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Esta investigação teve como intuito avaliar a influência dos estilos educativos exercidos pelas figuras parentais no rendimento académico (reprovação escolar) e no consumo de substâncias tóxicas (álcool e tabaco) em adolescentes.

Deste modo, considerando o objetivo traçado na presente investigação, pode-se constatar através das evidências empíricas que não existem diferenças significativas nas variáveis em estudo.

Neste ponto procedeu-se à discussão dos resultados obtidos. A organização deste ponto segue a mesma ordem lógica de todo o trabalho que o precedeu a nível da apresentação dos resultados, bem como do objetivo definido.

Assim sendo, num primeiro momento iremos discutir os efeitos comparativos ou diferenciadores dos estilos parentais em função do sexo e da reprovação escolar dos adolescentes. Posteriormente irá ser discutido o efeito comparativo dos estilos educativos parentais em função do sexo e dos adolescentes com consumo de álcool. De seguida, irá ser apresentada a discussão das análises comparativas dos estilos parentais em função do sexo e do consumo de tabaco. De igual modo, irá ser discutido o papel comparativo dos estilos educativos parentais nos adolescentes que já passaram por um processo de reprovação escolar ou não em função do consumo de álcool. Tal como, irá ser discutido as diferenças entre os estilos educativos parentais na reprovação escolar e consumos de tabaco nos adolescentes. Por fim, será discutido o papel comparativo dos estilos educativos parentais nos adolescentes face ao consumo de álcool e de tabaco.

Assim, no que diz respeito aos estilos educativos parentais não se verificaram diferenças significativas face ao sexo e ao nível da reprovação escolar. Tendo em consideração as médias dos grupos face à reprovação escolar nos dois sexos, o segundo grupo apresenta médias mais elevadas, sendo o sexo feminino o que contêm maior representatividade. As figuras paternas apresentam maior aceitação e conhecimento comparativamente com as figuras maternas. Estes resultados não vão ao encontro das evidências teóricas (Oliveira & Yukizaki, 2004; Peixoto, 2004) dado que no início da adolescência, os jovens carecem de receber aprovação das suas habilidades específicas, avaliando de forma acentuada as suas competências, o que muitas vezes leva ao desenvolvimento de sentimentos de inferioridade. Desta forma, a intensidade das mudanças,

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as crises emocionais, podem afetar a confiança, refletindo-se em comportamentos de insegurança (Guajardo & Paucar, 2008).

Oliveira e Yukizaki (2004) observaram resultados contraditórios, num estudo qualitativo com o objetivo de verificar a participação da família e da escola e das suas interações relativamente à reprovação escolar face ao sexo dos adolescentes. Estas autoras sublinharam que as figuras maternas estimulam os educandos para a não reprovação escolar, subentendendo-se que são estas figuras que apresentam maior conhecimento face a esta variável.

Também Peixoto (2004) ao estudar as relações estabelecidas no seio familiar, o autoconceito, a autoestima e o rendimento académico numa amostra de 265 adolescentes do 7.º, 9.º e 11.º anos de escolaridade (122 do sexo masculino e 143 do sexo feminino), com idades compreendidas entre os 11 e os 19 anos, verificaram através dos resultados obtidos, que os alunos que não obtiveram reprovação escolar revelaram maior apoio familiar e melhores métodos de estudo.

Igualmente a investigação de Vasconcelos, Almeida e Monteiro (2005) realizada na Universidade do Minho, no ano letivo de 2004/2005, através de 275 adolescentes universitários com o intuito de descrever os métodos de estudos, tendo em consideração o sexo dos adolescentes, permitiu verificar a existência de diferenças significativas relativamente ao sexo no que respeita, ao rendimento académico. Assim foi possível constatar que são os adolescentes do sexo feminino que evidenciam resultados superiores, possuindo melhores métodos de estudo (gestão do tempo, elaboração de resumos, organização de materiais escolares, leituras complementares às aulas e memorização de conteúdos), comparativamente com os adolescentes do sexo masculino. No entanto, é necessário realçar que neste estudo o sexo feminino destaca-se nas dimensões: conhecimento paterno e conhecimento materno.

Estes resultados são consonantes com os encontrados por Soares e Almeida (2011), num estudo realizado com 136 adolescentes, do 7.º e 9.º anos de escolaridade, com idades compreendidas entre os 11 e os 16 anos de idade, no sentido de analisar as dimensões em aceitação, monitorização e a perceção dos adolescentes em relação às práticas educativas das figuras parentais. Estes verificaram que o sexo feminino apresenta médias diferenciadas nestas duas dimensões e apresentam médias mais elevadas nas diferentes fases de recolha de dados (7.º e 9.º anos) comparativamente ao sexo masculino. Esta diferença pode ser atribuida a odoção de métodos de estudo, de criação de condições que promovam o desenvolvimento

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de competências de análise e reajuste de estratégias no sentido de promover o sucesso educativo.

