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O teste de FNA apresenta-se como um protocolo responsivo ao tempo (Gastin, 2001; Kjendlie e Thorsvald, 2006) e aos parâmetros técnicos do nado (Morouco, Keskinen, et al., 2011) em atletas de alto nível. Diante disso, o objetivo do estudo foi quantificar o efeito da reprodutibilidade da FNA nos parâmetros técnicos de braços e pernas e nado crawl em atletas com menor índice técnico, bem como a relação dos parâmetros técnicos e da CF-t com as variáveis antropométricas e de proporcionalidade corporal com uso de modelos lineares e não lineares.

Os parâmetros da CF-t e os parâmetros técnicos do CRWNA e BRÇNA apresentaram índices de reprodutibilidade e confiabilidade expressivos, que demonstram existência de boa relação em ambos os sexos. O mesmo comportamento foi observado em PRNNA masculino. Entretanto, a PRNNA difere no sexo feminino com valores inferiores, se comparada ao sexo masculino.

Procedimentos similares do CRWNA demonstram índices de confiabilidade consistentes (α=0,942 a α=0,992) comparados em atletas de alto nível (Kjendlie e Thorsvald, 2006; Amaro et al., 2014), em testes que variam de 10s e 30s (Dopsaj et al., 2003; Morouco, Keskinen, et al., 2011; Amaro et al., 2014) e para cada parâmetro técnico (West et al., 2005).

Apesar das variações nos parâmetros técnicos, o comportamento entre os testes são similares aos observados em atletas adultos (Dopsaj et al., 2001b; Barbosa et al., 2012). Esta similaridade reforça o uso da FNA e o quanto esta contribui para aplicação das forças nos parâmetros de braços e pernas. O que pode ser utilizado para medir o efeito do treinamento em atletas de categorias menores (Morouco et al., 2012; Moura et al., 2014), independentemente do nado (Morouco, Keskinen, et al., 2011).

A ausência de diferenças significativas entre os testes nos parâmetros da CF-t indica que os parâmetros técnicos foram constantes e que o efeito da aprendizagem e motivação não influencia a avaliação da FNA, já que este não difere dos indivíduos altamente treinados e com ampla familiarização no teste (Dopsaj et al., 2001b; Barbosa et al., 2012), especificidade da prova, bem como padrões de eficiência na técnica (Kjendlie, Stallman et al., 2004), que influenciam a FNA (Latt et al., 2009).

Valores menores nos parâmetros da CF-t foram observados em relação a outros estudos. Isso corrobora com os apontamentos referentes aos fatores idade, fase de treinamento (Olbrecht, 2015), resposta fisiológica (Adams et al., 1983; Costill et al., 1986a; West et al., 2005) e metodologia de teste aplicada (Keskinen, 1997).

Para o teste da FNA, a variabilidade nos parâmetros da CF-t acima de 10% entre os momentos são consideradas discrepantes e devem ser observadas com certa cautela (Atkinson e Nevill, 1998). Quando se trata da capacidade física força é inviável estimar mudanças nos padrões relacionados à mecânica do nado. Em geral, o cv% demonstrou a homogeneidade intragrupos nos parâmetros da CF-t nos parâmetros técnicos.

A complexidade dos parâmetros da CF-t e parâmetros técnicos nos revelaram diferenças entre CRWNA - PRNNA e BRÇNA- PRNNA (p0,01). Isso sugere a combinação de movimentos propulsivos de membros superiores e inferiores, o que gera uma quantidade de força adicional quando em nado completo. Os resultados mais expressivos para BRÇNA em relação à PRNNA podem estar relacionados ao uso de grupamentos musculares específicos para as ações de braço, ou mesmo a falta de especificidade técnica da força de braços em relação às pernas.

Yeater et al. (1981) demonstraram valores de PRNNA maiores em relação à BRÇNA (119,0 35,0 N e 97,0 23,0 N, respectivamente), diferente do observado em atletas adolescentes (Morouco et al., 2015). Porém, é possível considerar que os resultados são aplicáveis em nadadores pós-púberes. A magnitude da contribuição da força de pernas na velocidade de nado livre é em torno de 10% no desempenho e especialidade da prova (Deschodt et al., 1999; Gourgoulis et al., 2014).

