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DIRETRIZES PARA SUBSIDIAR POLÍTICAS PÚBLICAS NO ÂMBITO

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.3 DIRETRIZES PARA SUBSIDIAR POLÍTICAS PÚBLICAS NO ÂMBITO

Atendendo ao terceiro objetivo específico - “Propor diretrizes que possam subsidiar políticas públicas no âmbito da municipalização do licenciamento ambiental no estado” - a partir dos dados levantados pode-se fazer as seguintes considerações orientadas para o melhoramento dos sistemas municipais de meio ambiente e consequentemente uma melhor proteção ambiental para o Estado.

• A falta de capacitações dos técnicos municipais deve ser alvo de programas de formações direcionadas para o licenciamento ambiental. A CPRH através de sua equipe de Educação Ambiental já desenvolve capacitações voltadas para gestores ambientais municipais sobre diversas temáticas, da mesma forma a SEMAS, que possui equipe voltada para apoiar o SISEMAS, pode auxiliar nesse processo. A construção desse programa de modo integrado entre a SEMAS e a CPRH é uma oportunidade também de integração e troca de experiência entre o âmbito estadual e municipal. As capacitações devem ser voltadas tanto para os municípios que já

realizam o licenciamento ambiental como para aqueles que têm interesse em assumir sua competência. Os municípios também devem instituir seus próprios programas de treinamento e capacitação das equipes técnicas;

• Para o fortalecimento dos órgãos ambientais municipais, é necessário investimento na constituição de uma equipe própria com servidores concursados. A realização de concursos públicos revela o comprometimento do poder público na construção de equipes com credibilidade para realização de atividades de licenciamento e fiscalização;

• A necessária integração dos sistemas municipais e estadual de meio ambiente também ocorre através do compartilhamento de informações entre os entes federados. As informações sobre os empreendimentos licenciados devem ser de fácil aceso para todos. O SIG Caburé é uma importante ferramenta que pode e deve ser utilizadas pelas prefeituras. Por ser uma ferramenta colaborativa os municípios podem inserir informações no sistema. Para tanto, investimentos para melhora do SIG, bem como o estabelecimento da obrigatoriedade de alimentar o sistema pelos municípios além da promoção de capacitações na área também devem ser promovidas junto aos municípios que realizam o licenciamento ambiental;

• Pela constatada falta de integração entre o SISEMAS e os sistemas municipais de meio ambiente faz-se necessário, a reativação da Comissão Tripartite Estadual. A Comissão Tripartite de Pernambuco foi instituída por meio da Portaria do Ministério do Meio Ambiente nº 289 (MMA, 2004). Como visto no Capítulo 2, as comissões tripartites têm como objetivo fomentar a gestão ambiental descentralizada através de espaços institucionais de diálogo entre os entes federados;

• Novas fontes de financiamento do SISEMAS devem ser criadas, isto envolve, por conseguinte maior repasse de recursos financeiros para os sistemas municipais de meio ambiente;

• Em nível municipal há uma carência de recursos nas mais diversas áreas, deste modo a gestão ambiental muitas vezes é prejudicada frente as outras políticas públicas municipais. A implementação dos Fundos Municipais de Meio Ambiente desempenha papel chave na captação e aplicação de recursos para a área ambiental do município conferindo uma certa autônima financeira para os mesmos;

• A transferência da competência para o licenciamento ambiental no Estado, vem sendo dificultada inicialmente pela ausência da Resolução CONSEMA sobre a definição do

impacto local. Pernambuco é um dos poucos Estados brasileiros que ainda não possuem tal definição o que gera conflitos e incertezas regulatórias. O processo de elaboração e aprovação dessa Resolução já perdura mais de dois anos e precisa ser concretizado elucidando finalmente esta questão. A partir da edição da Resolução o CONSEMA passará a exercer certo controle da municipalização do licenciamento ambiental, o que inexiste atualmente, uma vez que os municípios deverão apresentar ao Conselho os requisitos necessários para realizar o licenciamento ambiental. Nesse sentido espera-se do CONSEMA minimamente a coordenação deste processo enquanto órgão fiscalizador da aplicação de políticas públicas ambientais em Pernambuco;

• Visando melhorar a transparência das ações é de extrema importância a disponibilização de informações nos sites das prefeituras acerca de consultas a licenças ambientais, deste modo a população e fiscais da área podem rapidamente ter acesso sobre a regularidade ambiental de determinado empreendimento. Sistemas de informações também devem ser estruturados visando a disponibilização de informações claras sobre os procedimentos e trâmites para a concessão das licenças Ambientais. A elaboração de manuais contendo tais informações é também um bom instrumento para sistematizar essas instruções;

• Na mesma direção é necessário o estabelecimento de canais diretos no âmbito dos órgãos ambientais municipais para que a população possa realizar denúncias de fora anônimas e possam acompanhar os desdobramentos das ações fiscalizatórias;

• O monitoramento e fiscalização dos empreendimentos licenciados é que de fato estabelece o controle ambiental dos impactos. Essa etapa que ocorre após a concessão da licença ambiental praticamente não existe, seja no nível estadual, seja no nível municipal. Sistemáticas de monitoramento destes empreendimentos precisam ser estabelecidas pelos órgãos ambientais;

• De acordo com o Decreto nº 4.281 (BRASIL, 2002) que regulamenta a Política Nacional de Educação Ambiental, Lei no 9.795 (Brasil, 1999), deverão ser criados, mantidos e implementados programas de educação ambiental integrados ao licenciamento e fiscalização ambiental dentre outros instrumentos de gestão ambiental. A educação para a gestão ambiental utiliza como espaço pedagógico o ambiente conflituoso da gestão ambiental visando a participação e o controle social pela população.

para execução do licenciamento do nível estadual para o municipal, mas também de apoio técnico e financeiro para que os municípios possam efetivar sua gestão ambiental, integrada com a gestão ambiental estadual fortalecendo a ideia de um federalismo cooperativo e não competitivo entre os entes. O fortalecimento do SISMUMA é imprescindível para a proteção ambiental municipal e para a efetividade do licenciamento ambiental municipal.