Miranda e Almeida (2011) realizaram um estudo com uma amostra constituída por 2206 alunos, do 7.º ao 12.º ano de escolaridade com o intuito de verificar se a motivação escolar influenciava no rendimento académico dos adolescentes. Neste sentido, estes autores observaram uma relação positiva entre o rendimento académico e as metas de aprendizagem, verificando-se, deste modo, que estes contrapõem os resultados do nosso estudo.

Lakshmi and Arora (2006) realizaram um estudo com uma amostra de 500 participantes (250 do sexo masculino e 250 do sexo feminino) que frequentavam o ensino secundário. Este estudo tinha como objetivo analisar o comportamento parental e a perceção que as figuras parentais têm relativamente ao sucesso escolar e competência académica dos educandos. Estes autores verificaram que ambos os sexos evidenciaram resultados académicos superiores quando as figuras parentais apresentavam maiores níveis de aceitação. Deste modo, estes resultados não são consonantes com os encontrados na nossa investigação.

Cecconello, Antoni e Koller (2003) observaram, através de uma revisão da literatura, a influência das práticas e dos estilos educativos no contexto familiar exercidos no desempenho escolar dos educandos. Estes autores constaram que um desempenho escolar favorável, dos adolescentes, está associado a um estilo educativo democrático.

Sapienza e colaboradores (2008) através de uma amostra com 66 figuras parentais e 66 adolescentes de ambos os sexos, que frequentavam o 6.º, 7.º e o 8.º ano de escolaridade, e com idades compreendidas entre os 11 e os 15 tiveram como objetivo analisar as relações entre a competência social, as práticas educativas e o rendimento académico. Estes autores evidenciaram que as práticas educativas mais positivas promovem um rendimento académico favorável. Assim sendo, os resultados conseguidos, por estes, não vão ao encontro dos resultados obtidos na nossa investigação.

No entanto, as mesmas autoras ainda acrescentaram que as figuras parentais que utilizam práticas educativas positivas (diálogo e envolvimento) influenciam a vida escolar dos educandos, originando um melhor rendimento académico comparativamente às figuras parentais que utilizam práticas negativas. Estas práticas negativas corresponderiam aos estilos educativos negligente e autoritário. Deste modo, práticas ou estilos educativos parentais desajustados poderão desencadear futuramente comportamentos nos educandos, nomeadamente o isolamento, a agressividade e deficits nas competências sociais, entre outros.

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Segundo esta linha de ideias, Lamborn and colaboradores (1991), num estudo com uma amostra de 4100 adolescentes, com idades desde os 14 até aos 18 anos de idade, tiveram como objetivo observar o comportamento das figuras parentais através das dimensões (aceitação e supervisão). Neste sentido, foi verificado que as figuras parentais que exercem um estilo educativo autoritário ou negligente nos adolescentes perpetuam resultados académicos inferiores. Deste modo, podemos inferir perante os dados expostos que o estilo educativo influencia no rendimento académico dos adolescentes.

Relativamente ao estilo educativo exercido pelas figuras parentais, Gomes e Ribeiro (2010) apresentaram um estudo com uma amostra de 66 figuras parentais. Este estudo tinha como intuito estudar e entender os estilos educativos exercidos por estas figuras (perceção das figuras parentais do próprio estilo) conjuntamente com algumas variáveis sociodemográficas. Os resultados evidenciaram que o sexo das figuras parentais influencia nos estilos educativos adotados e que estas figuras apresentam na sua maioria um estilo educativo democrático. No entanto, as figuras maternas apresentam níveis superiores de um estilo permissivo comparativamente com as figuras paternas.

Montandon (2005), através de uma revisão da literatura, menciona que o sexo dos educandos nem sempre determina as práticas educativas exercidas pelas figuras parentais. Esta autora enfatiza que as figuras parentais exercem as suas práticas influenciadas pela própria cultura e pela aceitação social. Do mesmo modo, verificamos que as figuras parentais do sexo feminino difere em função dos estilos educativos, nomeadamente ao estilo educativo autoritário. Assim torna-se pertinente salientar que o sexo feminino necessita de maior afeto e apoio emocional por parte das figuras maternas, sendo estas promotoras de maior autonomia (López-Soler et al., 2009; Weber, Brandenburg, & Viezzer, 2003). Deste modo, o desenvolvimento das jovens está dependente das experiências positivas com as figuras significativas que correspondem às suas necessidades pessoais, afetivas e sociais (Mota & Matos, 2010).