A DUR do ciclo e o IMP utilizados como referência da cinética da FNA de membros superiores e inferiores, com menores valores da PRNNA e CRWNA, indicam, em unidade de tempo, que as ações da força aplicada na fase subaquática são mais rápidas se comparadas a BRÇNA com tempo de execução maior que 0,178ms.

A FMed em PRNNA considera os ciclos com menor efeito nas fases subaquáticas, por apresentar propulsão em trajetória diferente da executada pelo braço. O tempo da fase subaquática da força de braço é maior nas etapas que compõem o ciclo (Chollet et al., 2000; Chollet et al., 2008), gerando um percentual relativo maior que a força exercida pelas pernas (Seifert e Chollet, 2005).

A mudança no padrão de movimento e da FP ocorre com a especialização, considerada inicial em atletas menores, em função da precocidade do treinamento. A familiarização com a metodologia (Psycharakis et al., 2011) contribui para diminuir possíveis erros do posicionamento corporal (Zaidi et al., 2008) e orientações para a manutenção da técnica (Marinho et al., 2009). Estes podem influenciar na FNA e na sustentação corporal.

No tocante ao desempenho, a FNA analisada de forma isolada, pode não corresponder à melhora no desempenho, caso estes parâmetros não estejam associados

diretamente à coordenação do nado (Deschodt et al., 1999; Morouço et al., 2015). Diante disso, a avaliação da CRWNA e dos parâmetros técnicos, bem como o desempenho em provas de 50- e 100m, quantificados em momentos distintos para a força (Keskinen, 1997), considera os parâmetro de FMed nas provas de curta distância em nadadores adolescentes (Wells et al., 2006; Morouco et al., 2012).

O déficit da FNA em CRWNA e o percentual de participação das forças de membros superiores e inferiores permitem estimar a possibilidade de influências externas, como a ausência no deslocamento e parâmetros técnicos específicos envolvidos, além da respiração unilateral ou bilateral (Potts et al., 2002; Sanders, 2013; Lee et al., 2014). Estas variações são apresentadas a partir da relação entre BRÇNA e PRNNA.

Variações acima de 12,3% em T1 e de 19,5% em T2, considerando a referência absoluta, demonstram que a FNA varia entre 83,0% e 89,0% para a FMed nos sexos masculino e feminino, respectivamente. Estes resultados demonstram deficit de 16,9% e 11,0% e estão associados a fatores técnicos ou mesmo a influência do cabo rígido em CRWNA. Observa-se que entre testes os parâmetros da CF-t variam entre 0,83% a 13,59% e indicam pouca variação nos parâmetros técnicos (p 0,05).

Diante disso, é possivel considerar que estas referências representem a coordenação da CRWNA entre os momentos, com similaridade ao estudo de Morouço et al. (2015) em atletas mais experientes e ± 15,0 anos, que apresentaram valores de 84,4% e 86,9% para a FMed nos sexos masculino e feminino, respectivamente.

Para a contribuição percentual absoluta em relação ao CRWNA, valores acima de 71% de BRÇNA e 21% de pernas corroboram com o estudo de Morouço et al. (2015), que observaram valores entre 70,3 % e 66,6% BRÇNA e 29,7% e 33,4% para PRNNA nos sexos masculino e feminino, entendendo que a contribuição de pernas foi mais efetiva para as atletas do sexo feminino.

Essas referências reforçam que a FNA é inteiramente desenvolvida pela musculatura de braços e tronco (Goldspink et al., 1992; Dos Santos et al., 2012) e que a maior proporção da força exercida na água para aumentar a velocidade de nado é atribuída à propulsão das pernas (Gatta et al., 2012). Isso não exime a necessidade da propulsão de pernas para equilíbrio e melhor eficiência do nado crawl (Yeater et al., 1981; Dopsaj et al., 2001b; Papoti et al., 2003; Taylor et al., 2003; Morouco et al., 2012) e demonstra que a característica da prova pode determinar o efeito da PRNNA.

