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O Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) Erro! Indicador não definido.

3 METODOLOGIA

5.2 O Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) Erro! Indicador não definido.

Resgatar o pensamento de uma coletividade sobre um determinado assunto não é tarefa fácil. A técnica do depoimento discursivo só é legitimada se acontecer o respeito da manifestação linguística na coleta (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2005). A investigação aqui proposta apontou para vários modelos existentes, contudo devido às especificidades do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais foi adaptado o modelo ora apresentado.

O procedimento adotado para analisar o conteúdo dos dados coletados iniciou com a seleção do material e das entrevistas. Em razão dessa estrutura investigativa foi adotado para essa situação o uso da técnica DSC – Discurso do Sujeito Coletivo. Técnica propícia

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nesse estudo, já que organiza e tabula dados qualitativos unindo vários discursos de um grupo de sujeitos para criar um pensamento coletivo (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2006).

O Discurso do Sujeito Coletivo – DSC é uma técnica recente que surgiu na Universidade de São Paulo (USP) e desde 2000 vem ganhando destaque nas mais variadas pesquisas. Ela tabula e organiza dados qualitativos através de procedimentos sistemáticos e padronizados, incorporando depoimentos sem reduzi-los a quantidades.

A técnica consiste em analisar depoimentos retirando as ideias centrais, associando a uma descrição de sentidos, agrupando em categorias e reunindo os depoimentos de uma mesma categoria em um discurso único redigido em primeira pessoa do singular (LEFÈVRE & LEFÈVRE, 2006). Em outras palavras é uma técnica de pesquisa qualitativa capaz de fazer uma coletividade falar como se fosse um só indivíduo.

Para a pesquisa descritiva foram realizadas entrevistas, sendo que se empregou a técnica da entrevista aberta, com uso de um gravador. Estabeleceu-se um diálogo informal com o entrevistado, tendo por base um roteiro elaborado.

O roteiro da entrevista foi estruturado em quatro perguntas abordando: 1- Qual a sua trajetória de vida? 2- Qual a trajetória do IF Sudeste MG na sua visão? 3- Como a trajetória de sua vida se relaciona com a história do IF Sudeste MG? 4- Quais outras pessoas contribuíram para a história do IF Sudeste MG que você poderia indicar para participar dessa pesquisa?

Foi utilizada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo – DSC, para o tratamento dos dados das entrevistas. Essa técnica permite o resgate das opiniões coletivas, mesmo o indivíduo sendo entrevistado separadamente, o seu pensamento sobre um determinado tema representa o discurso coletivo (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2006).

A formação do DSC, segundo Lefèvre, Lefèvre (2005 p. 22-24) está ligada a quatro operações: primeiro as Expressões-Chave (E-CH), onde há uma seleção de trechos dos entrevistados; segundo as Ideias Centrais (ICs), que são o sentido presente nos depoimentos por semelhança ou complementaridade; terceiro as Ancoragens (ACs), que revelam as ideologias, os valores, as crenças verbalizadas nas entrevistas e em quarto os DSCs que são a união das E-CH, ICs e/ou as ACs.

Os entrevistados serão identificados como Entrevistado 1, Entrevistado 2, ... com o intuito de preservar a identidade de cada um. Vale ressaltar que a relevância da metodologia a ser aplicada está no discurso e não na identificação do entrevistado.

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As análises aqui apresentadas foram realizadas a partir de entrevistas com funcionários do IF Sudeste MG, onde três perguntas foram apresentadas. A primeira pergunta está ligada a trajetória de vida do entrevistado. A frequência de ideias nesse primeiro momento pode ser observada na Figura 22.

Figura 22 – Frequência de Ideias Centrais na Primeira Pergunta

Código IC Descrição da IC Frequência IC

IC – A Nasceu, cresceu e trabalha na instituição 40%

IC – B Estudou na Escola Agrícola, formou e retornou como professor 10%

IC – C Vem de fora da cidade, mas constrói toda sua trajetória na instituição

30%

IC – D Trajetória vinculada a outra entidade e posteriormente desenvolvendo-se na instituição

20%

Fonte: Elaborado pela autora.

Observando as Ideias centrais ficaram expostas as Expressões Chaves, que segundo Lefèvre e Lefèvre (2006), são pedaços, trechos ou transcrições literais de cada resposta que estarão compondo o Discurso do Sujeito Coletivo – DSC.

