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27 SUMÁRIO

CANAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

2.4.3 Parlamento em Santa Catarina: a Assembléia Legislativa

A Assembléia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) foi criada por lei em 12 de agosto de 1834 junto das demais Assembléias Legislativas Provinciais, previstas na Constituição de 1824, mas foi instalada em 1º de março de 1835. Iniciou seus trabalhos com apenas 20 legisladores, ampliando para 22 no ano de 1881. Os deputados eram eleitos em dois turnos para um mandato de dois anos (CABRAL, s.d.). A Assembléia Legislativa Provincial prosseguiu até sua 27ª legislatura, em 1889, quando foi extinguida pela Junta Governista devido à proclamação da República, sendo retomada dois anos após a queda da monarquia (SILVA, 2007). Já no período republicano, após a Constituição Federal de 1891, seria promulgada a primeira Constituição do Estado de Santa Catarina, em 11 de junho do mesmo ano, a qual definiu as atribuições do Legislativo, do Executivo e do Judiciário estadual tendo como embasamento a Constituição Federal (CABRAL, s.d.; STOETERAU, 2000).

Neste período a Assembléia Legislativa Provincial passou a ser denominada de Congresso Representativo do Estado, funcionando ordinariamente em sua primeira legislatura de três anos, sendo que o número de deputados era fixado na proporção

de um por 15 mil habitantes, não podendo ser inferior a 22 e superior a 40. Um ano depois, viria uma nova Constituinte, a de 1892, que voltou a denominar o poder legislativo estadual de Assembléia Legislativa e ampliou o número de deputados de 22 para 24. Mas, em 1895, seria promulgada uma nova Constituição Estadual retornando a denominação de Congresso Representativo do Estado, a qual vigoraria até 1910, ano de promulgação de uma nova constituinte. Uma nova Carta seria criada também em 1928, ampliando oito cadeiras de deputados. Depois de um recesso de cinco anos, em função da revolução de 1930, uma nova Constituição seria criada em 1934. Ela estabeleceu um mandato de quatro anos, sendo 30 representantes do povo e mais três representantes de classe.

Depois de 10 anos de recesso após o golpe de 1937 e a criação do chamado Estado Novo, na Constituição de 1937, em 1947 Santa Catarina ganharia uma nova Constituição Estadual, a qual estabelecia o número de deputados eleitos na razão de um por 50 mil habitantes, não podendo o número ser inferior a 37 e sem representações de classe. Logo após veio a Constituição de 1967 e a emenda constitucional de 1970, que adaptou-se à Constituição Federal promulgada em 1969. Ela estabelecia que o Poder Legislativo Estadual seria exercido pela Assembléia Legislativa, composta de deputados eleitos pelo voto secreto e direto juntamente com a escolha do governador, vice-governador e os representantes de Câmara dos Deputados. Os deputados estaduais seriam eleitos para um mandato de quatro anos, mas seriam reduzidos de 45 para 37, em função dos critérios estabelecidos proporcionalmente ao número de deputados federais eleitos pelo Estado (CABRAL, s.d; STOETERAU, 2000). Mas mudanças significativas ocorreriam com a Constituição de 1988, que deu origem à atual Constituição do Estado de Santa Catarina.

Sediada na capital do Estado, Florianópolis, atualmente a Assembléia Legislativa está em sua 16ª legislatura, cuja duração é de quatro anos. Sua reunião ocorre anualmente, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. É constituída por 40 deputados estaduais eleitos pelo voto direto e secreto do povo para um mandato de quatro anos, os quais representam uma população de quase seis milhões de habitantes, distribuídos em 293 municípios (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE), 2007).

Os deputados estaduais são eleitos simultaneamente com o governador, vice-governador, senador e deputado federal, sendo que o número de eleitos corresponde ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados (16) e, atingindo o número de 36, é acrescido de tantos quantos forem os deputados federais acima de 12 (SANTA CATARINA, 2009). Atualmente os 40 deputados estaduais estão distribuídos em nove bancadas partidárias: PMDB (12), PP (6), PT (6), PSDB (6), DEM (5), PDT (2), PPS (1), PTB (1) e PRB (1) (SANTA CATARINA, 2010).

