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KUNDALINI SAKT

No documento Imaginário da Serpente de A a Z (páginas 103-110)

Serpente imaginária enroscada em três voltas e meia na coluna vertebral humana, com a cauda na boca e espiralando em torno de um eixo central (o sacrum ou “osso sagrado”) na base da coluna, simboli- zando a energia dormente e enroscada, o potencial vasto da energia psíquica contida em todos os indivíduos, segundo os princípios hindus. De acordo com o tantrismo, a Kundalini, está enroscada na base da coluna, sobre o chacra do estado de sono, ela fecha com a boca o canal do pênis. Quando desperta, a serpente sibila e se enrijece; opera-se, então, a ascensão sucessiva dos chacras: é a subida da libido, a manifes- tação renovada da vida. O despertar dessa serpente e a manifestação de seus poderes são o objetivo primário da prática kundalini yoga, cujo objetivo é despertar a serpente Sakti que, quando está pronta para se desdobrar, ascende pelos chakras.

Lucifer – a serpente do Jardim do Éden

Então Deus disse à serpente:

És maldita entre todos os animais domésticos e todas as feras selvagens. Caminharás sobre teu ventre e comerás poeira todos os dias de tua vida.

(Gn 3, 14)

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Monstro mencionado em um mito acadiano (antiga Mesopotâmia), tem a forma de serpente e é associado à Via Lactea. O deus Tispak tem a missão de matá-lo.

LADON

Nome atribuído à serpente guardiã da árvore que protege a fruta dourada no Jardim de Hespérides, situado na extremidade ocidental da Grécia pagã.

LÂMIA

Seres imaginados pelos gregos e medievais como belas e fan- tasmagóricas mulheres da cintura para cima e serpentes da cintura para baixo que devoravam crianças ou que, com artifícios sen- suais, atraíam os jovens a seus leitos para devorá-los ou sugar-lhes o sangue. Presume-se que podiam tomar forma humana, mas que, ao atingir seu objetivo, retornavam à sua forma verdadeira de mulher-serpente.

Na Alta Idade Média, o termo “Lâmia” (do grego laimos, “gar- ganta”) referia-se a espíritos que voavam à noite. É possível que a lâmia fosse originalmente um monstro marinho semelhante a um tubarão; a palavra grega também se refere a um peixe grande e soli- tário. Em grego moderno, a expressão varrida de Lâmia, refere-se à negligência e desmazelo e se diz: a criança foi estrangulada pela Lâmia para se referir à morte súbita de uma criança no leito. Depois de 1450, esses entes míticos começaram a aparecer em tratados inquisitoriais de feitiçaria. Alguns inquisidores explicavam erradamente a etimo- logia do vocábulo: do latim laniare, que significa “lanhar”, porque as bruxas devoravam carne humana.

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No século XVII, as Lâmias foram descritas como seres quadrúpedes, com garras nas patas da frente, cascos nas patas traseiras, cobertos de escamas, com cabeça de mulher, seios e pênis, embora fossem fêmeas. No folclore da Grécia moderna, Lâmia é uma ogra suja, estúpida, glu- tona e antropófaga que vive em uma casa ou torre remota, come carne humana e tem habilidades mágicas.

A mitologia Basca também conta com suas Lâmias, que são seres com aspecto feminino, algumas vezes com pés ou garras de aves,

outras semelhantes às sereias, com cauda de peixe. Elas vivem nos

rios, onde passam a maior parte do tempo penteando seus belos cabe- los. São pacíficas e só se enfurecem caso tentem roubar seus pentes de ouro. Podem, eventualmente, ter relações com humanos e até ter filhos. Apenas não podem casar, pois não conseguem pisar em solo sagrado.

Na mitologia búlgara, as Lâmias se assemelham às Hydras. Possuem várias cabeças e se cortadas, nascem outra no lugar. Alimentam-se de sangue e têm preferência por mulheres. Em algumas histórias elas têm asas; em outras, soltam fogo pelas ventas. Não têm sexo definido, mas eventualmente são descritas como mulheres. Vivem em cavernas ou no subsolo e atormentam os povoados alimentando-se do sangue das pessoas ou matando mulheres jovens. Em algumas histórias têm asas, em outras, sua respiração é de fogo.

Nos contos de fadas, o herói precisa evitá-las, enganá-las ou cair em seu favor para conseguir algum objeto mágico ou informação crucial. Em muitas narrativas populares, elas têm uma filha que também é mágica e ajuda o herói, eventualmente, apaixonando-se por ele.

O mito grego conta que Lâmia era uma rainha da Líbia, filha de Poseidon e Líbia, com quem Zeus teve relações. Hera, enciu- mada, transformou-a em uma serpente, matou seus filhos (exceto Cila e Aquileu, segundo algumas versões) e a condenou a não poder fechar os olhos, de forma que sempre estivesse obsedada pela ima- gem dos filhos mortos. Zeus amenizou seu sofrimento dando-lhe o poder da profecia e a capacidade de tirar e pôr os olhos quando

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quisesse descansar. Após colocar os seus olhos em um balde, Lâmia embriagava-se.

Nas Metamorfoses, de Antoninus Liberalis (século II), Lâmia, tam- bém chamada Síbaris (v.), era uma mulher-serpente que vivia em uma caverna do monte Crífis e dizimava homens e rebanhos de Delfos, na Fócida, até ser morta por um herói chamado Euríbaro. Este jovem se ofereceu para ser sacrificado ao monstro no lugar de Alcioneu. Ao chegar à caverna, agarrou Lâmia e a jogou das rochas. Onde ela tom- bou, surgiu uma fonte conhecida como Síbaris, que mais tarde deu nome a uma cidade da Itália.

Conta-se que, em Corinto, uma Lâmia tomou a forma de uma fení- cia bela e rica, rodeada de servos e tesouros ilusórios, para seduzir Menipo, discípulo de vinte e cinco anos do profeta pagão Apolônio de Tiana. Na véspera do casamento, Apolônio a reconheceu e denunciou, obrigando-a a desfazer seu disfarce e confessar que pretendia devorar o belo Menipo.

Na Vulgata, a tradução da Bíblia por São Jerônimo, o nome de Lilith foi traduzido por Lâmia em uma passagem do livro de Isaías: Nela (a

terra de Edom) se encontrarão cães e gatos selvagens, e os onocentauros cha- marão uns pelos outros; Lâmia freqüentará esses lugares e neles encontrará o seu repouso (Is 34, 14).

LAOCOONTE

Filho de Acoetes, irmão de Anquises, era um sacerdote de Apolo, mas, contra a sua divina vontade, se casou e teve filhos, Antífantes e Timbreu. Quando Laocoonte estava fazendo um sacrifício a Poseidon, Apolo enviou duas serpentes de Tênedos, que mataram o sacerdote e seus descendentes.

Segundo os frígios, isto aconteceu porque Laocoonte havia arre- messado sua lança contra o Cavalo de Tróia. Laocoonte e seus dois filhos foram asfixiados até à morte por um par de serpentes marinhas. Os antigos poetas discordavam entre si quanto à origem das serpen- tes, disputando se haviam sido enviadas por Atena ou Apolo e nunca

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chegaram a um acordo sobre a natureza da ofensa de Laocoonte e a atribuição de sua culpa.

No documento Imaginário da Serpente de A a Z (páginas 103-110)