No que se refere às expressões chaves sobre a trajetória de vida dos funcionários da instituição verificou-se discursos com vários significados. Referente à ideia central que foi a de maior relevância 40%, obtivemos as seguintes expressões chave:

DSC 1:

IC – A (Nasceu, cresceu e trabalha na instituição)

Escola Agrícola, Meus pais trabalhavam na Escola, fiz uma prova de admissão, Prestei vestibular, me tornei Engenheiro Agrônomo, fui convidado a ingressar na Escola Agrícola, Fiz concurso passando em primeiro lugar, Fiz Pós-Graduação em Lavras, posso dizer com certeza que sou uma pessoa realizada e feliz, servi às gloriosas Forças Armadas, Sou casado e tenho 4 filhos e uma esposa maravilhosa. Em 1984 eu vim para o serviço público, São 34 anos de trabalho na instituição, fui nascido e criado dentro da instituição, Meus avós aposentaram aqui, meus pais aposentaram aqui, meu irmão aposentou aqui, Quando eu cheguei estava com falta de um bombeiro hidráulico, Dr. Ataíde me convidou se eu podia aceitar, ele me chamou e falou que eu fui o melhor bombeiro que passou na instituição, Mexi tanto nos setores que estava tudo danificado, depois saí dessa área e fui trabalhar na disciplina onde fiquei 21 anos. Nasci em Barbacena, Estudei no Grupo Escolar São Miguel, Fiz meu catecismo na Basílica de São José Operário, onde também fui catequista. Concluí o Ensino Fundamental e o Ensino Médio no Colégio Imaculada Conceição, Realizei meu primeiro curso superior de Ciências Contábeis, Iniciei minha vida profissional como Professora Primária, aprovada no concurso público para a Escola Agrotécnica Federal de Barbacena, em 11/01/1990. Em 1994 terminei meu segundo curso superior em Direito, realizei

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Na análise do discurso mais expressivo presente no IC – A, percebe-se o forte significado da instituição no desenvolvimento pessoal e profissional dos funcionários. Essa relação reflete profunda gratidão e orgulho, em fazer parte da organização, evidenciando um traço da cultura brasileira que é o personalismo, que segundo Freitas (2007), nossa sociedade baseia-se em relacionamentos mais próximos e afetuosos.

A instituição passou também por diversas transformações que puderam ser sentidas e que de alguma forma marcaram as vidas dos funcionários. Na segunda pergunta a trajetória do IF Sudeste MG na visão de cada um é bem destacada nas ideias centrais, conforme visto na Figura 24 a seguir.

diversas capacitações profissionais, em especial na área de Gestão de Pessoas na qual exerci a Coordenação por 08 (oito) anos, Minha especialização é na área de Gestão Pública, Atualmente trabalho na Secretaria de Educação Superior. Graduei-me em Licenciatura em Letras, em Barbacena, no ano de 1986, O meu bom desempenho em línguas e o forte interesse por leituras despertavam em mim a vontade de cursar Jornalismo; a falta de condições financeiras, porém, além de dificultar a ida para a capital para cursar uma universidade pública, também levou-me a ter que trabalhar para custear os estudos, o Curso de Letras era aquele que mais se aproximava dos meus anseios, Encantei-me pelo curso logo no início do primeiro semestre e, nesse momento, decidi que eu seria professora. Concluída a graduação, em 1987 comecei a trabalhar, A recordação que tenho dessa época não é de cansaço; mas de fascínio, Fiz a especialização na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). No ano de 1991, Fiz concurso público para professora do município, do Estado e do Governo Federal. Fui aprovada nos três. Em abril de 1992, fui chamada para a Escola Agrotécnica Federal de Rio Pomba- MG, Tomei posse e entrei em exercício em janeiro de 1993. A Escola Agrotécnica e seu sistema de trabalho constituíam uma novidade para mim. A educação profissional era-me totalmente desconhecida, Em fevereiro de 1993, em uma permuta com uma colega, voltei para Barbacena e comecei a trabalhar na Escola Agrotécnica Federal de Barbacena, a Escola oferecia apenas dois cursos técnicos de nível médio: Técnico em Agropecuária e Técnico em Economia Doméstica, Continuava dando aulas de Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Em 1998, a Escola ampliou sua oferta de cursos e passou a oferecer, à noite, mais quatro cursos técnicos de nível médio: Técnico em Enfermagem, Técnico em Segurança do Trabalho, Técnico em Meio Ambiente e Técnico em Nutrição e Dietética,além da sala de aula, eu participava da elaboração de provas para ingresso de alunos; para admissão de professores efetivos ou substitutos; de bancas; de comissões pedagógicas e disciplinares; da redação do jornal da Escola. Em 2003, assumi minha primeira função de gestão acadêmica: coordenadora do setor de supervisão pedagógica, Em 2005, deixei a coordenação da supervisão pedagógica e assumi a função de Coordenadora Geral de Ensino, Em 2010, concluí, pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), o Mestrado em Educação Agrícola. Minha dissertação, intitulada “A formação do técnico em agropecuária no período da modernização da agricultura”, Em 2013, voltei a mais uma função de gestão: Diretora de Ensino do agora Campus Barbacena, Permaneci à frente da Direção de Ensino por quatro anos. Também nesse período não deixei a sala de aula. Em fevereiro de 2018, decidi - não sem sofrimento - me aposentar. Hoje trabalho como voluntária em um Curso Preparatório para vestibulares e ENEM, oferecido pela Paróquia de N. Sra. da Piedade em Barbacena. São 32 anos de sala de aula.

