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Dinamiza a resposta em situações de emergência, exceção e catástrofe, da conceção à ação

Para fazer face às alterações que a lei de bases do sistema educativo introduziu em Por tugal, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior publicou o decreto-lei 74/2006 que

4.3. Competências Específicas Do Enfermeiro Especialista Em Enfermagem Médico Cirúrgica Na Área Enfermagem À Pessoa Em Situação Critica

4.3.2. Dinamiza a resposta em situações de emergência, exceção e catástrofe, da conceção à ação

Está patente no regulamento do EEEMCPSC, que os cuidados à PSC podem ter origem numa situação de emergência, exceção e/ou catástrofe. Importa então perceber o que é considerado cada qual das situações.

Assim sendo, segundo definições da OE, uma situação de emergência deriva de uma “agressão sofrida por um indivíduo por parte de um qualquer fator, que lhe causa a perda de saúde, de forma brusca e violenta, afetando ou ameaçando a integridade de um ou mais órgãos vitais, colocando a vítima em risco de vida” e levando a uma necessidade de assistência imediata (OE, p 19362, 2018).

Já uma situação de exceção deriva sobretudo do “desequilíbrio entre as necessidades e os recursos disponíveis que vai exigir a atuação, coordenação e gestão criteriosa dos recursos humanos e técnicos disponíveis” e que envolve na sua maioria, a participação e colaboração de diversas entidades na sua resolução (OE, p 19362, 2018).

Por outro lado, o conceito de catástrofe encontra-se definido pela lei de bases da proteção civil (Lei n.º 27/2006), como o “acidente grave ou a série de acidentes graves suscetíveis de provocarem elevados prejuízos materiais e, eventualmente, vítimas, afetando intensamente as condições de vida e o tecido socioeconómico em áreas ou na totalidade do território nacional”. A este propósito, define-se acidente grave como: “um acontecimento inusitado com efeitos relativamente limitados no tempo e no espaço, susceptível de atingir as pessoas e outros seres vivos, os bens ou o ambiente” (Assembleia da República, p1, 2006).

O Plano Nacional de Emergência de Proteção Civil é um instrumento que serve de base para a atuação da proteção civil em caso de emergência ou catástrofe em Portugal Continental, neste documento estão definidas as orientações relativamente ao modo de atuação dos vários organismos, serviços e estruturas em operações de proteção civil de forma a diminuir os efeitos de um acidente grave ou catástrofe nas pessoas, na economia, no património e no ambiente. De acordo com a extensão territorial os planos de emergência de proteção civil são classificados de Nacionais; Regionais; Distritais e Municipais (Comissão Nacional de Proteção Civil, 2019).

A cidade onde desenvolvemos a nossa prática clinica é uma das mais belas cidades do país e assim é reconhecida nacional e internacionalmente. Há no entanto uma ambiguidade neste consenso como possuidora das maiores belezas nacionais, aquilo que a torna a mais bela, também a torna como uma das mais perigosas e com maior índice de risco perante situações de emergência, exceção e/ou catástrofe. A sua diversidade de serra, praia, cidade e indústria está na origem das suas potencialidades turísticas da mesma forma que na fonte dos seus problemas. No plano Municipal de emergência e proteção civil do ano de 2014, faz-se uma análise dos riscos e listam-se aqueles que nesta região se consideram riscos

elevados. Concluem os técnicos e autores que, apesar de esta cidade não apresentar nenhum risco primário ou critico que requeira atenção imediata, existem cinco riscos identificados como risco elevado dado a sua alta probabilidade de ocorrer ou provocar danos físicos ou estruturais. A saber: Incêndio no Parque Natural; Sismo; Inundação; Tsunami; e Acidentes em estabelecimentos industriais envolvendo matérias perigosas (Proteção Civil, 2014).

A propósito do último risco identificado e já no decorrer do estágio, ocorreu no dia 18 de Novembro, o exercício “Interop Mitrex 2018 SafSec” que consistiu na simulação de um acidente grave, baseado “no descarrilamento ferroviário, de origem desconhecida, de um vagão cisterna, seguido de derrame e dispersão de uma nuvem de vapor de amoníaco que afetou tanto a zona industrial como a área habitacional” (Município, 2019). Organizado pela autarquia e enquadrado na necessidade de revisão do Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil da cidade, este simulacro envolveu milhares de pessoas e teve como objetivo testar a capacidade interoperacional na resposta a uma situação de emergência. O simulacro de elevado grau de complexidade de socorro e de coordenação dos agentes de Proteção Civil do concelho envolveu mais de cinco mil trabalhadores da península industrial, bem como várias centenas de figurantes em situações simuladas que implicaram a retirada para pontos seguros e para tratamento no hospital.

A fazer um turno extra com o intuito de participar no referido simulacro, tivemos oportunidade de estar presente, observar e interagir na participação do SUG no atendimento às vítimas. Representando uma oportunidade isolada na nossa formação, consideramos a participação neste simulacro como constituinte de uma oportunidade única no desenvolvimento das competências da prática especializada, e desta competência específica em concreto. Com a realização deste simulacro, pudemos compreender como a instituição se organiza em caso de situação de emergência e catástrofe nomeadamente como se faz a articulação entre as diferentes entidades e serviços, bem como a importância cada vez mais relevante de apostar nas políticas de segurança que diminuem o risco. Como tal afirmamos que a participação ativa neste simulacro nos permitiu desenvolver e aplicar os conhecimentos adquiridos em contexto real, enquanto profissionais de saúde, planeando a resposta perante pessoas em situação de emergência multi-vítima ou catástrofe e mobilizando na prática clínica os aportes adquiridos ao longo das diferentes unidades curriculares da teoria, nomeadamente do ramo especifico como seja as EMC2, EMC3 e EMC4, bem como os resultados do conhecimento adquirido através da pesquisa bibliográfica elaborada sobre o assunto.

Em situação de prestação de cuidados real, houve também diversas situações multi-vítima na sala de reanimação havendo até situações em que a gestão de prioridades se revelou essencial. Recordamos uma situação em particular por todo o envolvimento ocorrido. Nessa altura, foi necessário cuidar de um

utente urgente e durante a sua prestação de cuidados, tornou-se mandatório a minimização dos mesmos por ter surgido um utente com maiores necessidades, um utente com necessidade de cuidados emergentes que nos obrigou a reavaliar as prioridades, alterar o plano de cuidados e redirecionar o foco, para que desta forma, fosse garantido o bem-estar dos dois utentes, numa gestão de recursos físicos, humanos e materiais existentes bem como as prioridades que se impunham e a manutenção de um ambiente seguro e da qualidade dos cuidados. Considero por tudo o exposto, ter conseguido, no decorrer da prática clínica, intervir adequadamente dando respostas adequadas e em tempo útil às necessidades exigidas.

4.3.3. Maximiza a intervenção na prevenção e controlo da infeção e de resistência a