O Poder Legislativo Estadual tem autonomia administrativa e financeira e elabora sua própria proposta orçamentária de acordo com os limites da lei de diretrizes orçamentárias. Entre as atribuições da Assembléia Legislativa está a de legislar sobre matérias de interesse do Estado de Santa Catarina, por meio da elaboração de proposta de emenda à Constituição Federal, emendas à Constituição Estadual, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções (SANTA CATARINA, 2009). De acordo com o Regimento Interno da instituição, ainda integram o processo legislativo as moções, indicações, pedidos de informação e requerimentos (SANTA CATARINA, 2009). Também é de responsabilidade da Assembléia Legislativa exercer,

A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial do Estado e dos órgãos e entidades da administração pública, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, podendo contar com o auxílio do Tribunal de Contas do Estado (SANTA CATARINA, 2009, p.17- 19).

A direção dos trabalhos legislativos e administrativos é de responsabilidade da Mesa da Assembléia – órgão colegiado composto pelo Presidente, 1º Vice-Presidente, 2º Vice- Presidente, 1º Secretário, 2º Secretário, 3º Secretário e 4º Secretário. A Mesa é eleita pelos demais deputados para um mandato de dois anos.

Além disso, o Parlamento catarinense possui 14 comissões permanentes, que têm como finalidade

Apreciar os assuntos ou proposições submetidas ao seu exame e sobre eles deliberar, assim como exercer o acompanhamento dos planos e programas governamentais e a fiscalização orçamentária do Estado no âmbito dos respectivos campos temáticos e áreas de atividade (SANTA CATARINA, 2009, p. 20). São elas: Comissão de Constituição e Justiça; Comissão de Finanças e Tributação; Comissão de Segurança Pública; Comissão de Agricultura e Política Rural; Comissão de Direitos e Garantias Fundamentais, de Amparo à Família e à Mulher; Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano; Comissão de Educação, Cultura e Desporto; Comissão de Saúde; Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público; Comissão de Economia, Ciência Tecnologia, Minas e Energia; Comissão de Relacionamento Institucional, Comunicação, Relações Internacionais e do Mercosul; Comissão de Turismo e Meio Ambiente; Comissão de Pesca e Aqüicultura; e Comissão de Legislação Participativa (SANTA CATARINA, 2009, p. 21-22).

De acordo com o planejamento estratégico da Assembléia Legislativa 2009-2012, a missão da instituição é “representar a sociedade catarinense, promovendo o estado democrático de direito” (SANTA CATARINA, 2008, p. 18). A representação da sociedade, neste caso, significa traduzir em ações os anseios da sociedade, fiscalizar os atos da administração pública estadual e legislar para assegurar o bem-estar social; enquanto a promoção do estado democrático de direito envolve o desenvolvimento de ações voltadas para o fortalecimento das instituições e a defesa, manutenção e aprimoramento do conjunto de normas jurídicas dos Estado com vistas à promoção da democracia (SANTA CATARINA, 2008). Baseada nos valores da ética, honestidade, igualdade, liberdade de expressão, respeito e transparência, a visão da Assembléia Legislativa é buscar “ser referencial de excelência na representação da sociedade” (SANTA CATARINA, 2008, p. 20), por meio de objetivos em quatro áreas: a) Sociedade: aumentar a satisfação e o reconhecimento; promover

condições para um parlamento ágil; e produzir legislação consoante aos anseios da sociedade; b) Processos internos: fortalecer o relacionamento interno; garantir qualidade nos processos; e melhorar a efetividade dos processos; c) Aprendizado e crescimento: aumentar a satisfação das pessoas; desenvolver competências; adequar e aprimorar a infra-estrutura física, logística e tecnológica; d) Finanças: manter o equilíbrio orçamentário e financeiro; e otimizar a aplicação dos recursos.