deve ser identificada com a persuasão, a qual diz respeito à manipulação, como “uma forma de exercício do poder em que uma pessoa ou grupo provoca o comportamento desejado em outra pessoa ou grupo, escondendo, camuflando ou não apresentando explicitamente o interesse que tem por esse comportamento” (p.43), o que pode ser caracterizada em última instância como uma “persuasão oculta” ou “persuasão ilusória”, portanto, uma forma de manipulação e consequentemente uma forma de dominação.

Numa relação grupal é preciso a compreensão da influência social, levando-se em conta que os integrantes dos grupos tendem a se ajustar entre si num processo de

influência mútua para se atingir determinado fim. Essa influência social repercute num jogo de papéis entre as pessoas, pois “uma pessoa poderá ter influência sobre outra se algum comportamento dela gera uma mudança no comportamento da outra” (ALBUQUERQUE e PUENTE-PALACIOS, 2004, p.362). Assim, existirá sempre uma dinâmica própria do poder numa relação entre a mudança pretendida e a resistência a essa mudança.