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Discussão da Unidade Fonte Documental Processo de Recontextualização

Dialógico

O desenvolvimento curricular é fortemente marcado por espacialidade temporal contextos político, social, cultural, de modo que subjacente ao perfil formativo se encontra a interface oficial do Estado e suas agencias, Sociedade Civil os responsáveis do sistema de educação, aqui dentre eles os gerentes educacionais e os docentes. Para compreensão das práticas curriculares a investigação por Análise Documental associa mecanismos simbólicos de legitimação de discursos, e o pensar tempo espaço.

O estudo no início do milênio de Meyer e Kruse (2003, p.338) situa a relação às DCENF e PPC, propõem reflexão e estudo que partam das respostas para perguntas, da certeza para dúvida, da prescrição para problematização quanto ao desenvolvimento de currículo e educação em enfermagem a partir das DCENF. Importar também lembrar para esta discussão que a história do currículo das IES começou nos anos de 1945 e 1946, uma IES é federal a outra e estadual uma teve criação com gestão religiosa e outra estatal.

Os dados da classificação do conhecimento dos Currículos das IES em amparo em Bernstein obtiveram graus de forte classificação por trabalho SUS, a lógica de objetivo de disciplina, sendo assim currículo do tipo coleção. Posto que as fronteiras disciplinares demarcadas, não houve rompimento dos objetivos de conteúdos por objetivo de processo.

O diálogo com a prática humanista no currículo da IES esteve mais presente nas matrizes formativas do currículo velho, especial atenção ao uso do paradigma holístico e sistêmico como teoria do currículo e componentes curriculares de humanidades. As categorias diálogo, solidariedade, justiça social, alteridade, igualdade, diversidade, diferença, representação, mobilização, educação integral, foram silenciadas nos ementários.

Ribeiro el at (2005. p.404), em análise das DCENF informa que seus incisos guarda relação ético humanista, caracteriza o modelo como princípio da pessoa num ser de relação de contato e encontro com o outro.

Para Bagnato (2007,p.508) a secundarização de transmissão de saberes historicamente construídos e o descompasso entre formação técnica e humana foram dimensões encontradas no desenvolvimento de currículo de enfermagem. Tais conclusões da segunda autora estão em consonância com os achado do estudo em pauta.

A autora recorre à interpretação da educação crítica. de Bernstein ela retoma que os textos curriculares oficiais passam para o campo de recontextualização entre tensões e refocalização.

Entre apropriações e elucidações argumentativas, traz Apple e Wood para explicitar que no modelo capitalista muitas coisas são aceitas como natural, e faz o convite ao pensar cultura e poder como dinâmicas entrelaçadas de controle econômico e controles culturais.

Os critérios problematizadores do currículo nas IES foram anunciados por territorialização, descentralização, formação em serviço em dispersão no campo intelectual do ensino em saúde.

Os pesquisadores bernstenianos alertam quanto construção de texto curricular pouco explícito. Recuperar vozes de práticas de resistência no currículo pode evitar desperdício do potencial educativo da classe trabalhadora, ressalta Sadovnik (2001, p.687) em releitura das postulações de Bernstein.

As mensagens pedagógicas das IES visíveis e invisíveis apontam à ordenação para o trabalho SUS. Na base do arquivo de reorientação registra o pensar profissão de intervenção, que respondem ao projeto societário e de regras do campo econômico Sistema Único de Saúde.

Por sua vez, ao utilizar o conhecimento impensável Pensamento da Reforma Sanitária Brasileira, recupera a geração das regras do Discurso Regulador Geral

presente na Sociedade Civil currículo e trabalho existência objetiva da educação do enfermeiro, também ideário de patrimonio imaterial da humanidade.

Segundo Ball (2011, p.48) e Bernstein (1990, p.13), na análise de política importar o entendimento que eficiência e justiça social são tensões políticas, que do outro lado, encontra-se os princípios pedagógicos das várias dimensões da construção da ciência e a necessária integração entre conteúdos científicos, metacientífico, e ideopolítico.

