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IF Sudeste MG em uma perspectiva histórica

3 METODOLOGIA

5.1 IF Sudeste MG em uma perspectiva histórica

Falar em educação no Brasil é sempre um grande desafio, pois esse tema está sempre envolto a dificuldades e limitações. E ao se pensar sobre a educação profissional brasileira é ainda mais complexo, pois é uma reflexão carregada de desproporções oriundas da formação histórico-cultural do país (MANFREDI, 2002).

Já na primeira república observa-se o caráter assistencialista das instituições ao destinar a educação profissional aos “órfãos, desvalidos e desfavorecidos da fortuna” BRASIL (1909). De acordo com Kunze (2009, p.12) para os governantes de então, “os ex-escravos, mendigos, negros, loucos, prostitutas, rebeldes, desempregados, órfãos e viciados, que se avolumavam com o crescimento das cidades, precisavam ser atendidos, educados e profissionalizados para se transformarem em obreiros, em operariado útil, incapaz de se rebelar contra a Pátria”. Assim surgiram as escolas de aprendizes e artífices criadas por Nilo Peçanha (KUNZE, 2009, p. 12).

Nilo Peçanha, mulato, filho de um padeiro e de uma camponesa, nasceu em Campos dos Goytacazes – Rio de Janeiro – formou-se em Direito no Recife e chegou à Presidência da República após a morte do presidente Affonso Penna.

Quando ainda presidente do Estado do Rio de Janeiro, criou quatro escolas profissionais: Campos, Petrópolis, Niterói e Paraíba do Sul, sendo as três primeiras, para o ensino de ofícios e a última à aprendizagem agrícola. Na presidência do Brasil deu continuidade à sua experiência expedindo em 23 de setembro de 1909, o Decreto nº 7.566, criando em capitais do país, Escolas de Aprendizes e Artífices, o início assim da atual Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica (BRASIL, 1909).

O texto que acompanhou o Decreto de criação das escolas possuía um forte caráter assistencialista. O trecho a seguir ilustra bem esse fato:

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[...] que o aumento constante da população das cidades exige que se facilite às classes proletárias os meios de vencer as dificuldades sempre crescentes da luta pela existência; que para isso se torna necessário não só habilitar os filhos dos desfavorecidos da fortuna com o indispensável preparo técnico e intelectual, como fazê-los adquirir hábitos de trabalho profícuo, que os afastará da ociosidade ignorante, escola do vício e do crime; que é um dos primeiros deveres do Governo da República formar cidadãos úteis à Nação [...] (INEP, 1987).

Em 1930, no governo de Getúlio Vargas, a educação profissional é marcada pela preparação de mão-de-obra em detrimento ao assistencialismo aos órfãos e desvalidos. Um marco dessa época foi a reforma Capanema que estruturou a educação profissional de nível médio. Nessa época também foi criado o SENAI.

Em 1932, um manifesto composto por Fernando Azevedo e outras 23 pessoas do meio educacional, jornalístico e cultural é apresentado. Com o título “Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova” os autores demonstraram que seria impossível “desenvolver as forças econômicas ou de produção, sem o preparo intensivo das forças culturais e o desenvolvimento das aptidões à invenção e à iniciativa que são os fatores fundamentais do acréscimo de riqueza de uma sociedade” (AZEVEDO et al, 2010, p.34-35).

De 1945 a 1964 continuavam as práticas escolares dualistas: de um lado a educação escolar acadêmico-generalista e, de outro lado a educação profissional. Em 1931, no governo de João Goulart, houve a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases que dava maior flexibilidade na passagem entre o ensino profissionalizante e o secundário. Com forte teor tecnicista há o fortalecimento do Sistema “S” e incentivo fiscal para que as próprias empresas desenvolvessem seus projetos de educação profissional (MANFREDI, 2002).

Com o golpe de 1964, aconteceu uma tentativa frustrada de imposição do modelo de ensino profissionalizante obrigatório, embasado pela Lei 5.692, de 1971. Mas já posteriormente com os Planos Nacionais de Desenvolvimento Econômico, um fato que chamou a atenção foi a vinculação entre ensino de graduação, pós-graduação e ensino médio ao mundo do trabalho, onde a atualização profissional era exigida, bem como o estímulo à pesquisa (WINCKLER e SANTAGADA, 2012).

É visível que as mudanças estavam atreladas a cada troca de governo. Percebe-se então uma descontinuidade de proposições criando atropelos e enganos por vezes, evidenciando a fragilidade da falta de implementação de políticas públicas planejadas. Cunha (2005, p.210) mostra a Lei Nº 8.948, de 08 de dezembro de 1994, último mês do governo de Itamar Franco, que segundo o autor, “simplesmente não pegou”. Essa Lei determinava as escolas agrotécnicas e técnicas que seriam alçadas à condição de CEFET.