Brás e Ribeiro (2008), numa investigação, com 375 casais observaram que são as figuras maternas as que exercem um estilo democrático e permissivo com maior frequência. Neste sentido, a família contém um papel fulcral na construção identitária dos indivíduos influenciando significativamente no comportamento. Deste modo, o contexto familiar e a influencia das caraterísticas dessas pessoas significativas, especialmente as medidas adotadas no ambiente familiar influenciam os comportamentos adequados ou desadequados do adolescente. Assim, o tradicional modelo familiar organizado, caraterizado por um forte

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autoritarismo, controlo, exigência, respeito pelas normas e regras sociais é substituído por um novo modelo (Broecker & Jou, 2007). Este novo modelo é caraterizado pela participação e na negociação das figuras parentais com os seus educandos (desvinculação pelas relações de autoridade e imposição) (Montandon, 2005). Assim, pode-se inferir que a relação familiar, a influência das práticas e dos estilos educativos parentais na própria comunicação familiar contêm um papel fulcral nos adolescentes.

Gonçalves (2010) alude a existência de estudos que comprovam a relação entre família e a escola. Este autor salienta que um maior envolvimento parental no percurso académico dos educandos aumenta significativamente a probabilidade destes atingirem o sucesso académico.

Todavia, na literatura (Chechia & Andrade, 2005) encontram-se diversos estudos que envolvem a participação das figuras parentais na vida escolar dos educandos e a perceção que estas figuras constroem relativamente à escola. Tal como referimos anteriormente, as figuras parentais interferem na vida escolar. Neste sentido, o trabalho executado pelas figuras parentais com os estudantes nas diversas atividades académicas poderá influenciar significativamente na motivação escolar (Senler & Sungur, 2009).

Este envolvimento potencia o desempenho e concentração escolar, evidenciando níveis mais altos de interesse nas atividades académicas e melhor perceção de competência (idem). Este trabalho desenvolvido pelas figuras parentais sobretudo na formação de crenças e expetativas em relação ao desempenho escolar de cada educando é essencial na estruturação do processo de aprendizagem para a obtenção do sucesso educativo (Davis-Kean, 2005).

Onyeizugbo (2010) realizou um estudo com 249 alunos que frequentavam cursos superiores de Ciências e Psicologia. Este estudo tinha como objetivo examinar a relação entre a autoeficácia, a ansiedade e o rendimento académico. Este autor observou que uma das principais causas que influencia o sucesso escolar é a perceção que os alunos têm de si em relação às suas capacidades. Neste sentido, é fulcral que os docentes implementem programas para que cada aluno atinga resultados satisfatórios, sendo destacadas diversas variáveis que influenciam no rendimento académico do aluno, tais como, as crenças desadequadas e a perceção que este tem das suas próprias capacidades. Gomes e Ribeiro (2010) evidenciam a influência das variáveis sociodemográficas nos estilos educativos parentais na perceção de si próprio e no outro. Nomeadamente, as variáveis familiares (família), académicas (docentes) e pessoais (aluno).

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Alguns estudos (Alves & Almeida, 2009; Coelho & Costa, 2010; Ferreira & Gonçalves, 2009; Gouveia & Costa, 2010; Martins & Carvalho, 2010) tem vindo apoiar consistentemente esta posição corroborando a ideia de que a estrutura socioeconómica dos jovens influencia no rendimento académico. Cabe reforçar que o rendimento académico em adolescentes de meios socioeconómicos desfavorecidos e figuras parentais com fracas habilitações académicas possuíam valores mais baixos de rendimento académico (Ferreira & Barrera, 2010). O fraco rendimento escolar deve-se também às tomadas de decisão académicas dos adolescentes (Ferreira & Gonçalves, 2009; Soares & Dias, 2010).

No entanto, as famílias de classe média e alta geralmente facultam orientações mais corretas e estimulantes em relação ao futuro promissor dos educandos (Soares & Dias, 2010), apresentando um conjunto de meios que possibilitam a estimulação dos educandos, refletindo- se num melhor rendimento académico (Coelho & Costa, 2010), enquanto que as famílias de classe baixa tendem a incutir nestes, a escolha de profissões ou ocupações com um futuro menos promissor, olhando mais numa perspetiva de custos reduzidos (Soares & Dias, 2010). Assim, a escolha de profissões ou ocupações menos prestigiantes e mal renumerados deve-se à influência exercida pela família (entrada precoce no mundo laboral) ou pela própria cultura (Costa & Rodrigues, 2010).