60 Figura 24 – Frequência de Ideias Centrais na Segunda Pergunta

Código IC Descrição da IC Frequência IC

IC – A O fundador teve papel fundamental no futuro da instituição 20%

IC – B O instituto aproveitou melhor o espaço físico criando novos cursos 50%

IC – C O crescimento do início da criação dos IFs vem caindo no ostracismo 20%

IC – D A transformação em IF fez a instituição perder sua autossuficiência 10%

Fonte: Elaborado pela autora.

A ideia central sobre a trajetória do IF Sudeste MG na visão dos funcionários com maior expressão, 50%, como se pode confirmar nas expressões chaves a seguir:

DSC 2:

Figura 25– Discurso do Sujeito Coletivo da IC – B

IC – B (O instituto aproveitou melhor o espaço físico criando novos cursos)

O mundo hoje é feito de mudanças, as mudanças têm pontos positivos e têm pontos negativos. O ponto positivo, é a abertura que o instituto deu pra se criar outros cursos, pra facilitar a integração com a sociedade, o que era mais difícil no período de Escola Agrotécnica, hoje é possível criar rapidinho um curso que atenda a necessidade da região. Acompanhei a evolução do IF Sudeste MG, indo de Escola Agrotécnica Federal de Barbacena, Houve a implementação de nova política do Ministério da Educação criando os Institutos Federais com a união de várias instituições, veio o crescimento vertiginoso em termos de pessoal, equipamentos gerando a criação de diversos cursos superiores, técnicos, subsequentes e integrados, bem como Pós-Graduação Lato Sensu em Planejamento e Gestão de Áreas Naturais Protegidas. Ingressei no Campus Barbacena quando este ainda era a Escola Agrotécnica Federal de Barbacena, pude acompanhar a formação do IF Sudeste MG, a partir de três instituições de ensino que já existiam, Escola Agrotécnica Federal de Barbacena, o CEFET – Rio Pomba e a escola técnica vinculada à UFJF, Escola Agrotécnica Federal de Barbacena, o CEFET – Rio Pomba e a escola técnica vinculada à UFJF, A partir de então, tenho visto o crescimento da instituição, com a constituição de outros campi. Tal crescimento sem dúvida leva oportunidades a muitas localidades e regiões, no entanto me causa preocupações, relacionadas ao ritmo desta expansão. Eu acho que o mundo está sentindo uma grande transformação em todos os setores, passar a Escola para Instituto, deu oportunidade e ampliou a sua finalidade também, por que abriu vários ramos, Antes era só Economia Doméstica e Agropecuária, seguirem uma profissão além da Agropecuária e Economia Doméstica, foi muito bom, Hoje nós temos curso superior aqui, o que não se justificava uma escola com essa estrutura física ter só dois cursos, Hoje os meninos estão formando em curso superior aqui e de graça. É uma grande oportunidade para os que não podem pagar os seus estudos. A criação do Instituto então deu essa oportunidade. Acompanhei bem de perto todo o processo de mudança das Escolas Agrotécnicas e de constituição dos Institutos Federais. Confesso que não foi sem apreensão, insistia-se em um discurso de que o Instituto seria uma instituição com identidade única, Nesse quesito, acredito que o IF Sudeste-MG ainda tem um longo caminho a percorrer, O IF SUDESTE MG foi composto inicialmente pelas EAF de Barbacena, EAF de Rio Pomba e Colégio Técnico Universitário da UFJF, Essa criação dos Institutos se deu no apagar das luzes de 2008 e, em 2009, eles começaram a funcionar, A consolidação do IF SUDESTE MG foi-se fazendo por meio, sobretudo, dos órgãos colegiados de análise e deliberação, Não era tarefa fácil, Nesses 9 anos de existência, acredito que o IF SUDESTE MG tem cumprido com dignidade o papel que lhe foi destinado, sobretudo em relação à oferta de cursos superiores. O IF SUDESTE MG vivencia, porém, a dificuldade de ter um quadro de servidores (docentes e técnico-administrativos) ainda aquém de suas reais necessidades, Tem sido característica marcante do IF SUDESTE MG um estreitamento de relações com as comunidades locais, atitude de parceria fundamental em educação: todos são sujeitos do processo de formação e todos precisam, devem ser/estar envolvidos.