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Uma reforma marcante nos anos 90 foi a instituição da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/96), onde todas as instituições públicas e privadas se ajustaram às novas diretrizes educacionais estabelecidas. Nessa época houve muitos debates, principalmente voltado ao ensino médio (MANFREDI, 2002). Com um diagnóstico crítico da educação em geral e do ensino profissional em particular, a nova LDB chega trazendo uma nova face ao cenário produtivo:

A educação profissional integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida produtiva. O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e superior, bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto, contará com a possibilidade de acesso à educação profissional (BRASIL, 1996).

Ao final do governo de Fernando Henrique Cardoso um discurso comum era a necessidade de formação de um trabalhador voltado para a empregabilidade, o que exigia mudanças, principalmente na criação de uma “verdadeira parceria entre o setor privado e governo, tanto na gestão quanto no financiamento do sistema brasileiro de desenvolvimento científico e tecnológico” (LIMA FILHO, 2009, p.148).

Esse período foi marcado também pela proibição da criação de novas unidades de ensino na Rede Federal, através da Lei nº 9.649/98. E com o Decreto nº 2.208/97 o governo Fernando Henrique Cardoso atende a uma recomendação do Banco Mundial – BID que é a separação entre o ensino médio e a Educação Profissional, que seria uma exigência do mercado de trabalho: o ensino médio propedêutico preparando o aluno para o curso superior enquanto o ensino profissionalizante prepara o jovem para o mercado de trabalho. A educação profissional passa a ter caráter complementar, conduzindo aptidões para a vida produtiva dos alunos egressos do ensino fundamental, médio e superior (MANFREDI, 2002).

Com as eleições de 2002, Luiz Inácio Lula da Silva chega ao poder com uma proposta educacional denominada “Uma Escola do Tamanho do Brasil”, forte indicador de como seria tratada a partir de então a educação brasileira (LIBÂNEO et al, 2011).

A educação profissional passa por mudanças significativas buscando a articulação da política nacional de formação profissional com a política nacional de geração de emprego, trabalho e renda, bem como o fortalecimento da rede de Escolas Técnicas Federais e Centros Federais de Educação Tecnológica. O impulsionamento da Rede Federal de Ensino leva à criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, abrindo caminhos para políticas públicas de educação profissional (FRIGOTTO e CIAVATTA, 2011).

Assim, com uma das políticas de maior visibilidade, o governo Lula expande a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica de forma acentuada. Enquanto de 1909 a

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2002 foram construídas 140 escolas técnicas federais, no período de 2003 a 2010, foram construídas e inauguradas 214 novas unidades federais.

Percebe-se que a formação histórica da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica – RFEPT – passou por várias transformações legais e ao longo do tempo a Rede Federal usou diversas nomenclaturas para nomear suas instituições e a cada denominação novos desafios e objetivos surgiam. O que se instituiu como necessidade de prover às classes desprovidas “da sorte e da fortuna” chegou à atualidade com a seguinte descrição: “instituições de educação superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializadas na oferta de educação profissional e tecnológica” (BRASIL, 2008).

A partir dos meados dos anos de 2000 o Governo Federal demonstra determinação em assegurar a educação e, sobretudo, à educação tecnológica um lugar privilegiado nas políticas do governo. Conforme Oliveira (2012) é a partir daí que as políticas públicas à educação profissional são evidenciadas com a expansão da Rede Federal de Educação Profissional.

Em 2007 com o intuito de reorganizar e integrar as Instituições Federais de Educação Tecnológica, já visando a criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, é criado o Decreto 6.095, de 24 de abril (BRASIL, 2007b), onde se estabelecia diretrizes para esse processo de integração. Os artigos desse decreto previam adesão voluntária ao processo por parte dos CEFET’s, Escolas Técnicas Federais, Escolas Agrotécnicas Federais e Escolas Técnicas vinculadas às Universidades Federais.

Dando início ao processo de integração é criado um Plano de Desenvolvimento Institucional, com diretrizes a serem obedecidas ao modelo proposto no decreto. Assim, com a lei 11.892, de 29 de dezembro de 2008 (BRASIL, 2008), instituiu-se a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, onde foram criados 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, a partir da adesão de 75 instituições, dentre as 102 que optaram. Essa integração por meio de 08 das 32 Escolas Técnicas Federais, 36 Escolas Agrotécnicas Federais e 31 dos 33 Centros Federais de Educação Tecnológica. A lei estabelecia as finalidades, as características, os objetivos e as estruturas organizacionais dos Institutos Federais.