No que diz respeito aos estilos educativos parentais não se verificam diferenças significativas ao nível do sexo e do consumo de álcool. Os resultados sugerem-nos que o sexo feminino destaca-se do sexo masculino ao nível das dimensões da aceitação e conhecimento materno. E observando os grupos face ao consumo de álcool nos dois sexos, o primeiro grupo evidencia médias mais elevadas. As figuras paternas apresentam menor aceitação e conhecimento.

Paiva e Ronzani (2009) efetuaram um estudo com uma amostra de 273 adolescentes com idades compreendidas entre os 14 e os 19 anos de idade. O objetivo deste estudo comportava em observar a relação entre os estilos educativos parentais e o consumo de álcool. De tal modo, os resultados deste estudo não vão ao encontro da nossa investigação verificando-se diferenças significativas no sexo dos adolescentes e que as figuras maternas promovem o consumo desta substância derivado à falta de participação das figuras paternas.

Facundo e Castillo (2005) apresentam outro estudo que não é consonante com os nossos resultados. De tal modo, é recolhida uma amostra com 98 adolescentes com o objetivo de observar os comportamentos dos adolescentes face à substância álcool, verificando-se que o grupo de pares e que o sexo influenciam no consumo de álcool.

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Na literatura, Guimarães, Hochgraf, Brasiliano e Ingberman (2009) salientam que o apoio emocional é uma prática educativa importantíssima que influencia mais o sexo feminino. As adolescentes que nunca receberam apoio emocional por parte das figuras parentais correm maior risco de se tornarem dependentes de uma determinada substância tóxica.

De acordo, com Calado e Moreira (2008) a ausência ou envolvimento da figura paterna na educação dos educandos é considerado um fator preditor no consumo de substâncias tóxicas no sexo masculino. Assim, para Ferros (2003) um ambiente familiar adequado será importante para um não possível percurso desviante, por parte dos adolescentes, no que respeita ao consumo de substâncias tóxicas.

Diversos estudos comprovam que a estrutura familiar, as relações e as influências familiares são um fator preditor num possível percurso desviante. Neste sentido, Guimarães et al. (2009) reforçam que a família deverá exercer um papel educacional, transmitindo a cada educando os valores morais (gratificação e o respeito pelos outros) e a não aquisição de comportamentos inapropriados (delinquência e comportamentos antissociais). De tal modo, cada educando que cresce num ambiente familiar proporcionador de conflitos corre maior risco de possuir este tipo de comportamentos (Sanni et al., 2010). Oliveira, Werlang e Wagner (2007) relatam diversos estudos sobre a influência das figuras parentais no consumo de álcool, evidenciando que os jovens optam por consumir álcool por observarem as próprias figuras parentais.

Patock-Pecham and Morgan-Lopes (2006) realizaram um estudo com o objetivo de estudar a mediação entre os estilos educativos parentais e o consumo de álcool. Este mesmo estudo foi constituído por uma amostra de 421 alunos (215 do sexo masculino e 206 do sexo feminino) e remeteu-nos que o consumo excessivo de álcool nos adolescentes é originado pelo estilo educativo parental das figuras parentais e ao sexo presente destas.

Seguindo esta linha de pensamento, e recorrendo à literatura, se a figura parental for do sexo masculino e exercer uma figura parental permissiva, o adolescente do mesmo sexo vai ter tendência a enveredar pelo consumo excessivo de álcool. Todavia, o consumo de álcool é mais procurado pelo sexo masculino e o tabaco pelo sexo feminino - substância socialmente menos descriminada (Vasconcelos-Raposo et al., 2009).

Freitas e Vasconcelos-Raposo (2003) reforçam esta crença ao afirmar, que o sexo feminino, é o sexo predominante no consumo de tabaco nas camadas mais jovens, em alguns países europeus. Relativamente ao consumo de álcool, Chalder, Elgar and Bennett (2006)

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realizaram um estudo com 17744 adolescentes, pretendendo estudar a influência que o álcool tem nos adolescentes com figuras parentais consumidoras desta substância. Neste sentido, ao observarem famílias dependentes e famílias não dependentes comprovaram que os adolescentes que possuem figuras parentais dependentes também procuram o consumo desta mesma substância.

