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2.2 Conceito, mapa conceitual e aprendizagem significativa

2.2.7 Disseminação de informações pelos mapas conceituais

Um mapa conceitual que tem como objetivo apresentar ou disseminar um determinado assunto pode ser mais fácil de ser entendido do que essa mesma informação em formato textual. Porém, Cañas et al. (2015) destacam que mapas conceituais com propósito de comunicar algo devem ser claros e de fácil leitura. Um mapa conceitual pode ser considerado um diagrama, e apesar de sua simbologia gráfica simples, ele pode representar ideias e conhecimentos complexos. Diagramas são usados para planejar, projetar coisas e estruturar ideias, em resumo, “diagramas são ideias concretizadas” (WARE, 2010).

Diversos outros autores argumentam o quanto os mapas conceituais são bons para comunicar e disseminar informações. Vekiri (2002) argumenta que há menor esforço mental

para compreender um texto quando este está acompanhado de mapas conceituais. Orrantia (2012) mostra que os mapas auxiliam na disseminação da informação. Valerio, Leake e Cañas (2012) comprovam que mapas melhoram substancialmente as habilidades de compreensão de leitura dos usuários no quesito velocidade, em comparação à leitura exclusiva de texto. Lima (2004) argumenta que a característica gráfica do mapa conceitual auxilia a compreensão das relações entre os conceitos e do conhecimento no todo. De fato, Zhang (2008) observa que sem o auxílio de visualização gráfica, há necessidade de maior abstração de informações e, consequentemente, menor percepção ou compreensão dos dados e informações.

Belluzzo (2006) discute o uso de mapas conceituais enquanto instrumentos de apoio à gestão da informação e da comunicação e da mediação do desenvolvimento das habilidades de acesso e uso da informação na sociedade contemporânea. Belluzzo destaca, em especial, as áreas de informação e comunicação, e enfatiza o uso de práticas sociais para “[...] orientar a produção e o compartilhamento do conhecimento individual e coletivo a fim de atender às demandas por mediação dos novos instrumentos informáticos ou tecnologias de representação e comunicação dominantes no contexto atual e sua ágil inserção no cotidiano das pessoas”.

Pesquisadores usam mapas conceituais para apresentar informações mais gerais de suas pesquisas, tendo como benefícios a exploração de questões em tempo real, criando um diálogo visual, e documentando os problemas com rapidez (CONCEIÇÃO; SAMUEL; BINIECKI, 2014). Esses autores ainda destacam que os mapas conceituais oferecem possibilidades para sintetizar ideias para orientar a análise e o processo visual permitindo que novas ideias emerjam. Destacam também o compartilhamento de mapas em servidores computacionais como processo de disseminação, seja entre pesquisadores, aprendizes ou usuários no geral.

2.2.8 Considerações finais da seção

Considerando a definição de conceito de Dahlberg, na seção 2.2.1, cada nó informacional de um hipertexto pode ser considerado também um conceito. Além disso, a ligação entre dois nós de um hipertexto pode ser equiparada a uma proposição simples, sem uma frase de ligação explícita, pois as ligações estariam quase sempre estabelecendo uma relação lógica de identidade. Todavia, a liberdade de autoria de quem cria um hipertexto pode levar a outros tipos de relações lógicas ou até mesmo relações semânticas. Ainda sim, há de se considerar que relações diferentes da identidade podem trazer confusão para o leitor. De

qualquer forma, um hipertexto é um conjunto de proposições ou uma rede de informação, tal como será abordado na seção 2.5, ou ainda pode ser considerado um mapa conceitual, como foi visto na seção 2.2.

Mapas conceituais já são usados desde os anos 70, porém, somente recentemente eles foram potencializados com o advento das ferramentas digitais para a sua construção, edição e disseminação. Eles têm grande abrangência em várias áreas do conhecimento, pois trabalham, sobretudo, com a representação de conhecimento. Graças à aprendizagem significativa eles são usados mais fortemente na educação por vários motivos, desde a facilidade de verificar o conhecimento prévio do aluno, passando pelo auxílio na construção do conhecimento pela modificação de suas estruturas mentais, até serem usados como ferramentas para auxílio à avaliação de aprendizagem. Apesar da ação de construir mapas conceituais ter um alcance mais profundo quando se trata da aprendizagem significativa, a disseminação de informações e processos de comunicação, por intermédio de mapas conceituais, também têm sido amplamente usados e foram verificados como ações possíveis por vários pesquisadores.

Atualmente eles são confundidos com os mapas mentais que são mais populares. Contudo, estes últimos são estruturas estritamente hierarquizadas, em forma de árvore, e não em forma de rede ou grafo. Além disso, eles não têm as importantes frases de ligação que estabelecem ricas proposições no caso dos mapas conceituais, tanto para o processo de construção quanto para o processo de disseminação ou comunicação da informação.

O mapa conceitual da Figura 4 apresenta alguns relacionamentos importantes abordados nessa seção sobre conceito, mapa conceitual e aprendizagem significativa, destacando, em cor alaranjada e espessura maior, alguns conceitos relevantes para a presente tese. Entre as várias proposições existentes no mapa, destacam-se os usos e a formação de um mapa conceitual, os relacionamentos entre a aprendizagm significativa com o novo conhecimento e o conhecimento prévio do sujeito, provocando a diferenciação progressiva, a reconciliação integradora bem como as alterações na estrutura cognitiva. Também se destaca o relacionamento entre informações caracterizado pelas frases de ligação de um mapa conceitual e dos hiperlinks de um hipertexto. Além disso, no contexto do presente trabalho, o mapa conceitual é uma boa ferramenta para representar, organizar, disseminar e compartilhar conhecimento.

Figura 4 – Mapa conceitual com alguns relacionamentos abordados na seção 2: conceito, mapa conceitual e aprendizagem significativa