A seguir colocamos um quadro síntese da formação histórica da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica – RFEPT. Quadro 1

48 1909

 Pelo Decreto 7.566 de 23 de setembro, o presidente Nilo Peçanha cria as “Escolas de

Aprendizes e Artífices”, com o objetivo de

oferecer ensino profissional primário e gratuito para as pessoas desfavorecidas à época.

19 escolas foram criadas.

1910

• Pelo Decreto 8.358 de 09 de novembro o presidente Nilo Peçanha cria o Aprendizado

Agrícola de Barbacena, vinculado ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio.

Em uma área total de 4.950.138,64 m².

1937

• Em 13 de janeiro foi assinada pelo presidente Getúlio Vargas, a Lei 378 que transformava as Escolas de Aprendizes e Artífices em Liceus Profissionais, destinados ao ensino profissional, de todos os ramos e graus.

• Escolas agora sob a supervisão do

Ministério da Educação e Saúde Pública.

1942

• Conhecida como “Reforma Capanema” e sob o nome de Leis Orgânicas do Ensino pelo Decreto-Lei nº 4073 de 30 de janeiro, trouxe profundas mudanças como o ensino profissional e técnico equiparado ao nível médio.

• Os Liceus Industriais transformam-se em Escolas Industriais e Técnicas.

49 1956 dezembro com a denominação de “Escola Foi criada pela Lei 3092 de 29 de

Agrícola de Rio Pomba” e subordinada ao Ministério da Agricultura.

• Escola voltada para as necessidades do meio rural com um sistema de escola-fazenda.

1959

• Com a Lei nº 3552 de 16 de fevereiro, no governo do presidente Juscelino Kubitschek, são criadas as Escolas Técnicas Federais. Elas ganham status de autarquias com autonomia didática e de gestão.

• A Rede Federal contava com 23 escolas.

1961

• É promulgada a 1ª Lei de Diretrizes e Base da Educação, Lei nº 4024 de 20 de dezembro, onde o ensino profissional é equiparado ao ensino acadêmico.

• Período marcado por profundas mudanças na política de educação profissional.

1964

• Com o parecer nº 366 de 13 de dezembro nasce o Colégio Técnico Universitário agregado à Universidade Federal de Juiz de Fora.

• Os primeiros cursos atendiam ao programa “Energia, Transportes e Alimentação” defendido pelo governo de Juscelino Kubitschek.

50 1967

• O Decreto 60.731 de 19 de maio, transfere as Fazendas Modelos do Ministério da Agricultura para o Ministério da Educação e Cultura, que passam a funcionar como escolas agrícolas.

• A denominação de Escolas Agrícolas valorizavam o Brasil Rural.

1971

• A nova Lei de Diretrizes e Bases nº 5692, de 11 de agosto implementou a reforma de 1º e 2º grau tornando compulsória a profissionalização do 2º grau. Um novo paradigma se estabelece: formar técnicos sob o regime de urgência.

• As Escolas Técnicas Federais aumentam expressivamente o número de matrículas e implantam novos cursos.

1978

• A Lei 6545, de 30 de junho, transforma três Escolas Técnicas Federais (Paraná, Minas Gerais e Rio de Janeiro) em Centros Federais de Educação Tecnológica.

• Essas instituições tinham a atribuição de formar engenheiros de operação e tecnólogos, processo esse que se estenderia às outras instituições bem mais tarde.

1994

• A Lei 8948, de 08 de dezembro, dispõe sobre a instituição do Sistema Nacional de Educação Tecnológica, transformando, gradativamente, as Escolas Técnicas Federais e as Escolas Agrotécnicas Federais em Centros Federais de Educação Tecnológica – CEFETs. • Essa lei foi sancionada no governo Itamar Franco e instituiu o Sistema e o Conselho Nacional de Educação Tecnológica.

51 1996

• A Lei 9394, de 20 de dezembro, sancionada no governo Fernando Henrique Cardoso e conhecida também como lei Darcy Ribeiro estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, com foco na formação permanente às necessidades do setor produtivo. • Essa lei dispões sobre a Educação profissional em um capítulo próprio.

1997

• O Decreto 2208, de 17 de abril, estrutura a educação profissional em três níveis: básico, técnico e tecnológico. Instituiu a separação completa entre a educação profissional de nível técnico e o ensino médio. • É criado o Programa de Expansão da Educação Profissional (PROEP). Existiam então 140 Escolas Federais.