Mesmo com a contribuição da PRNNA mais baixa, comparando aos achados de Swaine et al. (2010b) (62,7 ± 5,1% e 37,3 ± 4,1% para braços e pernas respectivamente) em

ergômetro que simula o nado, os valores de PRNNA de perna podem sofrer influências de condições da posição corporal e também do tipo de equipamento.

Comparar os sexos e os parâmetros da CF-t é outro fator que pode contribuir no entendimento da aplicação dos testes da FNA. Atletas masculinos obtiveram resultados de forças superiores aos apresentados pelo sexo feminino (p0,05), mesmo apresentando níveis maturacionais menores.

Isso pode estar relacionado às diferenças antropométricas (Moura et al., 2014; Morouço et al., 2015), porém, semelhanças entre o deficit relativo em CRWNA e da contribuição de braços e pernas devem ser considerados, por fornecer referências para aprimoramento dos parâmetros técnicos.

Considerar essencial a medida da FNA e os fatores citados ampliam as possibilidades de que os resultados dos nadadores com níveis mais elevados de força tendem a apresentar maior velocidade de nado. Através da ação de braços e pernas e o efeito das forças exercidas, pode-se considerar que a avaliação por parâmetros técnicos independentes pode contribuir para o entendimento do desempenho (Yeater et al., 1981; Costill et al., 1986a; Christensen e Smith, 1987), principalmente em grupos heterogêneos, indiferentemente da amostra analisada (Morouço, Keskinen, et al., 2011).

Apesar dos estudos apresentarem associações positivas entre os parâmetros da CF-t em CRWNA e o desempenho (Yeater et al., 1983; Ria, 1990; Dopsaj et al., 2001a; b; Taylor et al., 2001a; Dopsaj et al., 2004; Morouco, Keskinen, et al., 2011; Morouco et al., 2012; Amaro et al., 2014; Morouço et al., 2014), é relevante destacar que os parâmetros podem limitar o entendimento da aplicação da força se utilizados de maneira equivocada para o aprimoramento da FP. Cada parâmetro da CF-t deve levar em consideração aspectos relacionados à característica da prova e nado (Morouco, Keskinen, et al., 2011), não se limitando ao uso somente como referência absoluta.

Entendendo que a FPico representa um momento específico de uma ou mais braçadas e pode ser quantificada em unidade tempo (TFPico), esta referência não representa a manutenção da força durante os 30 segundos, porém é um bom indicativo de força máxima exercida por unidade de tempo (Morouço et al. 2014).

No presente estudo, observou-se que a FMed e FPico são os valores mais representativos e seguem pressupostos observados pela variação nos parâmetros técnicos em CRWNA e BRÇNA. Para Taylor et al. (2001), a FMed é um parâmetro confiável de associação com a velocidade de nado comparada a FPico.

Se considerarmos os valores de DUR, a BRÇNA apresenta maiores valores de tempo, que correspondem ao percentual de contribuição da FNA neste parâmetro técnico em relação à PRNNA, garantindo maior propulsão quando coordenados em CRWNA. O comportamento de médio da DUR de BRÇNA apresentou valores de 302ms, o que corrobora com Kolmogorov e Lyapin (1999) sobre a fase propulsiva da braçada realizada aproximadamente em 400ms.

Para a TDF e IMP, o CRWNA apresenta melhores índices em relação ao BRÇNA. Este comportamento é associado à coordenação da força exercida por braços e pernas. Mesmo com valores expressivos para TDF, é necessário atentar-se para o comportamento de ambos os parâmetros, já que as integrais da curva atribuída pelo IMP não demonstram valores tão expressivos em todos os parâmetros técnicos que indicam menor tempo médio de tração.

De acordo com Dopsaj et al. (2001), o IMP e a TDF apresentam melhor associação com o desempenho em nadadores velocistas. Os autores evidenciam que um modelo com quatro variáveis pode estimar o nível de aptidão com taxa de confiabilidade 96,39% e erro padrão de estimativa de ± 0,321ms. O que caracteriza que os melhores parâmetros para descrever a FNA e que melhor representam a velocidade em 50 metros são a TDF como indicador geral da força pelo tempo ou o IMP, que representa a quantidade medida de tração pela integral da curva força-tempo, onde é possível entender como a potência de trabalho é realizada.

