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Esquema 2: Circuito da Distribuição Individual Diária

3. CIRCUITO DO MEDICAMENTO

3.4 DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS E DISPOSITIVOS MÉDICOS

3.4.3 Distribuição Individual Diária em Dose Unitária

A DIDDU consiste na distribuição diária de medicamentos, por doente, para um período de 24 horas (das 15h às 15h, no caso específico do HSL). O objetivo principal deste SDM é aumentar a qualidade de vida do doente, garantindo o cumprimento da pres- crição médica. Uma vez que os SFH estão encerrados ao domingo, no sábado deve ser preparada a medicação para 48 horas, ou seja, até segunda-feira.

Segundo o Manual de Farmácia Hospitalar, os hospitais devem, sempre que pos- sível, implementar este SDM, uma vez que assim se evitam desperdícios de medicamen- tos e a sua incorreta utilização, impedindo de igual modo que cada enfermaria se trans- forme numa farmácia autossuficiente, com as consequentes irracionalidades. Este SDM surge, então, para garantir o cumprimento da prescrição médica, diminuir a ocorrência de erros de medicação e aumentar a qualidade dos serviços prestados ao doente. [6]

Os SC abrangidos por este SDM são a Pediatria, Ginecologia, Ortopedia 1, Orto- pedia 2, Cirurgia 1, Cirurgia 2, Especialidades cirúrgicas, Psiquiatria, Medicina 1 (pisos 6, 7 e 8) e Unidade de AVC.

Também este SDM pode ser considerado um circuito sendo representado pelo es- quema 2.

O circuito inicia-se com a prescrição médica, a qual chega aos SFH via online, sendo esta interpretada e validada pelos farmacêuticos através da análise da medicação e do doente. Seguidamente, e só depois da validação das prescrições, o TF gera o mapa farmacoterapêutico de cada SC que deve conter a identificação do doente, número de cama, perfil farmacoterapêutico, identificação do SC, a DCI dos medicamentos, forma farmacêutica, dosagem, quantidade a dispensar, frequência das tomas e via de adminis- tração. De seguida, toda a informação é enviada para o Kardex, um sistema de dispensa semiautomático usado neste SDM.

Para fazer a distribuição de medicamentos por doente, que se inicia por volta das 12 horas, são necessários dois TF: um para retirar a medicação do Kardex e o outro para a colocar dentro da gaveta da DIDDU.

Prescrição Médica Validação da terapêutica Distribuição dos medicamentos e PS pelas gavetas individuais Alteração à terapêutica Envio da medicação ao SC Administração da medicação Retorno da medicação que não foi administrada aos SFH

Caso o doente ainda não tenha cama atribuída, e em vez do número da cama apa- rece no Kardex “PPP” ou “MAC”, a medicação deve ser colocada numa gaveta sem nu- meração, sendo que esta deve ser devidamente identificada com uma etiqueta contendo o nome do doente. A medicação que, devido à sua dimensão, não cabe nas gavetas é colo- cada nos gavetões do respetivo carro da DIDDU, devidamente identificada com o nome do doente.

3.4.3.1 Sistema de Distribuição Semiautomático- Kardex®

Os sistemas de distribuição semiautomática têm vindo a aumentar a eficácia da distribuição de medicamentos. O objetivo destes sistemas é aumentar a eficiência do pro- cesso de distribuição de medicamentos, a melhor gestão da informação e reduzir os custos associados à distribuição. [10]

No HSL o sistema semiautomatizado que existe é o Kardex (Figura 7) que é um dispositivo rotativo vertical composto por prateleiras com várias gavetas, cada uma con- tendo um medicamento específico. Este sistema é gerido por um software próprio que, para além de estar ligado ao sistema informático do hospital, permite ainda gerar o stock nele existente.

Figura 7: Kardex que auxilia a DIDDU

Toda a medicação armazenada no Kardex deve estar na sua forma individual, ou seja, unidose, e devidamente identificada com DCI, dosagem, lote e PV. Diariamente, é

impressa uma listagem onde constam os medicamentos que alcançaram o stock mínimo, para que possa ser preparada uma nova reposição.

Para recarregar o Kardex, o TF deve introduzir no sistema informático os dados dos medicamentos a repor, entre eles DCI, dosagem e forma farmacêutica, lote, PV e quantidade que vai ser introduzida. Sendo a introdução do PV nos dados do medicamento muito importante, uma vez que o Kardex disponibiliza primeiro os medicamentos com PV mais curto.