2004

• O Decreto 5154, de 23 de julho, revoga o de nº 2208, de 17 de abril de 1997 e regulamenta a Lei 9394, de 20 de dezembro de 1996, promovendo a retomada da articulação do ensino médio com a educação profissional. • O total de Escolas Federais somavam- se nessa época a 159.

2005

• Com a Lei 11.195, de 18 de novembro, instituiu-se que a expansão da oferta da educação profissional ocorreria preferencialmente em parceria com Estados, Municípios e Distrito Federal, setor produtivo e organizações não governamentais. É lançada a 1ª fase do Plano de Expansão da Rede Federal.

• O CEFET Paraná passa a ser Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

52 2006

• O Decreto 5773, de 09 de maio, regulava a supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais no sistema federal de ensino. É lançado o Catálogo Nacional de Cursos Superiores de Tecnologia.

• É instituído, no âmbito federal o Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação de Jovens e Adultos – PROEJA.

2007

• O Decreto 6302, de 12 de dezembro, institui o Programa Brasil Profissionalizado. É lançada a segunda fase do Plano de Expansão da Rede Federal. Até 2010 serão 354 unidades. • É lançado o Catálogo Nacional dos Cursos Técnicos.

2008

• Com a Lei 11.892, de 29 de dezembro, instituiu-se a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, e criaram-se os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia.

• Com a integração de 160 unidades surgem os Institutos Federais.

2008 a 2018

• Existem 38 Institutos Federais, com 579 campi, mais 02 CEFETs, com 19 campi, 25 Escolas vinculadas a Universidades, o Colégio Pedro II com 14 campi e 01 Universidade Tecnológica com 11 campi. • 10 anos de criação dos Institutos Federais e rumo aos 110 anos da Rede Federal de Educação.

Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Dentre os 38 Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia nascia o Instituto Federal Sudeste de Minas Gerais, com a junção do Centro Federal de Educação Tecnológica de Rio Pomba (CEFET-RP), a Escola Agrotécnica Federal de Barbacena (EAFB) e o Colégio Técnico Universitário (CTU) da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

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Das três instituições a mais antiga é a Escola Agrotécnica Federal de Barbacena que nasceu dentre alguns fatores, por Barbacena à época ocupar lugar de destaque no cenário político nacional e estar ligada por via férrea e por rodovias, às cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, o que em muito facilitava o escoamento da produção agropecuária regional.

Pelo decreto de nº 8.358, de 09 de novembro de 1910, assinado pelo então Presidente da República dos Estados Unidos do Brasil, Nilo Peçanha, surge o Aprendizado Agrícola de Barbacena. Suas atividades foram iniciadas em 14 de junho de 1913, no Governo do Marechal Hermes da Fonseca. Ao longo dos anos teve seu nome modificado várias vezes.

Pelo Decreto nº 22.934, de 13 de julho de 1933, foi mudada a denominação de Aprendizado Agrícola de Barbacena para Escola Agrícola de Barbacena, ainda subordinada ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. Em 1946, uma nova lei fez com que a instituição se enquadrasse em uma das novas classificações existentes, alterando a denominação da unidade para Escola Agrotécnica de Barbacena.

Em 1955, com o governo de João Café Filho, a denominação passou a Escola Agrotécnica “Diaulas Abreu” e a subordinação passou ao recém-criado Ministério da Agricultura; porém, o vínculo se modificou em 1967, ligando a Escola ao Ministério da Educação. Em 1993, a Escola Agrotécnica Federal de Barbacena “Diaulas Abreu” passou à condição de Autarquia Federal.

Em 1946 é promulgada a Lei Orgânica do Ensino Agrícola – Decreto-lei nº 9.613, de 20 de agosto de 1946. Além dos cursos do 1º e 2º ciclos de formação, uma escola agrotécnica poderia oferecer cursos de continuação e aperfeiçoamento. A Escola Agrícola de Barbacena já oferecia os cursos de Ensino Rural, Ensino Agrícola Básico e Profissional. Assim em 1947, a Escola Agrotécnica de Barbacena ofertava os seguintes cursos: Profissional, Iniciação Agrícola, Mestria Agrícola e os cursos Técnicos de Horticultura, Zootecnia e Indústrias Agrícolas.

A Lei Orgânica do Ensino Agrícola representou um grande avanço. Em seu artigo 51 permitia o ingresso de mulheres no ensino agrícola. Então, a partir de 1955 iniciou-se na Escola Agrícola de Barbacena o Curso Preparatório de Economia Doméstica Rural.