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De acordo com Hall (2004) quando uma mudança acontece em uma instituição ela pode trazer benefícios ou prejuízos, acarretando crescimento ou declínio ou uma alteração na forma, podendo conduzir a eficácia ou exatamente o oposto. Os funcionários do IF Sudeste MG viram essas mudanças, especificamente a última onde foram criados os Institutos Federais, como uma oportunidade de crescimento não só institucional como também regional, já que o novo enfoque de ensino criou novas ofertas em diferentes níveis e modalidades.

Com a terceira pergunta um dado importante surge após a verificação da profunda relação de gratidão e admiração dos funcionários com a instituição, conforme visto na Figura 26 a seguir.

Figura 26 – Frequência de Ideias Centrais na Terceira Pergunta

Código IC Descrição da IC Frequência IC

IC – A Trajetória de vida ligada à história do IF Sudeste MG 100%

Fonte: Elaborado pela autora.

Diante da interpelação de como a trajetória de vida de cada um se relaciona com a história do IF Sudeste MG, a ideia central surge de forma enfática com 100% dos entrevistados afirmando que a trajetória de suas vidas está ligada à história do IF Sudeste MG, conforme apontado nas expressões:

DSC 3:

Figura 27 – Discurso do Sujeito Coletivo da IC – A IC – A (Trajetória de vida ligada à história do IF Sudeste)

Acredito honestamente que elas sempre andaram e estiveram juntas, aprendi a respeitar a todos e a tudo, a compreender que a família é a base de tudo, foi o que os meus pais me ensinaram. Tenho grande apego com a instituição, por que foi o ganha pão dos meus pais, onde a gente foi criado. O meu pai trabalhou e rondava a noite. Cinco horas pegava no serviço e saía às seis da manhã, que era um gado holandês, ele era estabulado, prendia às cinco horas, tirava leite e soltava no pasto. Aí a gente dormia em cima daqueles fenos que tinha, era a coisa mais gostosa, lá em casa nós somos oito irmãos. O salário de primeiro não era grande coisa e teve um período que recebia por ano, Não tinha televisão, não tinha nada, A gente brincava, todo mundo conhecia todo mundo. Eu me considero parte do Instituto Federal, da Escola Agrotécnica. As instalações que têm aqui eu vi, convivi com elas morando, vivenciando no tempo de aluno e agora no tempo de professor a gente faz, as coisas com mais amor, nossa vida foi feita aqui, tem histórias maravilhosas, cada setor, no instituto hoje, a gente se sente coautor de todas as obras que ali se instala, isso aqui pra mim não é trabalho, é um prazer muito grande vir aqui no Instituto. Cumpro o meu horário religiosamente, não talvez pela minha determinação profissional, mas pelo amor que eu tenho a este Instituto, eu como estudante tinha mais compromisso com o trabalho e hoje é com o estudo, acho que eu me interajo maior, de forma melhor com eles por ter vivido uma situação semelhante à deles. Por que