Em resumo, o nadador mais eficiente é aquele que consegue transmitir maior potência de trabalho em diferentes distâncias ou unidades de tempo em FP de maneira constante e o quão rápido pode nadar e ser capaz de sustentar estes níveis de IMP, que também podem representar características do metabolismo anaeróbio de acordo com a distância e a prova (Papoti et al. 2003).

Corroborando com os achados anteriores, Amaro et al. (2014) demonstram que o IMP (α=0,995) possui melhor consistência em relação à força máxima (α=0,970) e FMed (α=0,977) entre testes. Isso representa o momento da tração ao longo da fase subaquática da braçada (Marinho et al., 2011) e que a menor força aplicada na fase subaquática mais longa pode produzir FP semelhante ou superior a uma maior força aplicada em uma fase subaquática mais curta. O que indica que, para nadadores com idade de 15,3  1,17 anos, é uma medida viável o padrão biomecânico em CRWNA, comparados a FMed e máxima (Amaro et al., 2014). Similaridade de resultados são observados em CRWNA (α= 0,964 e α= 0,855), BRÇNA (α= 0,977 e α= 0,946) e PRNNA (α= 0,966 e α= 0,810) para os sexos masculino e feminino, respectivamente, determinando a necessidade de avaliação dos parâmetros técnicos e da CF-t que possam explicar os efeitos biomecânicos e fisiológicos no aprimoramento da FP.

A capacidade de gerar FP sofre influência direta dos aspectos antropométricos e da composição corporal e podem ser respondidos pela medida da força exercida na água (Schneider e Meyer, 2005) através da ação dos segmentos corporais, especificamente por sofrer influência do crescimento e desenvolvimento (Bencke et al., 2002; Schneider e Meyer, 2005; Lätt et al., 2009; Moura et al., 2014). Tão relevante quanto a análise dos parâmetros técnicos e da CF-t, atribuir relação entre antropometria e proporconalidade corporal podem elucidar não somente o estado de saúde, como predizer o desempenho em nadadores (Schneider e Meyer, 2005).

As relações entre medidas corporais e FP também podem trazer informações que contribuem para a especialização, controle de treinamento e individualidade específica da mecânica do nado e na detecção de talentos (Heyward, 2001; Fernandes et al., 2002; Pyne et al., 2006). As diferenças entre gêneros para os parâmetros da CF-t podem estar associadas aos efeitos das dimensões corporais (Fernandes, Barbosa, Vilas-Boas, 2002; Dos Santos et al., 2012).

Os apontamentos das diferenças de massa muscular e da força são notórios nestas idades (Faigenbaum et al., 2013; Lloyd et al., 2014) e devem ser considerados para a prescrição do treinamento. Entretanto, para avaliar a FNA, além de necessário utilizar padrões de movimento com exigências musculares similares ao nado, deve-se entender o deficit em parâmetros técnicos.

Apesar dos parâmetros técnicos do nado na FNA estarem conectados diretamente aos efeitos do arrasto total, as medidas da FNA fornecem índices da força na água, onde Newton et al. (2002) indicam que níveis ótimos da FP e potência de nado são bons preditores do desempenho e estão relacionados a fatores maturacionais.

Para Vorontsov et al. (1999), durante o período da puberdade, todas as implicações fornecem referência para o desenvolvimento dos sistemas de energia anaeróbio, potência máxima, resistência muscular e para as capacidades físicas está a força muscular. Esta última é influenciada pelo aumento da produção de hormônios anabólicos (Schneider e Meyer, 2005), no entanto, o desenvolvimento dos nadadores nesta faixa etária centra-se nestes parâmetros (Barbosa, Bragada et al., 2010). Além disso, observa-se que os nadadores iniciam o estágio de especialização em apenas uma técnica de nado, prova e/ou distância (Morouco, Neiva, et al., 2011), o que pode ser um fator limitante no desempenho.

