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27 SUMÁRIO

4.4.3 Diretoria de Comunicação Social 201 1 Fontes de Informação

4.4.3.2 Canais de Informação... 207 4.4.3.3 Tratamento da Informação... 211 4.4.3.4 Necessidades de Informação... 215 4.4.3.5 Barreiras de acesso à informação... 220 4.4.3.6 Percepção sobre as TIC disponíveis... 226 4.4.4 Considerações gerais sobre o fluxo de

informação... 232 5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES... 244 5.1 CONCLUSÕES... 244 5.2 RECOMENDAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS... 252 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 253 APÊNDICES... 268 ANEXOS... 303

1 INTRODUÇÃO

O permanente e acelerado avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) têm modificado significativamente o modo de processar e gerenciar a informação nas organizações das mais variadas naturezas. Se por um lado o emprego de recursos tecnológicos de informação e comunicação configura-se como uma fonte de inovação e competitividade para as empresas privadas, na administração pública o avanço das TIC nas diferentes etapas do fluxo informacional pode significar uma gestão mais eficiente, eficaz, transparente e participativa.

A adoção das TIC pelas instituições parlamentares com vistas a melhorar seus processos e a prestação de serviços, o que inclui a gestão informacional, segue a tendência do conceito de governo eletrônico (e-gov) adotada no âmbito do Poder Executivo. Um dos principais espaços de discussão sobre o uso das TIC no Parlamento é a Conferência Mundial de Parlamento Eletrônico, realizado anualmente pelas Nações Unidas, Centro Mundial de Tecnologia da Informação e Comunicação no Parlamento, Parlamento Europeu e União Interparlamentar.

Estas organizações empregam o termo “e-parlamento” ou “parlamento eletrônico” para se referir a “uma organização em que as partes interessadas usam a tecnologia da informação e comunicação para promover com mais eficácia suas principais funções de representação, legislação e fiscalização”1 (WORLD E-PARLIAMENT CONFERENCE 2008, 2008a, p.3, tradução nossa). No entanto, pesquisadores como Frick (2005) mostram- se preocupados pelo fato das instituições legislativas ainda não terem se apropriado suficientemente do que as TIC oferecem em termos de possibilidade.

A pesquisa mais recente realizada pelos organizadores da Conferência Mundial de Parlamento Eletrônico e disponibilizada em seu site2, em forma de relatório, foi realizada em 2007, com 105 instituições parlamentares de 89 países. Ela demonstra que naquele período muitos parlamentos aproveitaram os avanços

1 Texto original em espanhol: “una organización en la que las partes interesadas utilizan las tecnologías de la información y la comunicación para promover com más eficacia sus principales funciones de representación, legislación y supervisión” (WORLD E-PARLIAMENT CONFERENCE 2008, 2008a, p.3)

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das TIC no apoio às funções legislativas e na modernização institucional. Isso inclui o apoio ao processo de decisão política; a melhoria das operações internas; a inserção política do parlamento à sociedade da informação e sua integração aos demais parlamentos; e a mudança na forma de interação com o mundo exterior, ou seja, o cidadão.

No entanto, nessa mesma pesquisa alerta-se que a maior parte dos parlamentos ainda não tinha um plano estratégico, uma adequada infra-estrutura de TIC, ferramentas básicas para os membros e funcionários, sistemas de gerenciamento de registros e pessoal treinado para operar esses recursos. Segundo o relatório da pesquisa, 40% dos parlamentos ainda não possuíam uma visão global e estratégica sobre a implantação das TIC, a qual leve em consideração a demanda por transparência e abertura; o imperativo do acesso universal; o apelo à responsabilidade; o desafio do diálogo on-line; a importância crítica da segurança e do respeito pela vida privada; o apoio ao trabalho do parlamento; e a participação na sociedade global da informação (UNITED NATIONS et al., 2008c, p. 16-18).

Das 105 instituições parlamentares pesquisadas, pelo menos um terço não fez qualquer ação de planejamento sobre uso das TIC; o orçamento para aplicação das instituições em TIC era de apenas entre 2% e 6%; embora mais de 90% dos parlamentos possuíam site, mais da metade dos sites não ofereciam motores de busca de leis e documentos aprovados; o e-mail continuava sendo o principal meio de interação com o público; e o percentual de parlamentos que não tinham disponíveis os recursos adequados em TIC chegava a 30%. Segundo o relatório, a maioria dos parlamentos havia introduzido importantes ferramentas baseadas nas TIC, mas limitava-se à prestação de serviços básicos e não dava conta dos objetivos mais importantes do legislativo que é a transparência, acessibilidade, responsabilidade e eficácia (UNITED NATIONS et al., 2008c, 154).

Apenas 10% dos parlamentos estudados adotavam as TIC de modo a aplicá-las em uma ampla gama de áreas, como em sistemas para a gestão de seus documentos, utilização de padrões abertos de documentos, sites que apresentam as mais atuais atividades do parlamento, diversidade de canais de comunicação, ampla variedade de fontes de informação e uma política para assegurar um corpo legislativo mais informado, links

para documentos relevantes e informações, laptops para parlamentares, e métodos que estimulam a participação dos cidadãos nas discussões. Embora apontasse que a maioria dos Parlamentos tem planos para melhorar o uso da tecnologia, a pesquisa indicou de maneira enfática que ainda “existe uma diferença significativa entre o que é possível graças às TIC e o que tem sido realizado efetivamente pelos parlamentos”3 (UNITED NATIONS et al., 2008c, p. viii, tradução nossa).

A fim de melhor compreender este cenário no âmbito da administração pública, especialmente do Poder Legislativo catarinense, esta dissertação fundamenta-se nos conceitos e métodos da Ciência da Informação para analisar o fluxo de informação no ambiente interno da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, com foco nas TIC utilizadas para a mediação informacional. A pesquisa é qualitativa e descritiva, tendo como base um modelo de fluxo de informação adaptado metodologicamente para a temática dessa dissertação. Já a análise dos dados é feita conforme a análise categorial proposta por Bardin (2004), em que o texto é dividido em unidades ou categorias conforme reagrupamentos analógicos, neste caso seguindo os critérios estabelecidos pelas variáveis com vistas a atender aos objetivos da pesquisa.