A tendência de tratar a educação como atividade econômica a ser submetida ao interesse de mercado deixa traços nos documentos curriculares das IES.

As estratégias de organização da atenção à saúde como princípio organizador da matriz de formação, desfocou inclusive as discussões que referencial de redes, sustenta os princípios organizativos em orientação de atenção à saúde pela noção de sistema universal e hierarquia entre níveis de atenção.

Os fragmentos das diretrizes operacionais do currículo das IES retirados do PPC quanto ao método de seleção de conteúdo complementam as interpretações: “[...] Fundamentos Éticos e Biopsicossociais do processo saúde-doença; [...] Processo Saúde- Doença [...] Sistematização da Assistência de Enfermagem à Saúde do Adulto e do Idoso na Atenção Básica; [...] Dimensão do Cuidar II. Saúde da Criança e do Adolescente”.

Na contramão do que Paterson e Zderad argumenta para a Ciência da Enfermagem, a orientação formativa no modo operandi de processo de produção de serviços, minimiza a essência do encontro de cuidador com e para a pessoa seja na nomeação de usuário, cliente, comunidade, família e atenção individual ou coletiva.

As autoras ao afirmarem que o diálogo vivido na sistematização da intervenção da prática assistencial acontece na identificação dos porquês das condutas numa revisão contínua de sustentabilidade do cuidado por pressuposto teórico-filosófico humanista contribuirão para elucidar nas diretrizes operacionais do currículo das IES da pesquisa.

O arquivo foucaultiano é antes de tudo lei do que pode ser dito, é o sistema que rege o surgimento dos enunciados como acontecimentos singulares (EDGARDO, 2009, p.43). Práticas específicas certamente particulares quando o histórico de currículos da IES Esmeralda guarda influência, anglo-saxonica e a IES Lamparina Americana.

Talvez positividades por percursos no modo de conceber e afirmar posição intelectual e política, diante a constatação dos documentos curriculares grafarem traços de homogeneização no desenvolvimento de política de currículo das duas IES na atualidade de formação do perfil do egresso, como predetermina a face oficial e grupos hegemônicos da enfermagem.

O controle simbólico das regras de avaliação e regras de distribuição desde os anos 2005 em continuidades da inclusão nos programas de reorientação nacional da formação profissional em saúde, na condição de campo recontextualizador da face oficial do currículo, são revelações de: poder, saber e diálogo vivido com julgamentos normalizadores em expressos foucaultianas.

Em outra direção analítica desprende-se: a simetria política e técnica dentro do cenário de contextualização do sistema de saúde e sistema da educação quando há silenciamento nos documentos e materialidade de inclusão no Pró-Ensino destinado a indução reorientada de mudança curricular em Pós-Graduação.

A produção de políticas de currículo lembra Ball (2011, p.88) são associações de múltiplos contextos, pois seus textos se originam da circulação de combinações complexas de recontextualização entre reinterpretações de resistências, adesões, poder local e global, essa dimensão, o autor identifica como hibridismo.

Lopes e Macedo (2011, p.237) acrescenta que a tentativa de produzir consensos em torno de um currículo nacional tem relação com projeto econômico global os quais dispõem de ferramentas de produção de discursos, como orienta Bernstein tem campo recontextualizador de discurso regulador.

Por certo, o dispositivo pedagógico recontextualizador Pró-Saúde/PET- Saúde como instância de pactos de agencia estatal em três esferas de governo interministerial: controle social, participação financeira multilateral, institutos de pesquisa e Instituições de Ensino Superior tem produzidos discursos de maior difusão.

Na formação intelectual do enfermeiro na esfera pública num campi urbano da região disponibiliza os enunciados do currículo: modelo explicativo do processo saúde-doença por determinantes sociais; integralidade da atenção por níveis hierárquicos em modelo de saúde universal; modelo clínico sobrepõe-se ao modelo epidemiológico; Sistematização da Assistência de Enfermagem como modelo teórico de cuidar em enfermagem; noção de organização curricular por competências e

habilidades; Interdiscurso Atenção Básica, dominada o da Atenção Primária, integralidade.

