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Capítulo III: Anatomia foliar de espécies de Dyckia (Bromeliaceae): complexos D macedoi e D saxatilis

TRATAMENTO TAXONÔMICO

1. Dyckia brachyphylla L.B Smith, Phytologia 19: 282 1970.

Tipo: Brasil, Minas Gerais, Diamantina, 20 Km S.W. de Diamantina, H.S.Irwin 22383 (Holótipo: US!, Isótipos: NYi!, Pi!, Ki!).

Figura 10, 11 A/B e 12 A/A‘.

Terrestre, 25,9-47,4 (53,3) cm de alt. quando florida, roseta 5,1-7,1 (9,1) cm alt., 8,4- 18,4 cm diâm., propagação clonal tipo falange com ramificações desenvolvidas. FOLHAS 13-18, rígidas, suculentas, suberetas a ligeiramente secundas; bainha suborbicular, ca. 3,8 x 1,8 cm, branca com ápice castanho em ambas as faces, indumento lepidoto branco no terço superior da face abaxial, denticulada na metade superior; lâmina estreito-triangular, 5,5-8,3 (11) x 0,4-0,7 cm, canaliculada, verde, indumento lepidoto branco na face abaxial, escamas concentradas entre as nervuras, na face adaxial indumento esparso na metade inferior, glabra na região superior, agudo terminando num espinho, margem glabra, aculeada, acúleos antrorsos, negros, 0,8-1,1 mm compr., ca. 0,5 mm diâm. na base, distantes entre si 3-10 mm. INFLORESCÊNCIA simples, raro composto, 7-13,3 cm compr.; pedúnculo verde a laranja, 22,2-39,2 (46,1) cm compr., 1,6-2,1 mm diâm.,indumento tomentoso branco esparso; entrenós 23,6-49,9 mm de compr.; brácteas do pedúnculo mais curtas que os entrenós, estramíneas a

7 Brácteas superiores do pedúnculo cobrindo quase toda a extensão dos entrenós (14,7 mm/14,9 mm), margem denticulada; bráctea floral alcançando toda a

extensão da flor ou ligeiramente menor ... D. densiflora

7‘ Brácteas superiores do pedúnculo bem menores que a extensão dos entrenós (13,2 mm/20,8 mm), margem fimbriada; bráctea floral alcançando toda a

extensão das sépalas ou menor ... 8 8 Brácteas superiores do pedúnculo ovado-triangulares; flores trigonas, castanhas;

pétalas lanceoladas; estames excertos por uma fração da antera ... D. tenebrosa 8‘ Brácteas superiores do pedúnculo elípticas a oblongas; flores tubuliformes,

laranja; pétalas rômbicas; estame inclusos ... D. saxatilis 9 Folhas estreito-triangulares com acúleos distantes entre si ca. 26,8 mm; quando

lineares, distantes entre si ca. 18,4 mm; acúleos ca. 3,4 mm compr., retrorsos,

uncinados; filetes altamente conatos ca. 3,7 mm ou mais ... D. rariflora

9‘ Folhas estreito triangulares com acúleos distantes entre si 16,8 mm; acúleos ca.

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verdes, inferiores 1,1-4,7 (9,6) x 0,4-06 cm, superiores 5,3-6,9 x 1,9-4,6 (5,4) mm, ovadas, longo-acuminadas terminando num espinho, carenadas, indumento tomentoso branco na face abaxial, fimbriadas; raque laranja, glabra. BRÁCTEAS FLORAIS atingindo a metade das sépalas, ovadas, 3,6-6,7 x 2,1-5,4 mm, laranja, patentes a ligeiramente reflexas, carenadas, convexas, indumento tomentoso branco na face abaxial, agudas terminando num espinho, fimbriadas. FLORES 5-11, tubuliformes, patentes, 1,2-1,6 cm compr.; pedicelo laranja, curto, robusto, 0,9-2,9 (4) mm compr., indumento tomentoso branco esparso; sépalas laranja, ovadas a elípticas, 5,5-6,6 x 4,2- 6,1 mm, agudas a levemente obtusas, quando agudas muitas vezes terminando num apículo indistinto, densamente fimbriadas, indumento lanuginoso branco esparso na face abaxial, convexas; pétalas assimétricas, laranja, rômbicas, 9-12,8 x 4,4-9,2 mm, obtusas, raro retusas, adnatas 0,6-2,9 mm a conação dos filetes, margem inteira; estames inclusos; filetes laranja-pálido, antepétalos triangulares, alternipétalos lineares, 5,3-9,3 mm compr., livres acima do anel pétalo-estamínico; anteras lineares, 4,5 mm compr., agudas, base sagitada, dorsifixas próximo à base; pistilo com ovário amarelo-alaranjado, oblongo, 4,9-7,3 mm compr.; estilete amarelo, 0,5-1,9 mm compr.; estigma espiral- conduplicado, ca. 0,7 mm compr., amarelo. FRUTO castanho-escuro, ovóide a ligeiramente elíptico, 11,1-12,1 x 8,1-8,7 mm.

