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durante a 12ª (Maio 2002/abril 2003) e a 13ª (2003/2006) Gestões

Raimundo Martins de Lima

Fui conselheiro do CFB e exerci a sua presidência por duas gestões (2000/2003 e 2003/2006, embora no primeiro mandato tenha assumido a presidência só a partir de 2002), mas neste resumo não vou replicar os relatos produzidos ao fi- nal de cada exercício ou de gestão. Vou apenas comentar com brevidade, quando

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possível, as ações que, considerando os contextos em que foram realizadas, enten- do terem sido as mais significativas para a entidade, a área de Biblioteconomia e a sociedade.

Essas ações foram as abaixo elencadas:

1) Audiência com a Deputada Esther Grossi (PT/RS), autora do Projeto de Lei 3549/2000, que tratava da universalização das bibliotecas escolares, apre- sentado à Câmara dos Deputados em 12 de setembro de 2000. Este proje- to deu origem a Lei nº 12.244/2010, que hoje dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País.

Essa audiência foi o primeiro passo que a 12ª. Gestão do CFB deu para alte- ração do texto do projeto de regulamentação das bibliotecas escolares, com vista a adequá-lo aos interesses da Biblioteconomia e da sociedade brasilei- ra. Os outros foram motivados pelo arquivamento do projeto em 31 de ja- neiro de 2003, uma vez que a Deputada Ester Grossi não se reelegeu para um novo mandato.

O segundo passo foi dado pela 13ª. Gestão do CFB, que solicitou audiência e foi recebida pela Deputada Federal Vanessa Grazziottin (PCdoB/AM), em fe- vereiro de 2004, ocasião em que foi proposta a reapresentação do Projeto de Lei sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino de todo o País. Nessa audiência foi entregue à Deputada uma minuta de um ante- projeto, acompanhado da sua justificativa, elaborados pela Diretoria do CFB, com a colaboração da sua Assessoria Jurídica, Dra. Lúcia Freitas.

O terceiro passo, também dado pela 13ª Gestão do CFB foi a realização da audiência, em maio de 2005, com o Deputado Federal Bonifácio Andrada (PSDB/MG), Relator do projeto que foi reapresentado (PL nº 3231/2002), para defender a retirada de algumas alterações introduzidas no texto do Pro- jeto original, porque eram danosas às bibliotecas escolares. Registre-se que nessa data o Projeto já havia sido aprovado pelas Comissões de Educação, de Redação e de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e só estava aguardando ser pautado para apreciação do Plenário da Casa.

2) Estudo e reforma das instalações da sede do CFB: atividades realizadas pela Comissão de Obras e Reforma de Infraestrutura do CFB, instituída pela Por- taria nº 034, de 20 de agosto de 2001, da qual faziam parte as conselheiras federais: Ivone Job, Nelma Camêlo de Araújo, Itália Falceta e Adriane Dias Ferreira; posteriormente, a conselheira Ivone Job foi substituída pela conse- lheira Ana Maria Ferracin.

Quando a 12ª Gestão do CFB assumiu, os recursos estruturais e infraestrutu- rais da sede da entidade não ofereciam mais as condições de trabalho ade- quadas ao desempenho das suas atividades, e isso a fez projetar a ampliação do seu espaço. Projeção que só foi efetivada em dezembro de 2001, com

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a compra de um imóvel no prédio onde estava instalada a sua sede: a sala 1075, que ficava ao lado das salas 1079 e 2079 pertencentes ao CFB.

Foram as más condições estruturais e funcionais da sede do CFB e a sua nova configuração física que justificaram a reforma (obras de engenharia e projetos arquitetônico, hidráulico e elétrico), bem como o planejamento e a execução do novo sistema de ar condicionado, a mudança de layout e a aquisição de novos mobiliários e equipamentos que deram aos seus empre- gados e conselheiros melhores condições para a execução das suas ativida- des. Mas o mobiliário e os equipamentos novos foram comprados pela 13ª. Gestão do CFB.

3) Aquisição de imóveis para cessão, em regime de comodato, aos Conselhos Regionais de Biblioteconomia (CRB) que não possuíam sede própria, com o fim de oportunizar maiores condições para a realização das suas atividades administrativas e de fiscalização, além de equipamentos de informática. A 12ª Gestão do CFB adquiriu dois imóveis: um prédio de alvenaria de dois pisos, com área construída de 175,00m2 e um terreno de 117,12m2, locali- zado no centro de Manaus/AM, para sediar o CRB-11, cuja jurisdição é for- mada pelos Estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima; e uma casa de alvenaria com uma área de 84,00m2, localizada no centro de São Luís/ MA, para ser a sede do CRB-13, cuja jurisdição é constituída pelo Estado do Maranhão.