As perspectivas teóricas de currículo integrado em nenhum dos documentos explorados tal perspectiva é mencionada ou referenciada, bem como o paradigma da interdisciplinaridade e a Ciência/arte do cuidar também foram silenciados nos textos curriculares das IES.

No movimento de curricularização as práticas em serviços nos níveis de atenção coerente com Diretrizes Curriculares Nacionais de Saúde e Pró-PET-Saúde e com os documentos locais apontam as definições do planejamento de prática de ensino programadas em microáreas dos Distritos Sanitários fixos para cada IES.

As transferências de abordagem conceitual parâmetros das ordens discursivas das regras de avaliação em inserção nos programas de incentivo e indução curricular Pró-Saúde/PET-Saúde, emergem com enquadramento de realização pedagógica nas proposições documentais das IES Lamparina e IES Esmeralda com maior intensidade.

A caracterização saber e fazer educação assistencial de administração, ensino, pesquisa aparece no documento com: Pró-Saúde e o reconhecimento no currículo de produção de serviço de atenção à saúde; PET-Saúde e a curricularização da Extensão e pesquisa na Atenção Básica e Média Complexidade.

A organização curricular temporal por períodos semestrais, estruturação de conhecimentos por método de módulos temáticos e divisão de áreas disciplinares em componentes curriculares acadêmicos retratam continuidades de formar dentro de uma divisão social do trabalho.

O caleidoscópio do pensamento curricular contemporâneo, Foucault interpretaria regras de funcionamento de discurso promove brechas e dobras nos dispositivos de poder e saber. E, a cada emergência disciplinar as positividades de um saber em dispersão e exterioridade cumpre função enunciativa de um a priori histórico e potencia de ser sujeito em via de liberdade.

Sendo assim, as exaltações das tecnologias de trabalho SUS como uma grande narrativa requer suspeição deste interdiscurso com o objeto disciplina da enfermagem, reorientação nacional da profissão saúde, profissionalização do adulto e assistência a saúde da população brasileira. E, estratégia de validação e produção de discurso formar enfermeiro.

Em foco de análise com Bernstein, o novo conhecimento curricular organizado como dispositivos pedagógicos advêm de vários contextos no campo de produção, de agências editoriais, comunidades consultoras de bloco econômico e político, agentes públicos pedagogia externa as IES sendo transformados em discurso pedagógico oficial e de instrucional.

O domínio desses dispositivos de saber, poder disciplinar acontece por disputas à consecução de sua posse entre grupos socais e instâncias representativas de recontextualizadores pedagógicos. Na Escansão dos documentos curriculares ora houve aproximação distanciamento do horizonte de transformação social do campo da Ciência da Enfermagem disponível enquanto ferramenta de cuidar preocupado com desigualdades geradas pelas relações de classes, precarização do atendimento prioritário por níveis de serviço.

Na reflexividade o alento, a expertise profissional da enfermagem em Atenção Primária em Saúde e integralidade do cuidar percorre toda rede, e não troca equidade, e qualidade por encontro dialógico digno da vida dentro e fora da Rede SUS. Nos documentos competências, políticas, gerências e éticas em reorientação, localiza espaço do saber SUS por responsabilização. Com olhar foucaultiano se atenta para o entrelaçamento de governo com a história ética das formas de subjetivação: cuidado, ascese e parrésia.

O mapeamento do desenvolvimento currículo das IES faz referência: “[...] as tecnologias governamentais dizem respeito dizem tanto ao governo da educação quanto àquele da transformação dos indivíduos, ao governo das relações familiares e ao governo das instituições”. (REVEL, 2011, p. 75).

Tais acepções engendra confronto, estabelece relação de interação, geração interior e exterior da biopolítica, dispositivos disciplinares que materializam práticas de governo de si e do outro eu enfermeiro e docente em dispersão de discurso diverso de formação de enfermeiro aqui como mais uma reconstrução do enunciado educar enfermeiro no ensino interdisciplinar.

5.3 Discussão da Unidade Fonte Análise Discursiva – Diálogo singular do