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DRAGÃO E SÃO JORGE

No documento Imaginário da Serpente de A a Z (páginas 60-67)

A história de São Jorge envolve uma luta com um dragão terrível que existia em Silene, na Líbia. Os habitantes dessa cidade ofereciam duas ovelhas por dia ao monstro para acalmar a sua fúria. Até que o dragão exigiu um sacrifício humano, cuja escolha aleatória recaiu sobre a filha única do rei.

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São Jorge ofereceu-se para matar o dragão, libertando a cidade daquele jugo terrível. Montado em seu cavalo, saiu em busca da princesa, que estava amarrada na entrada da gruta onde habitava o monstro. Assim que ele saiu de seu esconderijo, o jovem soldado romano feriu o animal com sua lança afiada, ordenando à princesa que o amarrasse com seu cinto. Assim trouxe-o preso para a cidade. Aí chegados, o herói matou o animal perante todos os habitantes, exi- gindo-lhes a conversão ao cristianismo como prêmio pelo seu feito heróico.

DRÍOPE

Na mitologia grega, Dríope é filha única do rei Dríops, guardiã dos rebanhos de seu pai nas vizinhanças do monte Oita. As Dríades convi- davam-na para participar de seus coros; um dia Apolo a viu brincando com suas companheiras e a desejou. Para poder unir-se a ela o deus metamorfoseou-se em serpente e a fecundou.

Assustada, Dríope nada disse aos pais quando voltou para casa. Pouco tempo depois, casou-se com Andráimon, filho de Ôxilo. No devido tempo ela deu à luz um filho e o chamou Ânfisso, que quando chegou à idade adulta fundou uma cidade no sopé do Oita com o mesmo nome do monte.

Em certa ocasião Dríope foi oferecer um sacrifício às antigas com- panheiras, as Dríades, nas proximidades de um templo dedicado por seu filho a Apolo. As Dríades levaram-na em sua companhia; no lugar onde Dríope desapareceu cresceu um álamo e surgiu uma fonte.

Eríneas

Brincará a criança de peito sobre a toca da áspide e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade, pois a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar. [...] O lobo e o cordeiro se apascentarão juntos, e o leão comerá palha como o boi, mas o pó será a comida da serpente. Não farão mal nem dano algum em todo o meu santo monte, diz o Senhor.

(Is 11, 8-9; 65, 25)

65 ÉGIDA

Espécie de armadura de Zeus e de Atena. Capa curta feita de pele de cabra, coberta de escamas e com serpentes nas bordas, colocada sobre os ombros. A égida servia como símbolo do poder de Zeus; não só o protegia, mas também aterrorizava seus inimigos.

ÉON

Figura mítica representada sob forma humana, entrelaçada em serpentes e com a cabeça de leão. É frequentemente alada, e por vezes representada sobre o zodíaco. Aparece nos mistérios de Mithras, onde o conceito de Éon é de origem persa (Zervan).

EQUIDNA

Em grego Ékhidna, do mesmo grupo etimológico de Ékhis, que significa “víbora”, é um monstro demoníaco com corpo de mulher e cauda de serpente. De acordo com Hesíodo, Equidna era uma ninfa imortal filha de Fórcis e Ceto. Metade ninfa com olhos brilhantes e face clara e outra metade uma gigantesca serpente, grande e terrível, com a pele manchada. Comendo restos de carne, esconde-se em um buraco localizado em partes secretas da terra, dentro de uma caverna muito profunda.

Equidna gerou com Tifon os mais temidos monstros da mitologia grega: Cérbero, Hidra de Lerna, Leão de Neméia, Quimera e Esfinge. Equidna e suas crias possuíam uma natureza terrível e costumavam devorar viajantes inocentes. Um dia, enquanto dormia, foi surpreen- dida por Argos Panoptes, o monstro de cem olhos, que a matou a pedido de Hera.

O mito de Equidna representa as duas faces humanas: uma bonita

e sedutora que correspondeà parte superior e é mostrada ao mundo;

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inferior. Equidna é um símbolo da prostituta apocalíptica, da libido que queima a carne e a devora. Mãe do abutre que rói as entranhas de Prometeu, este ente híbrido é ainda o fogo do Inferno, o desejo excitado e sempre insaciável. Os filhos de Equidna simbolizam os monstros que habitam a mente dos indivíduos e vivem a lhes torturar.

ERECTEU

Rei lendário de Atenas, filho de Hefesto e Géia, que introduziu as Panatenéias (a maior festa helênica em honra à Atena) e que, sob a inspiração dessa deusa protetora, inventou o carro, foi morto pelo raio de Zeus e transmigrou na forma de serpente.

Acreditava-se em Tebas que após a morte, os reis e rainhas da cidade transformavam-se em serpentes. Em toda a Grécia, o costume popular ditava que se fizessem libações de leite sobre os túmulos para as almas dos defuntos reencarnados em serpentes. As tradições gregas mostram constantemente reencarnações sob a forma da serpente: esta era a crença ateniense referente à serpente sagrada da Acrópole, defensora da cidade, reverenciada como sendo a alma de Erecteu reencarnada.

ERÍNIAS

As Erínias gregas, chamadas de Fúrias pelos romanos, eram três mulheres que tinham serpentes nos cabelos e viviam no submundo onde eram torturadas as almas pecadoras que ali chegavam depois de passar pelo veredicto de Hades. Eram personificações da vingança dos deuses, semelhantes a Nêmesis que punia os mortais. Também conhecidas como deusas vingadoras do mundo inferior, surgiram das gotas de sangue recolhidas da terra quando Cronos mutilou seu pai, aparecem em número de três: Tisífone - o castigo, Megera - o rancor e Alecto - a interminável.

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Pavorosas e cruéis, as Erínias encarregavam-se de criar nas almas pecadoras o remorso e a necessidade de perdão. Tisífone era a vingadora dos assassinatos e homicídios, principalmente aqueles praticados contra os pais, irmãos, filhos e parentes, açoitando os cul- pados e os enlouquecendo. Megera personificava o rancor, a inveja, a cobiça e o ciúme. Castigava principalmente os delitos contra o matri- mônio, em especial a infidelidade, perseguindo, fazendo a vítima fugir eternamente, gritando todo momento nos ouvidos do criminoso, lem- brava-lhe das faltas cometidas. Alecto, a implacável e eternamente encolerizada, encarregava-se de castigar os delitos morais como a ira, a cólera, a soberba, espalhando pestes e maldições. Seguindo o infra- tor sem parar, ameaçando-o com fachos acesos, não o deixava em paz.

ÊRIS

Discórdia personificada, uma das potestades primordiais da mesma geração de Nix (a Noite), segundo Hesíodo, mãe de Algos (a Dor), Horcos (o Juramento), Lete (o Esquecimento) e Ponos (a Fadiga). É representada com a cabeça coberta com serpentes, no lugar dos cabelos, segurando em uma das mãos uma tocha e na outra uma cobra ou um punhal, sím- bolos de separação. Companheira de Ares, ela teria provocado a guerra de Tróia ao lançar diante das deusas Afrodite, Atena e Hera, o “pomo da discórdia” que premiava a mais bela das três sob a óptica de Páris, que escolheu Afrodite, visto que ela lhe prometera o amor de Helena, a mais bela mulher de Tróia. Êris foi desterrada do Olimpo por causa das contínuas disputas que promovia entre os deuses.

No documento Imaginário da Serpente de A a Z (páginas 60-67)