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com 15 anos, 16 anos, sair de casa é difícil e aí a gente funciona além de professor como pai, como amigo, como orientador e eu sinto muito orgulho disso. Meu amadurecimento pessoal foi ocorrendo no decorrer do desempenho de minhas atribuições no Campus Barbacena, evolução como pessoa e profissional teve relação direta com minha vida no IF Sudeste MG, Sempre tive oportunidades de capacitação e, com a evolução das atividades do Campus houve um aprimoramento e abertura de novas formas de qualificação profissional, a vida numa Instituição Federal de Ensino implica, na obrigatoriedade de um posicionamento político e social que se coadunem com os ideais almejados para o desenvolvimento da sociedade atendida. Houve um alargamento, assim sendo, da minha visão de global, tornando-me um ser humano mais completo. Depois de deixar a área competitiva, me especializei na área de treinador e gestão esportiva, o que me fez aceitar desafios da gestão pública. Minha trajetória de vida tem total relação com a história do IF Sudeste MG, principalmente por intermédio do Campus Barbacena, minha carreira profissional teve início nesta instituição (à época, Escola Agrotécnica de Barbacena), cheguei em Barbacena, iniciando-me na carreira docente, tendo somente muitos sonhos, pude constituir minha família, casando-me. Depois vieram as filhas, a conquista da casa própria e todo o meu crescimento profissional e pessoal, sou muito grato a esta instituição por tudo o que sou e por tudo o que tenho, entendo que tudo o que eu fizer como servidor público desta instituição nunca será demais, frente a tudo que recebi e que tenho recebido em troca, dentro e fora da instituição. A Escola é a minha Mãe Adotiva, a que me deu todo apoio. Minha vida é uma novela. Em fevereiro de 1974, teve início a minha trajetória como aluno da Escola Agrotécnica Federal de Barbacena, Foram dois anos como aluno semi-interno e um ano como aluno interno. Foi gratificante esses três anos que juntamente com os colegas montamos um bom time de futebol de campo, As nossas aulas com os professores Duque Estrada (literatura), Doche (química), a famosa física (Humberto Boratto), agricultura com o nobre Carlos Augusto entre tantos outros, era uma garantia de aprendizado, Foi do aprendizado de técnico agrícola e dos conselhos recebidos de todos os professores que me prepararam para iniciar minha vida profissional pós Escola Agrícola, fui aprovado no vestibular da Escola Superior de Agricultura de Lavras-ESAL, para cursar engenharia agrícola. Depois de formar em engenharia. Fui trabalhar em uma grande fazenda de produção de arroz, soja e pecuária de corte, do Grupo Germina, em Porto Alegre do Norte, no Mato Grosso, Voltei para Barbacena, onde em 1985, iniciei minhas atividades de Técnico em Colonização no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural-SENAR, do Ministério do Trabalho, Depois de grande peleja, consegui ser transferido para a Escola Agrotécnica Federal de Barbacena. Aquela Escola que um dia me acolheu como aluno (um filho), me ensinando-me e preparando-me para a vida de uma maneira geral, agora me recebe como seu servidor. Que honra poder servir a Instituição que um dia me preparou para que eu pudesse ser útil a alguém, Mais uma bela surpresa estaria para acontecer quando consegui então, ser aprovado em concurso para professor, Com sinceridade, jamais imaginei um dia estar numa sala de aula diante de uma classe de alunos, justamente na Escola em que me recebeu com um filho. Isso eu devo a Escola Agrícola. Minha vida profissional tem relação direta com a história do IF Sudeste, Campus Barbacena. A partir do meu ingresso no serviço público, na EAFB, tive oportunidade de trabalhar em diversos setores, Acompanhar a expansão do Campus Barbacena, foi gratificante, Eu acredito que somente através da educação podemos sonhar com um mundo melhor. A trajetória de minha vida entrelaça-se à trajetória do IF Sudeste MG em dois aspectos: - (1): no processo de interiorização do ensino superior, não consegui levar a termo a minha intenção de estudar fora de Barbacena por questões financeiras. O IF Sudeste MG oportuniza não só aos jovens de Barbacena, mas também aos jovens de outras cidades interioranas onde há um campus instalado, a formação em nível de

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