Relativamente à DIDDU, no início da preparação do carro de cada serviço são impressas duas folhas: uma referente aos medicamentos externos que, como o próprio nome indica, refere-se aos medicamentos que não são armazenados no Kardex devido às suas dimensões ou características de armazenamento (por exemplo, medicamentos que necessitam de refrigeração); e outra onde constam os medicamentos que fazem parte do Stock do Kardex mas que não existiamem quantidades suficientes para satisfazer os pe- didos das prescrições (Incidências). Nestes dois casos, o TF deve recorrer ao armazém ou aos carros de apoio à DIDDU e colocar a medicação no carro correspondente. Os medi- camentos termolábeis só são colocados no carro na hora do AO o levar para o SC e devem estar identificados com uma etiqueta com a indicação de “Frigorifico”.

Quando todos estes processos estão concluídos, os carros são fechados e transpor- tados por AO para os respetivos SC, onde são trocados pelos carros correspondentes à distribuição anterior.

3.4.3.2 Alterações à terapêutica

Por vezes a equipa médica tem necessidade de alterar a medicação de alguns do- entes, ou prescrever medicação para um novo paciente. Uma vez que nos carros da DI- DDU vai a terapêutica para um período de 24 horas, é necessário gerar novos mapas farmacoterapêuticos para ver essas alterações (mapa de alteradas), que também têm de ser validadas.

Existem diferentes momentos em que se geram mapas de alteradas (Anexo VI), sendo que por volta das 14h30 são gerados os mapas das alteradas que consistem nas alterações que foram feitas às prescrições entre o momento em que foi gerado o mapa farmacoterapêutico e o fim da preparação do carro, seja por motivo de alta, transferência de serviço ou cama, ou outros motivos que o médico prescritor considere pertinentes. Assim sendo, os TF procedem à retificação da medicação conforme o mapa das alteradas, podendo ser adicionada (representado por um “+”) ou retirada (representado por um “-“).

Pode também ser necessário fazer trocas de medicação entre gavetas, caso o doente tenha mudado de cama.

Outro dos momentos em que é gerado mapas de alteradas é após a saída dos carros de distribuição para os SC até as 20h (até o fecho da farmácia). Estas alterações são pre- paradas em sacos individualizados por camas, sendo que este tem de ir identificado com o respetivo nome do SC, nome do paciente e número de cama.

Por fim são também gerados mapas de alteradas de manhã por volta das 9h30m, de modo a garantir a medicação para todos os pacientes até à 15 h, ou seja até se gerar um novo mapa farmacoterapêutico para cada SC.

3.4.3.3 Devolução da medicação aos Serviços Farmacêuticos Hospitalares

Toda a medicação que não foi administrada (seja por alta do doente ou alteração

da prescrição, por exemplo) é devolvida aos SFH nos carros, pelo que um TF se respon- sabiliza por contabiliza-la e, de seguida, introduzi-la de novo no stock do SFH através do sistema informático. Todos os medicamentos devolvidos aos SFH são armazenados nos carros de apoio à DIDDU ou introduzidos no Kardex, sendo que neste último caso o PV atribuído aos medicamentos é inferior ao original, passando a ter validade até ao final do mês. A este processo de devolução de medicação dá-se o nome de Revertências.

3.4.3.4 Listagem específica para distribuição da Varfarina

Adicionalmente, os TF devem prestar atenção à dispensa de Varfarina, pois como este é medicamento de alto risco (anticoagulante oral) a sua prescrição é feita pelo um grupo médicos hematologistas. Os TF têm que imprimir a listagem com os nomes de todos os doentes que foi prescrita Varfarina. Seguidamente o TF tem de verificar o es- quema da Varfarina (Anexo VII), que é entregue nos SFH e posteriormente colocada junto dos documentos do respetivo SC no carro da DIDDU, e fazer a distribuição da Var- farina segundo o esquema. A Varfarina pode ser prescrita em diferentes doses, 1.25 mg (um quarto do comprimido), 2.50 mg (meio comprimido) e 5mg (um comprimido com- pleto). Por vezes, alguns doentes não possuem nenhum esquema atribuído, sendo que nesses casos a Varfarina não é dispensada e é colocada uma etiqueta com a informação “Falta esquema” na gaveta do doente.

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