A 13ª Gestão do CFB aprovou a compra de um imóvel para sediar o CRB-3, último regional que ainda funcionava em prédio alugado. Foi reservado um valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) para isto, mas devido à demora em selecionar o imóvel, a compra só foi efetuada na gestão seguinte.

4) Publicação do manual Bibliotecário: legislação e órgãos de classe, que reuniu a legislação mais relevante e utilizada pelo Sistema CFB/CRB, com o propó- sito de dar orientação sobre o funcionamento e a organização do CFB e dos CRB a ele subordinados, além de informar sobre as diferenças de responsa- bilidades e objetivos que existem entre as demais entidades que represen- tam a categoria profissional dos bibliotecários.

5) Posição assumida pela 12ª Gestão sobre o Programa Uma Biblioteca em

Cada Município, da Secretaria de Política Cultural do Ministério da Cultura

(MinC). Entendeu-se na época que, apesar de o Programa descumprir a le- gislação que regulamenta o exercício da profissão de bibliotecário no Brasil, havia mérito nos objetivos e por isso apoiou-se a sua continuidade, entretan- to, em condições mais favoráveis ao exercício da profissão de Bibliotecário e ao funcionamento das bibliotecas públicas municipais.

Para sustentar esse apoio, observou-se que, embora a estrutura do Progra- ma tivesse sido aprovada em 1996 e seguisse inalterada, até aquela data não se tinha notícia de qualquer ação efetiva do CFB, ou de qualquer CRB, que a

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contestasse no todo ou em parte, com vistas a forçar a alteração dos aspec- tos considerados danosos ao exercício da profissão, e o Programa já entrava no seu quinto ano de operação.

Este detalhe foi entendido como muito significativo, pois a cumplicidade des- sa convivência amistosa entre as estruturas do Programa e o Sistema CFB/ CRB, de certo modo, descartava qualquer possibilidade de negociação polí- tica para o caso, já que nessa época o MinC não respondia nem mesmo aos pedidos de audiência feitos pelo CFB. Por isso, a solução para esses conflitos deveria ser, doravante, mediada pela lei.

Como conclusão, ficou decidido que o CFB proporia ao MinC os procedimentos seguintes:

� Adoção de medidas para obrigar as Prefeituras a obedecerem à le-

gislação vigente (Lei nº 4.084/1962, Decreto nº 56.725/1965 e Lei nº 9.674/1998) que dispõe sobre o exercício da profissão de bibliotecário no Brasil. Neste caso, apenas seriam aprovadas a participação e a libe- ração de recursos para Prefeituras de municípios que comprovassem te- rem cumprido essa legislação, e os CRB poderiam atestar isso.

� Realização de um fórum, promovido pelo Sistema Nacional de Biblio- tecas Públicas, do qual participariam todas as entidades da categoria de bibliotecários e mais a Secretaria de Política Cultural do MinC para avaliação dos resultados do Programa e apresentação de propostas de ações que pudessem potencializar a sua continuidade.

� Reconsideração, por parte do MinC, da decisão de só recorrer à Uni- versidade de Brasília para ministrar o Curso de Capacitação para Di- namização e uso da Biblioteca Pública em todo território nacional e, após isso, consultar as demais universidades brasileiras, federais e es- taduais, que mantenham cursos de Biblioteconomia ou Ciência de In- formação para que se manifestem e assumam posição sobre as suas inclusões no Programa, exclusivamente, para ministrar o referido cur- so em suas regiões ou Estados.

6) A 13ª Gestão do CFB abriu canal de interlocução com as demais entidades das áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação, com vistas à realização de ações que levassem à discussão e reflexão das práticas da categoria profissio- nal, sobretudo com a FEBAB, Abecin, ANCIB, IBICT, Biblioteca Nacional e Sindi- catos, e com algumas entidades estrangeiras, como a ABGRA e a IFLA.

7) Participação dos membros da 13ª Gestão em eventos das áreas de Bibliote- conomia e de Ciência da Informação, no Brasil e no exterior, para esclarecer o papel do Sistema CFB/CRB e afirmar a sua imagem como a entidade de maior representatividade dos bibliotecários brasileiros. Destacaram-se o Congres- so Internacional da ALA; as Conferências Internacionais da IFLA, realizadas na Argentina e Noruega, e o 3º Seminário Internacional de Associações de

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Bibliotecários, promovido pela ABGRA/IFLA e realizado na Argentina. Em ter- mos numéricos, o CFB esteve presente em 75 (setenta e cinco) eventos, sen- do 5 (cinco) fora do Brasil.

Décima quarta gestão