Outro fator importante para a medida da FNA são as mudanças na mecânica do nado (Lavoie et al., 1985; Papoti et al., 2003) pela ausência do arrasto hidrôdinâmico (Berger et al., 1999). Estas mudanças correspondem de maneira diferenciada quando comparados os

diferentes intervalos de tempo durante o teste (entre 10- 30s) (Dos Santos et al., 2013), consequentemente, na capacidade da produção de energia pela via anaeróbia (Papoti et al., 2003; Papoti et al., 2010; Morouco et al., 2012; Papoti et al., 2013; Kalva Filho et al., 2014), devendo considerar o efeito da medida da FNA no desempenho.

Porém, algumas simulações variam de acordo com o instrumento, haja vista que partes destes procedimentos experimentais são limitadas em laboratório, realizando ações musculares com velocidades controladas e isolando grupos musculares flexores e extensores (Cochraine et al., 2015), havendo necessidade de extrapolação que representem o efeito da FP exercida na água (Dos Santos et al., 2012).

As capacidades físicas de força e velocidade (Miyashita e Kanehisa, 1979; Klika e Thorland, 1994; Ba De Ste Croix et al., 2002; Geldas et al., 2005; Zampagni et al., 2008; Dos Santos et al., 2012) mensuradas por equipamento isocinético (Cochraine et al., 2015) indicam que a FP é influenciada pela idade (Miyashita e Kanehisa, 1979; Ba De Ste Croix et al., 2002; Kamikawa et al., 2004) e características antropométricas, como a EST, AMB, CMS e CMI e MM (Ba De Ste Croix et al., 2002; Kamikawa et al., 2004; Dos Santos et al., 2012; Morais et al., 2013; Dingley et al., 2014).

Resultados demonstram que as ações de flexão e extensão do antebraço, ou seja, contração muscular de bíceps, tríceps e da musculatura do quadríceps femoral, junto a MM e EST estão diretamente relacionadas à capacidade de produzir FP na água e que a eficiência mecânica de braços e pernas pode ser adquirida, assim como o aumento da MM em função dos estímulos do treinamento. Porém, a EST, CMS, CMI e AMB variam de acordo com os estágios maturacionais (Cochraine et al., 2015).

Diante das afirmativas, a existência de correlações moderadas (r= 0,600) e fortes (r= 0,946) para o sexo masculino e feminino associados a MC, ENV, ATC, ASC, MM, AMP, CMS e CMI (p0,01), indicam que antropometria e proporcionalidade corporal estão associadas aos parâmetros técnicos para FPico, FMed, TDF e IMP. Para o sexo masculino, índices mais expressivos da correlação foram observados nos três parâmetros técnicos. Já para o feminino, ocorre somente para as CRWNA e BRÇNA.

Estes índices demonstram forte tendência da participação da MM, medidas de comprimento dos segmentos corporais e respectivas áreas musculares (Hawley et al., 1992) e as estruturas dos segmentos corporais na FP (Dos Santos et al., 2012; Moura et al., 2014), bem como a ENV, CMS e CMI, que influenciam na técnica e que podem ser quantificados pela TDF e IMP.

A medida da ATC também indica que o comprimento do tronco e respectivas estruturas estão relacionadas a FP e que, junto aos aspectos fisiológicos, podem explicar cerca de 82,4% do desempenho de nadadores competitivos (Saavedra et al., 2010).

Os índices de correlação entre a FP e EST, CMS, ATC, %G, MM e AMB demonstram a especificidade de medida da FP e os ajustes por modelos de regressão, o %G e a EST contribuem significativamente na variação da FP de braço após controles maturacionais, explicando 22,0% (Moura et al., 2014).

Tendo em vista a similaridade antropométrica dos voluntários, nadadores do sexo masculino possuem menores valores de MC, MM (pe %GC (p e maiores valores médios em EST e ENV (p Estes valores, considerando o efeito do aprendizado, tempo de treinamento e desempenho, podem explicar a relação entre os maiores índices de FNA no tocante às diferenças apresentadas entre os sexos. Consideramos como expectativa que o sexo feminino obtivesse melhores resultados de força em função dos aspectos maturacionais (Prestes et al., 2006). Estas variáveis podem estar associadas ao desempenho e influenciam diretamente no comportamento do nado.