Ferreira e Fonte (2006) realizaram um estudo a uma população estudantil que frequentavam o 10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade, com 170 adolescentes, dos 16 aos 22 anos de idade, com o objetivo de analisar a relação entre os consumos de substâncias tóxicas e o envolvimento em atividades de lazer. Os resultados verificaram que o álcool é a substância tóxica de eleição dos adolescentes.

No que diz respeito às diferenças dos estilos educativos parentais em função do sexo e do consumo de tabaco, verificamos que não existe diferenças estatisticamente significativas refutando alguns estudos evidenciados nesta dissertação. Todavia, observando os valores da média o sexo feminino apresenta maiores níveis de consumo de tabaco comparativamente com o sexo masculino. No que respeita aos grupos face ao consumo de tabaco nos dois sexos, o segundo grupo apresenta também médias mais elevadas e quanto ao nível dos estilos educativos parentais existe maior aceitação materna e conhecimento paterno. Todavia, é necessário referir que, uma vez mais, não se evidencia uma influência significativa entre os grupos e na aceitação materna não existe uma distribuição normal.

Matos, Gaspar, Vitória e Clemente (2003) recolheram uma amostra com 6903 alunos (6.º, 8.º e 10.º anos de escolaridade), entre os 11 e os 16 anos de idade, no sentido de observar os hábitos de consumo de substâncias tóxicas desses adolescentes. De tal forma, os resultados extraídos verificaram que o sexo masculino procura mais o consumo de álcool comparativamente com o sexo feminino. Estes autores também compararam elementos do sexo feminino que começaram a consumir tabaco com elementos que nunca consumiram, constatando que os elementos do sexo feminino que consomem, contêm maior prevalência de comportamentos de rebeldia e a relação com a escola é mais fraca. No entanto, estes resultados não vão ao encontro dos resultados extraídos nesta investigação (inexistência de influência estatisticamente significativa entre sexos).

O estudo realizado por Magalhães e Fonte (2007), uma vez mais, não é consonante com os resultados obtidos nesta investigação. Este estudo é constituído por uma amostra de 188 adolescentes, com idades compreendidas entre os 15 e os 20 anos de idade. Estas autoras tinham como objetivo estudar a relação entre o consumo de substâncias tóxicas e o ambiente

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familiar do adolescente, evidenciando diferenças significativas nos sexos no consumo de tabaco.

Matos, Carvalhosa, Vitória e Clemente (2001) também realizaram um estudo de 6903 participantes com idades compreendidas entre os 11 e os 16 anos, do 6º, 8º e 10º ano de escolaridade. Este estudo visava compreender os hábitos e os estilos de vida dos adolescentes direcionados ao consumo de substâncias tóxicas. Os resultados evidenciaram que houve maior percentagem de consumo de tabaco aos 15 anos de idade. Relativamente aos sexos, os elementos do sexo masculino contêm maior percentagem do consumo de tabaco comparativamente com os elementos do sexo feminino (sexo representativo). No entanto, realçamos que estes resultados não vão ao encontro com os obtidos nesta investigação.

Outro estudo, realizado por Foxcroft and Lowe (1995) através de uma amostra de 1045 adolescentes com idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos de idade e com o intuito de examinar a relação entre o ambiente familiar do adolescente e o consumo de álcool deste. Estes autores evidenciaram que o sexo masculino, na recolha de dados, os jovens que pertenciam a uma família com o estilo educativo autoritário ou negligente consumiam maior quantidade de álcool e de tabaco.

Depois de analisado o sexo combinado com a reprovação escolar, consumo de álcool e de tabaco ao nível dos estilos educativos parentais, debrucemos-mos de seguida, na comparação entre a reprovação escolar e consumo de álcool e tabaco.

Relativamente à combinação da reprovação escolar com o consumo de álcool ao nível dos estilos educativos parentais, nesta dissertação, não é observado uma influência significativa. As médias nos grupos face à reprovação escolar evidenciaram poucas diferenças, no que respeita ao consumo de álcool. Nas dimensões correspondentes aos estilos educativos parentais observa-se maior conhecimento por parte das figuras parentais, as figuras maternas possuíam maior aceitação e as figuras paternas maior conhecimento.

Magalhães e Jolluskin (2010) realizaram um estudo que não vai ao encontro dos nossos resultados, com uma amostra de 360 adolescentes (10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade), com idades compreendidas entre os 14 e os 21 anos, sendo o sexo feminino o mais representativo. Este estudo teve como um dos objetivos estudar a relação entre os

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