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DIRETRIZES PARA PLANOS DE EMERGÊNCIA

No documento Apostila de Gerenciamento de Risco (páginas 173-179)

Após os grandes acidentes relacionados na tabela 14, entre outros foram tomadas medidas nos principais países no intuito de se produzir legislação específica para planos de emergência. As normas mais conhecidas e freqüentemente usadas como referência em diversos trabalhos são: as normas européias; as americanas (OSHA – Occupational Safety and Health Administration e AIChE – American Istitute of Chemical Engineers); as das Nações Unidas (APELL – Awareness and Preparedness for Emergencies at local level); as da OIT – Organização Internacional do Trabalho. No

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Brasil, a CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Básico) implantou em 1988 o “Programa de Prevenção e Gerenciamento de Riscos”.

Dentre todas essas diretrizes, considero as da AIChE as mais completas e abrangentes, apesar de serem desenvolvidas para acidentes em indústrias e plantas químicas.

De acordo com o AIChE em sua publicação “Guidelines for Technical Management of Chemical Process Safety” a prevenção consiste na primeira fase de um planejamento de emergência, o que retoma a nossa posição prevencionista na segurança do trabalho.

O Planejamento de Emergência é estrutura em quatro fases (prevenção, preparação, resposta e recuperação) que atuam de forma cíclica e contínua, conforme indicado na Figura 36.

Figuras 36 – Fases do Planejamento de Emergência

a) Fase de Prevenção: visa: diminuir a probabilidade de

acidentes através do reconhecimento dos perigos, identificação das causas e conseqüências, da elaboração de instalações seguras, e modificações em projetos; ou atenuar seus efeitos em ações de mitigação através da redução, desvio ou interrupção da liberação do agente nocivo (Figura 37).

b) Fase de Preparação: fase de identificação de acidentes em

potenciais (estudo de cenários, análise de perigo e avaliação de riscos), com elaboração de estratégias de resposta consolidadas no Plano de Emergência e implementada através de programas e treinamentos (Figura 38).

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Figuras 37 – Fases do Planejamento de Emergência – Prevenção e Mitigação

Figuras 38 – Fases do Planejamento de Emergência – Preparação

Figuras 39 – Fases do Planejamento de Emergência – Preparação – Plano de Ação Emergencial

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A definição da estratégia de resposta envolve a análise da disponibilidade de recursos internos ou externos (pessoas, equipamentos, instalações de emergência), de suas capacidades e as necessidades de treinamentos e capacitações. A estratégia de resposta deve ser adequada aos recursos internos existentes e a capacidade de atendimento da rede hospitalar da região.

Para traçar a estrutura de ações de emergência e facilitar a identificação das principais atividades que devem ser realizadas, geralmente utilizam-se fluxogramas.

Um Plano de ação emergencial, esquematizado pela Figura 39, designa o que os membros da Brigada de Incêndio devem fazer, como fazer e com que segurança, bem como suas atuações com os serviços de emergência externos, quando for o caso.

As ações de resposta contidas no Plano de Emergência podem ser divididas em níveis de forma a auxiliar a tomada de decisões. A Figura 41 apresenta um modelo de divisão em casos de incêndio.

Figuras 41 – Níveis de ação de emergência em caso de incêndio

O Plano de Emergência deverá compreender o Plano de ação emergencial de caráter interno, o plano de auxílio mútuo (Corpo de Bombeiros, SAMU, Defesa Civil) de caráter externo.

Antes de uma emergência o plano deverá ser usado para treinar os operários nos diferentes cenários possíveis e corrigir falhas do plano.

c) Fase de Resposta: Consiste em colocar em prática todos os procedimentos funcionais

desenvolvidos na fase de preparação. Em situações de Emergência há pouquíssimo tempo para a tomada de decisões, o que pode influir na qualidade da decisão e das ações subseqüentes, comprometendo a segurança e a saúde dos indivíduos envolvidos. Desta forma, se torna essencial definir as atribuições e as responsabilidades de todas as funções que fazem parte da estrutura organizacional de resposta, assim como, a adoção de uma cadeia nítida de comando (Figura 42).

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Figuras 42 – Fase de Resposta

d)Fase de Recuperação: A última fase consiste na recuperação do local do acidente, cujas principais

ações estão relacionadas na Figura 43.

Com o término da emergência, geralmente, os danos nas instalações afetadas são significativos, o que requer procedimentos de recuperação cuidadosos para não gerar mais riscos.

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Figuras 43 – Atividades realizadas na Fase de Recuperação

13 - Modelo de um Programa de Gerenciamento de Riscos

Existem inúmeros modelos de Programas de Gerenciamento de Riscos, inclusive você pode criar o seu. No entanto, alguns aspectos são importantes.

A Gerência ou Gestão de Riscos é a arte ou a função que visa a proteção dos recursos humanos, materiais, ambientais e financeiros de uma empresa, quer através da eliminação ou redução dos seus riscos, quer através do financiamento dos riscos remanescentes, conforme seja economicamente mais viável.

Além das medidas para a redução dos riscos, o gerenciamento de riscos de uma instalação deve contemplar também ações que visem mantê-la operando, ao longo do tempo, dentro de padrões de segurança considerados aceitáveis ou toleráveis.

Assim, toda e qualquer empresa que desenvolva atividades que possam acarretar acidentes maiores deve estabelecer um Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), o qual tem por objetivo prover uma sistemática voltada para o estabelecimento de orientações gerais de gestão, com vistas à prevenção de acidentes.

Segundo o estabelecido na norma CETESB P4.261 – Manual de orientação para a elaboração de estudo de análise de riscos, o escopo do PGR deverá conter:

- informações de segurança de processo; - revisão dos riscos de processos;

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- manutenção e garantia da integridade de sistemas críticos; - procedimentos operacionais;

- capacitação de recursos humanos; - investigação de incidentes;

- plano de ação de emergência (PAE); - auditorias.

O conteúdo específico e os processos básicos do Plano Gerenciamento/Gestão de Riscos – PGR são os mostrados logo abaixo:

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