Diante da característica do grupo, é possível considerar que os atletas com maiores índices antropométricos e de proporcionalidade, consequentemente, com mais idade, possuem melhores índices nos parâmetros da CF-t. Este fator pode estar associado ao padrão de força exercido nas fases subaquáticas (Kraemer et al., 1989; Schneider e Meyer, 2005; Morouco et al., 2015) e podem induzir a níveis mais elevados de força muscular do que as voluntárias do sexo feminino, que estão de acordo com as considerações apresentadas pela literatura para o diferencial da FP pós-puberdade (Bencke et al., 2002; Schneider e Meyer, 2005; Morouco et al., 2015).

Ao considerar a importância dos comprimentos e superfície corporal (Boulgakova, 1990), refere-se que a eficiência do nadador depende, em grande maioria, do contato direto das superfícies do tronco, antebraço, da mão, da perna e do pé, estimando que o tamanho do comprimento desses segmentos influencia na propulsão. Nossos resultados apontam nesta direção quando estimada a ASC, que apresentou correlações de moderada a forte para a CRWNA, BRÇNA e PRNNA no sexo masculino, dando entendimento à necessidade de toda a superfície de contato corporal, mesmo em NA, contribuindo para a FP.

Para Mazzaet et al. (1994), as dimensões dos segmentos corporais, como o comprimento dos membros superiores ou dos inferiores, influenciam a mecânica da técnica de nado e a potência muscular, acrescentando Grimston e Hay (1986) que o fato dos nadadores possuírem segmentos corporais longos lhes permite desenvolverem uma maior FP, em oposição

às FR, o que leva a uma maior velocidade de deslocamento e tende a apresentar melhores resultados (Fernandes; Barbosa; Vilas-Boas, 2002). Nesse sentido, referenciais antropométricos possibilitariam a identificação de um potencial atleta de alto nível.

A respeito dos ajustes lineares (r) e não lineares (b), observamos que as variáveis antropométricas isoladas ajustam-se melhor para os perímetros e áreas musculares de membros superiores e inferiores, com expoentes variando entre X0,33 a X0,91 para o sexo masculino e de X0,33 a X0,96 para o sexo feminino, entre parâmetros técnicos em NA. Estes expoentes têm comportamento similar com pressupostos teóricos propostos pela literatura (Vanderburgh et al., 1995; Jaric, 2002) e que fizeram valer seus resultados, utilizando testes de força muscular em ambiente terrestre.

Mesmo com a situação ímpar comparada ao ambiente aquático, os resultados apresentados diferem na forma de avaliação da força, mas são robustos em relação à medida da FP em ambiente aquático. Cabe ressaltar que até o desenvolvimento e análise dos dados, modelos similares não foram encontrados para comparações entre os métodos.

Considerando o transporte do corpo frente às FR, os resultados para cada parâmetro antropométrico normalizado, principalmente os perímetros e proporcionalidade corporal na FP nos parâmetros técnicos isolados e no nado crawl, quando a FNA é normalizada pela MC, foi possível observar que os expoentes alométricos para o sexo masculino aumentam de maneira abrupta, não permitindo a adequação deste tipo de ajuste, confirmando o uso de modelos lineares para análise da relação entre as variáveis. Os expoentes observados para o sexo feminino são antagônicos, tendo em vista que o ajuste linear não apresentou resultados tão robustos quanto o modelo não linear.

Estudo de variáveis que contribuem no desempenho em 100m crawl utilizando ajustes lineares e não linear múltiplo foi desenvolvido por Nevill et al. (2015), que compararam a relação entre as medidas antropométricas, idade e maturação offset em atletas jovens. O modelo alométrico múltiplo em relação ao desempenho em 100m demonstrou ser muito robusto quando associado às variáveis de tamanho corporal e de comprimento de membros superiores

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