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Implantação de um Programa de Controle Total de Perdas

No documento Apostila de Gerenciamento de Risco (páginas 144-147)

9.2 PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE PERDAS

9.2.3 Implantação de um Programa de Controle Total de Perdas

Segundo Fletcher apud DE CICCO e FANTAZZINI (1986), um programa de Controle Total de Perdas deve ser idealizado de modo que venha a eliminar todas as fontes de interrupção de um processo de produção, quer resultando em lesão, dano à propriedade, incêndio, explosão, roubo, vandalismo, sabotagem, poluição ambiental, doença ocupacional ou defeito do produto, e segundo ele os três passos básicos para a implantação de um programa de Controle Total de Perdas são:  estabelecer o perfil dos programas de prevenção existentes na empresa;

 determinar prioridades e;

 elaborar planos de ação para controle das perdas reais e potenciais do sistema. a) Perfil dos programas de prevenção existentes

Antes da implantação de qualquer novo método ou programa, um primeiro passo é buscar conhecer o que está sendo feito na empresa neste sentido e de que maneira. É necessário pesquisar quais são as reais necessidades da empresa. Se já existe algum programa em andamento, analisar se o mesmo está sendo realizado de forma correta e eficaz. Isto é possível através do estabelecimento dos perfis dos programas de prevenção existentes.

Para que um perfil possa fornecer de forma adequada estas informações, segundo DE CICCO e FANTAZZINI (1986), o mesmo deve ser dividido em seções que contenham os vários itens ou pontos que possam ser abrangidos pelo programa de prevenção. Para estes itens, formulam-se questões, que quando respondidas irão permitir determinar o grau de execução ou de implantação em que se encontra o programa sob análise. Para isto é necessário adotar uma escala de avaliação, que permite determinar até que grau o item foi implantado e quão efetivo ele é. A escala sugerida por Fletcher é apresentada na Tabela 13.

GRAU ESCALA DESCRIÇÃO

5 Excelente Totalmente implantado e totalmente efetivo

4 Bom Satisfatoriamente implantado e efetivo

3 Regular Implantado, mas não satisfatoriamente

2 Fraco Parcialmente implantado, mas não satisfatoriamente, existem pontos a melhorar

1 Insatisfatório Algumas tentativas foram feitas, mas sem implantação efetiva

0 Inexistente Nada foi feito até o momento.

Tabela 13 – Escala sugerida por Fletcher para avaliação do programa de segurança

Estabelecida a escala pode-se, para cada seção analisada, determinar a pontuação obtida, que representa a situação atual da empresa em termos de desempenho nesta seção.

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A Figura 30 apresenta uma sugestão do Prof. JOSÉ DA CUNHA para o desenvolvimento de um programa de prevenção e controle de perdas.

Figuras 30 – Modelo de desenvolvimento de Programa de Prevenção de Perdas

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b) Determinação das Prioridades

Consiste em determinar as prioridades que devem ser adotadas pelo programa geral de Controle Total de Perdas.

De posse do perfil do programa estabelecido na fase anterior, pode-se confrontar a situação atual obtida pela pontuação através da escala estabelecida e a situação ideal para cada seção, caso o programa estivesse completo, isto é, a situação em que todos os itens estivessem sendo executados da melhor forma possível, com pontuação máxima.

O resultado do confronto destas duas situações (situação ideal - situação atual) nos fornece a deficiência do programa que está sendo executado que, uma vez determinadas, nos permite a priorização das seções que necessitam de maiores esforços.

c) Elaboração dos planos de ação

Estabelecidas as seções prioritárias é necessário elaborar para cada uma delas o respectivo plano de ação, tendo como objetivo principal de prevenir e controlar as perdas reais e as perdas potenciais oriundas de acidentes, através do tratamento dos riscos que pode ser das seguintes formas: evitar; reter; prevenir; mitigar; e transferir.

 Evitar: cessar a atividade; alterar a tecnologia, rotinas ou metodologia; eliminar insumos;

substituir equipamentos; isolar.

Vantagem: redução a zero da possibilidade de perda.

Desvantagens: pode não ser possível evitar todas as exposições ou não ser possível evitar na

prática.

 Reter: absorver parte ou toda a perda resultante de alguma exposição; recomendado quando:

 Não existe outra forma possível de tratamento  A perda máxima possível não é muito grave  As perdas são altamente previsíveis

 O custo do risco é suportável

 Pode-se reter todo ou parte de um certo risco;

 A retenção pode ser passiva (quando se está ciente do risco e intencionalmente decide retê-lo) ou ativa (quando o risco é retido por ignorância, indiferença ou preguiça)

 Prevenir: procura reduzir a probabilidade de perda, reduzindo desta forma à freqüência das

perdas; seu objetivo é evitar a perda.

 Mitigar: Admitir a ocorrência da perda e procurar diminuir seu efeito, ou seja, o valor da perda. A

idéia é reduzir a probabilidade de perda, reduzindo desta forma à freqüência das perdas. Para isso pode-se adotar as seguintes linhas de ação:

 Melhoria da qualidade do sistema  Aumento da confiabilidade do sistema  Aperfeiçoamento da configuração do sistema

 Melhoria da disponibilidade dos sistemas de segurança  Aumento da freqüência de inspeções nos equipamentos

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É possível também diminuir os efeitos atenuando as conseqüências o que pode ser feito de uma das formas apresentadas abaixo:

 Redução de impactos

 Diminuição da quantidade de substâncias estocadas  Medidas para contenção de vazamento

 Sistemas de combate a incêndio  Reforço de estruturas

 Proteção da população exposta

 Plano de Emergência

 Transferir: Existem duas opções, que consistem no uso ou não de uma seguradora.

Transferir sem segurar: O risco é transferido a terceiros, mas não a uma seguradora.

Transferência por contrato ou incorporação de S.A.

Segurar: risco é transferido a uma seguradora.

No plano de ação devem ficar claros: o objetivo geral ao que o mesmo se destina, os objetivos específicos a curto, médio e longo prazo, os recursos humanos e materiais necessários para sua implantação e execução, o custo estimado de implantação do plano, estimativas das perdas atuais e potenciais futuras, a data em que o plano está iniciando e a data prevista para término do mesmo.

10 - Noções Básicas de Seguro e Princípios de Administração de Seguros

No documento Apostila de Gerenciamento de Risco (páginas 144-147)