Com a sanção da 1ª Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 4.024 em 1961 – a Escola Agrotécnica de Barbacena passa a se dedicar ao ensino técnico de grau médio e muda de denominação. Passa assim a se chamar Colégio Agrícola Diaulas Abreu.

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Em 1971 com a sanção da Lei 5692/71, o Colégio Agrícola Diaulas Abreu passa a oferecer o Ensino de 2º grau com duas habilitações possíveis: Técnico Agrícola e Técnico em Economia Doméstica Rural.

Em 1995 um fato vem para modificar o panorama da Escola Agrotécnica Federal de Barbacena. Durante o governo do Presidente Fernando Collor de Melo, a Escola Preparatória de Cadetes do Ar – EPCAR – que fica na cidade de Barbacena, é fechada. Alguns professores pertencentes ao seu quadro pedem redistribuição para a Escola Agrotécnica.

Nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional é sancionada – Lei 9.394, em 20 de dezembro de 1996 – e a posterior edição do Decreto nº 2.208, em 1997, a educação profissional no Brasil vive mais uma reforma. A legislação propunha dessa vez a separação entre ensino médio e técnico e propunha a organização dos currículos de acordo com competências e habilidades.

Em 2000 encerra-se o Curso Técnico em Economia Doméstica e a escola começa a viver um novo ciclo e mudanças significativas. Em 2006 já às vésperas da mudança para instituto começa o primeiro curso integrado que é o Técnico em Agropecuária integrado ao ensino médio.

E por fim, com a Lei de Criação dos Institutos Federais, passou a integrar o IF Sudeste MG, denominando-se Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais – Campus Barbacena, vinculado à Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica – SETEC, do Ministério da Educação. Possui 04 cursos técnicos integrados, 05 cursos técnicos concomitantes e subsequentes, 10 cursos de graduação e 01 curso de pós-graduação Latu Sensu.

A segunda escola mais antiga a compor o IF Sudeste MG foi o CEFET Rio Pomba. A cidade de Rio Pomba é um dos 142 municípios que formam a Zona da Mata mineira. Situada em um vasto planalto com predominância de terras humosas apropriadas à pecuária. O Campus Rio Pomba está localizado a 5 km do centro urbano da cidade, em um local denominado Lindo Vale.

A Escola foi criada pela Lei 3092/56 de 29 de dezembro de 1956, publicada no DOU em 02 de janeiro de 1957, com a denominação de “Escola Agrícola de Rio Pomba”. Era subordinada ao Ministério da Agricultura e utilizava as terras e benfeitorias do Departamento Nacional de Produção Animal e da Estação Experimental de Fumo do Serviço Nacional de Pesquisas Agronômicas.

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Foi inaugurada pelo deputado Último de Carvalho, em 16 de agosto de 1962, atendendo aos anseios políticos, econômicos e sociais vigentes, idealizando-se uma escola voltada para as necessidades do meio rural, numa metodologia adaptada ao sistema escola- fazenda.

Ao longo de sua trajetória, o Campus Rio Pomba passou por diversas transformações:

 Ginásio Agrícola de Rio Pomba: em 13 de dezembro de 1964, através do Decreto N° 53.558/64.

 Colégio Agrícola de Rio Pomba: em 25 de janeiro de 1968, através do Decreto N° 62.178.

 Escola Agrotécnica Federal de Rio Pomba - MG: em 04 de setembro de 1979, através do Decreto N° 83.935.

 Centro Federal de Educação Tecnológica de Rio Pomba: em 14 de novembro de 2002.

 Campus Rio Pomba do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sudeste de Minas Gerais: em 30 de dezembro de 2008.

O Campus Rio Pomba hoje possui 06 cursos técnicos integrados, 05 cursos técnicos concomitantes e subsequentes, 08 cursos de graduação, 04 cursos de pós-graduação

Latu Sensu e 03 cursos de pós-graduação Strictu Sensu.

A terceira escola mais antiga a compor o IF Sudeste MG foi o CTU de Juiz de Fora. Em janeiro de 1957, dirigentes trabalhistas da cidade, sob a liderança do deputado Clodsmith Riani, expuseram junto ao Ministro da Educação e Cultura, Clóvis Salgado, a necessidade de construir um Ginásio Estadual e uma Escola Profissional em Juiz de Fora.

O Ministério da Educação liberou seis milhões de cruzeiros para a escola profissionalizante que, a princípio, foi orientada e dirigida pela Escola de Engenharia. Assim nascia, no dia 02 de fevereiro de 1957, nas dependências da Escola de Engenharia, sob a

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