MATERIAL EXAMINADO: BRASIL, MINAS GERAIS, Costa Sena, João Marinho, próximo do córrego dos turrões, ca. 15 Km de Congonhas do Norte, 12.II.2014, fl., Costa et al. 11 (SPF). Datas, Morro do Coco, rod. Datas-Gouveia,

18º25‘30‖S – 43º40‘54‖W, 14.X.2005, fl., Lovo et al. 125 (SPF). Diamantina, est.

Diamantina-Gouveia, 07.XII.1997, fl., Forzza et. al. 470 (SPF); estr. Milho Verde, 9.XII.1997, fl., Forzza et al. 540 (SPF); estr. Milho Verde, 13.II.1998, fl., Sano et al. 891 (SPF); 14 Km de Diamantina, 30.I.2000, fl., Forzza 1485 & Mello-Silva (SPF); estr. Sopa-São João da Chapada, 28.XI.2002, fl., Lima et al. 240 (SPF; RB); Campus II

da UFVJM, 18º15‘S – 43º36‘W, 8.IX.2005, fr., Nunes 55 & Costa (RB); est. Milho Verde, 20 Km, 18º21‘09‖S - 43º33‘10‖W, 25.V.2011, fl., Guarçoni 1675 & Paixão

(VIC). Tijucal, na estrada para a gruta da Capela Velha, 15.VIII.2008, fl., Moura 661 & Oliveira (R).

Hábitat, altitude e distribuição geográfica: Ocorre nos campos arenosos do Campo Rupestre Quartzítico, no planalto Diamantino, ca. 1.050 m de altitude. Apresenta

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populações esparsas, restritas a pequenas áreas. Na localidade tipo, a população se localiza à beira da estrada, sendo representada por poucos indivíduos. correndo séria ameaça devido ao asfaltamento da estrada que liga Milho Verde a Diamantina, e pela especulação imobiliária.

Floração: Outubro a maio.

Estado de conservação: Criticamente em perigo (CR). Não ocorre em unidade de conservação.

A espécie tem distribuição restrita a porção mineira da cadeia do Espinhaço, sendo conhecida de quatro pontos de coleta, no Planalto Diamantino. Ocorre em populações muito pequenas e está sujeita a ação do fogo que acontece anualmente na região. Além disso, grande parte das coletas foram realizadas na localidade tipo, que sofre com a urbanização. A população tipo se encontrava a beira da estrada entre Diamantina e Milho Verde, a qual foi pavimentada.

Comentários: Dyckia brachyphylla é facilmente reconhecida por apresentar rosetas pequenas, com folhas suberetas ou ligeiramente secundas, geralmente parcialmente enterradas na areia, em áreas abertas com pouca vegetação. Suas folhas são pequenas, estreito-triangulares, canaliculadas, com acúleos negros, antrorsos, distantes entre si ca. 6,4 mm. Cresce geralmente isolada, mas pode ser encontrada formando touceiras circulares, com crescimento clonal na forma de falange. Quando em solo com matéria orgânica apresenta rosetas maiores, com folhas mais suculentas. Geralmente apresenta poucos indivíduos em floração.

A espécie aparece identificada nos herbários como D. saxatilis sensu lato. Também pode ser confundida com D. sulcata (ver discussão em Guarçoni et al. no prelo). Quando em solo com algum teor de matéria orgânica, a planta apresenta um porte maior, o que pode levar a confusão com D. hilaireana da qual pode ser diferenciada por apresentar folhas subereto-patentes (vs. suberetas) com número menor de folhas (13-18 vs. 21-69 cm); brácteas superiores do pedúnculo mais curtas (5,3-6,9 vs. 8,6-16 mm); bráctea floral ovada (vs. largo-ovada a elíptica), patente (vs. reflexa), mais curtas (3,6-6,7 vs. 7,7-15,5 mm), flores tubuliformes (vs. campaniformes) e sépalas mais curtas (5,5-6,6 vs. 6,8-11,2 mm); pétala glabra com margem inteira (vs. indumento lepidoto alvo esparso e inconspicuamente fimbriada na metade superior).

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